quinta-feira, 19 de julho de 2018

COLUNA ESPLANADA DO DIA 19/07/2018


Azedou o chope

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini 








A Heineken corre sério risco de perder sua principal unidade fabril, em Alagoinhas (BA), após investir quase R$ 3 bilhões no País para comprar as plantas da Brasil Kirin (que adquirira da Schincariol). O script envolve denúncia de irregularidades ambientais e fiscais e até vista grossa da Advocacia Geral da União no processo que segue no STJ. Como a Coluna antecipou, um imbróglio judicial, com decisão de lacrar o poço e o devolver ao dono de fato, deixou a cervejeira holandesa de copos virados. Um suspeito vaivém de pareceres na AGU por ora deu gás no chope (agora azedo) da holandesa. Consultadas, a AGU e a Agência Nacional de Mineração batem cabeça.

Festival de CPI
O caso deu repercussão que se discute uma CPI na Câmara Federal – onde uma executiva da Heineken circula para tentar segurar – e duas CPIs na Assembleia da Bahia.
Haja copo
Na Assembleia da Bahia, três comissões querem convocar executivos da cervejeira: Finanças, Orçamento e Controle; Relação de Trabalho; e Comissão de Meio Ambiente.
No cardápio
Estão na mira das CPIs o presidente no Brasil, Didier Debrosse, o CEO mundial, Jean François, e a vice-presidente Nelcina Topardi – é ela quem circula por Brasília.
Água pra garotada
A coisa é tão feia nas contas do Governo de Minas Gerais que a companhia de águas de Muriaé, cidade-pólo da Zona da Mata, cortou nestas férias o fornecimento de água de dezenas de escolas estaduais. As contas não são pagas há um ano e chegaram a R$ 495 mil. À Coluna, o Governo informou que acaba de regularizar o débito.
Do QG
O novo vice de Jair Bolsonaro é o general da reserva do Exército Augusto Heleno Ribeiro, pelo PRP. Se nada mudar até a convenção de domingo.
Seguro de si
Entrou água (e fervente) nas tratativas de Jair Bolsonaro (PSL) com o PR. O presidenciável só aceita Magno Malta (ES) de vice, mas o senador quer disputar a reeleição. Jair está convicto de que passa para o segundo turno mesmo sem alianças. Mas agora tem o PRP.
Painho
O ex-senador José Sarney vai morar em São Luís até 2019. Por motivos pessoais: será o consultor-mor das campanhas dos filhos Roseana – ao governo do Estado – e Zequinha – ao Senado – e vai acompanhar a recuperação de dona Marly, que voltou dos EUA após cirurgia em um dos joelhos: “Tão cedo eu não estarei em Brasília”, disse a uma amiga.
Lula’n Concert
Chico Buarque, Martinho da Vila, Francis Hime, Gregorio Duvivier, Lucélia Santos e outros artistas petistas fazem show na Lapa do Rio dia 28 no Festival Lula Livre.
Conexão Cela
Dilma Rousseff e Gleisi Hoffmann vão subir ao palco para ler carta do ex-presidente, detento condenado por corrupção. Mas Lula também pode gravar um vídeo.
Tapa de luva
Outro cenário no Nordeste contribui para o constrangimento da verborragia de Ciro Gomes, ao chamar o então PMDB em 2010 de ‘ajuntamento de assaltantes’. É o mesmo partido que agora o ajuda em Alagoas e no Rio Grande do Norte, e terá mais.
Palanque reforçado
Em Natal, o senador Garibaldi Alves, do MDB, lançou candidatura à reeleição e anunciou apoio ao candidato do PDT – partido de Ciro – para o Governo. É Carlos Eduardo Alves, primo de Garibaldi, favorito nas pesquisas.
Lupa social
Candidato do PSOL ao Senado em Brasília, Chico Santana propõe a recriação da Comissão do DF na Casa Alta ‘para acompanhar a aplicação das verbas federais’. Como notório, o DF é o único ‘Estado’ onde a União paga os custos da Segurança, Saúde e Educação. Sobram milhões em caixa para investir e nem sempre é o que se vê nas ruas.
Lua
Domingo, Eduardo Suplicy apareceu e cantou “Blowin in the Wind” no acampamento do PT em frente à PF em Curitiba. Para desespero de quem queria dormir.

VOCÊ É CAPAZ DE SOFRER POR UMA MULHER?

A fragilidade do sexo forte

Simone Demolinari 










A ideia que nos governa ainda hoje é a que associa o homem à uma figura forte, viril, nada delicado, provedor e impassível, uma espécie de Rambo. Espera-se desse homem implacável, que ele não esmoreça frente aos obstáculos, não sinta medo e claro, jamais chore.
Essa opressão disfarçada de supremacia é um modelo de masculinidade que nem os próprios homens estão aguentando suportar.
Vejamos o caso de Joao, um rapaz de 37 anos, casado, com 2 filhos, passou por uma decepção amorosa quando descobriu que sua esposa mantinha uma relação extra conjugal com um colega de trabalho, fato até então comum para o universo feminino. Buscou desabafar com um amigo que, prontamente, o encorajou a se separar e buscar. Prontificou-se a integrar-lo numa turma de solteiros e o garantiu que em meio festas e novas mulheres, ele viraria a pagina daquele sofrimento rapidamente.
De uma maneira geral, não há problema em tentar atenuar a dor através da diversão. Neste caso a  questão vai além: no universo masculino, é amputado ao homem a condição de sofrer, sobretudo se for por mulher. O sofrimento é associado ao fracasso e isso é outro problema para eles. Acontece, que, ao contrário do que muitos pensam, o sofrimento não é opcional. Nesse caso, deriva da sensação de rejeição, substituição, traição do pacto matrimonial e dissolução da família. Uma dor intensa para ser resolvida de forma prática.
João queria mesmo perdoar sua esposa, mas não se sentia confortável em fazer isso perante os amigos e família. Não queria a alcunha de “corno”. Resolveu então se separar mesmo contrariando sua vontade. Começou a frequentar festas e bares, mas se sentia tão triste que precisava anestesiar sua diversão com álcool e drogas. Pensou em procurar uma terapia, mas foi logo desencorajado pelo amigo que disse: “isso não é coisa de homem”.
De um modo geral, a maneira cultural que o homem metaboliza sua dor, é mais prática, mas também, mais superficial. João seguiu, sem dar ouvidos à espiral descendente a qual se encontrava. Sentia-se permanentemente triste, mas evitava falar no assunto, embora passasse boa parte da madrugada acordado com pensamentos recorrentes.
Acordava sempre cansado, a produtividade profissional caiu, parou de praticar esporte. E, devido ao seu novo estilo de vida, largou hábitos saudáveis e os substituiu por atitudes autodestrutivas. Algumas vezes, João pensava em visitar um psicólogo, mas logo tirava a ideia da cabeça, associava isso a figura de um homem fracassado. Preferiu então fazer algo comum ao universo masculino: “engolir o choro”. O que ele não contava era que estava entrando num quadro depressivo acompanhado de crise de ansiedade.
João custou a se acostumar com a ideia de que estava doente e precisava de ajuda. Não pela doença em si, mas por ser “homem”.
A dificuldade em assumir as fragilidades é comum ao universo masculino. Uma lástima, pois o machismo que muitas vezes é visto como privilégio, sob ponto de vista emocional, mais oprime que dá vantagens.

quarta-feira, 18 de julho de 2018

DISPUTA COMERCIAL ENTRE EUA E CHINA NÃO FAZ BEM AO BRASIL


Ministro considera ruim para Brasil disputa entre EUA e China

Agência Brasil









O ministro Aloysio Nunes admite que o Brasil poderá ter ganhos no curto prazo em alguns setores, mas que será prejudicado no médio prazo

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, considera ruim para o Brasil a disputa comercial dos Estados Unidos, que impõe política protecionista, com a China. Ele participou nesta sexta-feira (13) de reunião com os setores de comércio exterior e de agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista.
“As implicações de uma guerra comercial são muito ruins para o mundo, especialmente para um país em desenvolvimento como o nosso, que precisa ter acesso a mercados, que precisa ter intercâmbio comercial e de investimento maior”, disse o ministro. Para ele, o comércio exterior depende de regras e normas estáveis, “que não dependam do humor desse ou daquele governante”, além do fortalecimento da Organização Mundial do Comércio (OMC).
O ministro admite que o Brasil poderá ter ganhos no curto prazo em alguns setores, mas que será prejudicado no médio prazo. “Essa guerra vai levar à diminuição do ritmo de crescimento da economia mundial, e o país que quer, cada vez mais, se inserir no mercado mundial, vê as suas oportunidades minguarem”, declarou.
José Ricardo Roriz Coelho, vice-presidente da Fiesp, disse que um bom ambiente de negócios precisa de estabilidade, já que os fluxos comerciais e acordos são feitos a médio e longo prazo. “O que aconteceu ultimamente no cenário internacional é uma piora no ambiente de negócios”, avaliou.
Roriz reforça que o Brasil obterá vantagens apenas no curto prazo. “A médio prazo é ruim, porque deteriora as relações e, muitas vezes, quebra parceiras comerciais feitas ao longo do tempo. Também, cada país tem seus negociadores que estavam em tratativas para estabelecer acordos comerciais e muito disso volta à estaca zero”, declarou.

SUPERBACTÉRIA SEXUAL PREOCUPA OS MÉDICOS BRITÂNICOS


Médicos britânicos alertam sobre superbactéria transmitida sexualmente

Agência Brasil










A contaminação da Mycoplasma genitalium (MG) ocorre em relações sexuais sem o uso de preservativo


A Associação Britânica de Saúde Sexual e HIV (BASHH, na sigla em inglês) acendeu a luz de alerta para uma infecção sexualmente transmissível que se alastra pelo mundo, tratada como “superbactéria”. A contaminação da Mycoplasma genitalium (MG) ocorre em relações sexuais sem o uso de preservativo.
Por ser uma doença ainda pouco conhecida, nem sempre há testes para diagnóstico preciso e também medicamentos específicos. As informações sobre a superbactéria estão sendo reunidas e analisadas.
Um estudo divulgado pela BASHH alerta que, se medidas urgentes não forem tomadas, a MG pode se tornar uma “superbactéria” em dez anos. Atualmente, uma em cada 100 pessoas infectadas pode não responder ao tratamento.
Segundo a análise, os dados preocupam porque a não reação ao tratamento pode levar até 3 mil mulheres por ano a terem doença inflamatória pélvica (DIP) causada por MG e com risco de infertilidade.
Características
A “superbactéria” provoca sintomas semelhantes aos da clamídia – doença sexualmente transmissível também por bactéria que provoca dores, inflamação pélvica e corrimento -, mas é mais resistente ao tratamento e, se não tratada, pode levar à infecção da órgãos reprodutivos e causar infertilidade.
Há, ainda, mais semelhanças entre a contaminação por Mycoplasma genitalium (MG) e outras doenças sexualmente transmissíveis. No caso do homem, provoca ardência ao urinar e secreção, além de inflamação dos órgãos internos.
Nas mulheres, a superbactéria provoca dor ao urinar, inflamação de órgãos internos, secreção e infertilidade, em situações mais graves.
De acordo com especialistas, homens e mulheres correm risco de serem contaminados pela MG quando fazem sexo desprotegido, no caso, sem o uso de preservativo. A contaminação pode ocorrer por via oral, vaginal e anal.
Prevenção e Tratamento
O estudo informa que 72% dos especialistas em saúde sexual disseram que é preciso mudar as práticas sexuais para se tornem mais seguras. No caso, recomendam um alerta das autoridades públicas sobre as ameaças do avanço da superbactéria.
O porta-voz da BASHH, Paddy Horner, afirmou que a MG é tratada com antibióticos, mas até recentemente não havia testes disponíveis para diagnosticar a doença. Segundo ele, houve situações de diagnóstico e tratamento equivocados.
Para elaboração do estudo, foram ouvidos 169 especialistas em saúde sexual que atuam no Reino Unido. Entre as recomendações apresentadas estão o melhor controle da resistência aos antibióticos, a busca pelo diagnóstico mais preciso, a redução de custos do tratamento e o acompanhamento.