A sofrida América do Sul
Manoel Hygino
Custa imensamente em
suor, lágrimas, e talvez sangue, manter uma nação igualitária, democrática. É
assim mesmo. Os jornais têm divulgado com frequência o preço de manutenção dos
três poderes, sem que os objetivos do Estado sejam alcançados. Mas, o povão inclusive
é lembrado indesviavelmente no momento das eleições e já se pensa em 2018. Como
será? Como seria? Como se desejaria que fosse?
Mas, estamos em
momento especialmente difícil na América do Sul e, por extensão, à América
Central, porque se assiste ao desenrolar perigoso de uma situação que pode
resultar em guerra civil na Venezuela. Evidentemente esta não interessa àquele
povo vizinho, tampouco às demais nações latino-americanas. Enquanto isso, o
jornalista Clovis Rossi, da Folha de S. Paulo, comenta que a “diplomacia
brasileira já se prepara para um cenário de guerra”. Não é o que parece.
Diz Rossi: “Toca,
ele (Maduro, o presidente) os tambores de guerra”. É profundamente lastimável
que não se consiga viver em paz e se evolua para um conflito, que ceifará
inúmeras vidas e levará a nação ao Norte a piores dias. Cerca de uma centena de
venezuelanos já perderam a vida e milhares se refugiaram do lado de cá da
fronteira, na Colômbia e na Guiana, suponho. Já temos problemas demais, e
sérios, no Brasil.
O panorama atual é
sintomático e altamente preocupante, não apenas para os responsáveis pela
gestão dos negócios públicos. O cidadão está incomodado, inquieto. Carlos
Alberto Sardenberg, examinando a outra face da moeda, adverte: cada deputado
federal custa R$ 6,5 milhões por ano à nação. Um senador, sobe para R$ 33
milhões, e são 81 membros na Câmara Alta do Parlamento.
Para tudo, há
solução. A propósito, revista de circulação nacional informa que “as 60 camas,
do tipo box, que a Câmara está comprando para a Câmara dos Deputados, custarão
R$ 80 mil, 48 no modelo queen size e 12 king size”. Explica-se: “a aquisição é
necessária para se assegurar a habitabilidade das residências funcionais dos
deputados”.
Ora, o número de
camas é muito inferior ao de parlamentares. Só alguns terão o benefício? Há
falta de igualdade no fornecimento do móvel a suas excelências? Ou gozam de
preferências os laboriosos, os diligentes e os atentos ao seu papel na
sociedade?
Indispensável
propiciar condições adequadas aos nobres parlamentares. No último dia 25,
aliás, o site da mesma revista Época destacou que o Senado “fechou contrato
para alugar 85 carros zero-quilômetro” para os senadores, secretário-geral da
Mesa, diretor-geral e segurança do presidente Eunício Oliveira.
O contrato durará 30
meses e os custos com manutenção, combustível e seguro dos automóveis se
incluem no preço. Dois veículos são especiais, com 250 cavalos de potência,
ar-condicionado com duas poltronas, película antivandalismo, central multimídia
com tela touch e rádio integrado, leitor de CD, MP3, GPS, DVD, Bluetooth e USB.
Há também câmera de ré e comando no volante. O aluguel é de R$ 9.300,00 por
mês. Enfim, eles nos representam, devem merecer! Quanto à Venezuela, é outro
problema.
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