quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

VOCÊ É UM AUTOTÉLICO?



É possível ser feliz?

Simone Demolinari 






O estudioso e psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi chamou de autotélicas as pessoas que precisam de poucos bens materiais, pouco entretenimento, lazer, pouco conforto, poder ou fama, sendo mais autônomas e independentes por não se sentirem ameaçadas ou seduzidas pelas recompensas externas. São indivíduos que sentem prazer em tudo ao seu redor e realizados nas atividades que exercem.

Para entender melhor esse conceito é necessário a distinguir realização de sucesso. A realização é algo interno. Uma sensação que vem de dentro e se orienta para um fim que o próprio indivíduo se propõe. Daí a origem da palavra autotélico – “auto” que significa “por si mesmo” e “telos” que significa “fim”. Assim sendo, a experiência autotélica refere-se a uma atividade autossuficiente, envolvente, realizada sem a expectativa externa. Já o sucesso, ao contrário disso, é algo orientado “para fora”, para tudo que julgamos que irá impressionar os outros. Tem mais a ver com a vaidade e competitividade social.

Na visão de Mihály, uma pessoa autotélica sente-se realizada e preenchida porque suas habilidades se emparelham às suas oportunidades. Há um casamento perfeito entre a propensão para agir e a ação.

Contudo, isso é um fenômeno raro. O que geralmente ocorre é o inverso, um desencontro desses comportamentos. Por exemplo: um indivíduo que tem um desafio maior que suas habilidades, provavelmente sentirá ansiedade e angústia. Já aquele cujas habilidades são superiores ao desafio, se sentirá entediado. Porém, quando há um equilíbrio entre a habilidade e o desafio, surge a autotelia.

O estudo sugere que a felicidade depende das experiências autotélicas a partir de qualquer atividade, da mais útil a mais inútil; da mais simples a mais sofisticada, incluindo desde atividades criativas, música, esporte, jogos, aprendizado, hobbies até estudar, dirigir, limpar a casa, entre outras.

Este conceito nos ajuda a entender pessoas com alto nível de felicidade mesmo sem dinheiro. Decifra também a atitude daqueles que abandonam altos salários em busca de algo que faça mais sentido para sua vida. Afinal, sucesso financeiro nunca foi garantia de felicidade. Claro, que não pode faltar dinheiro para o básico como comida, alimentação, moradia e algum para o supérfluo também é importante. Contudo, a sensação de plenitude e autotelia não tem vínculo com bens materiais.

Pessoas autotélicas tendem a registrar permanentemente estados emocionais positivos. Sentem que sua vida é mais significativa, pois, para elas, o processo já é o próprio resultado. Possuem a competência de viver de maneira independente e com autonomia emocional. Estão inteiros em si, submersos no fluxo da vida.

Experiências autotélicas, este é meu voto para ano que se inicia!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

MORRE MAIS UM ASTRO DE "STAR WARS"



Morre, aos 60 anos, Carrie Fisher, a princesa Leia de 'Star Wars'

Folhapres 










"A última coisa que eu queria era entrar para a indústria do entretenimento, uma ocupação instável que distribuía doses homeopáticas de desconforto e humilhação como lanches mornos em exibições de filmes", lembra Carrie Fisher no livro "Memórias da Princesa" (ed. Bestseller).
Por uma ironia de proporções galáticas, contudo, a atriz que morreu nesta terça (27), aos 60 anos, acabou alçada ao posto de maior musa da história do universo nerd como a princesa Leia na saga "Star Wars", de George Lucas. A informação foi confirmada pelo porta-voz da família, Simon Halls, à revista "The Hollywood Reporter".
Fisher teve um ataque cardíaco durante um voo entre Londres e Los Angeles e foi internada em estado grave assim que o avião pousou, no último dia 23, mas não resistiu e morreu.
A atriz baixinha (tinha 1,55m de altura) de olhos castanhos, voz suave e tiradas sarcásticas soma 90 produções em sua filmografia, mas nenhuma que chegasse aos pés do impacto cultural que "Star Wars" exerceria, inclusive na vida pessoal de Carrie.
"Eu gostei de ser a princesa Leia. Ou do fato de a princesa Leia ser eu", escreve no seu livro de memórias. "Ao longo do tempo, passei a imaginar que nós duas viramos uma só."
DEBBIE REYNOLDS E WARREN BEATTY
A vida da californiana foi um epítome de Hollywood: nascida em Beverly Hills, em 1956, Carrie envolveu-se com drogas e com homens famosos (foi casada com o músico Paul Simon e revelou um affair por Harrison Ford), e esteve sob os holofotes desde criança. Ela era filha do cantor Eddie Fisher (1928-2010) com a atriz Debbie Reynolds, 84, de "Cantando na Chuva" (1952).
A aversão que de início nutria pela indústria do entretenimento se deveu em grande parte ao escândalo que foi o término do casamento de seus pais, em 1959, quando Carrie ainda não tinha completado 3 anos: Eddie trocou Debbie pela também atriz Elizabeth Taylor. Aos olhos de Carrie, sua mãe foi afundando na depressão ao mesmo tempo em que os bons papéis em Hollywood minguavam.
Foi justamente ao lado da mãe que Carrie estreou, em 1969, fazendo uma ponta no telefilme "Debbie Reynolds and the Sound of Children". E quando a mãe já estava pra lá de decadente, em meados dos anos 1970, a filha a acompanhava nos shows que ela fazia em clubes noturnos de Las Vegas, cantando em alguns números musicais junto do irmão mais novo, Todd Fisher.
Nessa época, Carrie se inscreveu no curso de atuação do Royal Central School of Speech and Drama, em Londres. Foi quando surgiu um teste para fazer um papel coadjuvante em "Shampoo" (1975), de Hal Ashby, que teria Warren Beatty, Goldie Hawn e Julie Christie no elenco.
No longa, Beatty faz o papel de um cabeleireiro que é amante de suas clientes, incluindo Lorna, vivida por Carrie Fisher. A atriz relataria o desconforto que era estar sob o escrutínio do ator, famoso pelos episódios de cafajestice, e que, segundo ela, não desgrudava os olhos de seus seios.

​OS COQUES DA PRINCESA LEIA
No começo de 1976, surgiria o teste que mudaria a vida da atriz. Num escritório insuspeito em Los Angeles, num prédio de cor creme e aspecto desgastado, dois diretores da chamada nova geração de Hollwyood, Brian de Palma e George Lucas, procuravam jovens atrizes para protagonizarem seus respectivos filmes.
O primeiro queria uma moça para o terror "Carrie, a Estranha", possibilidade pela qual Fisher se dizia mais atraída; o segundo queria alguém para participar de uma peculiar saga espacial que mais tarde se tornaria um fenômeno – mas para a qual, naquela época, ninguém dava qualquer trela. Era "Star Wars".
Rodado em boa parte na Inglaterra, ao longo de 1976, o primeiro episódio filmado da saga, "Guerra nas Estrelas" (posteriormente conhecido como "Uma Nova Esperança"), narra a aventura espacial de Luke Skywalker (Mark Hammill), incumbido de resgatar a princesa Leia, capturada pelo maligno Darth Vader.
Lançado em 1977, o filme que misturava fantasia e ficção científica inaugurou a era do merchandising pesado e dos blockbusters: o termo, que significa "arrasa-quarteirão", foi importado do léxico bélico, passando a designar filmes que provocavam filas que se arrastavam da porta dos cinemas por várias quadras.
AMASSOS COM HARRISON FORD
Carrie reserva muitas das páginas dedicadas à época das filmagens para descrever seu horror ao penteado de coques laterais da princesa, cuja elaboração a fazia acordar antes de todo mundo, falar das aulas que teve de tiro para viver a combativa princesa rebelde e, principalmente, de seu caso com o parceiro de cena, Harrison Ford.
A atriz descreve Ford como um homem de rosto sempre carrancudo, que parecia não se importar em agradar os outros e que desde o começo já exibia potencial para ser um astro do cinema.
Durante as filmagens na Inglaterra, a equipe fez uma festa-surpresa para comemorar os 32 anos de George Lucas. Carrie conta no livro que Harrison a "salvou", feito seu personagem, Han Solo, quando um grupo de ingleses da equipe de filmagem quis se aproveitar da embriaguez da atriz para levá-la sabe-se lá para onde. Juntos, os dois atores americanos deram uma escapada de carro.
O caso continuou, secreto, se alastrando pelos fins de semana de folga durante os três meses seguintes de filmagens. Segundo a atriz, foi tudo treino para os beijos que seus personagens só trocariam no filme seguinte da saga, "O Império Contra-Ataca" (1980).
Assim que a notícia do ataque cardíaco de Carrie Fisher se alastrou, o próprio Ford se manifestou, dizendo-se "chocado e triste com a notícia" sobre sua "querida amiga" ao site da revista "The Hollywood Reporter". Ford nunca se manifestou sobre o caso que ele teria tido com a companheira de cena.
Logo depois do lançamento de "Uma Nova Esperança", Fisher passou a namorar o músico Paul Simon, com quem se casou e permaneceu até 1983.
WOODY ALLEN
Carrie participou dos três filmes da trilogia clássica "Star Wars", que se completou em 1983, com "O Retorno de Jedi", filme em que ela aparece trajando o famoso biquíni metálico que acabou se tornando uma das mais famosas peças de vestuário do universo pop.
Mas seu rosto ficou tão marcado por interpretar a princesa Leia que a partir dos anos 1980, a atriz passou a estrelar apenas papéis coadjuvantes, em comédias como "Meus Vizinhos São um Terror", "Tem um Morto ao Meu Lado", "Um Sonho Chamado Fred" e "Loverboy".
Fez pontas em "Austin Powers" (1997), "Pânico 3" (2000) e "O Império (do Beisterol) Contra-Ataca" (2001), além de breves aparições em séries como "Frasier" e "Smallville".
Depois da época da trilogia, fez apenas dois filmes realmente relevantes: viveu a colega de Dianne Wiest em "Hannah e suas Irmãs" (1986), de Woody Allen, e interpretou Marie, companheira de Billy Crystal em "Harry & Sally: Feitos um para o Outro" (1989).

A partir dos anos 1990, passou também a fazer "script doctoring": lapidar roteiros alheios, como em "Máquina Mortífera 3", "O Último Grande Herói" e "Hook - A Volta do capitão Gancho", e até na segunda trilogia "Star Wars", feita entre o fim dos anos 1990 e o começo dos anos 2000.

COCAÍNA E TRANSTORNO BIPOLAR
Franca e ácida, Carrie nunca escondeu que era portadora de transtorno bipolar e que usou cocaína e outros remédios para mascarar os sintomas. Diz que no set de "O Império Contra-Ataca", boa parte da equipe estava sob os efeitos do pó, mas que seu consumo parecia ser maior do que o dos outros.
Em 1985, a atriz teve uma overdose de remédios e foi internada. A experiência rendeu o romance "Postcards from the Edge", que ela lançou em 1987, e que virou o filme "Lembranças de Hollywood" (1990), de Mike Nichols.
Sua relação com o universo de Hollywood era tão profunda que Carrie foi chamada por David Cronenberg para viver a si mesma em "Mapas para as Estrelas" (2014), sátira mordaz ao mundo das celebridades de Los Angeles.
Ela voltou a atuar no universo "Star Wars" em 2013, convocada a reviver a princesa Leia em "O Despertar da Força" (2015) e estava escalada para os dois filmes seguintes.
Carrie Fisher deixa uma filha, a atriz Billie Lourd, de 24 anos, fruto de um relacionamento com o empresário de artistas Bryan Lourd. Deixa também seu inseparável buldogue francês Gary, que tem até perfil no Twitter -sua última postagem é uma foto em que o cão contempla uma janela: "Estarei esperando bem aqui, mamãe".
Em seu livro de memórias, Carrie imagina o que ilustraria um obituário seu: "É difícil imaginar que não use uma foto daquela garotinha fofa de rosto redondo com um coque bobo de cada lado de sua cabecinha inexperiente."

OS ESQUEMAS DE CORRUPÇÃO DA ODEBRECHT ERAM LUCRATIVOS PARA A EMPRESA



Para cada US$ 1 mi em propina, Odebrecht lucrava US$ 4 mi em contratos, diz Suíça

Estadão Conteúdo 






O Ministério Público da Suíça aponta que o envolvimento da Odebrecht em esquemas de corrupção era altamente lucrativo para a empresa. Segundo as investigações do país europeu, para cada US$ 1 milhão pago em propinas a políticos, funcionários públicos brasileiros e de estatais, a empresa lucrava US$ 4 milhões com contratos que lhe eram dados por aqueles que recebiam os pagamentos.

A mesma investigação aponta que as contas secretas mantidas pela Odebrecht na Suíça financiaram de forma "regular" campanhas políticas, partidos ou políticos no Brasil, inclusive ministros. As revelações fazem parte dos documentos do Ministério Público suíço que foram usados como base para multar a empresa brasileira. De acordo com as investigações, pelo menos 66,5 milhões de francos suíços (cerca de R$ 210 milhões) foram pagos em propinas a ex-diretores de estatais e outros funcionários públicos no Brasil em propinas a partir das contas no país alpino.

Na semana passada, a Suíça anunciou uma multa de US$ 200 milhões contra a Odebrecht, como parte do amplo esquema de acordos de leniência fechados pela construtora no Brasil e ainda nos EUA.
Nesta terça-feira, 27, o Ministério Público publicou os documentos datados do dia 21 de dezembro e que foram usados para justificar a multa e o confisco de recursos, explicando em detalhes como a Odebrecht fazia para pagar propinas.

Lucros

Segundo o MP suíço, as investigações mostram que pagar propinas garantia lucros para a empresa. Como resultado do sistema criado, os investigadores suíços estimam que a Odebrecht "lucrou pelo menos 4 milhões de euros com uma taxa de propina de 1 milhão de euros".

Por esse cálculo, os suíços estimam que aproximadamente US$ 100 milhões seriam alvos de uma compensação que a empresa teria de pagar. Mas ressalvam que, como o processo continua, crimes de lavagem de dinheiro podem elevar ainda mais os valores confiscados pelo Ministério Público. O que determinará esse eventual novo confisco estaria ligado à proporção estabelecida de 4 x 1 entre os lucros obtidos pela empresa e o pagamento de propinas.

Se a Odebrecht ficou com os lucros, quem perdeu foi o Estado brasileiro e a população. "Os interesses fiscais públicos do Estado brasileiro foram afetados: a comunidade pagou um preço inflacionado pela realização dos projetos dados para a Odebrecht e também financiou a propina", afirmou o MP suíço.


Pagamentos

Os nomes dos beneficiários, porém, foram mantidos em sigilo, já que as investigações continuam. Mas o Ministério Público confirma que foram feitos "pagamentos em contas suíças para o financiamento de campanhas políticas no Brasil e em outros lugares".

Por meio de um departamento da empreiteira dedicado ao pagamento de propinas, as transferências para "funcionários públicos e políticos foram de centenas de milhões".

Sem citar nomes, os documentos suíços também revelam como os investigadores chegaram à constatação de que os pagamentos estavam relacionados com marqueteiros de partidos. Transferências, segundo eles, foram feitas para pessoas que "fizeram seus nomes com a organização de campanhas políticas". Na Suíça, contas de João Santana - marqueteiro das campanhas presidenciais de Lula (2006) e Dilma (2010 e 2014) - estão bloqueadas.

Para os suíços, a direção da Odebrecht tinha "conhecimento do estabelecimento e alocação de fundos de caixa 2, a camuflagem dos fluxos de dinheiro por meio de transações transnacionais desses recursos dentro desse caixa 2, assim como seu objetivo".

Para o procurador-geral suíço, "isso consiste em direcionar propinas e outros pagamentos ilegais para funcionários públicos no Brasil, Panamá e provavelmente em outros países".

Com os bancos suíços, a Odebrecht criou um sistema de caixa 2 para obter contratos. No total, a Suíça investigou mais de 300 transações bancárias, com o envolvimento de intermediários, funcionários públicos e outros suspeitos. A constatação foi de que um total de aproximadamente 440 milhões de francos suíços (cerca de R$ 1,4 bilhão) das subsidiárias da Odebrecht passaram pelos bancos suíços entre 21 de dezembro de 2005 e junho de 2014. No total, o sistema criado pela Odebrecht em todo o mundo movimento de forma ilegal US$ 635 milhões.

Beneficiários

"Pagamentos de propinas eram direcionados em grande parte para tomadores de decisões nos governos, envolvendo contratos de licitação e contribuições para partidos políticos e políticos", explicou o MP. Com base nessas informações, o MP concluiu que os pagamentos envolveram envio de recursos a funcionários públicos estrangeiros usando contas na Suíça, além de políticos, doleiros e campanhas políticas no Brasil e em outros países.

Ao Brasil, tabelas confiscadas pelos procuradores apontam que um total de pelo menos 66,5 milhões de francos suíços (US$ 210 milhões) foram pagos.

Entre os beneficiários de recursos da Odebrecht estão ex-diretores da Petrobrás que, entre março de 2008 e abril de 2014, obtiveram 43,7 milhões de francos suíços (R$ 138 milhões) em contas secretas. Um outro pagamento de 8,7 milhões de francos suíços (R$ 27,5 milhões) foi registrado em nome de outra pessoa não identificada, além de 14,2 milhões de francos suíços (R$ 44,8 milhões) entre 2009 e 2012 a funcionários públicos que teriam um papel na aprovação de projetos.

Os suíços também revelam que fica "claro a partir das planilhas confiscadas" e pelas delações que existiam acordos com políticos e tomadores de decisões dentro de instituições do governo" para o pagamento de propinas. Além disso, houve um "acordo regular para alocar certa parte desses recursos para certos políticos ou partidos políticos". "Esses pagamentos eram feitos a partir do Caixa 2".

Prisão

Um dos pontos centrais na investigação no país europeu foi a prisão de Fernando Miggliaccio, em 17 de fevereiro de 2016, em Genebra. Ele é descrito pelos documentos suíços como um "responsável pelo departamento de "Operações Estruturadas", o setor na empresa responsável pelo pagamento de propinas. "Muitos celulares, computadores e dados que estavam com esse funcionário" foram confiscados.

De acordo com os suíços, a empresa "sistematicamente impunha propinas em um sistema de caixa 2 para influenciar na obtenção de contratos de infraestrutura". Em agosto, ele decidiu cooperar.

Segundo o MP, o sistema usado para retirar das contas oficiais o dinheiro usado para o pagamento de propinas era altamente estruturado. Os recursos precisavam ser "aprovados" pelos principais responsáveis da empresa.

Na programação ainda estavam os detalhes das obras, o superintendente responsável, o valor do contrato e a propina paga. "Muitos dos planos e/ou instruções ("programações") eram feitas por semana (PROGRAMAÇÃO SEMANAL) ou por trimestre (PROGRAMAÇÃO TRIMESTRAL)", indicaram os documentos confiscados. "Eles provam que esses fundos do caixa 2 eram em grande parte intencionados a obter contratos", apontou.

Servidor

Central também na investigação suíça foi a descoberta de servidores mantidos pela Odebrecht na Suíça, com "uma enorme quantidade de dados" dos pagamentos de propinas. Em novembro, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que o país europeu havia confiscado o servidor. Agora, o processo revela que, nele, dados equivalentes a 2 milhões de páginas de documentos puderam ser retirados, "incluindo emails, ordens de pagamentos, conferências e contratos que serviriam para justificar pagamentos".

"Além disso, milhares de listas foram confiscadas e a partir dos pagamentos relatados por meio do sistema ilegal foram listados, com datas de pagamento, o valor e o nome dos recipientes", indicou o MP suíço.

Miggliaccio teria tentado apagar os dados do servidor em fevereiro e, de fato, sua operação teria ocorrido com sucesso. Mas acabou sendo preso.

Em um comunicado de imprensa emitido na semana passada, a Justiça suíça indica que, apesar da multa aplicada, vai continuar a investigar o caso da Odebrecht. A reportagem apurou que o centro do inquérito, agora, é o destino dos recursos.

Defesa

"A Odebrecht não se manifesta sobre o tema, mas reafirma seu compromisso de colaborar com a Justiça. A empresa está implantando as melhores práticas de compliance, baseadas na ética, transparência e integridade."

AINDA PEARL HARBOR NESTA SEMANA



Em Pearl Harbor, premiê do Japão apresenta 'sinceras e eternas condolências'

Estadão Conteúdo 





O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, apresentou na terça-feira "sinceras e eternas condolências" pelos militares americanos mortos no ataque de 7 de dezembro de 1941 num dos momentos mais importantes da histórica visita de ontem realizada a Pearl Harbor ao lado do presidente dos EUA, Barack Obama.

Esta, que foi a primeira visita de um chefe do governo de Tóquio ao USS Arizona Memorial, Abe e Obama colocaram primeiro duas coroas de flores junto da parede onde estão gravados os nomes dos 1177 tripulantes, num total de 1.512 pessoas que perderam a vida quando a base naval norte-americana de Pearl Harbor foi atingida por caças-bombardeiros japoneses, acabando por se incendiar e afundar em seguida.

Abe, no entanto, não se desculpou, mas admitiu que o Japão "nunca mais deve repetir os horrores de uma guerra novamente".

"Como primeiro-ministro do Japão, ofereço o minha sincera e eterna condolências às almas daqueles que perderam suas vidas aqui, bem como aos espíritos de todos os homens e mulheres corajosos cujas vidas foram tomadas por um começo neste lugar ", disse Abe.
Porto-Hickam.

Isso foi o mais próximo que Abe chegou a um pedido de desculpas pelo ataque. E foi o suficiente para Obama, que também se recusou a pedir desculpas sete meses atrás, quando ele se tornou o primeiro presidente em exercício dos EUA a visitar Hiroshima, onde os EUA lançaram uma bomba atômica em uma tentativa de acabar com a guerra.

Autoridades japonesas disseram que em suas conversas, Abe e Obama concordaram em acompanhar de perto os movimentos do primeiro e único porta-aviões da China, que navegou para o Pacífico ocidental pela primeira vez. O Ministério de Defesa de Taiwan informou segunda-feira que o porta-aviões e cinco navios de guerra navegaram 144 quilômetros ao sul de Taiwan, uma ilha autônoma reivindicada pela China. Pequim chamou de um exercício de treinamento de rotina. Fonte: Associated Press

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