terça-feira, 13 de junho de 2017

PSDB FICA NO GOVERNO E AO MESMO TENTA RETIRÁ-LO DO PODER



Tasso reconhece incoerência por PSDB ficar no governo e recorrer contra o TSE

Estadão Conteúdo









O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), reconheceu nesta segunda-feira, 12, que há uma incoerência no fato de o partido ter decidido, ao mesmo tempo, se manter na base aliada do governo Michel Temer e recorrer contra a absolvição do peemedebista pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Com certeza existe uma incoerência nisso, mas é a incoerência que a história nos colocou", afirmou em entrevista coletiva após a reunião dos tucanos.

Jereissati afirmou que, como presidente do partido, não deixará de reconhecer que houve corrupção e uso de dinheiro público nas eleições de 2014 por parte da chapa Dilma-Temer. "Achamos que houve corrupção e uso do dinheiro público nas eleições de 2014. Não temos menor duvida sobre isso. Não temos porque ficar calados se temos ainda o recurso para provar nossa convicção", disse. Segundo ele, o tipo de recurso só será definido após o TSE publicar o acórdão do julgamento.

"Esse não é meu governo, não é o governo dos meus sonhos. Não votei nem nele (Temer) nem nela (Dilma). Estão aí por causa da circunstância do País nos levou a isso", afirmou o senador, ressaltando que era a favor do desembarque, mas que foi voto vencido. "O PSDB esta dentro desse governo, com seus ministros, não em nome do governo, mas em nome da estabilidade e das reformas que são necessárias. Nossa maior preocupação são os desempregados que estão aí e não deixar que essa crise econômica venha a piorar", acrescentou.

Jereissati afirmou que o PSDB ainda não decidiu fechar questão a favor da aceitação de eventual denúncia contra Temer enviada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo ele, por enquanto, a orientação é que cada deputado vote como quiser. "Vai ser uma decisão da Câmara, totalmente deles. E cada deputado vai votar da maneira como quiser, inclusive no plenário. Não existe nenhuma decisão de fechar questão em relação a isso", declarou o tucano na entrevista.

Mais cedo, o líder do PSDB na Câmara, deputado Ricardo Tripoli (SP), afirmou que pretende orientar a bancada do partido na Casa a votar pela aceitação de eventual denúncia da PGR contra Temer. "Não terá liberação de bancada nesse aspecto. O posicionamento será pela investigação. Não estou levando aqui se ela será positiva ou não. Mas toda investigação tem sido defendida pelo PSDB sempre. Seja com pessoas ligadas ao nosso partido ou não", afirmou Tripoli ao deixar reunião do PSDB.

No Congresso e no Palácio do Planalto, a expectativa é de que Janot envie a denúncia até o fim de junho. Para que o Supremo Tribunal Federal (STF) possa processar Temer, a imputação terá de ser aceita pela Câmara. Para que a denúncia seja aceita, são necessários votos favoráveis de 342 dos 513 deputados. Se for aceita, Temer terá se der afastado do cargo por 180 dias, para que o Supremo o julgue. Caso o julgamento não seja concluído ao fim desse prazo, Temer retorna ao caso, mas continua sendo processado pela Corte.

Aécio

Na entrevista, Jereissati disse ainda que o partido não vai crucificar o senador Aécio Neves (MG), afastado das funções e da presidência do partido após ser atingido pela delação da JBS. "Não discutimos Aécio Neves, não vamos crucificá-lo, vamos dar a ele o direito de defesa", explicou. O tucano cearense confirmou a intenção da maioria do partido de antecipar as eleições para escolha do substituto definitivo do mineiro.

De acordo com o presidente interino do PSDB, essa eleição poderá ser antecipada em duas situações: caso Aécio renuncie ao cargo ou seja expulso do cargo. Jereissati ressaltou, porém, que tudo será combinado com o senador mineiro. "A ideia é que na próxima reunião da Executiva, na semana que vem, se convoque uma eleição nacional", explicou o parlamentar cearense.

OS NEGÓCIOS DO EMPRESÁRIO TRUMP ATRAPALHAM O PRESIDENTE TRUMP




Promotores denunciam Trump por receber dinheiro de governos estrangeiros

Agência Brasil











Trump considera que sua saída dos postos de responsabilidade da Trump Organization e o seu compromisso de não falar de negócios com os filhos

Os promotores-gerais de Maryland, Brian Frosh, e do Distrito de Colúmbia, Karl Racine, apresentaram nesta segunda-feira (12) uma denúncia contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por receber dinheiro de governos estrangeiros por negociações das quais ele não se desvinculou totalmente. As informações são da agência EFE.
Em coletiva de imprensa em Washington, Racine disse que o processo foi aberto na manhã de hoje em um tribunal federal por "flagrante violação" de Trump das provisões constitucionais contra a influência do dinheiro de interesses estrangeiros ou nacionais.
Eles consideram que "nunca antes" um presidente teve uma conjunção tão grande de interesses econômicos dos quais não se desvinculou, o que coloca a democracia em risco.
Frosh, por sua vez, espera que, eventualmente, os tribunais ou o Tribunal Supremo criem precedentes e determinem por lei que Trump deve fazer mais para se desligar dos seus negócios. O presidente já renunciou de todas as suas responsabilidades na Trump Organization.
Para os dois promotores-gerais, Trump está violando as cláusulas da Constituição, já que alguns governos, como o da Arábia Saudita por exemplo, estão melhorando as relações com a Casa Branca com gastos de milhares de dólares nos hotéis de Trump, como o Trump International Hotel, no centro de Washington, muito perto da Casa Branca.
Trump considera que sua saída dos postos de responsabilidade da Trump Organization e o seu compromisso de não falar de negócios com os filhos seriam suficientes para evitar conflitos de interesses.

O JULGAMENTO DO TSE FOI UM TEATRO - TUDO COMBINADO NADA RESOLVIDO



O julgamento da decisão do TSE

Manoel Hygino 











Milhões de brasileiros terão permanecido diante das câmeras por muitas horas para acompanhar, em vivo e em cores, como dizem os irmãos lusos, o extenso, acalorado e, às vezes, até cansativo julgamento no Tribunal Superior Eleitoral sobre a anulação da chapa Dilma-Temer.
Enfim, tratava-se de problema de dimensões nacionais e os motoristas de táxis e carros particulares mantiveram-se ligados no que chegava de Brasília pelo rádio.
O brasileiro, de todas as condições sociais, que sabe ler, ouvir e julgar, sentiu-se no dever de conhecer os detalhes. Investiu-se realmente no papel de cidadão, aquele que assume grave responsabilidade na fiscalização do exercício da função pública.
O ventilador poderoso atirou detritos por todos os lados no país, anos, teve trabalho, mas cumpriu o que dele se esperava. O cidadão perfeitamente percebeu que havia muito mais de podre no Brasil do que no reino da Dinamarca, como se referiu Shakespeare, no “Hamlet”.
O brasileiro queria, e quer, desvendar o que havia, e há, no âmbito dos males causados à nação por organizações criminosas, até mesmo partidos (se o caso), que resultaram na calamidade que chegou às contas e bens públicos e a todos os lares. Se muito já se esclarecera, se muitos fatos se revelaram, – mesmo que não sobrevindo a indispensável sanção – é imprescindível que dúvidas não pairem.
Ao cidadão, que mantém a nação, pouco ou nada interessa distinguir se o problema fora de natureza econômica, jurídica ou política; o importante é punir a gatunagem, condenando seus autores com provas materiais ou testemunhais.
O julgamento do TSE foi válido, não se discute, mas não correspondeu integralmente ao esperado. As lições de ciência jurídica, fartas e profundas, serviram para argumentar. O voto de desempate do ministro Gilmar Mendes encontrou claras motivações, alegada a necessidade de estabilidade política em hora ainda lúgubre da vida nacional.
Melhor seria deixar como estava? O ministro-presidente do TSE admitiu como o Américo Pisca- Pisca “: deixemo-nos de reforma. Fique tudo como está, que está muito bem”, da fábula de Monteiro Lobato, autor que possivelmente não referendasse o voto.
O presidente do Tribunal foi peremptório, em sua declaração final: “Não me venham dar lição de moral. Combate à corrupção eu também quero”.
A decisão do Tribunal pode não ser a que prevalecerá, em última análise. Há dentre outros fatos, contundentes suspeitas sobre a conduta de auxiliares do presidente da República. Esta é uma semana de ansiedade.
Cabe, todavia, continuar a luta, sabedor o país da posição de Gilmar: a corte eleitoral não é espaço para solucionar crise política. Tanto que as quase 30 horas de reunião do TSE apenas cumpriram o rito. Era como dizia o professor Afonso Lamounier, que trabalhou a CEMIG: “tudo combinado, nada resolvido”.
No entanto, as águas, com toda sua sujeira, continuarão rolando. O mau cheiro se sente até pelo rádio, jornais e televisão. O Brasil seguirá acompanhando a sujeira, maior que a do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, tão dolorosamente marcando ainda a vida do país.


segunda-feira, 12 de junho de 2017

O BRASIL VAI ASSUMIR O MERCOSUL EM BUSCA DE ACORDOS COM A UNIÃO EUROPEIA



Brasil vai assumir Mercosul em busca de acordo com europeus

Estadão Conteúdo
Hoje em Dia - Belo Horizonte










Sacudido pela instabilidade política, o Brasil assumirá a presidência do Mercosul no fim de julho, para um semestre que promete ser o mais importante em muitos anos, do ponto de vista econômico. No período ocorrerão as negociações mais difíceis do acordo com a União Europeia, cuja conclusão os dois lados gostariam de anunciar no fim do ano. Outro ponto alto da coordenação brasileira deverá ser a assinatura de um acordo de compras governamentais entre os sócios do bloco.

No entanto, a crise brasileira ameaça tirar foco e velocidade dos trabalhos. "Se eu dissesse que não atrapalha, estaria mentindo", diz o diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi. "Toda negociação precisa de um ambiente de confiança". No próprio governo, admite-se que a instabilidade "deixa tudo mais ou menos."
O rumo, porém, será mantido independentemente dos desdobramentos que a crise política possa ter. "Essa agenda econômica é imposição da sociedade brasileira e da realidade do mundo", diz um integrante do governo. "Não dá para imaginar que a economia brasileira vá se fechar mais".

Para o professor de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas, Oliver Stuenkel, o governo continua ativo em suas propostas para a economia, apesar das turbulências. "Os técnicos continuam trabalhando, mas sem um apoio político isso fica limitado". Hoje, observou, não é possível afirmar se o chanceler será o mesmo na semana que vem. Para ele, a capacidade de o presidente Michel Temer liderar o processo depende da percepção dos parceiros sobre sua permanência ou não no cargo. Por outro lado, ele acredita que a meta de fechar o acordo com os europeus no fim do ano continua presente.

O período de presidência brasileira à frente do Mercosul deve ser uma continuidade do trabalho iniciado em 2017 pela Argentina: o revigoramento do lado econômico e comercial do Mercosul, abandonado principalmente no período em que o Brasil foi presidido por Dilma Rousseff e a Argentina por Cristina Kirchner.

O trabalho envolve duas frentes: a melhora no comércio no bloco e os novos acordos comerciais. Além da União Europeia, há conversas com o Canadá, o Efta (Suíça, Liechtenstein, Noruega, Islândia) e o Japão, entre outros.

Pelo calendário acertado com os europeus, é no fim do ano que ocorrerão as negociações sobre exportações de produtos agrícolas e industriais. Nesse ponto as tentativas anteriores emperraram ao longo das duas últimas décadas: europeus tentando proteger seus produtores rurais e sul-americanos tentando proteger sua indústria.

A atual rodada tampouco começou bem. Os europeus ofereceram uma abertura menor do que a brasileira, excluindo produtos agrícolas nos quais o País é competitivo, como etanol e carne bovina. "Serão barganhas difíceis", antecipa um técnico. Para ele, a meta de fechar o acordo até o início de 2018 só será factível se a vontade política realmente pautar as negociações.

Avanço 
Mercosul e União Europeia já conseguiram fechar pelo menos um capítulo do acordo: o que trata de defesa da concorrência. Por ele, os órgãos antitruste dos países poderão colaborar entre si. Já há textos para negociação em todos os demais temas, o que é considerado um quadro promissor.
A mais recente rodada de entendimentos, ocorrida em Buenos Aires no fim de maio, terminou com avanços em capítulos sobre serviços, compras governamentais, barreiras técnicas, propriedade intelectual e medidas sanitárias e fitossanitárias.

"O avanço significativo nessa rodada demonstra de forma cristalina o interesse tanto do Mercosul quanto da União Europeia em concretizar o acordo de livre comércio o mais breve possível", diz o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira. "Esse é um desejo do setor produtivo brasileiro manifestado em especial através da CNI e das entidades associativas, de modo que depois de 20 anos entre negociações e interrupções temos no horizonte novas possibilidades e novas oportunidades." A reunião está marcada para a primeira semana de julho, em Bruxelas.


AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...