sexta-feira, 8 de junho de 2018

QUEM PAGA OS ERROS DOS SEUS GOVERNANTES COMO SEMPRE É O POVO


Quem paga o pato

Manoel Hygino 








Com a greve dos caminhoneiros, quem pagou o pato não foram só os habitantes deste país, embora 1 bilhão de aves e 20 milhões de suínos ficassem sem se alimentar, até os palmípedes e morreram. Sem falar no consumidor principal, o homem, ameaçado de não dispor de gás para fazer sua comidinha ou aquecê-la. Para glória de Evo Morales, o Brasil seguiu ajudando a Bolívia silenciosamente, importando um produto essencial.
Houve ou não empresários em apoio à greve? Mesmo depois da edição das medidas provisórias de acordos com os caminhoneiros, a paralisação prosseguiu por mais dias. A União está torrando R$ 10 bilhões pelo fim do movimento, embora quem pague o pato, seja o Brasil, isto é, o cidadão, cada um de nós. Como sair desta situação?
O desembargador Rogério Medeiros Garcia de Lima, que se empossará no dia 21 como vice-presidente Corregedor do Tribunal Regional Eleitoral (o presidente será o desembargador Pedro Bernardes de Oliveira), em livro lançado em março de 2015, durante congresso de juízes do Mercosul, em Foz do Iguaçu, lembrou a propósito: como são “saudáveis para o regime democrático a realização de protestos e a reivindicação de direitos pelas pessoas”. Mas, por outro lado, “o progresso de um país depende também do fortalecimento das instituições. E não prescinde da conduta ética dos cidadãos”.
Observa que o mundo, desde 2008, mergulhou em grave crise econômica, que inclui Estados Unidos e China, que sofrem seus efeitos. Adiante, sustenta que “a conjuntura respinga de maneira preocupante no Brasil. Nos últimos doze anos, fincamos nossa estabilidade econômica no modelo exportador de mercadorias (commodities). Agora vivenciamos a perigosa combinação do endividamento governamental, diminuição sensível do crescimento econômico e risco da volta da inflação”. Era 2015, bem antes das medidas “benévolas” tomadas pelo governo para pôr fim à paralisação rodoviária deste ano.
O magistrado dá uma lição: “governos, com raras exceções, gastam mal o dinheiro arrecadado com impostos. Um país emergente, contudo, deveria seguir o ditado popular: “se o cobertor é curto, cobre a cabeça e descobre os pés”.
Atualizemos parte do texto do magistrado de São João del-Rei. Em julho de 2013, nossos governantes e políticos se surpreenderam com eloquentes manifestações de rua, estimuladas pelas redes sociais. “Milhares de cidadãos saíram às vias públicas para protestar, dentre outros temas, contra a má qualidade dos gastos públicos, as deficiências nos setores da saúde, educação, transportes públicos, e a corrupção”.
O Brasil atravessa um período extremamente difícil, e a preocupação se estampa no semblante das pessoas. Depois dos caminhoneiros, que outras corporações, de empresários ou trabalhadores, poderão cruzar os braços?
Há bem tempo, em palestra, o ministro Sydney Sanches afirmou “que em todos os países, o futuro era imprevisível, mas que, no Brasil, até o passado é imprevisível. Salientou, assim, que, quando um ato é praticado, nem sempre é possível saber quais serão os efeitos jurídicos que poderá ter no futuro. Essa frase foi repetida recentemente pelo ministro Pedro Malan. Ora, quando os juristas e os economistas concordam em reconhecer que vivemos num clima de instabilidade jurídica, há uma reação imediata que se faz necessária.(...)”. 


COLUNA ESPLANADA DO DIA 08/06/2018


Collor 2.0

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini 










Fernando Collor (PTC) hoje é candidato para valer à Presidência. Como tem mandato de senador até 2023, não perde nada. Segundo relata a próximos, é a chance de prestar contas da sua renúncia e da ‘perseguição’ no processo de impeachment. Falta explicar também sua antiga relação com a Justiça. Agora, ele é réu no Supremo Tribunal Federal na Operação Lava Jato, por suspeitas de influência na BR.

Eita!
A Associação dos Engenheiros da Petrobras soltou carta desancando Pedro Parente, a despeito da saída do ex-presidente. Em destaque, o documento informa que ele “não explica por que tentou privatizar a Petrobras Distribuidora”, a famosa BR, braço lucrativo e bilionário da petroleira.

Saldo no azul
Em outro trecho, criticam a venda de 2 mil km de dutos e a venda da Liquigás, apesar de, segundo frisam, vetada pelo Cade. A AEPET ainda ataca o fato de vender ativos da petroleira enquanto mantém em caixa mais de US$ 20 bilhões (!).

Doria x Alckmin
A Coluna antecipou na segunda que vem aí uma pesquisa que vai decidir o candidato do PSDB ao Planalto. É uma Datafolha que sai domingo. João Doria pode surgir com índices bem melhores que Geraldo Alckmin. Ou mesmo sem Doria na sondagem os números ainda baixos do ex-governador podem deixá-lo sob risco de não disputar.

Aluga-se
Enquanto repassa a conta da greve dos caminhoneiros para contribuintes e corta recursos da educação e saúde, o Governo faz pouco caso da auditoria do TCU que apontou falhas na locação de imóveis da administração pública federal.

Autonomia

O Tribunal apontou que órgãos pagam, em menos de três anos de aluguel, o valor de construção do imóvel. À Coluna, o Ministério do Planejamento admite que nenhuma medida foi tomada em relação à auditoria e os “órgãos têm autonomia administrativa e orçamentária para realizar suas despesas de custeio, incluindo as de locação”.

Padrinho
Denunciado pelo Ministério Público por suposta improbidade administrativa, o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), terá mais de US$ 83 milhões para fomentar o turismo na capital. Os recursos foram liberados após intensa articulação do presidente o Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE).

Celeridade
O Projeto de Resolução que autorizou o empréstimo para a prefeitura junto ao Banco de Desenvolvimento da América Latina tramitou célere pela Comissão de Assuntos Econômicos e plenário do Senado. Eunício e Roberto Cláudio assinaram o contrato do financiamento no dia 4, no Ministério da Fazenda. Eunício é candidato à reeleição.

Cabo Eleitoral
Em meio às sequelas causadas pela greve dos caminhoneiros, o presidente Michel Temer encontra tempo para atuar como cabo eleitoral do presidenciável Henrique Meirelles. Nos últimos dias, intensificou os contatos com caciques e parlamentares de partidos do chamado Centrão.

Mais Uma
A senadora Ângela Portela (PDT-RR) engrossa o coro contra a indicação de Cairo Tavares (PROS) para o comando do ICMBio. “Não se pode atrelar a indicação a um cargo tão importante à barganha de votos no Congresso”, dispara.

Do outro lado
O ex-juiz Márlon Reis (REDE), idealizador da Lei da Ficha Limpa, estreou bem em sua primeira eleição, com 10% dos votos válidos e um quinto lugar para governador na eleição suplementar no Tocantins. Vai disputar o mesmo cargo em outubro, mas avisa que não quer aliança com nenhum dos dois que foram ao segundo turno nesta.

Discurso
“Pretendo combater as práticas oligárquicas que condenam o Estado a um quadro profundo de corrupção”, ressalta o Márlon Reis, que terá Marina Silva em seu palanque.

Tecnologia & eleição
Veja como a tecnologia em tempos de cofres vazios para campanhas pode dar um empurrão nas urnas. O software SigEleitor surgiu em Curitiba e oferece mailing e ferramentas de comunicação digitais para ampliar a divulgação, e compartilhamento de mensagens nas redes - com monitoramento. Hoje é usado pela Cliptime.

Termômetro
Um empresário brasileiro que mora há 30 anos em Miami, filiado ao Partido Democrata, garante que o presidente Donald Trump arrumará uma guerra dentro de dois anos. Precisa dar satisfação à indústria bélica financiadora de sua campanha.

No Mais..
.isso explica, em parte, por que Trump tem metralhado alguns países com ataques verbais. Um dia é a Coréia do Norte, outro dia a China..


quinta-feira, 7 de junho de 2018

INCÊNDIO DE GRANDES PROPORÇÕES ATINGE HOTEL DE LUXO EM LONDRES


Incêndio atinge hotel 5 estrelas de Londres perto da Harrod's

Agence France-Presse








Os bombeiros combatem incêndio no Hotel Mandarin Oriental, em Knightsbridge

Cerca de 120 bombeiros combatiam nesta quarta-feira (6) à tarde um incêndio deflagrado no Hotel Mandarin Oriental, situado no bairro londrino de Knightsbridge, perto da luxuosa Harrod's.
Ainda não há informações sobre vítimas.
"A brigada recebeu um aviso às 15h55 (11h55 em Brasília). Equipes de bombeiros de Chelsea, Kensington, Hammersmith, Battersea e de outros quartéis dos arredores foram enviados para o local", informaram os bombeiros de Londres.
No total, 20 caminhões e cerca de 120 bombeiros se deslocaram para o hotel, um edifício de tijolos vermelhos de 12 andares, do qual subia uma espessa coluna de fumaça preta, visível de vários pontos da cidade.
Ainda não se sabe as causas do incêndio.
O hotel conta com 198 quartos.
"Estamos cientes do incêndio no Hotel Mandarin Oriental Hyde Park, de Londres", limitou-se a dizer um porta-voz do estabelecimento.
"Como a situação está em curso, não teremos mais detalhes a oferecer nesse momento", acrescentou.
A apresentadora de televisão Anna Whiteley, que estava no hotel, explicou que foi evacuada.
"Acabei de ser evacuada do Hotel Mandarin Oriental para ver isso... absolutamente louco! Muito impressionada com a organização para levar todos a um lugar seguro", escreveu Whiteley no Twitter.

O BRASIL PRECISA ENTRAR NOS TRILHOS


Os trilhos do progresso

Manoel Hygino 









A greve dos caminhoneiros terminou há vários dias, mas deixou funestas consequências no cotidiano brasileiro, resultado de uma visão um tanto estrábica da realidade. Ao longo do tempo, preferiu-se e adotou-se a solução ferroviária para a comunicação entre extensas regiões e o escoamento da produção.
Lamentavelmente, o Brasil se diz com pressa e esta é repetidamente sinônimo de imperfeição. Nas pequenas coisas e nos grandes empreendimentos, assim ocorre, mas não se aprende. Depois da paralisação do transporte rodoviário por cerca de dez dias – dez dias que abalaram a nação, para repetir o título do livro de John Reed sobre a revolução russa de 1917 –, chegou-se à conclusão de que, mais uma vez, se errara.
Hoje, segundo leio nos jornais, seriam necessários quinze anos para reparar o mal, em busca do tempo perdido, para furtar de Proust o raciocínio. A malha ferroviária do Brasil tem 30,5 mil quilômetros, enquanto a rodoviária chegou a 1,7 milhão de quilômetros. Percentualmente: 1,7% de ferrovia contra 61,1% de rodovia.
Com a extensão territorial do país, continua-se a insistir em aproximação e integração. Os antigos governos não estavam preparados financeira e tecnicamente para implantar grandes estradas de ferro para responder aos imperativos do desenvolvimento. Lideranças regionais cuidaram, assim, de estender trilhos entre regiões distantes, diante da lentidão ou da letargia oficial.
No caso específico do Norte de Minas, já antes da República se organizara uma sociedade anônima, sediada no Rio de Janeiro, a capital do país, para se construir uma ferrovia ligando Montes Claros, a principal cidade, a Extrema, no Rio São Francisco. As primeiras providências vieram no ano seguinte, quando os engenheiros se puseram em ação. Houve festa, com música e foguetório, passeatas...
Tinha-se projetado antes outras ferrovias, mas ficaram no papel, como se diz. A depois denominada Central do Brasil, porém, continuava um tanto a passo de tartaruga, mas andava. Foi aí que entrou em cena Francisco Sá, como lembra Hermes de Paula, médico e historiador, que registra em livro a invasão da cidade por tarefeiros e auxiliares. Os trilhos iam chegando. Em 7 de junho de 1924, o ministro nascido na região inaugurou a estação ferroviária de Bocaiúva, causando ciúme na gente de Montes Claros. O tempo fluía e a ansiedade aumentava.
A inauguração seguinte, fim de linha, levou o ministro Francisco Sá para a solenidade em 1º de setembro de 1926, considerado desde então “o maior dia de Montes Claros”. A estrada chegara para facilitar o comércio, as comunicações e a indústria, eu inevitavelmente seguiria o exemplo.
Como se esperava, houve discurso, bandeirinhas de papel crepom, queima de fogos, manifestações populares que atraíram a população. Ofereceram-se banquetes e baile, assentando-se a pedra fundamental do monumento que se ergueu na praça junto à Estação.
Repetindo: com a paralisação rodoviária de maio de 2018, pôde-se sentir a importância do transporte por trilhos, inclusive porque, nos incômodos dias recentes, o metrô de Belo Horizonte também interrompeu seus serviços por alguns dias e horários. Voltar atrás na memória pode ajudar na definição de planos e projetos úteis à sociedade.


AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...