sexta-feira, 12 de maio de 2017

CEMIG CALCULA DESPERDÍCIO DE ENERGIA ANUAL EM MINAS GERAIS



Desperdício de energia elétrica em Minas chega a R$ 2,4 bilhões no ano

Tatiana Moraes








À LUZ DO DIA – Volume de energia desperdiçada no país daria para abastecer as cidades de Ribeirão das Neves e Jaíba por 12 meses

Minas Gerais desperdiçou, em 2016, 5,6 mil gigawatt-hora (GWh) de energia, 10% do que os clientes da Cemig consumiram. O volume é suficiente para iluminar por um ano a cidade de Santos Dumont, na Zona da Mata, e demandou gasto desnecessário de R$ 2,4 bilhões. Em todo o Brasil, 47 mil GWh foram jogados no lixo no ano passado, ao custo de R$ 20,4 bilhões. O volume daria para abastecer Ribeirão das Neves e Jaíba por 12 meses.
Ações simples, como tirar o carregador de celular da tomada quando o aparelho não estiver em uso, podem fazer diferença não só para os reservatórios, que amargam queda devido ao período seco, mas para reduzir a conta de luz, que está sobretaxada com a bandeira vermelha.
Os números foram levantados pela Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco). Ainda conforme o estudo, nos últimos três anos o país dilapidou 143 mil GWh, o que daria para clarear Juiz de Fora por um mês inteiro. O volume custou R$ 61,71 bilhões aos brasileiros.O desperdício em casa é mais voraz. Em 2016, as residências gastaram, sem necessidade, 15% da energia consumida. O comércio aparece em segundo lugar, desperdiçando 11%, seguido pelas indústrias, com 6%. Na média, os brasileiros gastam 10,3% da eletricidade gerada.
Dois lados
O avanço da tecnologia atua como faca de dois gumes quando o assunto é economia. Enquanto novos equipamentos são lançados diariamente para reduzir o consumo de energia, o uso paulatino dos aparelhos faz com que o gasto seja maior.
“As TVs de LED surgiram como uma opção de queda no gasto energético na comparação com as de tubo. O problema é que antes as TVs eram de 29 polegadas. Hoje, elas são de, no mínimo, 40 polegadas. Ou seja, é uma tecnologia que gasta menos, mas o tamanho do equipamento faz com ele acabe gastando bem mais”, pondera o presidente da Abesco, Alexandre Moana. Ainda segundo ele, o uso moderado poderia refletir diretamente na conta de luz, puxando a tarifa para baixo.
Atualmente, a energia está sobretaxada devido à redução dos níveis dos reservatórios. Com as térmicas acionadas para completar a geração, as contas sofrem um impacto para cima. A cada 100 quilowatts-hora (KWh) gastos, o consumidor paga R$ 3 extras para arcar com o combustível usado pelas térmicas, mais caro do que a água das hidrelétricas. “Se o desperdício não fosse tão alto, talvez não fosse preciso acionar as térmicas. Ou demoraria mais para acioná-las”, diz Moama.


Economia poderia iluminar cidade de 50 mil habitantes
Minas possui 8,5 milhões de residências clientes da Cemig. Se cada uma delas economizasse 1 quilowatt-hora (KWh) por mês, os mineiros deixariam de gastar 8,5 mil megawatt-hora (MWh) mensalmente, o suficiente para iluminar uma cidade de 50 mil habitantes, como Itabirito, na Região Central do Estado.
Para saber se o consumo de energia de uma casa é exagerado, basta entender a conta de luz. Segundo o engenheiro de Soluções Energéticas da Cemig, Luciano Barreto, em média, uma família de quatro pessoas consome 120 KWh por mês, o equivalente a 30 KWh por pessoa no mês e a 1 KWh por dia. “Todas essas informações são impressas na conta, inclusive o consumo diário. O problema é que as pessoas não têm o hábito de conferi-la”, afirma.
Barreto ressalta que nas residências em que moram menos pessoas o gasto per capita será maior. Afinal, o consumo de eletrodomésticos que não são desligados, como a geladeira, não serão divididos. Mesmo assim, o gasto individual não deve ultrapassar os 50 KWh. “Se passar, há desperdício”, diz.
Segundo o especialista, existem duas formas de reduzir a conta: ou pela potência dos equipamentos ou pelo tempo de uso deles. O primeiro passo é verificar o selo Procel do aparelho. O selo classifica objetos por letras. Aqueles que recebem a classificação ‘A’ gastam menos luz.
“Existem chuveiros de 5 mil watts e de 3 mil watts. Dê preferência ao menos potentes. Também é importante não colocar alimentos quentes na geladeira, pois ela vai precisar gastar mais energia para resfriar. Trocar as lâmpadas por LED também é uma ótima opção”, diz.
O policial rodoviário federal Cristian Coimbra foi por essa linha. Ele trocou as lâmpadas antigas pelas LED e sempre que pode dá preferência à iluminação natural. Além disso, o chuveiro escolhido por Coimbra é mais econômico. “Vivemos em uma era muito tecnológica. Tendemos a gastar cada vez mais ao consumirmos tanta tecnologia. O que podemos fazer é dar prioridade aos aparelhos de menor voltagem”, diz.
A educadora física Patrícia Lessa também economiza o quanto pode. “Não só desligo os aparelhos como tiro os fios das tomadas”, afirma.


ALÉM DISSO
A Efficientia, braço da Cemig, inaugurou, ontem, uma usina solar fotovoltaica na Fapemig, região Nordeste de Belo Horizonte. Com investimento de aproximadamente R$ 1 milhão e potência instalada de 157 kWp (quilowatt-pico), a usina vai proporcionar à instituição de pesquisa uma economia anual de R$ 125 mil na conta de energia.
Os recursos utilizados para a instalação da usina fotovoltaica na Fapemig são provenientes do Programa de Eficiência Energética da Cemig e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Além desse empreendimento, a Efficientia, em parceira com a Alsol, foi responsável pela engenharia da usina solar fotovoltaica implantada, recentemente, no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BHTec). O sistema instalado na BHTec teve investimento de cerca de R$ 800 mil e conta com potência elétrica de 107 kWp. A instituição deve economizar quase R$ 70 mil por ano graças a esse empreendimento. A usina está em operação desde o mês passado.
De acordo com o diretor-presidente da Efficientia, Alexandre Heringer Lisboa, a instalação das usinas vai contribuir para a redução da carga do Sistema Integrado Nacional (SIN). “Imagine se todas as grandes empresas pudessem gerar parte da energia que consomem. Isso traria grandes benefícios para todo o sistema elétrico”, avalia.
O engenheiro de tecnologia e normalização da Efficientia, Márcio Eli Moreira de Souza, destaca o potencial solar de Minas para a instalação das usinas solares e os incentivos do Estado para essa modalidade de geração, como isenção de ICMS para geração distribuída.


COLUNA ESPALANDA DO DIA 12/05/2017



Guilhotina tripla
Coluna Esplanada  - Leandro Mazzini








O juiz federal Sérgio Moro indicou para o STF em ofício, ontem, que dá sentença dia 14 de junho no processo em que o ex-ministro Antonio Palocci, o marqueteiro João Santana e a esposa dele, Mônica Moura, respondem por suspeita de receberem ilegalmente US$ 10 milhões - operados por Palocci - entre 2010 e 2012, de contratos da Odebrecht junto à Petrobras. Moro afirma ter provas de que Palocci operou, por baixo, R$ 150 milhões em propinas desde 2006. O teor aponta que o juiz descerá a caneta condenatória no trio.
Mais um
Moro cita que iniciou a tramitação na 13ª Vara o processo em que a Odebrecht é acusada de pagar com propina o prédio do Instituto Lula e outro apartamento ao petista.
Falta no plenário
Os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Jorge Viana (PT-AC) fizeram questão de avisar que pagaram do bolso as passagens e hospedagem para irem a Curitiba.
Do bolso
O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), também avisa à Coluna que voou pela GOL e pagou no cartão seu bilhete, e do bolso os custos para ver Lula da Silva depor.
Filhote do Refis
Caiu em desgraça no Congresso a MP 766, que cria o Programa de Regularização Tributária junto à Receita e Procuradoria da Fazenda - um filhote do Refis, que já salvou muito graúdo. Ocorre que nos bastidores a ideia do Governo, já consentida pela Mesa da Câmara, é deixar a medida ‘caducar’ - ela tem prazo até dia 1º de junho.
Barganhou 
Em reunião para tratar da MP há dias, o secretário da Receita, Jorge Rachid, não fez concessões ao relator, deputado Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG), que apresentou de forma “surpresa” o texto na comissão. Tem congressista alertando que a MP virou moeda de barganha para votos das reformas na Casa.
RG judicial
Começou ontem e se encerra amanhã em Brasília o I Encontro Nacional de Juízas e Juízes Negros (Enajun), em auditório do TJ em Brasília. A iniciativa é inédita no país, e tem como tema “A identidade negra na magistratura brasileira”.
Decolou 1
O MTur registrou curioso crescimento de seguidores nas redes sociais neste maio, referente ao mês de 2016. O Facebook pulou de 537.084 para 716.182 seguidores (33%)
Decolou 2
No Twitter da pasta, o salto foi maior, de 224.638 seguidores (103%). Em 2016 eram 217.579, e passaram para 442.217. Ações de marketing digital e interatividade ajudaram.
Celular cidadão
A Câmara de João Pessoa já aceita projetos de lei de iniciativa popular pelo celular, pelo app Mudamos. “Estamos aprofundando ao máximo o sentido de democracia, atualizando-o”, comemora o idealizador da Lei Ficha Limpa, juiz Márlon Reis.
Casa do Povo
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) comemora decisão liminar do ministro Edson Fachin (STF) autorizando populares na galeria da Câmara durante as votações da reforma da Previdência. Ela é autora do PRC 30/15 que assegura o povo na Casa.
Vigiar..
Mais de 110 servidores públicos foram demitidos, destituídos dos cargos ou tiveram as aposentadorias cassadas nos últimos quatro meses. Os dados constam no Cadastro de Expulsões da Administração Federal.
..e punir
O Cadastro ainda não incluiu os nomes dos servidores afastados em abril e maio - como o do ex-diretor da Agência Nacional de Águas Paulo Rodrigues Vieira, punido por receber vantagens indevidas e por improbidade administrativa.
Modesto
Em ascensão nas pesquisas para a Presidência, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) tem lidado com o assédio e a tietagem com certa modéstia. “Faz parte da política. É melhor ser assediado do que vaiado”, afirmou um surpreendente sereno Bolsonaro à Coluna.


quinta-feira, 11 de maio de 2017

LULA EM DEPOIMENTO ATACA A OPERAÇÃO LAVA JATO



Lula diz a Moro que processo é ilegítimo e denúncia, uma farsa

Agence France-Presse/AFP
Hoje em Dia - Belo Horizonte










Ex-presidente em depoimento a Sérgio Moro


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante um interrogatório de quase cinco horas nesta quarta-feira (10) ao juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba, fez duras críticas ao processo que atribui a ele a propriedade de um apartamento no litoral de São Paulo. "Como eu considero esse processo ilegítimo e a denuncia uma farsa, estou aqui em respeito a lei, em respeito à nossa Constituição, mas com muitas ressalvas com o comportamento dos procuradores da Lava Jato", disse Lula no início do depoimento.  Lula negou categoricamente as acusações de corrupção e denunciou sofrer uma perseguição judicial em um comício posterior, falando a milhares de simpatizantes. O juiz Moro assegurou que o ex-presidente, que governou o país entre 2003 e 2010, seria respeitado como todos os acusados ouvidos por ele e garantiu que não seria preso nesta quarta-feira.
"O senhor ex-presidente vai ser tratado com o máximo respeito, como qualquer acusado e igualmente pela condição do cargo que o senhor ocupou no passado, o senhor ex-presidente pode ficar absolutamente tranquilo quanto a isso", afirmou o juiz a Lula, destacando que "não tem qualquer fundamento" os boatos sobre uma prisão nesta quarta-feira.
"Esse interrogatório é um ato normal do processo", reforçou Moro. "Queria deixar claro que, apesar de algumas alegações nesse sentido, da minha parte não tem qualquer desavença pessoal em relação ao senhor ex-presidente, quem vai definir o resultado são as provas e a lei", prosseguiu. "Eu tinha confiança disso", reagiu Lula.
O juiz Sérgio Moro tenta determinar se Lula é proprietário de um apartamento tríplex no balneário do Guarujá, em São Paulo, que teria recebido da empreiteira OAS em troca de vantagens indevidas. "Nunca solicitei e nunca recebi esse apartamento", afirmou Lula reiteradas vezes no interrogatório, segundo trechos do vídeo divulgados após a audiência.
Depois do interrogatório, Lula participou de um comício em Curitiba, que atraiu uma multidão. Desde a terça-feira (9), centenas de simpatizantes, procedentes de várias partes do país, chegaram à capital paranaense para dar seu apoio ao ex-presidente, que governou o país entre 2003 e 2010. "Vocês estão vendo alguém que está sendo massacrado", disse Lula à multidão. "Não quero ser julgado por interpretações, quero ser julgado por provas!"

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PRECISA MUDAR



Supremo: é hora de mudar

Opinião Jornal Hoje em Dia

Antônio Álvares da Silva*
 



O STF, como noticia a imprensa, começou o ano de 2016 com 53 mil processos, portanto, uma média de quase cinco mil para cada um de seus ministros. Levando-se em conta a alta conflitualidade do momento histórico em que vivemos, este acervo está longe de ser esgotado. A perspectiva é de que aumente sempre, tornando-se irreal qualquer esperança de sua diminuição.
O Tribunal Constitucional Alemão- Bundesverfassungsgericht- julgou de 1951 a 2016 (65 anos) 226 mil processos. Considerando o acúmulo atual de 53 mil processos e o multiplicando por quatro anos, teremos um acúmulo de 212 mil processos no STF, ou seja, quase o total que o tribunal constitucional alemão julgou em toda a sua existência.
Por que este acúmulo tão grande e persistente? Não é por culpa dos ministros que trabalham com incrível capacidade e esforço, mas são e sempre foram derrotados pelo ajuizamento cada vez maior de processos, o que significa uma margem muito grande deficitária de prestação jurisdicional. Como a justiça demorada é o mesmo que justiça negada conforme a máxima que atravessa os séculos – justitia non est neganda, nec differenda (a Justiça não deve ser negada nem diferida), o STF ( bem como todo e qualquer tribunal em atraso) nega justiça ao retardar a prestação jurisdicional. Logo, é preciso ser breve e seguro e buscar um equilíbrio entre direito do autor à sentença favorável e o direito do réu à sentença negativa, para que prevaleça a situação de fato que garanta seu direito.
Por que o STF demora tanto na prestação jurisdicional? A resposta não é difícil de ser encontrada e está em sua ampla e inusitada competência que atrapalha e dificulta os julgamentos, que deveriam ser apenas questões constitucionais. O Supremo brasileiro julga questões em competência originária e a lista delas quase esgota o alfabeto. Depois vem a competência em recurso ordinário e, finalmente, em recurso extraordinário. Tão amplo espectro não pode ser esgotado apenas por 11 juízes. Então, de duas uma: ou o Supremo diminui a sua competência ou continuará eternamente um tribunal deficitário, ou seja, injusto.
Além deste lado técnico, há ainda o aspecto social. Toda atividade judiciária tem um conteúdo também político. Mas predominam os instrumentos jurídicos, que limitam a atuação dos aplicadores da lei e garantem sua isenção. Já nas decisões de última instância dos tribunais, a questão política anda junta com a questão jurídica, porque a função aqui é unificadora da interpretação da lei e da jurisprudência. Estes tribunais são legisladores de segundo grau, pois interpretam a norma em último caso: a lei é o que o juiz diz que é. Se há atraso na prestação jurisdicional, estabelece-se confusão e insegurança coletivas, pois ninguém sabe ao certo o mandamento legal: como obedecer à lei se não se sabe o que ela diz?
A importância do Judiciário para a vida política e social dos povos é relevante e de grande significado, pois sem o Direito e sua aplicação não teríamos ordem, mas caos permanente, que Thomas Hobbes celebrou em sua famosa frase: bellum omnium contra omnes – a guerra de todos contra todos, ou seja, a destruição total.
É preciso reformar com urgência o STF: aumentar seus ministros, desvincular o caso concreto de suas decisões que faria coisa julgada a partir das decisões de segundo grau, recriar um processo simples, rápido e informal, ideia que está longe de ser realizada pelo novo Código de Processo Civil (CPC) e, finalmente dar ao povo o direito de eleger os juízes de tribunais superiores, que teriam mandato limitado, permitindo-se apenas uma reeleição, se for caso.
Do jeito que está não é possível ficar. Ou mudamos a estrutura de nossos tribunais superiores, ou não teremos nunca justiça completa a que o povo tem direito.
(*) Professor titular da Faculdade de Direito da UFMG

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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