domingo, 5 de março de 2017

MARCH 4 TRUMP NO EUA GANHA ADEPTOS



Centenas marcham nos EUA por Trump e enfrentam grupos opositores

Estadão Conteúdo 





Chamada de "March 4 Trump" (um trocadilho com a expressão "marcha para Trump" e o dia 4 de março), a manifestação ocorreu em vários pontos do país

Denver, Nova York e Washington foram algumas das cidades que receberam grupos de centenas de pessoas em uma marcha em defesa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump neste sábado (4). Os apoiadores de Trump carregavam cartazes com dizeres como "deploráveis a favor de Trump" e erguiam até mesmo recortes de papelão em tamanho real do presidente.

Chamada de "March 4 Trump" (um trocadilho com a expressão "marcha para Trump" e o dia 4 de março), a manifestação ocorreu em vários pontos do país. Em alguns lugares, apoiadores do presidente cruzaram com pequenos grupos de opositores.

Seis pessoas protestando em St. Paul, no Minnesota, foram presas após acenderem fogos de artifício num local fechado. Mais de 400 pessoas participaram do evento e cerca de 50 foram ao local para se manifestar contrariamente.

Próximo ao clube Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Flórida, pessoas dos dois lados trocaram xingamentos.

Em Ohio, a apoiadora de Trump, Margaret Howe, de 57 anos, afirmou que teme constantemente uma guerra civil.

"Não queríamos deixar algo assim aconteceu", disse. "Viemos à rua hoje porque Trump merece ver que ainda há pessoas que o apoiam. É tudo muito triste".

Em Denver, centenas se reuniram para ouvir discursos como o do ex-deputado republicano Tom Tancredo. Muitos carregavam bandeiras norte-americanas ou vestiam as cores vermelho, branco e azul. Podia-se ver na multidão cartazes com dizeres "veteranos antes de refugiados".

Chelsea Thomas, uma contadora de Colorado, levou a família para um protesto junto com uma foto impressa em papelão em tamanho real do presidente Trump. Um grupo de opositores que cruzou a manifestação gritava: "Não a Trump, não à KKK e não aos EUA fascistas".

Em Augusta, no Maine, mais de 100 pessoas compareceram ao evento que deveria durar mais de três horas, mas terminou mais cedo por causa das temperaturas frias. Em Miami, apoiadores continuaram a se manifestar enquanto tomavam café do lado de fora de um restaurante cubano.

Na Carolina do Norte, pessoas discursavam contra a "mídia desonesta" e contra políticos de esquerda. "Vamos tomar nosso país de volta e vamos estabelecer fronteiras e ter imigração legal e dentro da lei", disse a manifestante Cherie Francis. Fonte: Associated Press.


MULHER MARAVILHA BRASILEIRA GANHA FILME



Primeira grande super-heroína dos quadrinhos, Mulher-Maravilha, enfim, ganha seu próprio filme

Paulo Henrique Silva 







ANOS 90 – Mulher Maravilha desenhada pelo paraibano Mike Deodato hoje é criticada por conta da sexualização

Ela foi criada em 1941, mas teve que esperar mais de 70 anos para ganhar um filme de ação inteiramente seu, com estreia em 2 de junho. Nos quadrinhos, a trajetória da amazona, dona do laço mágico e do avião invisível, teve a participação de desenhistas brasileiros, como o mineiro Júlio Ferreira, o paraibano Mike Deodato e a paulista Bilquis Evely, que recentemente ajudou a repaginar a Mulher-Maravilha.
“Desenhar mulheres é um pouco mais difícil. Tem que ter uma certa delicadeza. As meninas têm que ser ao mesmo tempo bonitas e naturais. Isso exige mais qualidade do artista”, observa Júlio, que desenhou a heroína numa edição da revista do “Cyborg”, há cerca de um ano. “A história era narrada em dois tempos. Num rolava a ação do presente e no outro um flashback com o Cyborg fazendo uma revelação para cada membro da Liga da Justiça, dentre eles a Mulher-Maravilha”, detalha.
Apesar de ter dividido a tarefa com outro quadrinista e desenhado dez páginas, não foi fácil pôr a princesa Diana no papel. “Existe um guia de estilo e tive problema por causa disso. Quando vi que tinha a Diana no roteiro, fui atrás de referências do uniforme dela na época. Mas era uma versão de 2011, do Jim Lee. Meu agente veio me alertar que ela não estava usando aquela roupa. Eram uns detalhes diferentes nos braceletes e no corpete, mas tive que mudar”.
Sexualizada e bissexual
Hoje a MM está menos sexualizada, diferente do mulherão que atraiu a atenção de leitores masculinos cheios de hormônios a partir da década de 90, quando ganhou o traço de Mick Deodato e triplicou a venda de gibis nas bancas. Há pouco tempo veio à tona o que era implícito: a heroína é bissexual. Desenhada por mulheres, como a brasileira Bilquis, essa mudança também repercutiu na tela grande, com Patt Jenkins se tornando a primeira mulher a dirigir um filme de super-herói.
“Dos anos 90 pra cá o mundo mudou bastante. Mais e mais meninas se interessam por <CF36>supers</CF> e exigem uma representação justa. Por isso o lance da sexua-lização tem sido combatido e a inclusão de todas as minorias já é uma realidade na indústria. Inclusive artistas”, sublinha Júlio.
Ele lembra que as mulheres nunca deixaram de participar das HQs de heróis, mas podia-se contar nos dedos aquelas envolvidas na parte criativa. “Normalmente assistentes, coloristas, letristas. Poucas editoras, muito poucas escritoras e quase nenhuma artista”, lamenta.
Na linha de frente
O desenhista mineiro analisa que, como todos os personagens com uma biografia tão extensa, MM exibiu erros e acertos ao longo de 76 anos de publicação. “Mas sempre vai carregar a glória de ser a primeira grande super-heroína. O tempo que estamos vivendo é realmente excitante por finalmente podermos ver o potencial das histórias das personagens femininas. Elas que estavam até agora relegadas ao papel da donzela em perigo finalmente saltaram pra linha de frente”.



REVISTA “CYBORG” – A Princesa Diana no traço do mineiro Júlio Ferreira

Brasileiro ajudou a transformar MM em campeã de vendas
O sucesso atual de Mulher Maravilha se deve, em grande parte, ao brasileiro Mike Deodato. Nos anos 90, ele pegou uma protagonista de histórias ingênuas, relegada ao time B de super-heróis, e a transformou numa campeã de vendas.
Um dos ingredientes foi a sexualização, hoje bastante criticada porque não entende o contexto da época, como frisa Júlio Ferreira. Ele assinala que as editoras americanas romperam com a autocensura (Comics Code Authority), que vigorava desde os anos 50. “Com isso houve uma explosão de violência explícita e erotismo nos quadrinhos de super-heróis. O Deo foi o primeiro artista da WW a usufruir dessa ‘liberdade’”, registra Júlio, lembrando que antes do Código há havia uma sexualização.
“Ficou convencionado em algum momento que quadrinhos de supers era um produto pra meninos. Uma injustiça porque várias coisas legais puderam ser publicadas pra um público maior em virtude dessa abertura”, destaca o desenhista mineiro.
Deodato diz não levar muito sério as críticas. “A única coisa que me dá raiva é dizer que, naquele tempo, houve uma invasão de brasileiros por serem mão-de-obra barata”, afirma o paraibano, que não se arrepende da personagem que moldou.
“Era uma coisa da época. Os anos 90 eram exagerados. Nós, que vínhamos da ditadura, queríamos mostrar tudo. Os brasileiros, acostumados com o Carnaval, com a praia, viam a sexualidade como algo normal, nada ofensivo”, salienta Deodato.
Ele desenhou a personagem por um ano, triplicando as vendas nas bancas. “Fiz do jeito que eu queria que fosse, com uma personagem mais dinâmica, com energia, cores e violência. Antes ela era meio morta. Ninguém pôs restrição ao que estava fazendo”.
Hoje ele confessa que faria a personagem de outro jeito (“os tempos são diferentes”, justifica). O paraibano, porém, passou a não acompanhar mais a aventuras de Diana. “Como eu já fiz, acabo ficando com ciúmes e não gosto que os outros façam”, diverte-se.

AZEITE PRODUZIDO EM MINAS GERAIS



Riqueza verde das Geraes: produção de azeite na Serra da Mantiqueira baterá recorde neste ano

Patrícia Santos Dumont 









ÁREA PLANTADA – Estima-se que existam cerca de 1.600 hectares de oliveiras na região da Mantiqueira


Um dos maiores importadores de azeite do mundo, o Brasil vem conseguindo 
conquistar o mercado interno com a produção nacional. Pioneiros na fabricação da iguaria no país, os municípios da Serra da Mantiqueira – maioria em solo mineiro – devem ter safra recorde este ano e produzir a maior quantidade do óleo vegetal extravirgem da história.
A expectativa é colher 400 toneladas de azeitonas e entregar 40 mil litros de azeite, quase o dobro da safra passada, mas ainda assim uma pequena escala, o que impacta diretamente no preço. Comercializados geralmente em embalagens de 250 ml, os azeites mineiros custam a partir de R$ 40 e só são encontrados em empórios e lojas especializadas.
Existem no mercado cerca de 20 marcas mineiras de azeite, vendidas no Estado e em São Paulo
De acordo com o pesquisador Luiz Fernando de Oliveira da Silva, coordenador do Programa de Olivicultura da Epamig em Maria da Fé (Sul de Minas) – berço dessa atividade no Estado –, o aumento da produção deve ser gradativo porque tem relação direta com a maturidade da planta. O desenvolvimento de tecnologias também ajuda.
“Trabalhamos para solucionar problemas pontuais, criando mudas de melhor qualidade, variedades adaptadas às nossas condições climáticas e técnicas corretas de manejo da planta”, enfatiza o pesquisador da empresa governamental de pesquisa, apostando no aumento exponencial das próximas safras.
As azeitonas são colhidas em fevereiro e março, quando são produzidos e vendidos os azeites
Diferencial
O foco dos produtores de azeite da Mantiqueira é a qualidade do produto. “A concorrência acontecerá não pela quantidade produzida, mas pela qualidade do produto feito aqui”, observa o pesquisador.
Produtor e presidente da Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), Carlos Diniz explica que o diferencial do azeite fabricado na região é o frescor.
A produção em menor escala garante um óleo mais jovem e, portanto, mais saboroso e rico em propriedades que acentuam o sabor, por exemplo. “Fazemos a extração de forma rápida e partimos para a comercialização em seguida. O mesmo não acontece com produtos importados. Essa é a vantagem em relação ao sabor e aos aromas”, detalha.
A quantidade de azeitona para fabricar azeite depende do clima. Em média, são dez quilos de fruto para cada litro do óleo. Em Minas estão concentradas 40 das 60 cidades da Serra da Mantiqueira, que se estende ainda por Rio e São Paulo
Sobra da produção vira cuidado natural com a pele
A produção de azeite na Mantiqueira tem impulsionado a fabricação de outros derivados do fruto. Em Maria da Fé, no Sul de Minas, os resíduos da indústria do óleo vegetal e as sementes de azeitona trituradas deram origem ao ganha-pão da farmacêutica Vânia Gonçalves, que viu no produto abundante na região um nicho de negócio.
Há cerca de três anos, ela criou a Saboaria Jardim Secreto, onde produz de forma artesanal sabonetes esfoliantes e hidratantes e aromatizadores de ambiente. Todo mês, a matéria-prima adquirida sem custos da Epamig dá origem a uma média de 50 sabonetes de 100 gramas, vendidos a R$ 8 cada unidade. A farmacêutica já planeja abrir uma loja.



100% NATURAL – Em Maria da Fé, resíduos da fabricação de azeite e da trituração da semente da azeitona dão origem a sabonetes e aromatizadores de ambiente

“Na Europa, onde a produção de azeitonas é muito intensa, já se utiliza esses resíduos para fabricação de cosméticos. Além de antioxidante, o fruto é rico em vitaminas E e C, ajuda a clarear a pele e a estimula a renovação celular. Todos os insumos que uso são 100% naturais e não agridem o meio ambiente”, detalha Vânia, que está patenteando a fórmula.
No próximo dia 24 acontece o 12º Dia de Campo de Olivicultura, no Campo Experimental da Epamig em Maria da Fé. O evento reunirá pesquisadores, técnicos, olivicultores e empresários interessados no setor.



TOP DE LINHA - Cor esverdeada e frescor são características mais marcantes da safra da Mantiqueira

Além disso
A fartura do fruto da oliveira tem sido incremento e tanto na produção dos chocolates fabricados pela doceira Ana Lúcia Ribeiro Silva, sócia-proprietária da Chocolate Tentação, em Maria da Fé. Há 15 anos, ela produz artesanalmente barras de chocolate, ovos de Páscoa, bolos e doces. Há quatro, descobriu um ingrediente inusitado que tornaria as receitas diferentes de tudo o que já havia visto: o azeite.
O ingrediente é misturado ao cacau e dá origem a barras maciças, com sabor acentuado do óleo. “Fui convidada para participar de um festival gastronômico na cidade e tive que inventar alguma coisa para levar, já que meu prato era doce. Sabia do uso de óleo de canola para afinar o chocolate, então tive a ideia de substituí-lo pelo azeite”, conta, relembrando a origem da receita exótica. A invenção deu tão certo que ela recebe encomendas até de turistas.
As azeitonas, além de darem origem ao tradicional azeite, são matéria-prima usada para curar queijos e adubar bonsais da planta. O trabalho é realizado por Marcelo Bonifácio, proprietário da Fazenda Maria da Fé. Desde 2015, quando adquiriu a propriedade, ele fabrica o óleo extravirgem, usado também nos queijos, e utiliza o resíduo da produção: o bagaço da azeitona vira composto orgânico para adubação.

Quase todo a produção de azeitonas da Serra da Mantiqueira é voltada para o processamento de azeites finos, classificados como gourmet; as plantas se tornam mais produtivas a partir dos quatro anos e atingem o pico da maturidade entre dez e 12 anos

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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