Partidos aguardam fim da
'Lava Jato' para fechar acordos, de olho em 2018
Tatiana Moraes
De acordo com pesquisas, Marina Silva pode derrotar Lula em um possível
2º turno
Dois mil e dezessete ainda não começou, mas o foco da classe política já
está no pleito presidencial de 2018. Ao contrário dos anos anteriores, as
negociações entre os partidos para compor chapa ainda estão turvas. Afinal, com
a Operação “Lava Jato” a todo o vapor, as legendas devem deixar a formalização
dos apoios para a última hora.
Entre os mais cotados para a corrida presidencial estão Lula (PT), que
lidera as pesquisas em primeiro turno; o atual prefeito de São Paulo, Fernando
Haddad (PT); o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); o senador Aécio
Neves (PSDB), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), a ex-senadora Marina Silva
(Rede), o empresário e apresentador de TV Roberto Justus, e Jair Bolsonaro
(PSC).
O PMDB, menina dos olhos da política por possuir a maior bancada e,
consequentemente, por arrastar um maior número de aliados, aguarda decisão da
“Lava Jato” para decidir qual lado tomar.
“Não tem nada de significativo costurado. O partido está esperando
acabar a ‘Lava Jato’ para saber, inclusive, quem poderá se candidatar”, afirma
uma fonte que não quis se identificar. Atualmente aliado do PSDB, o
relacionamento do presidente Michel Temer (PMDB) com o partido está bambo.
Ainda é cedo
Bruno Reis, professor de Ciências Políticas da UFMG, ressalta que, com o
cenário político conturbado, ainda é cedo para falar em uma polarização nas
próximas eleições.
“Não podemos descartar Lula nem Alckmin como candidatos, o cenário é de
extrema fragmentação e, por isso, outros atores têm chances reais de serem
eleitos”, analisa.
Como exemplo, ele cita Marina Silva, que, segundo pesquisas eleitorais,
é capaz de vencer Lula em um segundo turno. Ciro Gomes (PDT) é outro nome forte
que tem se destacado tanto nos bastidores políticos quanto nos meios de
comunicação, com opiniões vorazes.
Há, ainda, candidatos impulsionados pela descrença da população nos
políticos de longa data. O empresário e apresentador de TV Roberto Justus é um
deles.
“O Justus é a prova de que ricos e influentes não podem ser descartados
como candidatos no atual cenário político. Afinal, é necessário dinheiro para
bancar a campanha e um bom programa de marketing para se destacar com as
mudanças na legislação eleitoral”, justifica.
Outro nome que tem se fortalecido é o de Bolsonaro. “Não acredito na
viabilidade dele se eleger. Mas a crescente visibilidade de Bolsonaro também é
sintoma da fragilidade do sistema político”, ressalta.