terça-feira, 17 de julho de 2018

A DINAMARCA PROÍBE A MENDICÂNCIA NAS RUAS


Prática proibida na Dinamarca, 52 mendigos são presos após um ano de lei em vigor

Estadão Conteúdo







Ser mendigo na Dinamarca está proibido desde julho de 2017, depois que o Parlamento aprovou uma lei - somente com o apoio da direita - que considera que a mendicância cria "inconvenientes" aos pedestres. No entanto, até agora, 52 estrangeiros foram presos e nenhum dinamarquês.

Em um país com baixos índices de desemprego e um dos salários per capita mais altos do mundo, índices invejáveis de igualdade de gênero e um robusto Estado de bem-estar social, os estrangeiros pobres e sem permissão de residência acabam sendo pegos na rua e enviados à prisão por 14 dias.

"Há estrangeiros que viajam para a Dinamarca exclusivamente para pedir nas ruas e muitos são agressivos com as pessoas. Os cidadãos já não se sentiam seguros. Aprovamos essa lei para conter essas práticas", disse um representante do Ministério da Justiça ao jornal espanhol El País.

Maja Løvbjer Hansen, de Gadejuristen, uma organização de advogados que dão assistência a pessoas vulneráveis, diz que essa lei tem como alvo estrangeiros pobres que chegam à Dinamarca em busca de trabalho e, pelas dificuldades de entrar no mercado (conhecer o idioma, por exemplo) "terminam recolhendo garrafas, pedindo e dormindo nas ruas".

Muitas ONGs qualificaram de "discriminatório" o fato de a polícia ter detido apenas estrangeiros, especialmente da Romênia, durante os 12 meses desde a aprovação da lei, apesar de as autoridades admitirem que há mendigos dinamarqueses.

"O governo deixou muito claro que o objetivo são os estrangeiros, de modo que esses números não me surpreendem", diz a advogada, que afirma que no passado tanto os políticos como a imprensa restringiram esse assunto à comunidade cigana.

Em 2017, o deputado liberal Marcus Knuth declarou: "Já chega. É hora de trabalharmos contra a praga de ciganos que ataca Copenhague a cada verão." A lei veta expressamente pedir em trens e ônibus, nas estações, nas ruas, nas áreas comerciais e imediações dos supermercados.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 17/07/2018


Meirelles avança

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini 








Henrique Meirelles já tem o número de delegados do MDB suficientes para lançar sua candidatura oficial ao Palácio do Planalto na convenção do dia 4 de agosto, em Brasília, apesar de patinar no 1% das intenções nas pesquisas. O pré-candidato rodou o país nas últimas semanas conversando com executivas dos diretórios estaduais. Chamou a atenção dos aliados o fato de ele abrir mão do dinheiro do fundo partidário. Uma fonte do MDB crava que o ex-ministro da Fazenda está tão animado que vai gastar alguns milhões do próprio bolso na campanha.
O escolhido
Circula nas rodas do mercado do eixo Rio-SP: O ‘nome do sistema’ na disputa é... Ciro Gomes, para eles um economista tucano travestido de centro-esquerda no PDT.
Todos..
Levy Fidelix, do PRTB, e Pr. Everaldo, do PSC, conversaram bem este fim de semana para composição de chapa. Para lançar Paulo Rabelo de Castro ao Planalto.
...juntos
Aliás, a candidatura de Rabello de Castro, de centro-direita e com programas de pontos em comuns com o futuro adversário, pode ajudar Jair Bolsonaro (PSL) nos debates.
Meia-roda
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) está prestes a rifar os próprios fiscais nas estradas – que em alguns casos, quando não podem dar multas, ainda apanham de motoristas. Notícia que nos chegou no domingo dá conta de que uma minuta de Resolução da Audiência Pública 7/2018 praticamente enterra a fiscalização dos Serviços Regulares de Transporte de Passageiros.
Meio-serviço
Caso a proposta se oficialize, o fiscal não poderá mais lavrar multas, apenas fazer retenção, remoção, interdição e transbordo. O eventual ônus às empresas de transportes ou motoristas ficará a cargo de diretoria da Agência.
Pista livre
Em suma, pode faltar cinto de segurança, tacógrafo, carteira de habilitação, estepe, mas não haverá multa se o motorista e veículo estiverem cadastrados na ANTT. A Coluna procurou ontem a Agência e publicaremos a resposta da assessoria caso enviem.
Conta prévia
João Amoedo, presidente do NOVO, crava em conversas com amigos que o partido vai eleger no mínimo 30 deputados federais.
Prévia 
O governador do DF, Rodrigo Rollemberg, pré-candidato à reeleição pelo PSB, foi convidado por Ciro Gomes para participar da convenção do PDT, na próxima sexta, em Brasília. Rollemberg defende a aliança do PSB com Ciro e já articula para o aliado.
Proposta...
O livro “O Carcereiro - O Japonês da Federal e os presos da Lava Jato” (Rocco), do jornalista Luís Humberto Carrijo, traz uma história que demonstra que o doleiro Alberto Youssef nunca se emendou e nunca se intimidou diante das autoridades.
...indecente
Na primeira vez em que foi preso e condenado, no caso do Banestado, chegou a assediar um auditor fiscal com quem viria a se reencontrar tempos depois na força-tarefa da Receita da Lava Jato: “Por que você e seus colegas não largam a Receita e vêm trabalhar comigo? Vocês são pessoas capazes. Podemos ganhar muito dinheiro juntos”, convidou Youssef na cara dura.
Indigestão 
Virou modinha interpelar mandatários nas ruas atrás de aplausos nas redes sociais. Mas está ultrapassando o bom senso. Na sexta o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, almoçava prato-feito num restaurante que frequenta há anos quando foi interrompido aos gritos por um empresário.
Sobremesa 
O prefeito deixou a mesa, aos gritos também, e foi contido por seguranças. O crítico é um pré-candidato a deputado federal que pediu a um amigo para gravar a abordagem.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

ENCONTRO ENTRE TUMP E PUTIN PODE MELHORAR AS REALAÇÕES ENTRE OS SEUS PAÍSES



Por que o encontro entre Trump e Putin importa

14/07/201804h00 – UOL NOTÍCIAS 






Em novembro de 2017, Trump e Putin se reuniram no encontro de líderes de Ásia e Pacífico

Na segunda-feira (16), os líderes dos Estados Unidos e da Rússia se encontram em Helsinque, capital da Finlândia. A cúpula entre Donald Trump e Vladimir Putin chama a atenção não só pelo fato de serem dois países historicamente rivais, mas também porque as relações entre eles ficaram ainda mais intricadas desde que Trump assumiu a Presidência, em 2017.
A anexação da Crimeia, a guerra no leste da Ucrânia, a intervenção militar russa na Síria, a investigação sobre a interferência do Kremlin nas eleições que colocaram Trump na Casa Branca, as sanções e as expulsões recíprocas de diplomatas são alguns dos problemas que abalaram as relações bilaterais. Contudo, Trump e Putin tendem a adotar uma retórica amistosa.
Entre as declarações contraditórias feitas por ambos os líderes, é difícil distinguir em que pé de aproximação os dois países se encontram. Neste cenário, entenda por que a cúpula é importante e no que ficar de olho:
https://t.dynad.net/pc/?dc=5550001580;ord=1531743382036
Encontro acontece em Helsinque

Capital da Finlândia, Helsinque é um palco histórico de diálogos de paz e de desarmamento ao longo do último século.
A cidade já foi escolhida como sede de cúpulas similares à desta segunda-feira, como a realizada entre os presidentes George H. W. Bush e Mikhail Gorbachov, em 1990, e entre Bill Clinton e Boris Yeltsin, em 1997.
Bush e Gorbachov discutiram a situação no Kuwait após a invasão do Iraque e a chegada de tropas americanas ao conflito. Clinton e Yelstin se encontram para debater a ampliação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para o Leste Europeu e para os países bálticos que fizeram parte da União Soviética.
A tradição da Finlândia como local de reuniões de missões de paz, desarmamento e segurança tem também exemplos mais próximos. Neste ano, representantes das duas Coreias e dos EUA iniciaram em Vaanta, sul do país, uma rodada de negociações não oficiais para reduzir as tensões diplomáticas entre Kim Jong-un e Trump.

 
20.mar.1997 - O então presidente russo, Boris Yeltsin, com o norte-americano Bill Clinton, em Helsinque

Discurso conciliador x sanções
Trump, no geral, adota uma retórica amistosa em relação ao presidente russo. Em contrapartida, Washington adota uma política linha dura para a Rússia.
"Se você está em Moscou tentando desvendar a política dos EUA sobre a Rússia, não é uma tarefa fácil", disse à Agência Efe o ex-diplomata americano Steven Pifer, um especialista em Rússia que trabalha no centro de estudos Brookings.
"Não está claro se Trump concorda com tudo isso. A reticência do presidente em criticar Putin, quando muitas ações russas do último ano e meio merecem ser criticadas, é algo muito desconcertante e muito difícil de entender", explica o ex-diplomata.
Desde a campanha eleitoral, Trump elogiou Putin várias vezes e minimizou a possibilidade de a Rússia ter interferido nas eleições de 2016 para ajudá-lo a vencer, até o ponto de desafiar as conclusões das agências de inteligência americanas.
Por trás das declarações do presidente norte-americano, no entanto, seu governo manteve pulso firme em relação à Rússia, algo que começou nos últimos anos do mandato de Barack Obama. A gestão Trump inclusive "foi além", como na sua "decisão de proporcionar ajuda militar letal à Ucrânia", algo que o ex-presidente não fez por "cautela", lembrou Pifer.
Em abril, a Casa Branca tomou sua ação mais dura até agora ao sancionar sete oligarcas e 17 funcionários russos, entre eles o genro de Putin. Mas Trump suspendeu nesse mesmo mês outra rodada de sanções relacionadas com a Síria que a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, tinha anunciado um dia antes.



Nos últimos anos de seu mandato, Obama adotou uma postura linha dura em relação à Rússia

Embora a Casa Branca tenha reagido ao suposto ataque contra o ex-espião russo Sergei Skripal com a expulsão dos EUA de 60 funcionários do governo russo, Trump ficou furioso quando foi informado que a resposta de seu governo tinha sido muito mais agressiva que a dos países europeus.
"Estes incidentes traçam um perfil preocupante de um presidente fora de sintonia com o próprio governo, às vésperas de uma cúpula com Putin cujos objetivos não estão claros", escreveu o analista Brian O'Toole, do Atlantic Council.
Ingerência nas eleições
Trump prometeu abordar esse tema em Helsinque, mas não parece ter planos de estender demais a conversa se Putin negar qualquer ingerência, como fez nas duas reuniões prévias entre ambos, em julho de 2017, na Alemanha, e em novembro do mesmo ano, no Vietnã.
"Pode ser que (Putin) negue. Tudo o que posso dizer é 'você fez isso?' e 'não faça outra vez', mas pode ser que negue", disse Trump em entrevista coletiva na quinta-feira (12), em Bruxelas.
As agências de inteligência americanas temem uma possível interferência russa nas eleições legislativas de novembro nos EUA, mas Trump não esclareceu se também tem essa inquietação.
"O presidente fala sobre este assunto à sua maneira", defendeu na semana passada o embaixador americano em Moscou, Jon Huntsman.
O incômodo de Trump nesse âmbito parece se dever à sua frustração com a investigação do procurador especial Robert Mueller sobre a ingerência eleitoral russa, que continua aberta e que o presidente considera uma "caça às bruxas" contra ele.
Rod Rosenstein (centro), vice-secretário de Justiça e procurador-geral adjunto dos EUA, denuncia 12 agentes de inteligência da Rússia
Crimeia e retorno da Rússia ao G7
Apesar das controvérsias, Trump defendeu em mais de um discurso o retorno da Rússia ao fórum do qual foi expulsa em 2014, após a anexação do território ucraniano da Crimeia.
Alguns observadores temem que Trump mude a posição oficial dos EUA em relação à Crimeia, já que, durante a cúpula do G7, em junho, o presidente americano teria dito que a península deveria continuar nas mãos de Moscou, porque lá todos falam russo.
"O que acontecerá a partir de agora com a Crimeia? Não posso dizer", afirmou na quinta Trump, que reiterou que a culpa de a Rússia ter invadido o território foi do seu antecessor, Barack Obama.
Esta possibilidade é levantada por alguns veículos da imprensa russa, como o site Gazeta.ru, que apontou que a Crimeia é um tema em aberto para o presidente americano.
Para o historiador e analista político russo ValerySolovey, os dois líderes não farão concessões em Helsinque, especialmente no que se refere ao caso da Ucrânia.
"É evidente que não haverá reconhecimento da reunificação com a Crimeia e que as sanções contra a Rússia não serão suspensas", disse Solovey ao jornal Moskovski Komsomolets.
O historiador prevê que sairá de Helsinque um resultado similar ao da cúpula entre Trump e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un. "Foi um encontro transcendental, mas quase nada mudou depois dele", ressaltou.




Em 12 de junho, um encontro histórico reuniu Donald Trump e Kim Jong-un, porém sem resultados concretos

Síria
Putin precisa chegar a algum tipo de acordo com Trump, para pelo menos conter a degradação das relações bilaterais. A imprensa russa sugere que a Síria pode ser o ambiente propício para um pacto, levando em consideração as declarações de Trump sobre seu desejo de retirar as tropas americanas no país.
O presidente dos EUA poderia se apresentar para a opinião pública como um paladino da paz, enquanto Putin seria o vencedor de uma batalha geopolítica, embora as ambições russas na Síria ainda sejam restringidas pela presença de Irã, Turquia e Arábia Saudita.
De qualquer forma, a imprevisibilidade de Trump é um fator que poderia jogar por terra todas as previsões sobre a cúpula de Helsinque.