sábado, 17 de fevereiro de 2018

O NEGÓCIO NÃO É CULPAR OS RICOS - É FAZER OS POBRES FICAREM RICOS



Violência e desigualdade

Frei Betto 







Pelo menos quatro pessoas morrem assassinadas na América Latina a cada 15 minutos, de acordo com informe recente do Banco Mundial. Embora haja redução da pobreza e das desigualdades nos últimos anos, isso não influi na diminuição da criminalidade.
Dos dez países mais violentos do mundo, oito são latino-americanos, assim como 42 das 50 cidades mais afetadas pela criminalidade. A taxa de homicídios no nosso Continente é de 23,9 mortos a cada 100 mil habitantes, a mais alta do mundo. Entre os jovens de 15 a 24 anos, o índice sobe para 92 em cada 100 mil habitantes, mais de quatro vezes a taxa média. No Brasil, há 47 mil homicídios por ano!
Segundo o Banco Mundial, isso se deve ao aumento do tráfico de drogas e do crime organizado; de falhas do sistema judiciário e da impunidade; e da falta de melhor educação e oportunidades de trabalho para os jovens de famílias de baixa renda.
Para enfrentar esse quadro dramático, o banco recomenda a construção de “um tecido social mais inclusivo com maior igualdade de oportunidades”; a implementação de políticas preventivas, com redução dos índices de evasão escolar; e a ampliação da oferta de empregos de qualidade.
O Banco Mundial não se pergunta, em seu relatório, as causas dessa situação. Pesam, evidentemente, o pouco investimento do poder público em educação de qualidade, a corrupção dos políticos e a despolitização da sociedade. Na lógica neoliberal, toda pessoa de “sucesso na vida” é resultado de seu próprio esforço. Ora, isso equivale a esperar que mil alpinistas alcancem, na mesma semana, o pico do Monte Everest, o mais alto do mundo.
É o sistema capitalista, com a sua apropriação privada da riqueza produzida pela sociedade, o grande responsável pela exclusão e desigualdades sociais. Para que uma pessoa atinja o topo da escola social, outros milhares são alijados das oportunidades.
Dos 15 países mais desiguais do mundo, 10 são latino-americanos, nesta ordem: Bolívia, Haiti, Brasil, Equador, Honduras, Panamá, Paraguai, Chile, Colômbia e Guatemala. Entre os países do G20, o Brasil é o mais desigual. Basta dizer que os 10% mais ricos da população ficam com 60%.
Os lucros das empresas, que representam 6% da renda nacional, cresceram 231% entre 2000 e 2015. A JBS que o diga! E isso graças à generosidade do Estado que, via BNDES, canalizou muitos recursos para a iniciativa privada cobrando juros irrisórios. Em outras palavras, o pobre povo brasileiro financiou a multiplicação da fortuna dos ricos
Enquanto o Brasil não passar por uma profunda reforma tributária a desigualdade social só tende a aumentar. O economista Rodolfo Hoffmann calcula, baseado em dados do Pnad 2015, que a disparidade de renda no Brasil cairia 23% se todos pagassem Imposto de Renda de acordo com as alíquotas em vigor, sem deduções, e os recursos arrecadados fossem canalizados para beneficiar os segmentos mais pobres da população. A queda seria de 27% se fosse criada uma alíquota de 40% de Imposto de Renda para quem ganha mais de R$ 7 mil mensais. E ainda seria maior essa redução se o imposto fosse progressivo, taxando a renda e o patrimônio dos 10% mais ricos.
Mas cadê governo para ousar governar democraticamente, ou seja, a favor da maioria do povo brasileiro?

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

RENOVAÇÃO NA POLÍTICA BRASILEIRA ESTÁ MUITO DIFÍCIL - LUCIANO HUCK DESISTE DE SER CANDIDATO À PRESIDENTE DA REPÚBLICA



Huck opta por TV e aborta plano de disputar o Planalto

Estadão Conteúdo








"Não serei candidato, mas não quero falar mais sobre o assunto agora", disse Huck

O apresentador Luciano Huck manteve a decisão de não se candidatar à Presidência da República na eleição deste ano. Huck optou pela carreira de sucesso na televisão à aventura de uma disputa presidencial. Ele vinha sendo cobrado pela TV Globo a se definir sobre o assunto, o que fez nesta quinta-feira, 15.

"Não serei candidato, mas não quero falar mais sobre o assunto agora. Preciso digerir a decisão", disse Huck à coluna Direto da Fonte, do jornal O Estado de S. Paulo.

O apresentador chegou a anunciar que não seria candidato em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, em novembro do ano passado, mas voltou a se movimentar em janeiro, se reunindo com líderes políticos, entre eles o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e representantes do setor econômico.

A informação sobre a desistência de Huck foi revelada pelo site O Antagonista.

Huck passou a circular novamente justamente após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) confirmar a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que tende a impedir sua candidatura a mais um mandado no Planalto.

O apresentador, com o discurso da renovação na política, já começava a ser tratado como uma alternativa na disputa presidencial por líderes partidários e legendas que veem a pré-candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) com reticências - a principal desconfiança é em relação ao potencial eleitoral do governador paulista, que ainda não atingiu dois dígitos nas pesquisas de intenção de voto.

A acolhida de FHC ao apresentador gerava constrangimento no entorno de Alckmin, mas o tucano costumava elogiar publicamente Huck. Segundo pessoas próximas ao governador, ele considera que o apresentador e seu movimento, o RenovaBR, deixaram um "legado" para a eleição de 2018. Alckmin vai tentar se aproximar do grupo.

'Decisão solitária'

"A decisão de entrar para a política é difícil e solitária. No Brasil, ela só é uma decisão fácil pra quem já tem família na política. Para alguém como ele, sem nenhuma clã política, é uma decisão muito difícil", disse deputado Roberto Freire, presidente do PPS, partido que negociava a filiação de Huck.

Além da questão profissional, que envolvia não apenas o próprio contrato com a Globo - Huck é dono de um dos maiores salários da televisão brasileira e sua saída da emissora obrigaria provavelmente à suspensão também do programa de sua mulher, Angélica -, mas também a exposição que uma candidatura ao Planalto provocaria.

Familiares não endossaram o projeto político do apresentador global, mas era um desejo que ele alimentava. Com quem conversou nesta quinta-feira, 15, Huck se mostrou abatido com a decisão. Entre profissionais que discutiam a hipótese de candidatura do apresentador, a avaliação é que o projeto era viável eleitoralmente, mas exigia uma preparação prévia para enfrentar a arena política, o que não ocorreu.

A decisão de Huck foi recebida com desalento por participantes dos movimentos que pregam a renovação na política. Até quarta-feira, 14, os grupos ainda fechavam o texto final de uma carta-convite para Huck participar de um debate.

Integrantes do Agora! e do RenovaBR avaliam que, sem Huck, os grupos perdem o que consideravam um trunfo: "a mola propulsora" de candidatos ao Legislativo oriundos do movimento.

Procurada pela reportagem, a assessoria da TV Globo afirmou que não tinha informações sobre eventual reunião de Huck com a direção da emissora. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PLÁSTICOS - POLUI E É NOCIVO AO MEIO AMBIENTE



Campanha das Nações Unidas busca reduzir o uso de plásticos em todo o mundo

Agência Brasil









Cerca de 8 milhões de toneladas de plásticos vão parar nos oceanos todos os anos, trazendo graves prejuízos para o meio ambiente

Aproveitando que vários países celebram neste 14 de fevereiro o Dia dos Namorados (Valentine's Day, em inglês, também conhecido como Festa de São Valentim) o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) lançou uma campanha pedindo a redução do uso de plásticos a nível global, no que classifica de um “relacionamento tóxico”.
Segundo a agência da ONU, cerca de 8 milhões de toneladas desse material não degradável vão parar nos oceanos todos os anos, causando um problema sério para a vida marinha. Apenas em 2015, o mundo produziu 322 milhões de toneladas de plástico, quantidade suficiente para erguer 900 prédios do tamanho do edifício Empire State, que fica em Nova York.
O Pnuma faz um apelo para que todos deixem de usar sacolas e garrafas de plástico, utensílios descartáveis e potes para armazenar comida. E diz que a dependência que as pessoas têm com o plástico se configura numa verdadeira “relação tóxica”.
Os produtos de plástico são altamente nocivos para o meio ambiente e acabam nos mares e oceanos, prejudicando peixes, pássaros e tartarugas, que ficam enroscados ou se alimentam do plástico.
“Novo amor”
Como parte da campanha Mares Limpos, o Pnuma lançou o vídeo “Não sou eu, é você”, onde a personagem Sandra termina o seu relacionamento com produtos de plástico e encontra um “novo amor” em sacolas e garrafas reutilizáveis.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) também está aproveitando a passagem do Dia dos Namorados pedindo às pessoas para demonstrarem seu amor pelos oceanos nas redes sociais, utilizando a hashtag #LovetheOcean.
Conservar os oceanos e os recursos marinhos é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, que integra a Agenda 2030 da ONU que reúne 17 objetivos globais e mais de 160 metas a serem atingidas ao longo da próxima década em todo o planeta.

VENEZUELA - PAÍS RICO EM PETRÓLEO E O POVO PASSANDO FOME



Venezuela: o perigo perto

Manoel Hygino 







O ininterrupto noticiário dos meios de comunicação em todo o mundo leva a uma indesviável pergunta: a Venezuela está em pé de guerra? As sucessivas manifestações, de que informa em cores e até ao vivo a televisão, oferecem um panorama do drama que se vive mais ao Norte.
Detentora da quinta maior reserva petrolífera do planeta, nos últimos tempos, a Venezuela vive sob ameaça de ruptura institucional, embora se possa afirmar que é já neste clima que se passaram os anos mais recentes. Desde 2017, militares e grupos paramilitares tentam conter protestos.
Apesar de tudo, a oposição se dividiu e o governo de Nicolás Maduro, que sucedeu a Hugo Chávez, depois de sua morte por câncer, em Cuba, persiste. Com as garantias constitucionais interrompidas, com multidões nas ruas em protesto pelo que lhe foi subtraído, desde a liberdade de imprensa ao papel higiênico, o presidente procura saída: agora quer a reeleição, aos 55 anos. Pretende uma nova Carta Magna, mas o cidadão pretende algo mais prático, viável e urgente, a começar pela alimentação que escasseia. Pesquisas demonstram que cada homem e mulher do país perdeu oito quilos de peso pelas dificuldades experimentadas.
Sem respaldo da maioria dos países democráticos, com imensas dívidas acumuladas, sem apoio do Mercosul, Caracas verdadeiramente está em um beco sem saída. O chanceler uruguaio, Rodolfo Novoa, enfatizou que o Mercosul pressiona o governo venezuelano a que mude os rumos, considerados não democráticos. O Palácio de Miraflores não conta mais com apoio continental, restrito apenas a Cuba e Guatemala, a que oferece petróleo em condições especialíssimas.
Sem apoio legislativo, contando com um arsenal poderosíssimo comparado à Rússia, em época de vacas gordas, e com a disposição governamental de contrapor-se às oposições e aos reclamos ao povo, Caracas reconhece que milhares de cidadãos escapam pelas fronteiras para sobreviver. As perspectivas são sombrias.
Nós estamos na proximidade do fogo. O brasileiro Oliver Stuenkel, professor da Fundação Getúlio Vargas, dá um conselho: “O Brasil precisa se preparar para a chegada de um número cada vez maior de refugiados”, embora também tenhamos nossos problemas.
Maduro, contudo, não se entregou. Convocou eleições presidenciais para 30 de abril. E pode ganhar, porque não há, antes e acima de tudo, livre campanha. Saiu à frente, o que já é um grande trunfo, no meio de uma sociedade sacrificada e temerosa. “Não vou falhar com vocês. Assumo a candidatura presidencial para o período 2019-2025 (...). Serei o candidato de toda a classe operária venezuelana e continuarei sendo o presidente dos humildes”, afirmou aos trabalhadores. Alguém acredita?
Por via de dúvida, Maduro anuncia aumento de 40% do salário mínimo, das pensões e do salário do funcionalismo. É o sétimo reajuste, em um ano. Trata-se de uma tentativa para neutralizar a explosão de preços em uma economia com hiperinflação.
Também tiveram elevação quase ao dobro os bônus de alimentação concedidos como “cestaticket”. Somando tudo, o venezuelano vai receber pelo menos 797.550 bolívares. No câmbio oficial, isto é em torno de R$ 787. Dá para uma família viver bem?

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...