domingo, 12 de fevereiro de 2017

OPINIÃO SOBRE TRUMP E SUAS INTENÇÕES



A natureza de Trump

Frei Betto 







Quem planta limoeiro espera colher limão. No entanto, nossa sociedade, movida pela óptica analítica, e não pela dialética, se acostumou a examinar os fatos por seus efeitos e não por suas causas.
O próprio sistema ideológico no qual vivemos cuida de encobrir as verdadeiras causas. Assim, há países pobres porque seu povo não é empreendedor; muçulmanos são potenciais terroristas; presos comuns, irrecuperáveis; homossexuais, pervertidos; negros, inaptos às carreiras científicas etc.
Trump surpreende muitos. Sobretudo seus aliados. Ninguém esperava que o seu primeiro soco na cara de governos da América Latina fosse exatamente em gestões que se postavam de joelhos diante da Casa Branca: México e Argentina. Se fosse na cara do governo da Venezuela não teria surpreendido.
Trump deu uma rasteira em seus mais fiéis aliados, como agora faz com os governos europeus, ao ameaçar esvaziar a Otan e fechar as portas dos EUA aos refugiados.
Trump é louco? Porá fogo no mundo, como Hitler fez na Europa e Nero em Roma? De modo algum. Louco é quem rasga dinheiro, e Trump sabe como multiplicá-lo. Ele é fruto genuíno do sistema capitalista, cujo valor primordial é a competitividade e não a solidariedade. E aparelha sua administração para consolidar os mais caros “valores” desse sistema que pratica a idolatria do dinheiro: supremacia dos brancos; fortalecimento dos privilégios dos ricos; anulação de direitos sociais, como saúde; liberação da CIA para sequestrar suspeitos em qualquer ponto do planeta, torturar e manter cárceres clandestinos etc.
Se quem planta limoeiro colhe limões, quem planta essa perversa noção de que ser rico em um mundo majoritariamente pobre (a renda de 1% da população mundial supera a de 99%) é um direito natural legitima a desigualdade e a violência. Para assegurar esse “direito natural”, aciona-se uma poderosa máquina de propaganda. É fato que muitos não ricos nutrem explícita ou dissimulada inveja dos mais ricos.
A propaganda é avassaladora. Tirânica, como analisou Hannah Arendt. Incute-nos a ideia de que só os ricos são felizes, pois têm acesso ao luxuoso e requintado mercado de bens supérfluos. Ou vemos com frequência na TV propaganda de quem partilha seus bens, defende os direitos dos negros e homossexuais?
O sistema não tem o menor interesse nas pessoas, exceto se são potencialmente consumidoras. O que importa é o lucro e a acumulação de riquezas. Se um país é pobre isso resulta de sua falta de cultura e criatividade. Assim, jogam-se para debaixo do tapete as verdadeiras causas: séculos de colonialismo, de tirania a serviço dos países metropolitanos, de extorsão de recursos naturais e exploração da mão de obra.
Exemplo disso é o Brasil, no qual os portugueses tudo fizeram para evitar uma nação de letrados. A primeira impressora desembarcou aqui em 1808, com Dom João VI, mais de três séculos após o início da colonização. E a primeira universidade foi inaugurada em 1913.
Trump é um imperador que se acredita revestido de cabelos de ouro. Seu país viola impunemente a soberania de inúmeros outros através de suas empresas e bases militares. Quantas bases militares estrangeiras existem nos EUA? O dólar é a moeda padrão internacional. Se os EUA tossem, a economia global se gripa.
O bom de Trump é que, agora, ele exibe as garras afiadas de Tio Sam. Este já não faz questão de esconder sua verdadeira natureza sob a fachada de bom velhinho. Clark Kent se despe, afinal, de sua cara de boa gente. Quem acreditou na humanização do capitalismo talvez se convença de que serrar os dentes e as garras do tigre não anula a sua natural ferocidade.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

REUNIÃO ENTRE EUA E O JAPÃO



EUA e Japão farão parceria em questões de economia e defesa, diz Trump

Estadão Conteúdo 






O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, enfatizaram as relações entre os dois países no âmbito da segurança e da economia. Trump enfatizou que irá trabalhar nos interesses dos dois países, como a ameaça nuclear da Coreia do Norte. Em seu discurso, Abe se disse preocupado quanto ao assunto e disse que o Japão demanda que a Coreia do Norte suspenda o seu programa nuclear.

Durante o seu discurso, Abe lembrou o processo eleitoral dos EUA e disse que o país é um "campeão da democracia". O republicano nunca exerceu nenhum cargo político antes da presidência. "Esse é o dinamismo da democracia", afirmou. Sobre relações comerciais, o premiê japonês disse que grandes investimentos em infraestrutura serão feitos nos EUA, como um trem de alta velocidade e que os negócios japoneses nos EUA criaram milhares de empregos.

Trump anunciou que os dois líderes viajarão para a Flórida no final de semana para discutir as relações bilaterais.

A CRISE ATINGIU EM CHEIO O COMÉRCIO DE BELO HORIZONTE-MG



Em BH, crise fecha 20 empresas por dia; baixas chegaram a 3 mil por mês em Minas

Janaína Oliveira 








Imóvel onde funcionou o Café La Place, na Praça Tiradentes, está à procura de novo locador há vários meses


O ano de 2016 foi para um grande número de estabelecimentos a hora de dizer adeus ao mercado e encerrar as atividades.
Segundo dados da Junta Comercial de Minas Gerais (Jucemg), 36.635 empresas, dos mais diversos portes e segmentos, fecharam as portas no Estado entre janeiro e dezembro do ano passado, o equivalente a um crescimento de 35,7% na comparação com igual período em 2015. É como se mais de três mil negócios, em média, tivessem deixado de existir a cada mês.
A crise que paralisa a economia brasileira também deixou um rastro de empresas desativadas em Belo Horizonte.
Na capital mineira, 7.366 empreendimentos comerciais despediram-se dos clientes em 2016, o que representa um aumento de 36,6% sobre os 5.390 estabelecimentos que encerram as atividades em 2015. Na média, significa que 20 empresas baixaram as portas a cada dia em 2016, ou 613 por mês.



Na Savassi, vários pontos comerciais estão fechados na rua Sergipe desde 2016


De acordo com o levantamento da Jucemg, as piores vítimas, tanto no Estado quanto no país, foram as sociedades limitadas, com mais de um sócio, seguidas pelos empresários individuais.
Nessa modalidade, que é diferente da figura do microempreendedor individual (MEI), uma pessoa física abre a empresa, não pode ter sócio e responde com o patrimônio pelas dívidas da empresa.
Para o vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Marco Antônio Gaspar, o fechamento em massa é consequência do aumento do desemprego, que já atinge 12,3 milhões de trabalhadores no país, da queda da renda, dos juros altos e da instabilidade política e econômica.
“O dinheiro sumiu da praça. E o chamado Custo Brasil, com seu conjunto de dificuldades burocráticas, tributárias e econômicas que encarecem o investimento, só piora as coisas. Aí quando a crise bate, tudo fica exacerbado e as empresas acabam quebrando”, lamenta.
“O cenário de crédito farto ficou no passado. Temos que construir um novo modelo, com adaptações, para minimizar o fluxo de fechamento(...) Temos que achar caminhos dentro de uma nova realidade econômica”
Haroldo Santos
Analista do Sebrae-MG

Inovação
Segundo ele, apesar de todos fatores complicadores, um remédio que pode ajudar a controlar a falência é a inovação. Práticas comerciais que no passado davam certo atualmente não funcionam mais.
“Eu mesmo estou à frente de uma papelaria fundada pelo meu pai há 45 anos. Em duas décadas, promovi, pelo menos, cinco mudanças significativas, com introdução de delivery, viés de loja de presentes e e-commerce de mochila. Quando comecei no ramo, só existiam as marcas Company e Samsonite. Hoje, o mercado oferece mais de mil tipos”, diz.
Para o analista do Sebrae-MG, Haroldo Santos, os empresários precisam ter em mente que aquele modelo de negócio que até dois anos atrás dava certo acabou.
“O cenário de crédito farto ficou no passado. Temos que construir um novo modelo, com adaptações, para minimizar o fluxo de fechamento”, diz.
Segundo Santos, um bom empreendimento hoje deve obrigatoriamente buscar solucionar problemas da clientela.
“Temos que achar caminhos dentro de uma nova realidade econômica e política. Não adianta só abrir uma casa de açaí. Tem que ter diferencial, servi-lo em uma barca bonita, para satisfazer a família. O atendimento personalizado é outro fator. E ainda tem as oportunidades que vão surgindo. Conserto de carros, roupas e eletrodomésticos que estavam em desuso, por exemplo, agora estão bombando”, afirma.


 
Na avenida Getúlio Vargas, na Savassi, churrascaria Ambrosio’s sucumbiu à crise

Sem saída, estabelecimentos tradicionais encerram atividades

Foram centenas de estabelecimentos comerciais com vários anos de existência que fecharam as portas em 2016, em Minas e em Belo Horizonte, deixando saudade na freguesia.
A confeitaria Bendita Gula, o Café La Place, os restaurantes Villa Robertti e Xico Nunes Savassi, a churrascaria Ambrósio’s, as Lojas Dadalto, as livrarias Status e Van Damme são exemplos de empresas “maduras” que sucumbiram à crise no país e à falta de dinheiro entre a clientela.
E mesmo na capital dos bares e botecos, um dos setores que mais sentiram o baque foi o de alimentação fora do lar.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel-MG), Ricardo Rodrigues, o cenário é “devastador”, com quatro em cada 10 estabelecimentos operando no vermelho.
“Não se trata de um espetinho que abre porque o segmento está na moda mas acaba fechando as portas. São casas tradicionais, há anos no mercado, que não estão aguentando, infelizmente”, diz.
Segundo ele, muitos empresários têm feito malabarismo para manter as portas abertas, com criação do sistema de delivery, mudança de cardápio, elaboração de promoções e ampliação ou redução de horário.
“Chega uma hora que a criatividade não é mais suficiente”, afirma. Rodrigues diz ainda que a onda dos food trucks ajudou a colocar “água no chope” e diluir os lucros. Ele espera, entretanto, que o pior já tenha passado.
Mas para o vice-presidente da CDL-BH, Marco Antônio Gaspar, as perspectivas não são nada animadoras para 2017.
“A princípio, achamos que o ano seria propício para uma retomada na economia. No entanto, as denúncias da “Lava Jato” continuam e a situação piorou no fim do ano passado com as 77 delações da Odebrecht, inclusive com citações do presidente Michel Temer. Isso traz de volta a instabilidade política, que por sua vez agrava a crise econômica”, afirma.




Quem também se despediu dos clientes foi a confeitaria Bendita Gula, que tinha várias lojas

Além Disso

O cenário nebuloso na economia do país afugentou novos investimentos em Minas Gerais. No ano passado, 39.987 empresas foram abertas no Estado, o que representa uma queda de 4,4% ante os 41.839 estabelecimentos comerciais inaugurados em 2015.
Já em Belo Horizonte, o número de aberturas ficou praticamente estável. Entre janeiro e dezembro do ano passado, 9.304 empresas abriram as portas, o que corresponde a um ligeiro aumento de 0,88% sobre as 9.222 que entraram em funcionamento em 2015.
Segundo o vice-presidente da CDL-BH, Marco Antônio Gaspar, os baixos números sobre a abertura das empresas podem ser explicados pela instabilidade econômica e política que o país atravessa.
“Ninguém vê incentivo para investir em uma empresa. Alguém que está capitalizado vai tirar dinheiro do Tesouro Direto, que rende quase 1% de juros ao mês, para montar um negócio sem qualquer garantia de retorno? Duvido”, disse.
Escassez de crédito e encarecimento de empréstimos, burocracia, elevada carga tributária e custo trabalhista são outros fatores que ajudam a inibir os potenciais candidatos a empresários.




Uma das mais tradicionais livrarias da capital, a Van Damme fechou em dezembro do ano passado






TRUMP NÃO DESISTE DE ISOLAMENTO DOS EUA



Trump promete novas medidas de segurança na próxima semana, após veto de decreto

Estadão Conteúdo 









Donald Trump


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o governo deve tomar novas medidas de segurança nacional na semana que vem, em resposta ao veto pela Corte de Apelações de um decreto que proíbe a entrada no país de cidadãos de 7 nações de maioria muçulmana, em mais um capítulo da batalha judicial em torno da questão, que agora deve chegar à Suprema Corte.

"Vamos fazer tudo o que for necessário para manter nosso país seguro, há tremendas ameaças contra os Estados Unidos e vamos seguir em frente", disse o presidente ao ser questionado sobre que ação tomará após a decisão contra o decreto da Justiça, em coletiva de imprensa com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, após visita do premiê à Casa Branca.

Trump ainda disse que se sente "totalmente confiante" que os EUA terão "segurança total". "Não tenho nenhum dúvida de que decreto irá prevalecer na Justiça. Não vamos permitir que entrem nos EUA pessoas que querem fazer mal ao país", declarou.

ORAÇÃO PROFÉTICA DE UM PASTOR DOS EUA

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