quarta-feira, 25 de julho de 2018

CADEIA NÃO EDUCA - EDUCAÇÃO DE QUALIDADE SIM.


O cotidiano brasileiro

Manoel Hygino 








O engenheiro Fernando Guedes de Melo é perguntado como se posicionaria com relação a Nietzsche, para quem a mensagem matinal seria uma espécie de “hoje, vou dar alegria a alguém”. O entrevistado não tem dificuldade em responder:
“Como budista, geralmente concordo com a opinião do bodhisattva: que eu seja um instrumento para a felicidade e a iluminação de todos os seres, que esteja a serviço da paz, da sabedoria, que este seja um dia de despertar a harmonia para todo o mundo”.
Esta, contudo, deveria ser a mensagem de cada homem, de qualquer religião em todos os lugares do mundo, o que ora não acontece, com a sucessão de ameaças entre pessoas que vivem na mesma pátria, entre países e povos cujos mandatários não se entendem e trocam incessantemente acusações e promessas de agressões mútuas, de toda natureza, inclusive econômicas e bélicas.
O Brasil vive um período dramático de sua história, em que as próprias autoridades não sabem como firmar posição em face da violência hoje imperante. Tenho um caso horrível à mão. Um adolescente roubou um celular e apanhou até a morte em minha cidade natal, no Norte de Minas. Tinha quatorze anos e foi linchado, após acusação do furto. Colhido por sete moradores, estes o agrediram a pauladas, socos e pontapés. A vítima não resistiu. O aparelho não foi localizado pela polícia, que informou: entre os detidos pelo cruel homicídio estavam dois jovens de 13 anos, dois de 15 e um de 16. Os demais sumiram.
Estas são as reações que se vão tornando constantes em todas as cidades brasileiras, nas quais agem marginais já formados em idade e experiência e os que, talvez se julgando heróis a serviço do bem, acabam ilhados pelos agentes da lei. Irão para a cadeia? Cadeia resolve o problema, que é muito maior? Deixá-los soltos? Encaminhá-los a instituições ditas de sócio educação?
O povo se encontra em meio ao pesadelo, ou, usando a velha expressão, como cego em meio a tiroteio. Assim é a nossa pátria, pátria amada, salve-salve, em que só se salva quem puder. Estamos forjando a maior concentração de malfeitores do mundo, quem sabe? A esta altura... O povo paga imposto alto, ou faz de conta que paga, para reclamar dos insuficientes e ineficientes serviços públicos.
Enviar os adolescentes para estabelecimentos sócio-educativos? A expressão é bonita, mas não exatamente correta. As demonstrações revelam que essas casas são mais de aprimoramento de futuros malfeitores reiterados.
Construir novas prisões para os que ignoram ou agem contra a lei? É mais dinheiro, muito dinheiro, para solução no mínimo duvidosa, abertamente falsa. Cadeia não educa, pelo menos entre nós.
Já se sabe: o Brasil é o terceiro país do mundo em número de presos, isto é, 726 mil. E pior: outros 586 mil estão nas ruas quando deveriam estar detrás das grades. É dado oficial, divulgado pelo ministro Extraordinário de Segurança, Raul Jungmann.
No final do ano, eles somarão 841,8 mil; em 2025, 1,4 milhão de presos. O déficit de vagas prisionais é de 358.663. Haja dinheiro para pagar tributos!





                                                         

terça-feira, 24 de julho de 2018

ENERGIA EÓLICA NO MAR


Petrobrás vai gerar energia eólica no mar

Denise Luna








Inédita no Brasil, a geração de energia eólica no mar começa a dar seus primeiros passos no País pelas mãos da Petrobrás. O negócio promete ser tão bem sucedido quanto a geração eólica em terra, disse o diretor de Estratégia, Organização e Sistema de Gestão da estatal, Nelson Silva. A licitação para a instalação de uma planta-piloto da empresa no Rio Grande do Norte será feita ainda este ano, revelou o executivo, que aguarda o licenciamento do projeto no Ibama para iniciar o processo. 

A ideia é instalar torres de geração eólica, ou aerogeradores no jargão do setor, ao lado de plataformas em campos rasos do Nordeste, região brasileira com maior potencial para gerar energia a partir do vento. "A vantagem no offshore (no mar) é que se espera um fator de capacidade maior do que em terra", explicou Silva. A previsão é que a planta-piloto comece a funcionar em 2022.

O fator de capacidade do Brasil, índice que mede o grau de aproveitamento dos aerogeradores para produzir energia eólica, é um dos maiores do mundo. Em janeiro, complexo eólico no Ceará, de propriedade da Echoenergia teve média do fator de capacidade superior a 60% ante 25% da média mundial. A vantagem da geração no mar, dizem especialistas, é que os aerogeradores, ou turbinas eólicas, podem ter capacidade maior do que os instalados em terra.

O Brasil começou a gerar energia eólica em 2005 - pouco menos do que 30 megawatts (MW). Em 2009, quando ocorreu o primeiro leilão do governo incluindo a oferta de empreendimentos eólicos, o Brasil gerava 600 MW. Hoje, essa geração ultrapassa os 13 mil MW e, somente com os leilões já realizados, deve atingir 17,8 mil MW em 2023. Atualmente, a geração eólica abastece 10% da população brasileira, ou 22 milhões de pessoas, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).

"A média da capacidade dos aerogeradores do Brasil em terra gira em torno de 2 megawatts, mas no mar já tem máquina operando com 8 megawatts", informa o presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), Jean-Paul Prates, um dos primeiros defensores da inclusão da energia eólica como fonte de geração de energia no Brasil. Esta semana, ele promove no Rio Grande do Norte o 10.º Fórum Nacional Eólico, onde o tema será discutido, precedendo a maior feira do setor, a Brazil Windpower, que terá pela primeira vez um painel dedicado apenas à geração eólica offshore, com participação da Petrobrás.

Segundo o Ibama, a Petrobrás entrou com o pedido de licença ambiental para a planta-piloto de geração eólica offshore em maio e o órgão já emitiu o Termo de Referência para que a empresa elabore o Relatório Ambiental Simplificado (RAS) para obter autorização. Pelo fato de já ter um equipamento no campo (plataforma), o Ibama já possui estudo ambiental do local, informou o órgão.

Se o projeto se mostrar economicamente viável, a expectativa do diretor da Petrobrás é de que seja a primeira de uma série de unidades que irão comercializar energia elétrica no mercado brasileiro a partir da geração eólica no mar. Para acelerar os investimentos, a estatal busca a parceria de empresas com experiência no segmento, como a francesa Total e a norueguesa Equinor (ex-Statoil).

"Vamos utilizar a experiência dessas empresas e os próprios dados que temos das medições das plataformas no Nordeste e da geologia do local, da medição de ventos e das marés", explicou Silva. Segundo ele, a Petrobrás já está mais forte financeiramente e pode começar a olhar projetos de mais longo prazo e a investir em energia renovável. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

CONTINUA O DRAMA DAS CRIANÇAS SEPARADAS DOS SEUS PAIS NOS EUA


Crianças seguem à espera de seus pais na fronteira dos EUA

Agence France Presse








O pequeno José, de quatro anos, acha que sua mãe está mentindo porque ela nunca volta. Na verdade, sua mãe, uma hondurenha, está detida porque não tinha documentos quando cruzou a fronteira dos Estados Unidos pedindo asilo.
As crianças que foram separadas de seus pais ou tutores ao cruzar a fronteira a partir do México, em sua maioria centro-americanos, não sofrem só com o crime, a violência doméstica, a pobreza, a falta de educação e de serviços de saúde.
Além disso, ao chegar, se tornam vulneráveis por fatores como a falta de documentação, a desinformação e a escassa representação legal, que tornam impossível navegar por uma burocracia que às vezes chega ao absurdo.
É o caso de José, o filho adotivo de uma hondurenha de 51 anos que foi detida ao pedir asilo em McAllen, Texas, em 29 de dezembro.
"Minha mãe está mentindo. Ela nunca vem", disse o menino ao telefone, com raiva.
José ficou quase um mês retido em um abrigo até ser entregue à sua irmã E., de 30 anos, no Texas.
"Minha mãe veio porque se tivesse ficado mais um mês em Honduras, estaria morta", contou E. "Havia um homem que batia muito nela. Se não fosse pelos vizinhos, ele a teria matado com um facão".
Um tribunal determinou em 29 de junho que as milhares de crianças separadas na fronteira sejam reunidas com suas famílias antes de 26 de julho. O prazo para entregar os 103 menores de cinco anos já venceu, mas o governo só conseguiu devolver 57. Os demais, avaliou, são "inelegíveis".
A mãe de José "conheceu uma garota que estava grávida e não queria o bebê", contou E. "A garota lhe deu a criança de presente no dia em que nasceu".
A advogada de migração que cuida do caso de José, Sara Ramey, reuniu fotografias, testemunhos e registros médicos que mostram os cuidados proporcionados pela mãe adotiva.
Um pedaço de papel
"Muitas sociedades centro-americanas, entre elas a de Honduras, têm uma maneira informal, comunitária, de resolver as coisas, como a guarda das crianças", disse Ramey, diretora do Centro de Direitos Humanos dos Migrantes em San Antonio, Texas.
"Queremos que nosso governo verifique as relações, e queremos confirmar que essa relação é saudável e segura para a criança", explicou à AFP. "E neste caso, isso já foi feito. O único obstáculo é a ausência desse pedaço de papel".
Pedro tem três anos e também foi separado de sua mãe, que é biológica, mas que tinha uma deportação prévia quando pediu asilo em abril.
Agora V., de 25 anos, está detida no Texas. Pedro passou quase um mês em um abrigo, até que as autoridades o enviaram à casa de sua tia-avó.
Imigrantes como V. desconhecem as consequências de entrar nos Estados Unidos com uma ordem de deportação em seu histórico.
Em outros milhares de casos, menores de idade cruzam sozinhos a fronteira porque existe o rumor (falso) na América Central de que as crianças receberão residência automaticamente se viajarem sem adultos.
Os "coiotes" - traficantes de pessoas - alimentam tais rumores para convencê-los de fazer a viagem, pela qual cobram entre 5.000 e 15.000 dólares.
Ao chegar, não têm direito a um advogado gratuito. Isto faz com que menores de idade, incluindo crianças pequenas, se encontrem sozinhos diante de um juiz.
A vulnerabilidade das crianças se agrava se não falam espanhol (muito menos inglês), dado que muitos pertencem a comunidades indígenas.
"Sua chance de sobreviver, de ter uma vida digna, embora seja pobre, é quase nula" nos países de origem, disse à AFP Eric Olson, vice-diretor do programa latino-americano do centro de estudos Woodrow Wilson.
E "a situação na fronteira nos Estados Unidos jamais será pior do que o que eles vivem em Tegucigalpa ou San Pedro", em Honduras, acrescentou.
(Os imigrantes entrevistados nesta matéria falaram em condição de anonimato e os nomes das crianças são fictícios).

COLUNA ESPLANADA DO DIA 24/07/2018


É o Jaques

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini 








Embora negue, é Jaques Wagner o plano B de Lula para a presidência, soube a Coluna. O PT prepara Fernando Haddad para plano C – e para coordenar a sua campanha. Jaques é o amigo mais próximo de Lula, tem a experiência de dois mandatos no Governo da Bahia, fez o sucessor, é respeitado em vários partidos, sabe articular, e como judeu traz a confiança dos investidores – até isso pesa, avalia um grão petista. É também forte em campanha. Quando eleito na Bahia, aparecia em quarto nas pesquisas eleitorais a duas semanas do pleito. Virou o jogo. Lula acredita que pode ser a surpresa de 2018.
Desceu
Parece demérito, após quase chegar lá. Aécio Neves, hoje, é candidato a deputado federal pelo PSDB. A médio prazo, quer ser presidente da Câmara Federal.

Pela tangente 
A longo prazo, caso avance a proposta do Parlamentarismo defendida pelo PSDB, MDB e outros partidos, Aécio sonha ser primeiro-ministro.
Tensa, de novo
Dilma Rousseff anda nervosa. À base de remédios, de novo, confidenciam próximos. É a tensão pré-eleitoral. Ela vai disputar o Senado por Minas. Com grande chance.
A causa
O perigo para Dilma - e isso tira seu sono - é o TRE. Os jurídicos de DEM, PSDB e MDB no Estado estão com a ação de impugnação na gaveta à espera da candidatura.
Desafio do Rio
A sondagem da Paraná Pesquisas de semana passada aponta alta taxa de rejeição – entre 47% e 72,5% – de todos os conhecidos políticos do Estado do Rio potenciais candidatos para o Palácio Guanabara. Em suma, o eleito não será o preferido do povo. Será por falta de opção, e virá muito mal na fita. Terá de convencer.
Guerra civil
O Estado do Pará já contabilizou somente no primeiro semestre mais de 2 mil assassinatos – cerca de 10 por dia. Sim, homicídios. E esses são apenas os dados oficiais da Secretaria de Segurança.
O aliado
O Estado de Israel apoia Jair Bolsonaro (PSL) para presidente do Brasil. São constantes os relatos do embaixador Yossi Shelley em Brasília para quem o visita. Os Estados Unidos apenas monitoram, por ora.
O motorista
Um segredo presidencial ronda o staff de Michel Temer. Onde o presidente da República vai, sozinho, dirigindo um carro de vidro fumê, quando está em São Paulo.
De perto
Sigilo absoluto por questão de soberania nacional. Temer acha que segue sozinho. Mas o GSI não deixa. Nunca. Sempre há bons seguranças à distância e no destino.
Grande Itamar
O caso de Temer remete a uma hilária história narrada por Jorge Bastos Moreno: Itamar Franco, então presidente, num dia de tédio no Rio, pegou um Fusca sozinho para Juiz de Fora, não queria escolta. Parou na BR-040 após Petrópolis desesperado e ligou de um posto para o chefe da Segurança: “Estou sendo seguido! Manda seu pessoal!”. E o militar: “Presidente, somos nós...”.
Cravo & Canecão
O Instituto Cravo Albin vai apoiar a biografia que Mário Priolli escrevia antes de morrer, com bastidores da história do Canecão que ele criou nos anos 60. Um mês antes de falecer, o empresário procurou o pesquisador Ricardo Cravo Albin e doou para ele 20 baús de fotos, textos e outros documentos sobre o Canecão .
Saúde 
O Cristo Redentor ganhará iluminação especial a partir de amanhã à noite. Iniciativa de indústrias farmacêuticas, sociedades médicas e ONG’s que se uniram para mostrar alternativas para tratamento de idosos diabéticos no movimento “Para Sobreviver”.