terça-feira, 26 de dezembro de 2017

40 AMOS DA MORTE DO GÊNIO DO CINEMA CHARLES CHAPLIN



Morte de Charles Chaplin completa 40 anos, mas legado do gênio permanece vivo

Estadão Conteúdo









O criador do eterno vagabundo morreu no dia de Natal, aos 88 anos

Completam-se, neste Natal, 40 anos da morte de Charles Chaplin. Ele morreu em 25 de dezembro de 1977 e, quase sem exceção, todos os obituários destacaram a importância da data. Claro, ninguém escolhe o dia em que vai morrer, mas faz todo sentido que Chaplin, criador de um personagem imortal - Carlitos -, tenha se despedido justamente no dia em que a cristandade festeja o nascimento de Jesus Cristo. Jesus é amor, proclamam os cristãos. Seu nascimento é signo de esperança - o Messias que os judeus não reconhecem e ainda esperam.

Carlitos tinha/tem tudo a ver com esse espírito de humanidade e fraternidade. Vagabundo, sapatos rotos, chapéu e bengala, ele se equilibra sobre os próprios passos, sempre enfrentando o poder, em todas as suas formas. O policial, o capitalista são seus arqui-inimigos. Sem um níquel, Carlitos comeu os cadarços do seu sapato, como se fossem fios de espaguete, para matar a fome (Em Busca do Ouro), protegeu o menino órfão (O Garoto), devolveu a visão à garota cega (Luzes da Cidade), enfrentou a automação (Tempos Modernos). Chaplin, agora não é mais Carlitos, foi um dos construtores da linguagem, fazendo avançar as técnicas de narração cinematográfica. A questão é: na lembrança desses 40 anos, qual é o legado de Chaplin?

Ingrid Guimarães, uma das atrizes mais conhecidas de cinema e TV do Brasil, recordista de público com sua série De Pernas pro Ar - na quinta, 28, ela estreia Fala Sério, Mãe -, o tem em altíssima conta. "Chaplin é a minha maior referência de humor. Sou louca por ele. Tenho todos os seus filmes. Essa mistura poética entre humor e emoção é tudo o que almejo. Esse vagabundo desastrado, genial, atemporal. Meu favorito é O Garoto. Choro todas as vezes em que eles se reencontram."

Na contracorrente, Fábio Porchat, igualmente conhecido do cinema, TV e internet, emite uma opinião que pode ser polêmica. "O humor pode ser cruel, porque envelhece muito rápido, e o Chaplin envelheceu. Não creio que o jovem de hoje tenha o mesmo interesse por ele. É importante, a resistência dele em O Grande Ditador, o discurso final, mas é meio peça de museu. Representa outra época."

E Renato Aragão, o Didi, a alma dos Trapalhões? "(Chaplin) É uma das minhas maiores referências, ao lado de Oscarito e Carmem Miranda. Com ele, passei a olhar a melhor maneira de se usar o corpo com graça, mas sem exagero. E poucos conseguem fazer chorar da mesma forma, com o mesmo gestual." Jarbas Homem de Mello, que estudou muito a obra e a vida de Chaplin para fazer o musical de 2015, reflete: "Ele foi um gênio do seu tempo, porque encontrou sua arte num momento oportuno, quando o cinema estava se criando. A partir daí, Chaplin foi fundo, ao colocar em seu personagem, Carlitos, todas as nuances do ser humano e deixando para os artistas que viriam depois um legado - saber como desvendar e colocar em sua interpretação o lado bom e o lado mau".

Jarbas toca num ponto essencial - o artista e seu tempo. Charles Spencer Chaplin nasceu em Londres, em 16 de abril de 1889. Os pais eram artistas de music hall e se separaram quando ele tinha 3 anos. O pai era alcoólatra e morreu de cirrose quando Chaplin tinha 12 anos. Foi enterrado numa vala comum. A mãe era cantora, mas sofria de problemas mentais. Teve diversas internações. Numa delas, uma infecção de laringe impediu-a de cantar. Foi o fim. Face a tanta adversidade, o pequeno Chaplin foi guerreiro. Perseverou. De 1910 a 12, participou de uma primeira turnê pela América, integrando a trupe de Fred Karno. Regressou à Inglaterra e, de novo em 1912, e outra vez com Karno, voltou aos EUA.

Da trupe, participava um certo Arthur Stanley Jefferson, que mais tarde ficou famoso como Stan Laurel, formando dupla com Oliver Hardy - O Gordo e o Magro. Em 1913, Mack Sennett impressionou-se com o número de Chaplin e o contratou para sua companhia, a Keystone. Foi um desastre, e o próprio Chaplin convenceu-se de que não levava jeito para o cinema. Salvou-o Mabel Normand, que não apenas percebeu o potencial do jovem Charles, como convenceu Sennett a dar-lhe outra chance.

Chaplin odiava ser dirigido por Mabel, mas com ela adquiriu popularidade. Na Keystone, criou e aprimorou seu personagem de "vagabundo". Charlot, na França, Carlitos no Brasil (e na Argentina), der Vagabunbd, na Alemanha.

O gênio de Chaplin foi perceber que podia usar o movimento acelerado na imagem, quando o filme era projetado a 18 quadros por segundo, no período silencioso, para obter um efeito cômico. Tudo parecia correr na tela, os carros, na era anterior à massificação, eram bichos domésticos. Quando o cinema começou a falar, e os filmes passaram a ser projetados a 24 quadros por segundo, Chaplin resistiu quanto pôde. Luzes da Cidade tem partitura, mas os diálogos seguem de cartela. Em Tempos Modernos, Chaplin incorpora o som, mas ainda é um diálogo absurdo, que não faz sentido (e vira, em si mesmo, um efeito cômico). Finalmente, em O Grande Ditador, ele incorpora a palavra, e o discurso final do barbeiro é uma síntese do credo humanista de Chaplin. A palavra contra o autoritarismo.

Como diz Jarbas Homem de Mello, Chaplin foi dos últimos cineastas, daquele tempo, a acreditar no cinema falado. "Quando o fez, valorizou a palavra mais que qualquer outro. Nenhuma palavra é gratuita em seu cinema. A valorização da palavra e do silêncio é uma das grandes contribuições de Chaplin." Luís Lobianco, que fez seu aprendizado na internet e no stand-up, conta que Chaplin talvez seja sua experiência mais antiga de cinema. Quem lhe apresentou Carlitos foi sua avó. "Naquela época, eu tinha um olhar, uma compreensão. O Garoto foi uma revelação, permanece meu favorito. Hoje, já adulto, maduro - espero -, vejo Chaplin como uma inspiração para a minha geração porque ele, como todos nós, foi autoral e usou as ferramentas do cinema e do humor para refletir sobre o homem no mundo, a injustiça. Que sua reflexão ainda permaneça atual é prova de quão pouco, no fundo, as coisas mudaram."

Ou, então, é a máxima viscontiana do Príncipe Salinas em O Leopardo: "As coisas mudam (precisam mudar) para que tudo permaneça o mesmo".
Gregório Duvivier (talvez o mais "cabeça" dos humoristas brasileiros - é um admirável cronista) destaca a força desse Chaplin "pensador". Ele não pensava apenas o homem e o mundo. Pensava o fazer cinema. Duvivier é capaz de ficar horas falando do seu Chaplin - o de Luzes da Cidade. "Conta que ele ficou muito tempo empacado, com o filme parado, porque não conseguia resolver o impasse. A questão é que a garota é cega e, quando Carlitos a toma sob sua proteção, ela pensa que é milionário. Quando recupera a visão e descobre que é um vagabundo, a decepção é grande - para ambos. Chaplin quebrou a cabeça até ter a ideia do som. É o som da porta de um carro batendo que cria, no imaginário da mulher, a ideia do Carlitos rico. Em 1931, ele já usava o som para contar sua história e fazer avançar a linguagem."

Foi um dos diretores fundadores e, influenciado por seus mestres Max Linder, Georges Méliès, D. W. Griffith e Luis e Auguste Lumière, desenvolveu uma linguagem própria muito rica, que também incorporou mímica, pantomima e pastelão.

Pensar o cinema, e a sociedade. A obra de Chaplin atravessou as duas grandes guerras, e ele zombou dos ditadores. "Embora Luzes da Cidade seja meu preferido, creio que O Grande Ditador é outra obra-prima. Ali, no calor da hora, ele se permitiu ser duro, e crítico, com (Benito) Mussolini e (Adolph) Hitler. E o mais extraordinário é que aquele discurso final, escrito e filmado em 1940, há 77 anos, é uma peça da maior atualidade. Vale para hoje", acredita Duvivier.

Essa atualidade, produto do comprometimento, fez com que, por volta de 1950, em plena era do macarthismo, Chaplin fosse considerado esquerdista e antiamericano. J. Edgar Hoover o considerava um inimigo pessoal e instruiu o FBI a criar um dossiê secreto sobre Chaplin, a quem sonhava banir dos EUA. Em 1952, foi para o exterior. Exilou-se com a família - havia se casado com Oona O’Neill, filha do escritor Eugene O’Neill - na Suíça, e lá morreu. Voltou, em 1972, para receber um Oscar honorário. Tardiamente, a Academia fez-lhe justiça, aplaudindo-o de pé. Nos 40 anos de sua morte, a obra de Chaplin segue viva. E é necessária, nos tempos obscuros que vivemos.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 26/12/2017



1 milhão nas ruas

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini 






Enquanto a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffman, repete que o dinheiro acabou para a campanha de 2018, a militância do partido se mobiliza nas redes sociais, como pode, para o julgamento do recurso de Lula da Silva no TRF da 4ª Região dia 24 de janeiro. Usando a hashtag #ocupaportoalegre, o PT espera reunir até um milhão de pessoas nas ruas da capital e no entorno do Tribunal.
Hein?!
O senador Roberto Requião (PR), dissidente do PMDB pró-Lula e Dilma, tem repetido que Bono Vox, do U2, vai aparecer em Porto Alegre..
Bloco de Benfica
A situação anda tão feia na Alerj que já são 16 os deputados na mira do MPF. Já podem formar uma comissão de frente no carnaval da Sapucaí, ou o bloco de Benfica.
Entre damas
A primeira-dama do País, Marcela Temer, tem circulado apenas com seguranças mulheres, oficiais da Marinha ou Aeronáutica.
Apelo em vão
Na tentativa do aval do Palácio para empréstimo milionário da Caixa para o Estado, o governador de Sergipe, Jackson Barreto (PMDB), levou o presidente da Assembleia Legislativa, também do PMDB, para tentar sensibilizar o ministro Carlos Marun. Não colou. Marun quer os votos da bancada federal para a reforma da Previdência.
Olha no que deu
Detalhe: Barreto foi um dos poucos governadores – e o único do PMDB – a apoiar a permanência de Dilma Rousseff e a criticar Michel Temer no processo do impeachment. Deu no que deu.
Piada pronta
Para você que acha que Congresso Nacional é um o circo diário, mais essa: A Lei 13.561 sancionada pelo presidente Temer institui o 10 de Dezembro como Dia do Palhaço. O show é deles, mas o palhaço é... vamos em frente.
Sem paz
Presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffmann tem sofrido as agruras da exposição. Foi vaiada na entrada de uma clínica em Brasília há semanas. Na saída, foi pela garagem.
Gafe
Na tradicional foto de fim de ano dos jornalistas com o presidente da República, a turma era tamanha que uma funcionária do Governo caiu no espelho d’água do Alvorada.
Boal & Oprimido
Augusto Boal ganhou homenagem por sua trajetória. O presidente sancionou a Lei 13.560 e instituiu o Dia Nacional do Teatro do Oprimido todo 16 de março.

sábado, 23 de dezembro de 2017

A JUSTIÇA DOS ESTADOS UNIDOS É BEM DIFERENTE DA NOSSA



Juíza ordena prisão imediata de Marin nos EUA; pena pode chegar a 20 anos

Estadão Conteúdo









De acordo com a juíza, é necessário ter certeza que Marin estará nos Estados Unidos para aguardar sentença

A juíza Pamela Chen, da Corte do Brooklyn, em Nova York, nos Estados Unidos, aceitou o pedido dos promotores e decidiu nesta sexta-feira (22) pela prisão imediata do ex-presidente da CBF, José Maria Marin, de 85 anos.

Marin foi considerado culpado em seis das sete acusações de corrupção: conspiração para recebimento de dinheiro ilícito, conspiração para fraude relativa à Copa Libertadores, conspiração para lavagem de dinheiro relativa à Libertadores, conspiração para fraude relativa à Copa do Brasil, conspiração para fraude relativa à Copa América e conspiração para lavagem de dinheiro relativa à Copa América. O dirigente brasileiro foi absolvido apenas da acusação de lavagem de dinheiro da Copa do Brasil.

A magistrada não aceitou os argumentos dos advogados de Marin, que pediram que o brasileiro aguardasse a sentença em prisão domiciliar. Os advogados tentaram interceder, alegando que o réu já se encontrava em prisão domiciliar e não oferecia risco à sociedade.

Marin é dono de um apartamento de luxo na Trump Tower em Nova York, onde encontrava-se recluso em prisão desde sua extradição para os EUA, em novembro de 2015, e pode pegar até 20 anos de prisão. A juíza, no entanto, justificou que precisa ter certeza de que Marin estará nos Estados Unidos para aguardar a sentença.

Marin foi acusado pela promotoria de aceitar mais de US$ 6 milhões em troca de subornos de direitos de televisivos de torneios de futebol. Parte deste dinheiro teria sido depositado em uma conta bancária em Nova York que Marin teria usado para pagar despesas pessoais.

Os jurados foram instruídos pela juíza, ouviram os argumentos finais e se reuniram para deliberar por um período de seis dias. Como o caso é muito complexo, dúvidas sobre evidências e as instruções da juíza, acarretaram na demora de um consenso. Isolados por vários dias, eles foram instruídos a não lerem notícias sobre o caso, tampouco emitir nenhum comentário fora do tribunal.

Nos Estados Unidos, em casos criminais, quando não houver unanimidade no veredicto, cabe ao juiz convocar um novo júri. Havendo a concordância da promotoria, ele também pode absolver os réus - o que dificilmente aconteceria neste julgamento.

Embora haja um veredicto sobre os culpados no julgamento, as sentenças ainda devem demorar alguns dias, pois o júri não determina a penalidade. De acordo com a praxe, os juízes costumam entregar a sentença no prazo de 30 a 60 dias. O prazo para que a juíza Pamela Chen delibere a sentença é indeterminado, podendo ocorrer na próxima semana ou num prazo de até dois meses. Nesse intervalo a promotoria deve estipular os prejuízos causados pelos réus para que a juíza estipule o valor das multas e da pena.

O paraguaio Juan Angel Napout, ex-presidente da Conmebol e ex-vice-presidente da Fifa, foi considerado culpado em três de cinco acusações e também será levado para a prisão.

ONU IMPÕE NOVAS SANÇÕES COMERCIAIS CONTRA A COREIA DO NORTE



ONU impõe novas sanções contra a Coreia do Norte

Estadão Conteúdo






O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) votou por unanimidade reduzir a quantidade de petróleo bruto e refinado que a Coreia do Norte pode importar, um duro golpe em resposta ao mais recente lançamento de mísseis balísticos intercontinentais do país, ocorrido em 29 de novembro.

 
Nikki Haley, embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, durante votação das novas sanções

A medida restringe cerca de 90% da importação de petróleo por Pyongyang, matéria-prima que, segundo a ONU, é vital para os programas militar e nuclear norte-coreanos. Com a resolução, a Coreia do Norte poderá importar até 4 milhões de barris ao ano e terá seu acesso a derivados como diesel e querosene limitado a 500 mil barris ao ano.

A resolução do Conselho de Segurança também exige que os países expulsem os norte-coreanos que trabalham em seu território num prazo de 24 meses e demanda a apreensão de navios que estejam contrabandeando mercadorias para a Coreia do Norte. Os EUA recentemente identificaram dez navios que estariam ajudando a Coreia do Norte a driblar as sanções.

Os Estados-membros da ONU são obrigados a informar trimestralmente ao Comitê de Sanções do órgão a quantidade de petróleo bruto fornecido à Coreia do Norte.

ORAÇÃO PROFÉTICA DE UM PASTOR DOS EUA

  Brasil e Mundo ...