quarta-feira, 14 de junho de 2017

DELATOR CONFIRMA PAGAMENTO DE PROPINA PARA LULA E DILMA



Joesley presta depoimento sobre repasse de US$ 80 milhões para Lula e Dilma

Estadão Conteúdo









Joesley Batista

O empresário e delator Joesley Batista, principal acionista do grupo J&F, dono da JBS, está no Brasil desde domingo e prestou depoimento na Procuradoria da República do Distrito Federal no âmbito da operação Bullish. A oitiva foi realizada no inquérito que investiga as afirmações prestadas no acordo de colaboração de Joesley sobre repasses de mais de R$ 80 milhões para os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do Partidos dos Trabalhadores.

Deflagrada no dia 12 de maio, cinco dias antes do vazamento da delação dos executivos da J&F, a Bullish investiga possíveis irregularidades no repasse de R$ 8,1 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas do Grupo J&F. A investigação em que Joesley foi ouvido foi instaurada pelo procurador Ivan Marx porque o desmembramento promovido pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), baseou-se na conexão dos fatos narrados pelos delatores com as irregularidades no banco público.

Na delação, Joesley Batista narrou que, em 2009, foi criada uma conta para receber os repasses relacionados a Lula e, no ano seguinte, outra foi aberta para envio de valores relacionados a Dilma. O empresário revelou que, em dezembro naquele ano, o BNDES adquiriu de debêntures da JBS, convertidas em ações, no valor de US$ 2 bilhões, "para apoio do plano de expansão".

"O depoente escriturou em favor de Guido Mantega, por conta desse negócio, crédito de US$ 50 milhões e abriu conta no exterior, em nome de offshore que controlava, na qual depositou o valor", relatou Joesley. Segundo o empresário, em reunião com Mantega, no final de 2010, o petista pediu a ele "que abrisse uma nova conta, que se destinaria a Dilma". Nesse momento, disse o delator, foi perguntado a Mantega se Lula e Dilma sabiam do esquema. "Guido confirmou que sim", disse ele.

Em outro caso, Joesley declarou que foi feito um financiamento de R$ 2 bilhões, em maio de 2011, para a construção da planta de celulose da Eldorado. O delator disse que Mantega "interveio junto a Luciano Coutinho (então presidente do BNDES) para que o negócio saísse".

O empresário declarou que depositou, "a pedido de Mantega", por conta desse negócio, crédito de US$ 30 milhões em nova conta no exterior. "O depoente, nesse momento, já sabia que esse valor se destinava a Dilma; que os saldos das contas vinculadas a Lula e Dilma eram formados pelos ajustes sucessivos de propina do esquema BNDES e do esquema-gêmeo, que funcionava no âmbito dos fundos Petros e Funcef; que esses saldos somavam, em 2014, cerca de US$ 150 milhões."

Em outra ocasião, em novembro de 2014, Joesley disse que "depois de receber solicitações insistentes para o pagamento de R$ 30 milhões para Fernando Pimentel, governador eleito de Minas Gerais, veiculadas por Edinho Silva (tesoureiro da campanha de Dilma em 2014), e de receber de Guido Mantega a informação de que 'isso é com ela', solicitou audiência com Dilma".

"Dilma recebeu o depoente no Palácio do Planalto; que o depoente relatou, então, que o governador eleito de MG, Fernando Pimentel, estava solicitando, por intermédio de Edinho Silva, R$ 30 milhões, mas que, atendida essa solicitação, o saldo das duas contas se esgotaria; que Dilma confirmou a necessidade e pediu que o depoente procurasse Pimentel", narrou aos investigadores.

Em nota, a J&F confirmou que Joesley está no Brasil e que sua viagem nos últimos dias teve como objetivo "proteger a integridade de sua família, que sofreu reiteradas ameaças desde que ele se dispôs a colaborar com o Ministério Público."

De acordo com o comunicado da empresa, Joesley "estava na China - e não passeando na Quinta Avenida, em Nova York, ao contrário do que chegou a ser noticiado e caluniosamente dito até pelo presidente da República."

À época da abertura da investigação, o ex-presidente Lula afirmou que não comentaria o caso antes de ter acesso ao conteúdo da delação. A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que "jamais tratou ou solicitou de qualquer empresário, nem de terceiros doações, pagamentos ou financiamentos ilegais para as campanhas eleitorais, tanto em 2010 quanto em 2014, fosse para si ou quaisquer outros candidatos."

PALESTRAS CARÍSSIMAS DE LULA SERÃO INVESTIGADAS



PF encaminha à Procuradoria inquérito sobre palestras de Lula

Estadão Conteúdo












Criada para que o ex-presidente pudesse dar palestras, a LILS movimentou entre 2011 e 2015 um total de R$ 52,3 milhões

A Polícia Federal encaminhou para a força-tarefa do Ministério Público Federal o inquérito que apura crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro supostamente praticados pelo ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva em sua empresa de palestras, a LILS Palestras, Eventos e Publicações - aberta em 2011, após deixar o governo.

A investigação da Operação "Lava Jato", em Curitiba, é uma das que ainda vão virar denúncia criminal, a ser apresentada ao juiz federal Sérgio Moro. Ela apura recebimento direto de R$ 9 milhões de seis empreiteiras acusadas de cartel e corrupção na Petrobras, outros pagamentos indiretos e de outras empresas.

As suspeitas são que os pagamentos feitos por palestras realizadas pelo petista, no Brasil e em países das américas Latina e Central e África possam ter ocultado propinas.

Na quinta-feira (8), o delegado Dante Pegoraro Lemos assumiu o inquérito e o encaminhou para os procuradores da "Lava Jato", em Curitiba. O procedimento criminal será acrescido das delações premiadas do executivos da Odebrecht, uma das empreiteiras do cartel que fatiava obras na Petrobras que pagou pelas palestras de Lula.

O inquérito era conduzido pelo delegado Márcio Anselmo, que iniciou as apurações da "Lava Jato", e que no início do ano foi transferido para Vitória, no Espírito Santo.

No dia 23 de março, ao deixar a condução do inquérito, o delegado escreveu em despacho que as investigações foram instauradas para apurar possíveis crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, após quebra de sigilo fiscal bancário, que "aponta recebimento de valores das empresas investigadas no âmbito da Operação "Lava Jato" (Odebrecht, Camargp Corrêa, UTC, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e OAS) por parte da empresa LILS Palestras, Eventos e Publicações Ltda. em valores que alcançam R$ 9.338.658,75".

Criada para que o ex-presidente pudesse dar palestras, a LILS movimentou entre 2011 e 2015 um total de R$ 52,3 milhões. Foram R$ 27 milhões recebidos, a maior parte de empreiteiras e grandes empresas, e R$ 25,2 milhões em débitos.

Na ocasião, Anselmo sugeriu que o novo responsável pelo inquérito aguardasse "as informações prestadas pelos colaboradores relacionados aos fatos sob investigação" ou que fosse solicitado ao Supremo Tribunal Federal o "compartilhamento das informações" da mega delação da Odebrecht homologada em janeiro.

A investigação contra Lula é uma das que ainda serão transformadas em processo criminal pela "Lava Jato" em Curitiba. O ex-presidente já é réu em dois processos abertos pelo juiz federal Sérgio Moro. Um deles, em fase final, aponta corrupção e lavagem de dinheiro na reforma e ampliação do tríplex do Guarujá (SP), pela OAS, e o segundo pela compra de um terreno e de um apartamento pela Odebrecht, que teria o petista como benefíciario.

O ex-presidente ainda foi denunciado pela Procuradoria no final de maio por corrupção e lavagem de dinheiro nas reformas do sítio de Atibaia (SP), que teria envolvido as empreiteiras Odebrecht, OAS e Schahin, além do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula.

Fora de Curitiba, Lula é réu em outros três processos ligados direta ou indiretamente à "Lava Jato".

Outro lado

Por meio de nota, o Instituto Lula negou mais uma vez as irregularidades. "Lula é vítima de 'lawfare'. Uma das táticas desse fenômeno consiste justamente na abertura de diversos procedimentos jurídicos sem materialidade, frívolos, exatamente como ocorre em relação a essa investigação relativa a palestras efetivamente realizadas pelo ex-presidente a partir de relações privadas e lícitas", destacou o Instituto Lula.

Ainda em nota, o instituto salientou que todas as palestras do ex-presidente foram feitas e pagas com as devidas emissões de notas e pagamento de impostos. "Todas as informações sobre elas encontram-se em relatório disponível na internet", informou. "Tudo da mesma forma que outros ex-presidentes e dentro da lei, cobrando o mesmo valor e condições de palestras para mais de 40 empresas e setores, incluindo, por exemplo, Microsoft e Infoglobo", enfatizou o instituto.



COLUNA ESPLANADA DO DIA 14/06/2017



Exército de prontidão

Coluna Esplanada - Leandro Mazzini 








O presidente Michel Temer, o ministro Raul Jungmann (Defesa) e o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, analisam a possibilidade de autorizar, novamente, o emprego das Forças Armadas para a garantia da Lei e da Ordem no dia 30 de junho – data de novo protesto e greve geral convocados pelas centrais sindicais. Apesar de polêmica, o Governo está disposto a recorrer à medida para evitar novo quebra-quebra na Esplanada dos Ministérios.
A conta
A AGU tenta cobrar a conta das centrais da quebradeira na Esplanada. Reparos (os pequenos) passaram de R$ 1,5 milhão. Sindicatos dizem que foram Black-blocs
Teoria
A associação dos servidores da Abin está revoltada com a revista VEJA. Considera a reportagem irresponsável e sem qualquer prova de que espionou o ministro Fachin.
Contra-ataque
Agora, a Abin quer investigação sobre as teorias da revista: “Exigimos uma apuração rigorosa das supostas investigações (..) para garantia de idoneidade da Agência”.
Confusão
É confusa a perda dos direitos políticos do deputado Paulinho da Força Sindical, presidente do Solidariedade. O PGR Rodrigo Janot mandara arquivar o inquérito 2.778 que o deputado respondia por improbidade administrativa. Foi o TRF da 3ª Região (desembargadora Consuela Yoshida) quem entrou no circuito e enquadrou o político.
Consolo
A comitiva de aliados para consolar o deputado Paulinho foi grande ontem à tarde. Desde office-boys e garçons, passando por parlamentares amigos até o ministro Ronaldo Nogueira, do Trabalho, pasta controlada pelo PTB e sonho de Paulinho.
Em tempo
Paulinho foi condenado por usar verba gorda do FAT, ligado ao ministério, para contratar sem licitação ONG para ministrar cursos profissionalizantes.
Anistia$
A pedido da AGU, a Justiça Federal determinou o bloqueio de bens em R$ 5,2 milhões de quatro servidores do Ministério do Planejamento após serem constatados “fartos indícios” de ação fraudulenta e improbidade administrativa na concessão de anistias.
Do nosso
No despacho, o juiz Charles Frazão afirma que a servidora atuou em “conluio” com três outros réus para conceder ilegalmente benefícios do Programa de Anistia. Os prejuízos são de R$ 1.116.647,87.
Ficha Limpa
Com prováveis candidatos na mira da Justiça, parlamentares do Governo e da oposição deixam numa gaveta da Comissão de Constituição e Justiça do Senado o projeto que veda a candidatura de réus à Presidência da República.
Tudo em casa
A proposta, de autoria do senador José Medeiros (PSD-MT), altera a Lei Ficha Limpa e aguarda a indicação de relator no colegiado presidido pelo senador Edson Lobão (PMDB-MA), aliado do presidente Michel Temer.
O de sempre
A bancada do PT na Câmara vai entrar com ação no STF contra o que taxa de “toma lá, dá cá” e discriminação contra oposição. O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), detalha cifras ao afirmar que a base de apoio de Temer tem recebido recursos e liberação de emendas em volumes até dez vezes superiores aos destinados à oposição.
Faz sentido
Reclama o líder petista: “O governo liberou em média, nos últimos meses, aos parlamentares do PSC, R$ 2,4 milhões e, para (os deputados do PMDB, um total de R$ 1,59 milhão. Para o PT a média da liberação de emendas obrigatórias foi de R$ 243 mil, para o PDT, R$ 255 mil e, para o PCdoB, R$ 234 mil”.


terça-feira, 13 de junho de 2017

REFORMA TRABALHISTA AVANÇA NO SENADO



Relatório da reforma trabalhista deve ser lido hoje em comissão do Senado

Agência Brasil







O relatório da reforma trabalhista (PLC 38/2017) deve ser lido hoje (13) na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, após acordo entre os senadores da oposição e da base aliada do governo. O relatório de Ricardo Ferraço (PSDB-ES) é favorável à reforma e mantém o texto como foi aprovado na Câmara dos Deputados.
Na reunião também devem ser lidos os votos em separado apresentados por integrantes da comissão. A expectativa é de que a votação do relatório na comissão ocorra dia 21 de junho.
A reforma trabalhista foi aprovada na Comissão de Assuntos Econômicos no último dia 6 e o relator também foi o senador Ricardo Ferraço. Na CAE, o relatório foi aprovado por 14 votos favoráveis e 11 contrários sem que fossem feitas alterações no texto vindo da Câmara. A proposta de reforma ainda deve passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de seguir para votação no plenário da Casa.

Apesar de não propor alterações no texto aprovado pela Câmara, o relator Ricardo Ferraço sugere que o presidente Michel Temer vete seis pontos, entre eles o trabalho intermitente, a jornada de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso e a possibilidade de atividade insalubre para gestantes mediante atestado médico. Segundo Ferraço, alguns dos vetos sugeridos estão acordados com o presidente Temer. Senadores da oposição discordam e dizem que assim a Casa está abrindo mão de melhorar a proposta.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...