sexta-feira, 10 de novembro de 2017

LUTERO - CRIADOR DO PROTESTANTISMO - PARA O VATICANO - UM DEMÔNIO



Cinco séculos de Lutero

Manoel Hygino 








As televisões concederam amplos espaços em sua programação em todo o mundo, no mês passado, aos 500 anos de Martinho Lutero, nascido numa aldeia da saxônia em 1483, e a sua tremenda campanha contra a pregação de indulgências. Ordenada esta pelo papa Leão X, visava o pontífice o levantamento de fundos para concluir a Basílica de São Pedro, em Roma. O pensamento de Lutero, com 95 teses, foi afixado à porta da igreja do Castelo de Wittenberg.
Não era só a questão das indulgências, vendidas a bom preço, porque outros motivos levaram Lutero à tomada de posições, que lhe valeram a excomunhão. Esta se fazia acompanhar da acusação de heresia perante os tribunais da Santa Sé, gerando uma imensa polêmica.
Atravessava-se um momento extremamente delicado para a Igreja Católica, quando o sacerdote agostiniano ainda encontrou tempo para iniciar a tradução da Bíblia para o alemão, a primeira feita diretamente dos originais. Completou-se o trabalho com a publicação dos apócrifos do Velho Testamento em 1534, resultando num monumento literário com o qual se fixou o próprio idioma germânico.
Lutero entrara na luta disposto, em 1524 despiu definitivamente o hábito e, no ano seguinte, casou com a ex-freira Catarina de Bora, devotando-se a suas ideias e com o pouco dinheiro, muitas vezes chegando à inteira pobreza.
Referimo-nos a Leão X, que esteve na cadeira de Pedro de 1513 a 1521. Eamon Duffy, em “Santos e Pecadores”, amplamente elogiada a obra em todos os continentes, conta quem foi este pontífice. “Filho de Lorenzo, o Magnífico de Florença, foi ordenado clérigo aos 7 anos e nomeado cardeal aos 13”. Ao morrer, deixou a Igreja dividida e o papado à beira da bancarrota, sendo os pastores universais da igreja rebaixados a meros políticos italianos. É o lado sombrio dos papas do Renascimento, obrigando a tarefa grandiosa de reconstrução que o papado se viu obrigado a empreender. Os pontífices do fim do século tiveram de reinventar Roma. Missão gigantesca que a igreja cumpriu religiosamente.
Lutero foi o homem do povo, franco e violento, esquecido de si pela contemplação de um ideal. Preocupava-se e esquadrinhou a Bíblia inteira. Era, enfim, diferente de Erasmo, de Roterdã. Na época, apareceu um chiste atribuído ao próprio Erasmo. Este esclareceu: “Erasmo pôs o ovo, mas Lutero chocou-o”, observando: “Sim, mas o ovo era de galinha, e afinal saiu um galo de combate”.
Geoffrey Blainey, em “Uma breve história do Cristianismo” escreve: “Lutero sentia falta de alguma coisa em sua vida religiosa, e buscou ansiosamente uma resposta na Bíblia. Tornou-se quase obcecado por questões ligadas a pecado e penitência – também em relação a si quanto a outros religiosos”.
Destaca o historiador: “O tratamento dispensado pela igreja aos pecadores seguia uma fórmula: o pecador em busca do perdão confessava o pecado a um padre, que prometia absolvição, desde que cumprida a pena apropriada. Talvez o padre recomendasse orações, a prática de uma boa ação ou o pagamento em dinheiro. Esperava-se que o pecador, humilde e arrependido, cumprisse o recomendado, mas isso era difícil de constatar, e muitas vezes caía no esquecimento”. Chegou, assim, à confortadora conclusão de que a chave da salvação não estava nas boas ações, em uma vida virtuosa, nem na prática, mas no relacionamento do indivíduo com Deus”.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

O MELHOR DA REFORMA TRABALHISTA - ACABAR COM OS SINDICATOS QUE NÃO TRABALHAM PARA O EMPREGADO



Reforma trabalhista prevê o fim do imposto e enfraquece sindicatos

Felipe Boutros










Rogério Correia e Beatriz Cerqueira, da CUT, falaram sobre o Dia de Paralisação


Tendo como um dos pilares o “negociado sobre o legislado”, a reforma trabalhista que entra em vigor neste sábado pode provocar o fim de diversos sindicatos. O receio entre os trabalhadores é que eles acabem enfraquecidos na relação com os patrões.

A nova Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prevê o fim do imposto sindical e reforça os acordos coletivos – diretamente entre a empresa e uma comissão de trabalhadores, por exemplo – e individuais.
Para a presidente da Central Única dos Trabalhadores em Minas Gerais (CUT-MG), Beatriz Cerqueira, o legislado sobre o negociado trará prejuízo apenas para os trabalhadores. “Não existe equilíbrio entre trabalhador e empregador para a negociação. Eu, como trabalhadora, não tenho a mesma condição que o meu patrão. E a reforma tira o sindicato dessa mediação”, afirma.
O diretor do Instituto de Defesa do Trabalhador (Declatra), Humberto Marcial, vê o enfraquecimento dos sindicatos como a medida mais grave de toda a reforma trabalhista.
“Acredito que a forma como atingem as entidades sindicais, minando seu sustento, sem criar regra de transição para a manutenção, criando mecanismos como a concorrência da comissão de empresa que sequer assegura estabilidade para seus dirigentes, significa inequívoca precariza-ção de direitos e redução dos integrantes da categoria profissional”, afirma.
Especialistas, entretanto, afirmam que havia a necessidade de uma reforma na estrutura sindical brasileira, muito pulverizada e às vezes pouco representativa. “A nossa estrutura sindical coletiva caducou ao longo dos últimos 70 anos. Ela não acompanhou as mudanças econômicas do país. Mas dessa forma como foi feita a reforma, não vai ser positivo. Foi um processo muito agressivo e que vai penalizar os trabalhadores. Estão implodindo o que se tem hoje sem colocar nada no lugar”, diz a economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socio-econômicos (Dieese), Regina Camargos.
Para o professor de Direito Trabalhista do Ibmec, Flávio Monteiro, a reforma pode promover uma espécie de depuração dos sindicatos. Segundo ele, o fim da contribuição servirá como estímulo para uma nova forma de atuação dessas entidades.
“Quanto mais sindicatos, menos representativos ele se tornam. O sindicalismo brasileiro passa por uma crise de representatividade”, afirma.
Retorno
Projeto de Lei do deputado Bebeto (PSB/BA) prevê o retorno da contribuição sindical. Mas ele seria decidido em assembleia e necessitaria de pelo menos 10% dos trabalhadores da categoria representada pela entidade. Além disso, os empregados decidiriam o valor da contribuição. Os que não quiserem contribuir poderão pedir isenção da tarifa.
Bebeto acredita que até dezembro o assunto possa estar na pauta da Câmara.
Confira nesta sexta a continuação da série de reportagens sobre a reforma trabalhista

“Os sindicatos precisam dessa força material para fazer a mediação entre empregados e empregadores”
Deputado Bebeto (PSB/BA)


Categorias prometem parar amanhã em protesto contra as mudanças na lei trabalhista
A Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG) irá promover amanhã o Dia Nacional de Paralisação Contra as Reformas Trabalhista e da Previdência. Algumas categorias prometem cruzar os braços, entre elas servidores da Educação do Estado e de alguns municípios, servidores de Belo Horizonte, urbanitários, funcionários federais de institutos e universidades e metalúrgicos, entre outros.
Haverá concentração a partir das 9h, na Praça da Estação. A entidade informou que a manifestação faz parte de uma campanha de esclarecimento para a população mineira sobre o que as reformas representam e como a bancada de Minas na Câmara Federal e no Senado votaram na reforma trabalhista.
“O movimento tem o objetivo de parar, mobilizar e continuar a luta contra essas reformas”, afirmou Beatriz Cerqueira, presidente da CUT-MG, durante coletiva na ALMG. Da Praça da Estação, os manifestantes irão seguir para a Praça Sete, às 11h, e, logo após, para a Praça da Assembleia.
Para Beatriz, muitos trabalhadores ainda serão pegos de surpresa pela reforma trabalhista, que entra em vigor neste sábado. Portanto, há a necessidade de esclarecimento. “As reformas não trarão emprego. O que traz emprego é o modelo econômico adotado, mas não reces-são e ajuste fiscal”, diz.



REFORMA DA PREVIDÊNCIA - CORTE DE MORDOMIAS DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS



Fim de privilégios a servidores é ponto central da reforma

Estadão Conteúdo








O fim dos privilégios a servidores públicos será uma das "cláusulas pétreas" durante as negociações do novo texto da reforma da Previdência, indicou ontem o deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), relator da proposta. Ele fez um discurso feroz contra as regras que permitem que funcionários públicos se aposentem mais cedo e ganhando mais do que trabalhadores da iniciativa privada. Outro ponto "imexível", segundo ele, será a fixação da idade mínima, embora não tenha garantido que permanecerá a exigência nos patamares de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens.

Além desses dois pontos, todo o resto será negociado, inclusive o trecho que pretendia elevar o tempo mínimo de contribuição para a aposentadoria de 15 para 25 anos. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, na quarta-feira, 8, foi batido o martelo para a retirada de mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a pessoas de baixa renda - idosos e portadores de deficiência - e na aposentadoria rural, que teria a idade mínima das mulheres elevada de 55 anos para 57 anos.

O relator ainda vai se reunir com os líderes dos partidos para coletar os pedidos de mudanças e ver "o que dá conforto" para que os parlamentares votem a favor da reforma. Todos esses pontos serão costurados em uma emenda aglutinativa que será apreciada no plenário da Câmara. Serão necessários 308 votos em dois turnos de votação.

Oliveira Maia admitiu que a própria regra de transição pode ser alvo de alterações. A proposta atual combina a cobrança de adicional de 30% sobre o tempo que falta hoje para a aposentadoria, o chamado "pedágio", com idades mínimas de transição, que começam em 53 anos para mulheres e 55 anos para homens e evoluem ao longo de duas décadas. "Há disposição do governo de fazer concessões, mas desejamos que modificações sejam as mínimas possíveis", disse o relator.

A mudança na regra de cálculo do benefício proposta pelo governo também pode mudar, mas Oliveira Maia adiantou que vai defender a fórmula construída na comissão especial. Ela prevê o direito a um mínimo de 70% do salário de contribuição ao preencher os requisito de pelo menos 25 anos de contribuição à Previdência, com ganhos crescentes até conseguir os 100% aos 40 anos de trabalho.

O relator destacou, porém, que nenhum detalhe das regras que serão propostas no texto mais enxuto pode ser confirmado antes das conversas com as bancadas. À exceção da idade mínima e do fim dos privilégios dos servidores, as negociações começam do zero.

Consenso

Sobre a manutenção da exigência de idade mínima para a aposentadoria, Oliveira Maia afirma haver "consenso" entre parlamentares sobre a importância da medida. "Não há sentido em fazer reforma da Previdência se não modificar essa condição absurda de a pessoa se aposentar não por idade mínima, mas por tempo de contribuição. Isso tem permitido que pessoas com menos de 50 anos se aposentem."

Ele destacou que "não há chance" de a reforma permitir regras diferentes para servidores e trabalhadores privados.

As categorias do funcionalismo são bem articuladas e têm forte poder de pressão sobre os parlamentares. O próprio relator já reconheceu ter recebido representantes dos servidores pedindo por flexibilizações no texto da reforma, mas ele acredita agora que essa pressão diminuiu e não vai recrudescer, mesmo com o aumento no número de propostas do governo que atingem as categorias, como o adiamento do reajuste previsto para 2018. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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COLUNA ESPLANADA DO DIA 09/11/2017



Bicadas tucanas

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini 






A um mês da convenção nacional que indicará o grupo que vai comandar a campanha eleitoral em 2018 – e o domínio sobre a escolha do futuro candidato – o PSDB rachou de vez. O presidente interino Tasso Jereissati, ex-aliado de Aécio Neves, se aproximou da ala paulista – José Serra, Geraldo Alckmin e João Dória Jr fecharam com o senador cearense. Já o senador Aécio Neves (MG), que por ora tem boa parte dos delegados nos diretórios, perde apoio a galope. Aécio lançou a presidente do partido o governador de Goiás, Marconi Perillo. Nem existe turma do deixa-disso. Há um racha polarizado.

Cambaleia
A convenção nacional será dia 12 de dezembro em Brasília. Até lá, Aécio tenta se segurar no cargo como presidente licenciado, mas está difícil porque sangra na mídia.

A distância
O ex-candidato a presidente tem dedo na tentativa de troca do comando no diretório do Maranhão. Apoia o senador Roberto Rocha, recém-filiado, no lugar de Carlos Brandão.

Chega-pra-lá
Vice-governador do Maranhão, Brandão, atual presidente do PSDB local, é aliado de Flávio Dino (PCdoB), que vai apoiar Lula da Silva. O PSDB força Brandão a sair.

A união..
Divorciados desde o impeachment de Dilma Rousseff, líderes do PT e do PMDB na Câmara e no Senado ensaiam reaproximação motivada por palanques estaduais. Mas em especial trabalham para uma PEC de foro privilegiado para ex-presidentes da República.

..faz a blindagem
A ideia de foro privilegiado agrada a frente suprapartidária. Os caciques voltaram a confabular mudanças na Constituição que beneficiariam os ex-presidentes Lula e Dilma, o futuro ex Michel Temer, e quem vier por aí. Assim, fogem da Justiça comum.

Lula na Baixada
A próxima etapa da Caravana Lula da Silva será na Baixada Fluminense, no início de dezembro. A ideia do PT é hospedar o ex-presidente num hotel de Duque de Caxias, que visitará, e depois percorrer Nova Iguaçu, São João de Meriti e Nilópolis.

Ela quer voltar!
Dilma Rousseff e Gleisi Hoffmann conversam hoje em Porto Alegre. A ex-presidente está dividida entre disputar o Senado pelo Rio Grande ou por Minas Gerais.

IS de olho
Manoel Dias, do PDT, reuniu-se com o secretário-geral da Internacional Socialista, Luis Ayala, na República Dominicana. Ayala pergunta se Lula volta ao Poder.
Cicatrizes
Parece arrependido o deputado estadual carioca Paulo Ramos, fundador histórico do PDT, que trocou a legenda pelo PSOL. Procurou Carlos Lupi, presidente do PDT, e avisou que pensa em voltar. Falta o convite. Lupi ficou de pensar, e muito.

Conciliador?
O prefeito João Dória quer ajudar a apaziguar os ânimos de um lado. Convidou para almoço na próxima segunda-feira o vereador Eduardo Suplicy (PT), o diretor teatral José Celso Martinez e outros artistas (sim, Suplicy é cantor). Eles apoiam o movimento do Teatro Oficina contra a construção de torres de Silvio Santos no Bixiga.

Dose dupla
A Marinha pediu R$ 31 milhões no Orçamento de 2018 na Comissão de Fiscalização Financeira para manter e comprar programas da Oracle. Mas a Força já garantiu alguns milhões para o CENIMAR pela Comissão de Controle de Atividades de inteligência.

Sistema ‘S’
Na justificativa, a Marinha informa que ‘a referida emenda tem por objetivo o desenvolvimento e a modernização de cinco sistemas informatizados, voltados à gestão’, os quais SIPLAD, SISMAT, QUAESTOR, SISPAG, SAFIN e SIAFI.

Fumaça jurídica
O STF deve julgar a ADI 4874, referente à proibição do uso de agentes de sabor nos cigarros. O protagonismo da Anvisa no debate jurídico é criticado pelo setor. Análises do Centro Nacional de Informação Biotecnológica do governo dos EUA, apontadas como respaldo aos fabricantes, não apontaram riscos dos aditivos para fumantes.

Racha
As comissões de Direitos Humanos da Câmara e do Senado estão rachadas entre a defesa e a crítica sobre a ministra Luislinda. Hoje vão debater “regressões dos direitos humanos’. Ela está com o discurso de que é vítima de racismo.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...