Câmara vota nesta segunda
decreto da intervenção federal no Rio
Agência Brasil
A intervenção
precisa do voto favorável de metade dos deputados presentes na sessão mais 1
O plenário da Câmara
dos Deputados vota hoje (19) o decreto de intervenção na segurança do Rio de
Janeiro anunciado na última sexta-feira pelo governo federal. Uma sessão
deliberativa extraordinária foi convocada para as 19h. É a primeira vez que a
Câmara analisará uma intervenção federal desde que a Constituição foi
promulgada em 1988.
De acordo com a
Constituição Federal, apesar de já estar em vigor, a intervenção precisa ser
autorizada pelo Congresso Nacional. O regimento interno da Câmara estabelece
que esse tipo de matéria deve tramitar em regime de urgência, com preferência
na discussão e votação sobre os outros tipos de proposição. A análise de
intervenção federal só não passa à frente de declarações de guerra e
correlatos.
A matéria deve
receber o parecer de um relator membro da Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania (CCJ) designado em plenário pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ). Este parecer é que será submetido à votação em plenário.
Para ser autorizada,
a intervenção precisa do voto favorável de metade dos deputados presentes na
sessão mais 1, o que corresponde à maioria simples. O decreto também deve ser
votado no plenário do Senado Federal.
Agenda
O anúncio do decreto
afetou o cronograma do Congresso. Parte da agenda parlamentar fica esvaziada,
uma vez que a vigência do decreto impede que os congressistas façam qualquer
mudança na Constituição. A determinação inviabiliza a análise de várias
propostas de emenda à Constituição (PECs) que tramitam no Congresso, entre as
quais a que trata da reforma da Previdência. A discussão da proposta que altera
as regras de acesso à aposentadoria começaaria a ser discutida nesta semana no
plenário da Câmara. Depois da edição do decreto de intervenção, a pauta do
plenário foi alterada e incluiu apenas medidas provisórias e acordos
internacionais.
Com o decreto em
vigor, a PEC da Previdência fica mais uma vez paralisada, sem perspectiva de
votação, já que a base governista ainda não conseguiu atingir os 308 votos
necessários para aprovar a proposta. No entanto, a equipe de líderes do governo
mantém o discurso de que as negociações em busca de apoio para a reforma não
vão parar e o presidente Michel Temer disse que poderá revogar a intervenção se
o governo alcançar o apoio suficiente para aprovar a proposta.
Rodrigo Maia manteve
em sua agenda desta segunda-feira uma reunião com os governadores para tratar
do tema, mas já adiantou que a Previdência deveria ser analisada no limite do
mês de fevereiro, pois considera “difícil” manter a adesão dos parlamentares à
medida que as eleições se aproximam.
O deputado ressaltou
que, no contexto da intervenção, a pauta de segurança pública deve ser ganhar
mais destaque. Entre os projetos que devem ser analisados pelos deputados ainda
no primeiro semestre está o que endurece a legislação de combate ao tráfico de
armas e drogas. Outro projeto prioritário é o que institui um sistema integrado
de segurança pública para o país que, segundo Maia, daria mais condições para a
criação do Ministério da Segurança Pública., anunciada sábado (17). no Rio,
pelo presidente Michel Temer.




