sábado, 24 de dezembro de 2016

NOTÍCIAS E DESCOBERTAS ESPACIAIS EM 2016



Ondas gravitacionais e flor nascida no espaço; relembre fatos da ciência em 2016

Agência Brasil 


 
O ano de 2016 será lembrado cientificamente pela confirmação da existência de ondas gravitacionais estudadas por Albert Einstein há um século. Mas outros fatos também foram importantes no ano para a ciência e a tecnologia, como a descoberta do exoplaneta habitável mais próximo da Terra, a apresentação da foto da primeira flor nascida em uma estação espacial e a constatação de que a Australopithecos Lucy morreu ao cair de uma árvore, que trouxe revelações sobre a evolução humana.

Relembre alguns dos seis fatos científicos e tecnológicos mais importantes de 2016:

Cientistas descobrem ondas gravitacionais previstas há 100 anos por Einstein

 

Concebidas em 1915 por Albert Einstein (1879-1955) em sua Teoria da Relatividade Geral, as minúsculas distorções no espaço-tempo eram a única parte da teoria que ainda não havia sido confirmada pela ciência. O valor da descoberta permitirá que astrofísicos conheçam mais sobre a composição das galáxias, os buracos negros e a dinâmica da gravidade

O pesquisador do Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Riccardo Sturani, foi um dos líderes da equipe brasileira responsável por analisar os dados gerados pela detecção de ondas gravitacionais. Segundo o italiano radicado no Brasil, os cientistas passaram a ver objetos do universo que não emitem luz nem radiação eletromagnética e “que não poderiam ser vistos de outra forma”.

Planeta habitável descoberto a 20 anos-luz da Terra



O exoplaneta “Proxima B” foi descoberto pelo Observatório Europeu do Sul

O exoplaneta “Proxima B”, como foi batizado, orbita ao redor da Proxima Centauri, a estrela mais perto do Sol. Ele tem condições de temperatura parecidas com as da Terra, o que pode permitir a existência de água líquida em sua superfície, condição essencial para o surgimento de vida.  A descoberta é resultado do trabalho de dezesseis anos de uma equipe de mais de trinta cientistas que trabalharam com as observações feitas pelos telescópios e outros instrumentos do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês).

Nasa apresenta foto da 1ª flor nascida em estação espacial



Nasa apresenta foto da primeira flor cultivada no espaço

A agência espacial norte-americana (Nasa) apresentou, no início do ano, fotos da primeira flor que cresceu na Estação Espacial Internacional (ISS), como parte de um experimento de dois anos para cultivar plantas no espaço. O experimento com flores começou em 16 de novembro de 2015, quando o astronauta Kjell Lindgren ativou as sementes de zinias, um processo que se demonstrou mais complicado que o esperado.

A planta sofreu ataque de mofo, devido à umidade. As partes afetadas pelo fungo foram retiradas e ela sobreviveu. Esse projeto tem como objetivo obter informações sobre a resposta das plantas em microgravidade e para futuras missões a Marte, que deverão conhecer como racionar água ao máximo e os possíveis problemas que podem surgir dentro dos módulos espaciais. Apesar de os astronautas já terem conseguido plantar alfaces e outros vegetais em sua horta espacial, esta é a primeira vez que  flores, do gênero das zinias, se abrem fora da gravidade terrestre.

Pesquisadores revelam que a australopithecos Lucy morreu ao cair de uma árvore



Ossada de Lucy

A descoberta de Lucy, um dos fósseis de hominídeo mais completos já identificados, preencheu uma lacuna na árvore evolutiva humana. Embora Lucy tivesse crânio, mandíbulas, dentes e longos braços similares ao de um macaco, ela andava ereta. Seus ossos compõem quase 40% de um esqueleto. A australophitecus, que viveu na África há 3,18 milhões de anos, provavelmente morreu ao cair de uma árvore, revelou um estudo científico publicado pela revista Nature.

De acordo com o estudo, os ossos do braço de Lucy se estilhaçaram com o impacto da queda. O trauma é semelhante ao de vítimas de acidentes de carro, afirmaram pesquisadores dos Estados Unidos e da Etiópia. Com cerca de 1,10 metros, Lucy teria caído de uma altura de mais de 12 metros, a uma velocidade de mais de 56 km/h, segundo pesquisadores.

Sonda Rosetta pousa em cometa, dando fim a missão de 12 anos


Sonda Rosetta encerra missão após 12 anos

Em setembro, a Sonda Rosetta aterrissou no cometa 67P/ Churyumov-Gerasimenko, encerrando uma missão espacial de mais de 12 anos, conduzida pela Agência Espacial Europeia (ESA). A missão foi lançada em março de 2004 com o objetivo de alcançar o cometa 67P e soltar sobre ele o robô Philae.

Conforme previsto, seu computador de bordo enviou para a Terra as últimas imagens, que mostram o solo do cometa 15 segundos antes do impacto, além de dados sobre os gases, compostos químicos e poeira presentes no local, que podem contribuir para a descoberta da origem do sistema solar.

O objetivo da missão era capturar a maior quantidade possível de dados sobre os cometas, importantes objetos de estudo por serem considerados "restos" da formação do Sistema Solar que continuam vagando pelo Universo.

Minutos antes do encerramento, a Rosetta enviou a última mensagem no Twitter. "Enquanto me aproximo da superfície, meu instrumento Rosina indica o aumento da pressão de gases ao redor do cometa 67P/ Churyumov-Gerasimenko".

O retorno de astronautas depois de um longo período no espaço



Astronautas aterrissam no Cazaquistão, após quase um ano em estação espacial

O cosmonauta russo Sergueï Volkov, o seu compatriota Mikhaïl Kornienko e o norte-americano Scott Kelly aterrissaram, conforme previsto, no Cazaquistão, após Kelly e Kornienko passarem 340 dias na Estação Espacial Internacional para preparar futuras missões a Marte. Sergueï Volkov, por sua vez, esteve a bordo por mais de cinco meses.

O objetivo dos astronautas era estudar os efeitos de longas jornadas espaciais no corpo humano. Enquanto Kelly estava no espaço, seu irmão gêmeo Mark, astronauta aposentado, permanecia na Terra. Como possuem o mesmo material genético, a Nasa pretende comparar os dados psicológicos e moleculares de Scott com os de Mark.

Scott Kelly foi responsável pela realização de experimentos, como a criação de alface e a plantação de uma flor no ambiente de microgravidade da ISS, a mesma que floresceu em janeiro deste ano.

INSETOS SÃO INCOVENIENTES SAUDÁVEIS



Trilhões de insetos migram a grandes alturas a cada ano

AFP 






Insetos são intervenientes essenciais em ecossistemas saudáveis

Cientistas britânicos mediram pela primeira vez a migração de insetos que voam a grandes alturas e descobriram que mais de três trilhões deles passam por cima de nossas cabeças a cada ano, segundo um estudo publicado na quinta-feira na revista científica Science.

Insetos são intervenientes essenciais em ecossistemas saudáveis. Eles polinizam e comem pragas de colheitas, e fornecem alimento para pássaros e morcegos.

Especialistas dizem que esta primeira medida sugere que a migração de insetos - que a maioria de nós nunca vê - é um evento importante.

"Os corpos de insetos são ricos em nutrientes e a importância desses movimentos é subestimada", disse o coautor Jason Chapman, do Centro de Ecologia e Conservação da Universidade de Exeter, em Cornwall.

"Se as densidades de insetos observadas no céu do sul do Reino Unido forem extrapoladas para o espaço aéreo de todos os continentes, as migrações de insetos em grande altitude representa o movimento anual de animais mais importante nos ecossistemas terrestres, comparável às migrações oceânicas mais significativas", acrescentou.

Em termos de peso, este movimento teria 3.200 toneladas, mais de sete vezes a massa dos 30 milhões de pássaros canoros que saem do Reino Unido rumo à África a cada outono, disse o estudo.

A maioria das viagens - cerca de 70% - são feitas durante o dia, disseram cientistas da Universidade de Exeter e do Centro de Pesquisa de Rothamsted.

Usando radares especiais apontados para o céu, o autor principal, Gao Hu, acompanhou a migração de insetos a uma altura de 150 metros por quase uma década.

A média anual chegou a 3,3 trilhões de insetos, e as viagens eram mais maciças em dias quentes, disseram os pesquisadores.

TODO MUNDO QUER TIRAR DINHEIRO DA ODEBRECHT



Países da América Latina investigam Odebrecht

Estadão Conteúdo 





Após a divulgação dos documentos do Departamento de Justiça dos Estados Unidos sobre o pagamento de propina da Odebrecht a autoridades internacionais, países da América Latina anunciaram a abertura de investigações sobre contratos assinados pela empresa com seus governos.

México, Peru, Equador, Argentina, Colômbia, Guatemala, República Dominicana e Panamá se manifestaram sobre o caso.

Na quarta-feira, o órgão americano apontou que a Odebrecht pagou cerca de US$ 788 milhões (R$ 2,6 bilhões) em propina em 11 países, além do Brasil, para conquistar e manter contratos com o poder público. Os pagamentos foram feitos pelo Setor de Operações Estruturadas, conhecido como departamento da propina da empresa.

O México anunciou, em nota divulgada pela Secretaria de Função Pública (SFP), que vai acompanhar os desdobramentos das denúncias de corrupção envolvendo a atuação da Odebrecht e da Braskem no país e se comprometeu com a investigação dos atos contrários à ética no setor público. De acordo com os investigadores americanos, entre 2010 e 2014, a Odebrecht pagou US$ 10,5 milhões em propina para autoridades do governo mexicano, para obter contratos de obras públicas.

Na Argentina, o órgão responsável pelo combate à corrupção disse ter entrado em contato com autoridades brasileiras sobre o assunto. Parlamentares cobraram a investigação dos pagamentos de propina, que teriam ocorrido durante o governo da ex-presidente Cristina Kirchner.

O governo da Colômbia divulgou nota afirmando que identificou o servidor público acusado de receber US$ 6,5 milhões em propina, entre 2009 e 2010, que seria "um funcionário do alto escalão" da gestão do ex-presidente Álvaro Uribe.

De acordo com os documentos americanos, a Odebrecht teria pago a autoridades da Colômbia US$ 11 milhões em propina entre 2009 e 2014, período que abrange parte do governo Uribe (2002-2010) e o de seu sucessor, o atual presidente, Juan Manuel Santos.

Ontem, o senador Álvaro Uribe questionou Santos em redes sociais sobre "a verdade" dos subornos da Odebrecht e uma reunião que ocorreu em abril de 2015 com os diretores da empreiteira no Panamá e o atual presidente na Cúpula das Américas. Para o governo colombiano, as declarações de Uribe foram feitas de maneira tendenciosa e o encontro foi "absolutamente normal".

No Peru, o presidente Pedro Pablo Kuczynski negou ter recebido dinheiro enquanto era primeiro-ministro e disse apoiar as investigações sobre a denúncia de propina paga pela Odebrecht ao país, de 2005 a 2014.

A Guatemala informou que vai solicitar uma colaboração dos Estados Unidos para que o Ministério Público entre no caso. O Panamá também indicou que vai enviar investigadores aos Estados Unidos para buscar informações. O governo da República Dominicana, por meio do ministro José Ramón Peralta, indicou disposição em colaborar com eventual investigações sobre propinas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O LULA FICOU POBRE MAS O FILHO FICOU RICO



Instituto Lula é autuado pela Receita Federal por 'desvio de finalidade'

Folhapress 








Instituto Lula, no bairro Ipiranga, Zona Sul de São Paulo

A Receita Federal autuou o Instituto Lula por "desvio de finalidade" por ter feito gastos que não poderia já que era uma entidade sem fins lucrativos e, por isso, isenta de impostos. A cobrança do fisco leva em consideração multas e impostos não recolhidos relativos ao ano de 2011. 
O valor da autuação, que aconteceu em 11 de novembro, não foi divulgado, mas, segundo a reportagem apurou, o total a ser pago é de cerca de R$ 2 milhões. 
Em agosto a Folha de S.Paulo adiantou que a entidade, fundada por Lula em 2011 após sair da Presidência da República, teve sua isenção tributária suspensa pelo mesmo motivo. 
A Receita abriu a investigação contra o instituto em dezembro do ano passado e analisa, além do exercício fiscal de 2011, as declarações de imposto de renda dos anos de 2012, 2013 e 2014. 
A principal irregularidade identificada até agora nas auditorias foi o pagamento de R$ 1,3 milhão nos anos de 2013 e 2014 para a empresa G4 Entretenimento, que pertence a Fábio Luís, filho do ex-presidente; e a Fernando Bittar, dono do sítio de Atibaia (SP) frequentado por Lula e que é alvo de investigação da Operação Lava Jato. 
Segundo os auditores, houve simulação de prestação de serviço pela G4 como forma de mascarar a transferência de recursos da entidade para o ex-presidente ou parentes, configurando o desvio de funcionalidade. 
Também foram apontados pagamentos sem destinatários e o aluguel de um imóvel apontado como sede, mas que era diferente do endereço do instituto. 
No período auditado, a entidade recebeu quase R$ 35 milhões em doações, boa parte de empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato. Os auditores também contestaram doações de duas entidades sem fins lucrativos que, juntas, destinaram R$ 1,5 milhão ao instituto entre 2013 e 2014.

OUTRO LADO 

O Instituto Lula, em nota, afirmou que cumpre sua missão estatutária e que está recorrendo da decisão da Receita Federal. A nota diz ainda que a instituição gostaria de ter o mesmo direito de todo o contribuinte ao ter respeitado o sigilo fiscal de um processo tributário em fase de recurso. 
O texto prossegue dizendo que os documentos que comprovam a contratação e execução dos serviços foram encaminhados para a Receita Federal. "O Instituto pagou por serviços contratados da G4, com ampla documentação comprovando a realização desses serviços em diferentes projetos, participação com créditos e divulgação pública."