quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

ALUGUEL ALTO E POUCA VENDA - LOJAS FECHADAS



Desocupação de lojas nos shoppings de Belo Horizonte nunca foi tão alta
 
Paula Coura










TURN OVER - Lojas fechadas em shopping de Belo Horizonte: saída de lojista está maior que entrada
O número de lojas desocupadas nos shoppings de BH e da região metropolitana nunca esteve tão alto. São 343 pontos de vendas vagos, segundo levantamento divulgado ontem pela Associação de Lojistas de Shopping Center (AloShopping), com dados deste mês. A desocupação representa 12,3% do total de lojas dos 15 centros de compras pesquisados. O percentual supera em muito a média história de 3%, segundo a associação.
Segundo Alexandre França, superintendente da AloShopping, as taxas fixas de aluguel e condomínio, que foram mantidas apesar da crise, explicam por que o número de lojistas que saem dos shoppings é maior do que os que entram. “Antes da crise, os custos de manutenção de uma loja em shopping representava cerca de 12% do faturamento dos lojistas. Agora, é comum chegar a 20% , o que é inviável para alguns estabelecimentos”, explicou.
De acordo com a pesquisa, os shoppings com menos de cinco anos, que são considerados ainda “não consolidados”, são os que apresentam o maior percentual de lojas fechadas. “Quem está mais firme, ou seja, os shoppings com 10 ou 15 anos, consegue manter os lojistas. Para uma loja de 40 metros quadrados, os custos de aluguel, condomínio e a taxa de marketing são, em média, de R$ 12 mil. ”, diz Alexandre França.
Pedro Paulo Drumond, proprietário da Cia do Terno, que possui lojas em vários shoppings de Belo Horizonte, o problema está no somatório de crise econômica, retração nas vendas e alto custo de manutenção nos shoppings.
“O shopping tem naturalmente um custo mais alto que as lojas de rua. O desemprego fez o movimento e a tendência para 2017 é de piora”, afirma.
Em 2016, o empresário do ramo do vestuário teve que fechar 19 lojas da marca, abrindo outras 14 pelo país, buscando eliminar os pontos menos rentáveis. “Manter uma loja em shopping é muito mais complicado que na rua. Os contratos dos shoppings não são para amadores”, complementa.
Em alta
Na contramão da pesquisa da AloShopping, a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) divulgou[/TEXTO] ontem seu Censo anual, que aponta um aumento no volume de vendas nos shoppings do país de 4,3%. No entanto, esse aumento de vendas foi diluído pelos entrantes no mercado, já que 20 shoppings foram inaugurados no país no ano passado, o que corresponde a um aumento de pontos de venda de 3,7%.
Estão em operação atualmente no país 558 shoppings. A expectativa da Abrasce é que, até o final de 2017, sejam inaugurados 30 novos malls.
Crescimento da inadimplência é outro fantasma para varejo
Não é só a queda nas vendas que assusta o comércio lojista, seja ele estabelecido nos shoppings ou nas ruas. A inadimplência também é um fantasma.
Segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), o número de inadimplentes em janeiro deste ano cresceu 2,88% na comparação com o mesmo período do ano passado. Juros, inflação e desemprego explicariam esse movimento.
Para a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, a crise também dificulta os consumidores a negociarem seus débitos.
“A alta taxa de desemprego têm pesado muito no orçamento das famílias, principalmente as que possuem dívidas pré-datadas, como empréstimos ou financiamentos de bens de consumo duráveis”, pontua a economista.
Ela também projeta que, com a liberação do saque das contas inativas do FGTS, esse dinheiro possa aparecer no comércio na forma de quitação de dívidas. Assim, um grupo significativo de consumidores poderá estar apto para novos financiamentos.
“A partir de abril, a inadimplência deve começar a cair, assim como a taxa de juros, que dá uma margem maior para o consumidor negociar seus débitos com os credores”, afirma Ana Paula.
Segmentos
Ainda conforme a pesquisa, [/TEXTO]a maioria das dívidas em atraso (47,61%) foi registrada por consumidores com idade superior a 50 anos.
Por outro lado, o endividamento entre os jovens de 18 a 24 anos apresentou queda de 28,06%, justificada pela entrada tardia dos jovens no mercado de trabalho.
Na análise por gênero, os homens foram responsáveis pelo maior crescimento da inadimplência (2,96%) em janeiro, frente ao mesmo período do ano anterior. Já entre as mulheres essa alta foi de 2,43% nos débitos pendentes.




NO BRASIL 50% DOS ELEITORES SÃO ANALFABETOS



Grande desafio: erradicar analfabetismo entre adultos ainda é meta distante para os governos

Raul Mariano 









SEM OBSTÁCULOS – Jander Alves voltou para a sala de aula 40 anos depois de deixar os estudos; ele garante que irá cursar faculdade

O combate ao analfabetismo entre adultos continua a ser uma das grandes metas para a educação no Brasil. Com 12,6 milhões de analfabetos, o país está entre as 144 nações signatárias do Marco de Ação de Belém – realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) – que não elevaram os níveis de alfabetização da população adulta.
A avaliação, que considerou o intervalo de 2009 a 2015, está no 3º Relatório Global sobre Aprendizagem e Educação de Adultos, lançado ontem pela Unesco. Em Minas, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o Estado segue a tendência mundial: o número de analfabetos com mais de 20 anos de idade saiu de 1,3 milhão para 1,1 milhão de pessoas no mesmo período de comparação. Uma redução de apenas 13%.
Mais de 66 mil jovens e adultos estão matriculados na EJA na Região Metropolitana de BH
De acordo com o relatório, há problemas comuns à maioria das nações observadas. As políticas de aprendizagem e educação de adultos de apenas 18% dos países tratam de minorias étnicas, linguísticas e religiosas. Somente 17% dos países tratam de imigrantes e refugiados e 17%, de adultos com deficiências.
Recomeço
Quem decide recuperar o tempo perdido e encarar novamente os estudos garante que o esforço é recompensado. É o caso de Eunice Gomes. Aos 58 anos, ela cursa o 9º ano do ensino fundamental em uma das turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Colégio Nossa Senhora das Dores, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.
A mulher conta que abandonou os estudos quando se casou, aos 18 anos, desestimulada pela própria família conservadora. Hoje, Eunice comemora o retorno à sala de aula com empolgação.
“Sinto que minha capacidade de entender melhor a minha realidade melhorou muito. Hoje, consigo dialogar melhor e entender o que está acontecendo na política brasileira, por exemplo”, explica.
O aposentado Jander Alves, de 65 anos, também arregaçou as mangas para encarar uma pausa de 40 anos longe das salas de aula. No 3º ano do ensino médio, ele afirma que é um prazer adquirir novos conhecimentos e garante que não quer mais parar.
1.795 turmas para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) foram abertas em minas em 2017, segundo a Secretaria de Estado de Educação
“Pretendo fazer faculdade de economia. Gosto muito de matemática e de assuntos políticos. Hoje, tenho muito mais consciência das coisas. O campo da compreensão é que nos ajuda a evitar que outros nos manipulem”, afirma.
Atualmente, Minas conta com mais de 261 mil alunos cursando a EJA. Desse total, 51% são mulheres e 49% homens.
Mudanças
No início de 2016, a Secretaria de Estado de Educação publicou duas resoluções reorganizando o ensino médio noturno e Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Estado. Uma das alterações se refere ao horário de entrada dos estudantes do ensino regular à noite e da EJA, que pode passar de 18h15 para as 19h. A saída também poderá mudar, de 22h30 para 22h14. A decisão de horário fica a cargo de cada escola.
As mudanças de horário de entrada no noturno foram pensadas para evitar atrasos por parte dos alunos que trabalham ou fazem estágios e se matricularam no ensino médio e na Educação de Jovens e Adultos.
Hoje, Minas possui cerca de 71 mil alunos da EJA matriculados nos anos finais do ensino fundamental e quase 190 mil alunos matriculados no ensino médio, segundo dados do governo estadual.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

CACIQUES POLÍTICOS DOMINAM OS PARTIDOS NO BRASIL



Caciques controlam 80% dos diretórios municipais dos partidos

Estadão Conteúdo








O TSE já editou norma que limita o funcionamento de comissões provisórias para a, no máximo, 120 dias

 
Quase 80% das organizações partidárias municipais no Brasil são comandadas por comissões provisórias, aponta levantamento do Broadcast Político, serviço de notícia em tempo real da Agência Estado, com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Das 75.842 estruturas partidárias municipais existentes em todo o país, 59.619 têm comando provisório. Em nível regional, mais da metade (56,14%) das estruturas estaduais das siglas é presidida por colegiados provisórios.

As comissões provisórias são instrumentos usados pelas cúpulas dos partidos para centralizarem o controle das legendas. São nomeadas e destituídas em Estados e municípios conforme determinação dos caciques partidários. Já os diretórios definitivos são eleitos por meio de convenções, com a participação de um número maior de integrantes da sigla, e têm mandatos com prazo determinado.

Atualmente, as comissões provisórias podem funcionar por tempo indeterminado. O TSE, porém, editou norma que entrará em vigor em 3 de março para limitar o seu funcionamento a, no máximo, 120 dias. Deputados, por sua vez, articulam desde a semana passada a votação de um projeto de lei que derruba a norma e autoriza o funcionamento desses colegiados provisórios por tempo indeterminado.

O autor do projeto é o atual ministro dos Transportes e deputado licenciado, Maurício Quintella (PR-AL). O partido do político alagoano tem comissões provisórias em todos os 26 Estados brasileiros e no Distrito Federal, assim como o PRB. O PR também é, entre as 35 legendas que existem no Brasil, a que mais possui comissões provisórias municipais - são 4.459 colegiados desse tipo em todo o país.

Dados do TSE mostram que, assim como PR e PRB, outros 29 partidos - entre eles, PSDB, PP, PDT, DEM, PR e PRB - possuem mais comissões provisórias municipais do que diretórios. Apenas PMDB, PT, PSTU e Novo têm mais diretórios definitivos nos municípios. Já em nível regional, 21 siglas são mais comandadas nos Estados por comissões provisórias do que por diretórios.

Controle
Dirigentes desses partidos ouvidos pelo Broadcast Político admitem que mantêm as comissões provisórias para centralizarem o controle. "A gente mantém porque a gente tira e bota no comando quem a gente quiser", afirmou o presidente do PR, Antonio Carlos Rodrigues.

Um exemplo dessas destituições ocorreu no PP em abril do ano passado. O presidente nacional do partido, senador Ciro Nogueira (PI), destituiu o deputado Waldir Maranhão (MA) do comando da legenda no Maranhão por ter votado contra o impeachment de Dilma Rousseff, contrariando decisão da direção nacional da sigla de fechar questão a favor do impedimento da petista.

Nogueira, Rodrigues e outros dirigentes partidários participaram na noite desta terça-feira (14) de reunião com o presidente do TSE, Gilmar Mendes, para discutir a norma que limita o prazo das comissões provisórias. No encontro, eles vão propor um acordo para que a entrada em vigor da norma seja novamente adiada. Também tentarão negociar um novo texto para o projeto sobre o tema em discussão na Câmara.

"Vamos pedir para adiar a norma e tentar fazer um acordo para uma regra de transição de que os partidos sejam obrigados a ter um porcentual 'x' de diretórios pelo menos", disse o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SP), presidente do Solidariedade.

Na semana passada, o presidente do TSE criticou o projeto em discussão na Câmara. "Estaríamos eternizando agremiações fakes (falsas), agremiações de fachadas, esses diretórios improvisados", disse Gilmar. "Essa norma não vai ficar valendo, porque o Congresso vai mudá-la. O TSE não tem autonomia para legislar sobre o funcionamento dos partidos", rebateu o presidente do PSB, Carlos Siqueira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

CRISE ECONÔMICA INFLUI NA QUEDA DAS VENDAS NO COMÉRCIO



Comércio de BH tem segundo ano consecutivo de queda nas vendas

Paula Coura









FRACO MOVIMENTO – Maria Auxiliadora, proprietária da loja Detalhe, na Savassi: vendas 15% menores


O faturamento do comércio de Belo Horizonte caiu 1,49% em 2016 na comparação com 2015, ano que já havia apresentado retração de 4,34%, informou ontem a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH). A inflação alta, os juros elevados e o crescimento do desemprego, que já atingiu mais de 12 milhões de brasileiros, contribuíram para a diminuição do consumo das famílias. Em 2014, as vendas tinham crescido 2,08%.
Segundo o presidente da CDL-BH, Bruno Falci, os atrasos no pagamento do funcionalismo público no ano passado e do 13º salário também contribuíram para a piora dos negócios, especialmente no fim do ano.
O segmento que apresentou a maior queda em 2016 foi o de vendas de máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (-2,31%).
“Podemos afirmar que, nos dois últimos anos, tivemos o pior desempenho do comércio desde a instituição do Plano Real. Na última grande crise, em 2008, o país estava mais preparado. Agora, estamos em um momento que o Brasil está destroçado econômica, política e financeiramente. A leve queda nos juros e na inflação ainda não foi assimilada nem sentida pelo comércio”, pontua.
Quem já tem loja há décadas em Belo Horizonte confirma o mau momento. Maria Auxiliadora Teixeira, proprietária da Detalhe, na Savassi, região Centro-Sul, afirma que as vendas do último Natal foram as piores dos últimos 25 anos.
“Tive uma queda de 15% nas vendas em 2016 em relação a 2015. Foi um ano muito fraco. Os fornecedores acreditam em uma melhora para 2017, mas ainda não sentimos isso”, explica Auxiliadora, que também é presidente da Associação de Lojistas da Savassi.
Drama nacional
Em Minas Gerais, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também divulgados ontem, houve recuo de 1,6% no volume de vendas do varejo em 2016. No Brasil, a queda foi de 6,2%, o pior desempenho desde 2001.
“Os setores de tecido, vestuário e calçados e móveis puxaram a retração no Estado. Essa queda reflete a crise pela qual as famílias passam, com restrição orçamentária e, consequentemente, menor crédito”, diz Claudia Pinelli, analista do IBGE.
Ainda considerando os dados do IBGE sobre as vendas do comércio varejista, quando incluídos os segmentos de veículos e de materiais de construção, a queda nas vendas em Minas sobe para 6,7%. No país, 25 estados apresentaram variações negativas em dezembro de 2016 na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

ORAÇÃO PROFÉTICA DE UM PASTOR DOS EUA

  Brasil e Mundo ...