sábado, 15 de abril de 2017

PAGAMENTO DE PROPINA PARA A CONTINUAÇÃO DE OBRA



Odebrecht pagou R$ 5,1 mi em propina para destravar transposição do São Francisco

Estadão Conteúdo










A Odebrecht pagou R$ 5,1 milhões em suborno e caixa dois a quatro políticos nordestinos para destravar as obras do Canal do Sertão, trecho da Transposição do Rio São Francisco. Conforme os depoimentos de seis delatores, os valores foram repassados ao ex-governador de Alagoas Teotônio Vilela Filho (R$ 2,8 milhões), do PSDB; ao senador e ex-ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra Coelho (R$ 1,05 milhão), do PSB; e ao senador Renan Calheiros (R$ 500 mil), do PMDB.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também considera que uma doação oficial de R$ 829 mil à campanha do governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), em 2014 foi propina envolvendo os interesses da empreiteira no projeto.

O Hotel Radisson, à beira-mar de Maceió, foi o palco de alguns dos encontros para acertar os pagamentos, segundo o relato dos depoentes. Ali Renan Calheiros se reuniu com o funcionário da Odebrecht Ariel Parente. "Relatei a ele que a empresa estava destinando R$ 250 mil, em duas parcelas, fazendo o total de R$ 500 mil. Não me recordo se ele indicou alguma pessoa da confiança dele para receber. Me recordo que ele não ficou satisfeito com o valor. Me transmitiu essa insatisfação achando que estava pouco", relatou o executivo, em depoimento à Procuradoria-Geral da República.

Parente explicou que os R$ 500 mil seriam pagos como caixa dois, por fora de doação oficial ao então candidato ao Senado. Contou que Renan "queria mais" e cobrou "1 milhão e tanto". Diante da reclamação, submeteu o problema para seus superiores. O senador alega que nunca participou de nenhum encontro com Parente. O ex-diretor da Odebrecht no Nordeste João Pacífico confirmou o pagamento, em duas parcelas, em agosto e setembro de 2010, dos R$ 500 mil. Ele apresentou planilhas como comprovação. Pacífico explicou que o caixa dois a Renan naquele ano visava à ajuda dele para liberar a obra do Canal do Sertão, um dos trechos da Transposição do Rio São Francisco.

Pacífico afirmou que, embora Renan estivesse rompido com o então governador Teotônio Vilela Filho (PSDB), o peemedebista era um político nacional e tinha influência no Ministério da Integração Nacional. "Se, porventura, a gente precisasse de apoio dele, a gente poderia utilizá-lo", justificou. A quantia foi disponibilizada pelo Grupo Odebrecht por intermédio de operação não contabilizada e registrada pelo Setor de Operações Estruturadas no sistema "Drousys".

O executivo explicou que a Odebrecht obteve o contrato na transposição em 2010, mas a execução ficou suspensa até 2013, por falta de recursos. O "agrado" a Renan, segundo ele, também objetivava conquistar o apoio dele em eventuais pleitos futuros. "Era mais para que a gente pudesse dar a notícia, primeiro em nome da companhia, e também porque poderia haver uma demanda. Então, a gente se antecipou", comentou.

Bezerra

Em outro trecho de sua delação, João Pacífico afirmou ter acertado, numa conversa em 2013, pagamento de R$ 1 milhão para a campanha do então ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE).

"Quando eu fui saber do ministro Fernando Bezerra qual era a dotação orçamentária, ele disse: 'vou me candidatar em 2014 ao Senado e preciso de uma ajuda de campanha", afirmou. "Eu fui lá para saber o orçamento referente à obra. Depois que ele me disse que o valor de 2013 não seria significativo, porque a obra só começou no meio do ano, mas em outros anos deveria ter, foi quando disse 'eu vou me candidatar e preciso de um valor em contribuição: R$ 1 milhão'", acrescentou.

No pedido de abertura de inquérito, o procurador-geral Rodrigo Janot diz que a solicitação de Bezerra Coelho "foi atendida por meio de pagamentos viabilizados pelo Setor de Operações Estruturadas". O montante, em espécie, segundo os colaboradores, foi entregue a um intermediário de Bezerra. O ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Júnior confirmou os repasses.

Segundo os delatores, os valores pagos a Teotônio Vilela Filho e a dois de seus auxiliares somaram R$ 2,8 milhões, em 2014. Pacífico contou que os repasses foram acertados pelo próprio governador e sua equipe no hotel, que teriam ameaçado rescindir o contrato, caso os valores não fossem feitos. A Odebrecht, por fim, teria cedido ao achaque.

"As condutas acima narradas não se tratam de mera doação eleitoral irregular. Vislumbra-se, na verdade, uma solicitação indevida em razão da função pública que se almeja, a pretexto de campanha eleitoral. Por esta razão, há fortes indícios de que se está diante de crimes graves que precisam ser minuciosamente investigados", afirmou Janot sobre as doações a Vilela, a Bezerra e ao senador Renan.

Defesas

Em nota, Renan afirmou ser "uma inconsciência" a "tentativa" de ligá-lo "às obras do Canal do Sertão". "A obra era gerida por um governo contra o qual eu e Renan Filho, que era deputado federal, fazíamos oposição. O fato de eu ser político nacional não muda o contexto da política regional. Por isso, eu realmente acredito no arquivamento das denúncias por total incoerência", disse.

Fernando Bezerra Coelho, também por meio de sua assessoria, alegou que não participou nem da licitação nem da contratação da obra do Canal do Sertão Alagoano, "ambas ocorridas em 2009 - ou seja, dois anos antes de o senador chegar ao Ministério da Integração Nacional". "Ao assumir o ministério, Fernando Bezerra solicitou a manifestação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a conformidade do contrato. Com a orientação do TCU, foram feitos ajustes no referido contrato e a obra foi retomada no final da gestão de Fernando Bezerra, em 2013. O parlamentar reforça que todas as contas da campanha dele ao Senado foram devidamente apresentadas e aprovadas pela Justiça Eleitoral", explicou.

Renan Filho sustenta que todas as doações recebidas durante a campanha ocorreram dentro da lei e foram devidamente declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral." A reportagem não conseguiu contato com Teotônio Vilela Filho.

ENVIO DE TROPAS AMERICANAS PARA A SOMÁLIA



Após duas décadas, EUA enviam tropas à Somália

Estadão Conteúdo








O exército dos Estados Unidos enviou dezenas de tropas para a Somália, no maior movimento do tipo em duas décadas no país, que fica no Chifre da África.

Os americanos se retiraram na Somália depois de 1993, quando dois helicópteros foram abatidos na capital, Mogadiscio, e corpos de americanos foram arrastados pelas ruas.

O Comando dos EUA para a África disse hoje que o movimento é para logística e treinamento do exército somaliano, que está lutando com o grupo extremistas al-Shabab.

Nos últimos anos, os EUA enviaram algumas forças de operações especiais e assessores à Somália. O presidente Donald Trump aprovou recentemente um maior papel militar por lá. Isso inclui a condução de ataques aéreos mais agressivos contra o Al-Shabab.

O novo presidente somali-americano do país, Mohamed Abdullahi Mohamed, anunciou na semana passada uma nova ofensiva contra o grupo extremistas. Fonte: Associated Press.

MENINO DIRIGINDO CARRO NO ESTADOS UNIDOS



Menino de 8 anos dirige carro do pai por 2 km até Mc Donald's

AFP








Um menino de oito anos pegou o furgão do seu pai e guiou até um McDonald's em Ohio para comer um cheeseburguer.

O garoto aprendeu a dirigir vendo vídeos no YouTube, informou ao jornal Weirton Daily Times sobre esta aventura registrada na noite de domingo passado.

Ao lado da irmã de quatro anos, o menino dirigiu por quase 2,5 km, parou em um sinal vermelho e cedeu a passagem para outros carros antes de chegar ao McDonald's de East Palestine, no leste de Ohio, revelou o jornal.

Quando parou no autoatendimento da lanchonete e pediu um cheeseburguer pela janela do carro, os atendentes pensaram que era uma "pegadinha".

"Acreditaram que os pais estavam na parte de trás, mas obviamente não estavam", disse o policial Jacob Koehler ao jornal.

A polícia foi alertada por pessoas que viram o jovem motorista, cujos pais dormiam em casa.

Quando os policiais chegaram, o menino começou a chorar, mas no final ganhou um cheeseburguer, nuggets e batatas fritas e os irmãos foram entregues aos pais em uma delegacia.

GOVERNO E TRABALHADORES GASTAM MILHÕES COM OS SINDICATOS PARA NADA



Sindicatos podem perder contribuição que chega a R$3,5 bi

Filipe Motta e Paula Coura









Marcus Pestana pede cautela na análise da matéria

Seis das maiores centrais sindicais do país, dentre as quais Força Sindical, CUT e Nova Central, arrecadaram, juntas, cerca de R$ 173 milhões com a contribuição sindical no ano passado. No Brasil, foram R$ 3,53 bilhões, sendo R$ 124,2 milhões destinados a entidades de Minas.
Os valores expressivos podem ser zerados, caso passe pelo Congresso, na próxima semana, a extinção da contribuição. O ponto, alvo de polêmica, foi incluído nessa semana no relatório do deputado Rogério Marinho (PSDB-RN).
As centrais temem o enfraquecimento dos sindicatos, justo no momento em que os trabalhadores mais precisarão de proteção. É que a reforma prevê a alteração de mais de 100 pontos na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). O foco das mudanças é levar as negociações da Justiça para acordos coletivos com sindicatos, que terão força de lei.
É aí que entram os bilhões dos sindicatos.
A contribuição é recolhida de todo trabalhador assalariado e descontada, normalmente no mês de março, independentemente de o trabalhador ser sindicalizado.

Pela legislação, 5% do valor arrecadado vai para a confederação correspondente; 15% para a federação; 60% para o sindicato da categoria do trabalhador e 20% para a União. Dinheiro esse que mantém a estrutura das entidades.
Além dos trabalhadores, as empresas também são obrigadas a pagar contribuições sindicais.
Antes da reforma, alguns sindicatos chegaram a defender que a contribuição fosse espontânea. Mas, agora, mudaram de ideia.
“Num momento de reforma trabalhista que se fala em fortalecer entidades trabalhistas para a negociação com o empresariado, a mudança é um contrassenso. É esse dinheiro que garante uma estrutura mínima e quadros preparados – economistas, advogados, carro de som”, afirma João Carlos Gonçalves, o Juruna, da Força Sindical.

Israel Arimar, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (SindiBel), também vê risco. “Há dois modelos de sindicato: os que fazem luta, e isso custa caro, e os patrimonialistas, que acabam acumulando recursos. Os sindicatos que fazem luta, com o fim do imposto sindical, acabarão comprometidos”, diz.
Além da contribuição obrigatória, o caixa dos sindicatos é composto também pelos repasses dos sindicalizados. Para Israel, no caso do Sindibel, que no ano passado arrecadou R$ 833,12 mil com a contribuição, ainda que o valor pago pelos sindicalizados (cerca de R$ 200 mil por mês) tenha maior peso no orçamento da entidade, a contribuição geral faz enorme diferença. “No jurídico, por exemplo, são cinco advogados, além de sete estagiários, trabalhando com cerca de 3 mil ações em tramitação só na Corregedoria”, diz.

Sem consenso
Para muitos críticos, a enxurrada de dinheiro nos sindicatos fomentaria estruturas corporativistas, que não necessariamente lutam pelos direitos do trabalhador.
O assunto é tão polêmico que não existe consenso nem mesmo na base do presidente Michel Temer (PMDB).
O deputado federal mineiro Marcus Pestana (PSDB), é contrário ao benefício, mas pondera que ainda é cedo para confirmar a morte dela.
“Há uma proliferação enorme de sindicatos no Brasil, um número centenas de vezes maior que em outros países. Muitas estruturas são apenas cartoriais. E é preciso que o sindicato tenha um esforço de mobilização para conseguir a adesão do trabalhador”, defende.
Ranking
O grupo sindical que mais arrecadou com a contribuição sindical em Minas Gerais, no ano passado, foi a Federação do Comércio (Fecomércio-MG), com R$ 9,3 milhões. Ela foi seguida pelo Federação dos Empregados no Comércio, com R$ 7,97 e pela Federação das Indústrias (Fiemg), com R$ 4,17 milhões de contribuição sindical.
A legislação trabalhista determina que, no caso da contribuição sindical, independente de ser sindicalizado, cada empregado deve contribui com o equivalente a um dia de trabalho para o sindicato, o que muitas vezes é desconhecido do trabalhador.
Já o valor da contribuição sindical pago pelas empresas é proporcional ao capital social que elas têm. Elas são responsáveis pelo recolhimento e repasse dos valores aos sindicatos patronais das suas áreas.
Avaliação
Especialista em Direito do Trabalho, o professor do Ibmec, Flávio Monteiro de Andrade, também acredita que se a reforma contemplar o fim da contribuição sindical, os trabalhadores podem ficar enfraquecidos.
Por outro lado, ele defende que um outra questão que precisa ser discutida é o direito de o trabalhador poder escolher a qual sindicato se filiar. No modelo atual, não há essa possibilidade.
“São necessárias mudanças que façam com que os sindicatos possam competir entre si”, diz. Nessa competição, para Andrade, os sindicatos poderiam ter o poder de garantir vantagens exclusivas aos seus associados. “Um exemplo é o reajuste salarial, que poderia ser assegurado apenas aos sindicalizados e não ser extensivo a toda uma categoria, como é hoje”.



AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...