Petrobras aprova venda da
Liquigás para a Ultragaz por R$ 2,8 bi
Folhapress
A Petrobras informou que seu Conselho de Administração aprovou nesta
quinta-feira (17) a venda da Liquigás Distribuidora para a Ultragaz,
subsidiária da Ultrapar Participações, em negócio de R$ 2,8 bilhões,
confirmando relatos anteriores de fontes com conhecimento da negociação.
A Liquigás, subsidiária integral da Petrobras, atua no engarrafamento,
distribuição e comercialização de gás liquefeito de petróleo (GLP). A empresa
está presente em quase todos os Estados brasileiros e conta com 23 centros
operativos, 19 depósitos e uma rede de aproximadamente 4.800 revendedores
autorizados, segundo nota da estatal.
Em comunicado, o grupo Ultra, dono da Ultragaz, afirmou que a conclusão
da operação está sujeita à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa
Econômica) e das assembleias gerais de acionistas do Ultra e da Petrobras.
"Até o julgamento da operação pelo Cade, as companhias manterão as
suas operações totalmente separadas e seguirão atuando como concorrentes
efetivas", diz a nota.
Segundo o grupo Ultra, a união "permitirá que a estratégia de
diferenciação e a excelência operacional da Ultragaz, além da sua capacidade de
investimento, combinados com os ativos e com a qualidade da rede de revendas da
Liquigás, proporcionem importantes ganhos de eficiência, como, por exemplo, em
logística, na gestão administrativa e em práticas de operação, com melhoria da
qualidade dos serviços, gerando benefícios aos consumidores, revendedores,
clientes e a toda a sociedade".
Com a conclusão da operação, o grupo Ultra ficará com 45% do mercado
brasileiro. A expectativa do mercado é que o negócio enfrente resistências nos
órgãos de defesa da concorrência.
Supergasbras e Nacional completam o grupo das grandes empresas do setor,
com 20,5% e 19,3%, respectivamente. Ou seja, quatro companhias controlam 85,39%
das vendas de gás liquefeito de petróleo (GLP, o nome técnico do gás vendido em
botijões) no país.
A Ultragaz tem presença maior na Bahia e em São Paulo, Estados onde pode
haver maior restrição por parte dos órgãos de defesa da concorrência, de acordo
com a avaliação de executivos do setor.
HISTÓRICO
O setor tem um histórico de investigações e processos administrativos
nos órgãos de defesa da concorrência por suspeitas de combinação de preços.
Em agosto, por exemplo, o Cade abriu processo para investigar a formação
de cartel nas vendas de GLP no Nordeste, dando sequência a investigações
iniciadas em 2009, que geraram operação da PF batizada de Chama Azul.
Antes, no início da década, o órgão chegou a firmar acordos com as
maiores distribuidoras do país para encerrar investigações por cartel no Pará
em troca do pagamento de multas.