Prisão joga
'luz sobre o mundo de sombras que encobre sua atividade', diz Moro
Estadão Conteúdo
Moro considera
"imprescindível" a prisão de Bendine e dos outros dois investigados
O juiz federal
Sérgio Moro avalia que a prisão de Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do
Brasil e da Petrobras e alvo maior da fase Cobra da Operação "Lava
Jato", pode "jogar melhor luz sobre o mundo de sombras que encobre
sua atividade".
Moro decretou a prisão temporária de Bendine pelo prazo de cinco dias - medida que pode ser prorrogada ou até convertida em regime de prisão preventiva, quando não tem prazo para terminar.
Bendine está sob suspeita de recebimento de R$ 3 milhões em propinas da Odebrecht. Na planilha de pagamentos ilícitos da empreiteira Bendine era identificado pela alcunha de "Cobra", nome dado à 42.ª etapa da "Lava Jato" deflagrada nesta quinta-feira, 27. Bendine foi preso pela Polícia Federal em Sorocaba, interior de São Paulo.
A "Lava Jato" descobriu que Bendine estava com viagem marcada para Lisboa nesta sexta (28), só com passagem de ida. O executivo também tem cidadania italiana.
O Ministério Público Federal havia requerido a prisão preventiva de Bendine. Moro optou pela temporária.
"Mesmo no curto prazo da temporária, será difícil o exame completo do material pela Polícia Federal, mas é possível que verificações sumárias, aliadas aos depoimentos dos investigados joguem melhor luz sobre o mundo de sombras que encobre a sua atividade", assinalou o juiz.
Moro assinalou que o ex-presidente da Petrobras tem dupla cidadania, brasileira e italiana. "Caso se refugie no exterior, haverá dificuldade para eventual extradição", advertiu o magistrado.
A "Lava Jato" descobriu que Bendine "Cobra" usou o nome da ex-presidente Dilma quando extorquiu os R$ 3 milhões da empreiteira. Mas as investigações não apontam nenhum envolvimento da petista na trama do ex-presidente da Petrobras.
No despacho em que ordenou a prisão de Bendine, o juiz da "Lava Jato" destacou que a temporária "ampara-se ainda nos indícios de prática de crimes de corrupção ou extorsão, lavagem, fraudes, além de associação criminosa, esta atualmente exigindo somente o concurso de três pessoas" - além de "Cobra" foram presos os irmãos Antonio Carlos e André Gustavo Vieira, apontados como "profissionais da lavagem de dinheiro" e operadores de Bendine.
"A medida, por evidente, não tem por objetivo forçar confissões", ponderou o juiz, rechaçando seguidas críticas de advogados e políticos, segundo os quais a "Lava Jato" prende para levar os investigados a fazer delação premiada. "Querendo, poderão os investigados permanecer em silêncio durante o período da prisão, sem qualquer prejuízo a sua defesa."
Moro considera "imprescindível" a prisão de Bendine e dos outros dois investigados - André Gustavo Vieira foi capturado no aeroporto de Guararapes, no Recife, embarcando para Portugal, na manhã desta quinta (27).
No decreto de prisão do grupo, o juiz observou que eles estavam apagando rastros dos negócios ilícitos. "No contexto de aparente produção de provas fraudulentas pelos investigados, além da constatação de que eles têm agido com extrema cautela, inclusive utilizando, para comunicação, aplicativos que promovem a destruição automática das mensagens enviadas e recebidas."
Defesa
O advogado Pierpaolo Bottini, que defende Aldemir Bendine, afirmou que desde o início das investigações "Bendine se colocou à disposição para esclarecer os fatos e juntou seus dados fiscais e bancários ao inquérito, demonstrando a licitude de suas atividades". "A cautelar é desnecessária por se tratar de alguém que manifestou sua disposição de depor e colaborar com a justiça", disse Bottini.
Moro decretou a prisão temporária de Bendine pelo prazo de cinco dias - medida que pode ser prorrogada ou até convertida em regime de prisão preventiva, quando não tem prazo para terminar.
Bendine está sob suspeita de recebimento de R$ 3 milhões em propinas da Odebrecht. Na planilha de pagamentos ilícitos da empreiteira Bendine era identificado pela alcunha de "Cobra", nome dado à 42.ª etapa da "Lava Jato" deflagrada nesta quinta-feira, 27. Bendine foi preso pela Polícia Federal em Sorocaba, interior de São Paulo.
A "Lava Jato" descobriu que Bendine estava com viagem marcada para Lisboa nesta sexta (28), só com passagem de ida. O executivo também tem cidadania italiana.
O Ministério Público Federal havia requerido a prisão preventiva de Bendine. Moro optou pela temporária.
"Mesmo no curto prazo da temporária, será difícil o exame completo do material pela Polícia Federal, mas é possível que verificações sumárias, aliadas aos depoimentos dos investigados joguem melhor luz sobre o mundo de sombras que encobre a sua atividade", assinalou o juiz.
Moro assinalou que o ex-presidente da Petrobras tem dupla cidadania, brasileira e italiana. "Caso se refugie no exterior, haverá dificuldade para eventual extradição", advertiu o magistrado.
A "Lava Jato" descobriu que Bendine "Cobra" usou o nome da ex-presidente Dilma quando extorquiu os R$ 3 milhões da empreiteira. Mas as investigações não apontam nenhum envolvimento da petista na trama do ex-presidente da Petrobras.
No despacho em que ordenou a prisão de Bendine, o juiz da "Lava Jato" destacou que a temporária "ampara-se ainda nos indícios de prática de crimes de corrupção ou extorsão, lavagem, fraudes, além de associação criminosa, esta atualmente exigindo somente o concurso de três pessoas" - além de "Cobra" foram presos os irmãos Antonio Carlos e André Gustavo Vieira, apontados como "profissionais da lavagem de dinheiro" e operadores de Bendine.
"A medida, por evidente, não tem por objetivo forçar confissões", ponderou o juiz, rechaçando seguidas críticas de advogados e políticos, segundo os quais a "Lava Jato" prende para levar os investigados a fazer delação premiada. "Querendo, poderão os investigados permanecer em silêncio durante o período da prisão, sem qualquer prejuízo a sua defesa."
Moro considera "imprescindível" a prisão de Bendine e dos outros dois investigados - André Gustavo Vieira foi capturado no aeroporto de Guararapes, no Recife, embarcando para Portugal, na manhã desta quinta (27).
No decreto de prisão do grupo, o juiz observou que eles estavam apagando rastros dos negócios ilícitos. "No contexto de aparente produção de provas fraudulentas pelos investigados, além da constatação de que eles têm agido com extrema cautela, inclusive utilizando, para comunicação, aplicativos que promovem a destruição automática das mensagens enviadas e recebidas."
Defesa
O advogado Pierpaolo Bottini, que defende Aldemir Bendine, afirmou que desde o início das investigações "Bendine se colocou à disposição para esclarecer os fatos e juntou seus dados fiscais e bancários ao inquérito, demonstrando a licitude de suas atividades". "A cautelar é desnecessária por se tratar de alguém que manifestou sua disposição de depor e colaborar com a justiça", disse Bottini.