sábado, 15 de julho de 2017

MULHERES NO MUNDO DA CIÊNCIA



Pesquisas com toque feminino: mulheres conquistam mais espaço na ciência

Tatiana Lagôa










“Somos sempre mais testadas”, diz Luciana, que é doutoranda da UFMG

Na dupla jornada, atenções divididas entre o emprego e os afazeres domésticos. Na maternidade, dedicação em tempo integral. Em meio a tudo isso, uma cultura que ainda insiste em determinar a função adequada para cada gênero. Mesmo diante de tantas barreiras, a presença das mulheres no universo da pesquisa científica cresce em Minas Gerais.
Com foco e disciplina, elas conquistam, cada vez mais, um merecido espaço nos laboratórios das universidades federais. Hoje, o número de pesquisadoras mineiras já é igual ou está prestes a alcançar o de homens (veja arte) na maioria das instituições públicas no Estado. São mulheres que buscam a cura de doenças e desenvolvem alternativas sustentáveis, só para citar alguns exemplos.

Pesquisadora da Universidade Federal de Viçosa (UFV), na Zona da Mata, a bióloga Maria Augusta Lima Siqueira, de 41 anos, faz experimentos na área de entomologia (estudo dos insetos). Ela avalia, por exemplo, os efeitos dos pesticidas em abelhas. “É uma profissão que exige muitas viagens. Então, priorizo eventos na minha cidade, e não perco nenhum para compensar”, conta.



Maria Augusta faz experimentos na área de entomologia, ramo da biologia que estuda insetos

De fato, a corrida contra o relógio para conciliar todas as atividades toma tempo. Maria Augusta se divide entre sala de aula, pesquisa em campo, orientação para alunos que fazem mestrado e os cuidados com o marido e os três filhos. O caçula, de seis meses, ainda mama no peito e exige atenção extra. “Estou de licença, mas trabalho em casa corrigindo trabalhos e orientando alunos. É uma rotina que demanda muita disciplina”, conta.
Lutar pela carreira, mas sem abrir mão da vida pessoal, é uma das metas da doutoranda Cecília Margarida Mendes Mora, de 26 anos. “Amigos e familiares dizem que eu só vivo em função da pesquisa. Mas quando acabar o doutorado, quero conseguir conciliar melhor minha vida com a profissão”, diz a mineira, que está nos Estados Unidos. Lá, ela estuda polímeros – compostos químicos utilizados na indústria. A médio prazo, Cecília pretende casar e ter filhos. “Tenho esperança de achar um laboratório com horário fixo, pelo menos”, afirma.
Objetivo diferente tem a doutoranda da UFMG Luciana Vieira Rubim Andrade, de 26 anos. Solteira, ela não pensa em ser mãe, pelo menos por enquanto. “Vejo que muitas mulheres entram em depressão nas academias por causa da dupla jornada e cobrança exagerada. Fora que não existe férias nem descanso. Licença maternidade é algo recente para bolsistas”. Para a pesquisadora, ocupar um espaço que antes era dominado por homens tem um preço. “Nós somos sempre mais testadas e precisamos nos qualificar mais”, acrescenta.
Crescimento
Dentre as federais de Minas, a universidade de Uberlândia (UFU), no Triângulo, apresenta números iguais entre homens e mulheres na pesquisa. Metade dos trabalhos são desenvolvidos pelo sexo feminino.



Além de vice-reitora, Édila estuda biotecnologia

Segundo o diretor da instituição, Kleber Del Claro, a participação aumentou na última década. “Depois de muita luta, elas têm encontrado terreno mais fértil para estudar, inclusive, em áreas antes tidas como masculinas”, afirma.
No entanto, ele engrossa o coro de que a maternidade pode ser uma barreira. “As mulheres sofrem muita pressão. As que escolhem não ter filhos são criticadas por isso, e as que têm são vistas como um problema pelas empresas. Isso é cultural. Não é diferente na pesquisa”, afirma.
Desigualdade resiste em algumas áreas de atuação
Se em algumas universidades federais cresce a presença feminina, em outras o predomínio dos homens ainda é maior. Na federal de Viçosa os pesquisadores são responsáveis por quase 70% dos experimentos desenvolvidos.
Na agronomia são 26 trabalhos sob a responsabilidade de homens e três de mulheres. Na engenharia agrícola são três pesquisas com um toque feminino e 13 do sexo oposto. Já em recursos florestais e engenharia florestal todos os experimentos (23) são desenvolvidos por homens. Os dados são da própria instituição, que não comentou o assunto.
“Ainda existe um discurso arraigado na nossa cultura de que as mulheres não dariam conta de fazer certos trabalhos, o que não é verdade”, destaca a vice-reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida.
Para a vice-reitora da Universidade Federal de Lavras (Ufla), Édila Vilela de Resende Von Pinho, diferenças como essas tendem a ser reduzidas. Na Ufla, 48% das pesquisas são coordenadas por mulheres. Elas representam 55% dos alunos matriculados na pós-graduação.
“O passivo vem reduzindo muito em função do maior números de alunas. Na medida em que elas vão se qualificando, passam a concorrer a novos postos”, diz Édila. O discurso dela é reforçado pelo quadro de professoras. A representatividade feminina no corpo docente pulou de 27%, em 2007, para 42% neste ano.
Além de vice-reitora, Édila Von Pinho estuda biotecnologia aplicada a sementes, orienta alunos e dá aulas na pós-graduação. Ela passa onze horas na universidade, fora o longo período de estudos e leituras pela madrugada dentro de casa. Casada há 29 anos e com dois filhos, ela ainda encontra tempo para a família. “É muito comum eu conversar com minha filha de madrugada e jogar bola com meu filho depois das oito da noite”.



COLUNA ESPLANADA DO DIA 15/07/2017



Lula às portas da OEA

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini









Deputados, senadores, dirigentes e militantes do PT discutem a hipótese de denunciar a condenação do ex-presidente Lula à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Os petistas já bateram, sem êxito, às portas da OEA em 2016 quando denunciaram o “golpe” contra a ex-presidente Dilma Rousseff. Uma das cadeiras da Comissão é ocupada por Flávia Piovesan, secretária especial de Direitos Humanos do Governo de Michel Temer.
‘Justiceiro’
Ex-presidente da OAB do Rio, o deputado Wadih Damous (PT) soltou o verbo contra o juiz Sérgio Moro: “É um justiceiro. Ele atua fora da lei, não tem isenção”.
Logo quem
O ex-mensaleiro Valdemar da Costa Neto, dono do PR, sempre aliado de todo e qualquer Governo, está criando outro partido, o Muda Brasil.
Em nome de Deus...
Em tempos de Lava Jato e escuta para todo lado, três lobistas escolheram a Catedral de Brasília para negociar. Foram flagrados ontem por turista num dos bancos da igreja.
Chapa fria
Pré-candidato à Presidência e de saída do PSC, o deputado Jair Bolsonaro está dividido entre o PSDC - de Ey, Ey, Eymael - e o PHS. Conta a aliados que foi chamado por Valdemar da Costa para ingressar nas fileiras do futuro Muda Brasil, e sair como candidato com o senador Magno Malta (PR) de vice. Pulou fora.
Olho no trono
Já era esperado que o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), não somasse votos pela aceitação da denúncia contra o presidente Temer. Pacheco não quer desagradar “gregos nem troianos”. Mira a sucessão de Rodrigo Maia na Câmara
ANP omissa?
A Agência Nacional do Petróleo permanece omissa após o CADE condenar e multar por formação de cartel a Raízen Combustíveis – Shell em mais de R$ 30 milhões. Após dois anos da sentença, a ANP ainda analisa o caso ‘internamente’ e não quis comentar.
Bomba ativa
A Raízen avisa que o processo envolve um único posto de abastecimento da rede e que a situação está ainda na primeira instância na Justiça.
Gurgel: extrema gravidade
Responsável pelas investigações do Mensalão do PT, o ex-PGR Roberto Gurgel avalia que, depois daquele considerado o maior esquema de corrupção, o “Brasil passa por um momento de extrema gravidade”. À Coluna, Gurgel resume: “As questões relacionadas à corrupção não param de ganhar uma dimensão a cada momento maior que a anterior”.
Sério e sóbrio
Sobre os ataques ao Ministério Público e as tentativas de intimidação do Judiciário, como a discussão da Lei de Abuso de Autoridade, o ex-procurador Roberto Gurgel revida: “Em muitos casos o que nós temos é apenas o inconformismo de pessoas que são alvos dessa atuação do MP”, diz Gurgel, hoje advogado.
Na moita
Já em relação à denúncia contra o presidente Michel Temer apresentada por Rodrigo Janot, o ex-PGR Gurgel evita comentários sobre a atuação do colega: “Não tenho informações suficientes para falar sobre isso”.
Mico educacional
Projeto de Lei que cria a Universidade Federal do Delta do Parnaíba, no Piauí, deixou passar um pequeno erro documental. “A UFDPar deverá ser pautada por princípios orientadores que visem à integração e ao desenvolvimento dos municípios que perfazem Rondonópolis e seu entorno”, diz o PL. Rondonópolis é um município de Mato Grosso.
Sem clima
Ministros do PSDB não escondem o constrangimento de compor o Governo. Foram cobrados e criticados – principalmente Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo) – pela cúpula palaciana pelos cinco votos contrários a Temer na CCJ.
Ponto Final
“Não é possível que o ex-presidente Lula não participasse, não soubesse e fosse totalmente alheio a tudo que se assistia de denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro. Não é à toa que ele responde por cinco processos”,
Do líder do PPS na Câmara, deputado federal Arnaldo Jordy (PA).


sexta-feira, 14 de julho de 2017

FMI APROVA REFORMA PREVIDENCIÁRIA DO BRASIL



FMI diz que Brasil pode ter nova rodada de rebaixamento sem reforma da Previdência

Estadão Conteúdo








O Fundo Monetário Internacional apontou que o principal risco doméstico para o Brasil no curto prazo é "um fracasso" na adoção da reforma da Previdência Social, ou uma "considerável diluição desta reforma no Congresso", o que ocorreria possivelmente como resultado de novos desdobramentos da crise política. "O fracasso poderia colocar a consolidação fiscal em risco e poderia provocar mais uma rodada de rebaixamentos da nota soberana", apontou o Fundo, no âmbito da conclusão do Artigo Quarto de Consultas da instituição multilateral ao País.

Naquele contexto, o FMI aponta que os "mercados poderiam reagir negativamente e os ganhos de confiança poderia ser revertidos, levando a economia de volta à recessão." Para o Fundo, a ausência da reforma da Previdência poderia "também levantar a necessidade de medidas fiscais adicionais" para financiar o crescimento das despesas, o que poderia resultar em "aumento do peso da dívida, com implicações adversas para o crescimento no médio prazo".

Num cenário sem consolidação fiscal, o FMI projeta que o PIB do Brasil neste ano seria nulo, cairia 1% em 2018, repetiria a mesma magnitude de queda em 2019 e só voltaria a crescer em 2021, quando registraria uma expansão de 0,8%, que seria repetida em 2022. A inflação subiria para 5,0% neste ano e alcançaria 6% em 2018 e só baixaria gradualmente a ponto de atingir 5,1% em 2022.

Em relação às contas públicas, a falta de ajuste fiscal sem a reforma da Previdência Social faria com que o déficit primário como proporção do PIB subisse para 2,5% neste ano, atingiria 2,1% em 2018 e 2,4% em 2019. E não haveria superávit primário nos anos seguintes, pois o resultado negativo do Orçamento chegaria a 2,3% em 2020, alcançaria 2,1% em 2021 e chegaria a 2,0% em 2022.

O FMI também projeta uma expansão muito forte da dívida bruta como proporção do PIB sem a reforma da Previdência. O indicador como proporção do PIB atingiria 84,7% neste ano, subiria para 90,8% em 2018 e alcançaria 98,3% em 2019. Em 2020, esse passivo superaria 100% com facilidade, pois chegaria a 105,4%, e continuaria avançando para 111,8% em 2021 e registraria 118,6% do PIB em 2022.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...