Trump chega a
Davos para vender EUA para elite mundial
Agence France Presse
"Serão dois
dias emocionantes", disse Trump
O presidente dos
Estados Unidos, Donald Trump, chegou nesta quinta-feira (25) em Davos, onde
participou do Fórum Econômico Mundial (WEF) para vender sua política à elite
econômica mundial e teve reuniões com seus aliados tradicionais, Israel e Reino
Unido.
Um ano depois da
chegada à Presidência, Trump fez uma entrada triunfal, bastante sorridente, no
centro de convenções da estação alpina onde era esperado por um grupo de
curiosos.
"Serão dois
dias emocionantes", disse Trump, que na sexta-feira (19) à tarde vai
explicar seu slogan "America First" a um público, a princípio, hostil
ao protecionismo que ele defende.
"Acho que o
mais fascinante com o presidente Trump é que tem a capacidade de surpreender, e
tenho certeza de que amanhã nos surpreenderá", disse Alexander Stubb,
ex-primeiro-ministro da Finlândia e novo vice-presidente do Banco Europeu de
Investimentos.
Pouco antes da
chegada de Trump, o secretário americano do Tesouro, Steven Mnuchin, abalou os
mercados quando disse não estar preocupado com o valor do dólar em curto prazo,
provocando a queda da moeda americana.
"Não estamos
preocupados com o nível do dólar em curto prazo. É um mercado com muita
liquidez e acreditamos no câmbio livre", afirmou à imprensa em Davos.
Alguns analistas
acreditam que essa possa ser uma estratégia deliberada do governo Trump para
beneficiar as exportações americanas, em detrimento de seus compromissos com o
G20.
Trump, primeiro
presidente americano a ir ao Fórum desde Bill Clinton, em 2000, provoca reações
contraditórias entre os cerca de 2.500 delegados e 70 chefes de Estado e de
Governo que estão em Davos.
De um lado, estão os
grandes empresários que comemoram sua recente reforma tributária, que reduz a
carga de impostos para empresas, e que celebram ainda a alta da Bolsa nos
Estados Unidos e o crescimento econômico do país.
Do outro, seu
discurso protecionista e suas declarações intempestivas sobre questões
geopolíticas não agradam Davos, onde muitos dos seminários são dedicados a
explicar os benefícios do livre-comércio e da globalização.
- Ajuda financeira a
palestinos bloqueada -
Logo que chegou, Trump se reuniu com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, aliado tradicional dos Estados Unidos, e garantiu que vai bloquear ajudas financeiras aos palestinos porque eles "faltaram com o respeito" com os Estados Unidos.
Logo que chegou, Trump se reuniu com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, aliado tradicional dos Estados Unidos, e garantiu que vai bloquear ajudas financeiras aos palestinos porque eles "faltaram com o respeito" com os Estados Unidos.
"Eles nos
faltaram com o respeito na semana passada impedindo que nosso grande
vice-presidente os visse", afirmou Trump, garantindo que
"bilhões" de ajuda americana "não chegarão até que se sentem para
negociar a paz", acrescentou.
De Ramallah, Hanan
Ashrawi, funcionária de alto escalão da Organização de Libertação da Palestina
(OLP), disse que "recusar a se encontrar com seu opressor não é
desrespeito, é respeito a si mesmo".
Os palestinos
rejeitam a recente decisão de Trump de reconhecer Jerusalém como a capital de
Israel, rompendo décadas de consenso internacional.
O presidente
americano também teve uma reunião bilateral com a primeira-ministra britânica,
Theresa May, e destacou que eles têm uma "relação especial".
Mas o destaque será
na sexta-feira, seu discurso imprevisível e muito aguardado.
"Não é um
público especialmente bem predisposto", comentou William Allein Reinsch,
do Center for International and Security Studies. Segundo ele, dizer que Trump
"se mete na boca do lobo é uma boa metáfora".
Ele terá que superar
as falas da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente francês, Emmanuel
Macron, - que virou uma estrela entre os empresários em Davos após garantir que
"a França está de volta".