terça-feira, 8 de novembro de 2016

EPIDEMIA DE CRUELDADE ASSOLA O PAÍS



A humanidade está exposta

Manoel Hygino 





Os que lêem este comentário poderão julgar-me pessimista. E, realmente, não encontro razões suficientes para ver com bons olhos e coração aberto o que acontece diariamente em todo o país no âmbito da criminalidade.
Em novembro, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgará as apurações dos números de latrocínios em Minas Gerais, assim como em demais estados. Aqui, conforme dados preliminarmente conhecidos, esse tipo de crime – matar para roubar- cresceu de 63 casos em 2014, para 103 no ano seguinte. Uma elevação, portanto, de 63%.
Poderia estender-me mais, mas prefiro resumir, para chegar à conclusão dos jornais, de dias atrás: Entre 2011 e 2015, o total de óbitos no Brasil por assassinato, latrocínio, lesão corporal seguida de morte, e outros decorrentes de violência supera a Síria, em igual período. Com uma diferença: aquele país asiático, de onde procedem milhares de residentes no Brasil que aqui constituíram família, se acha em guerra há anos e, lastimavelmente, sem perspectivas de paz a curto prazo.
A Imprensa extraiu pormenores: em nosso país, houve 56.383 mortes violentas em 2015, das quais 52.570 homicídios. Isto significa: um assassinato a cada 9 (nove) minutos, isto é, 160 por dia. E já fomos considerados pacíficos, de gente alegre e cordial. Segundo um graduado oficial da PM, uma das causas maiores reside na fragilidade da legislação. Dos 30 mil infratores por crimes violentos, apenas 614 seguem presos.
Não basta esforço operacional. A impunidade é flagrante e até hoje estimuladora da violência. A criminalidade se ampliou por todos os cantos do país. Não só nas áreas urbanas, onde a situação é alarmante.
Há permanentes notícias de invasões de propriedades rurais, enquanto bandidos, inclusive importados de outras regiões, percorrem regiões distantes em veículos velozes e com armas sofisticadas para assaltar caixas bancários, apelando nas explosões para a dinamite. Percebe-se que há um conjunto de fatores e meios utilizados pelos inimigos da lei para seus objetivos sinistros.
“J.D Vital lança, às 19h30 de hoje, na Leitura do Pátio Savassi, “A revoada dos anjos de Minas”
Não se dirá que as autoridades são insensíveis e alheias aos graves e brutais fatos cotidianos. Há uma epidemia de crueldade entre nós, que precisa ser analisada em profundidade para posterior adoção de providências à altura de suas dimensões. Existem, pelo que se observa das publicações na mídia, estudos confiáveis sobre o mal que tão incisivamente nos aflige.
Desnecessário dizer que o Brasil não pode ficar à mercê da criminalidade. É dificílima a missão de que há de cuidar, imediatamente, o poder público, a partir da idéia de Rui Barbosa de que os crimes não têm geração espontânea. Cabe ir ao cerne, ao âmago do problema, incessantemente, doa a quer doer, sabendo-se de antemão, contudo, que a legislação tem de adaptar-se às novas condições do problema, a fim de extirpá-lo a níveis de nações civilizadas.
O desafio está posto e não bastam palavras, porque o que devia ser dito e as análises indispensáveis já foram realizadas. Mãos à obra, que será complexa e incessante, mas absolutamente imprescindível.
O Brasil tem medo e pressa nas medidas pertinentes. Em tempo, J.D Vital lança, às 19h30, hoje, na Leitura do Pátio Savassi, “A revoada dos anjos de Minas”.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

TERREMOTO ATINGE OS ESTADOS UNIDOS



Terremoto abala centro de estocagem de petróleo nos EUA

Estadão Conteúdo 





Um terremoto de magnitude 5,0 atingiu o Estado norte-americano de Oklahoma no fim da noite de domingo, com epicentro localizado a cerca de 1,5 quilômetro a oeste da cidade de Cushing, um dos principais centros de estocagem de petróleo do mundo.

O tremor, que ocorreu por volta das 21h pelo horário local (0h de Brasília), chegou a ser sentido nos Estados de Missouri e Arkansas.

O regulador da indústria de petróleo e gás de Oklahoma informou que não há relatos imediatos de danos a instalações de armazenamento, mas ressaltou que continuará avaliando a infraestrutura. Cerca de 59 milhões de barris de petróleo bruto estão armazenados em Cushing.

No início de setembro, Oklahoma foi abalado por um terremoto de magnitude 5,8, o mais forte já registrado no Estado.

As aulas de escolas públicas de Cushing foram canceladas nesta segunda-feira. Fonte: Dow Jones Newswires.

LIÇÕES DO ZIKA - NÃO SE P0ODE DESPREZAR NEHUM AGENTE INFECCIOSO



Zika e doenças associadas deixam lições a cientistas

Estadão Conteúdo 








O diretor do Instituto Evandro Chagas, Pedro Vasconcelos, recomenda que o estado de emergência internacional em saúde pública, declarado pela ONU, seja mantido

Às vésperas de completar um ano do estado de emergência em saúde pública no Brasil declarado por causa da microcefalia, o diretor do Instituto Evandro Chagas, Pedro Vasconcelos, não hesita em afirmar: o zika, vírus associado ao aumento de casos da má-formação, trouxe várias lições para cientistas. "Não se pode desprezar nenhum agente infeccioso, mesmo aqueles que à primeira vista são considerados inofensivos." Esse, completa Vasconcelos, foi o erro cometido com zika no Brasil e no mundo.

Descoberto na década de 40, o zika nunca despertou interesse de pesquisadores. "Até o início de 2015, ele era considerado um vírus de segunda categoria. Ele era pouco estudado, porque se imaginava que seria de pouco interesse para saúde pública."

O baque, no entanto, não se resumiu ao fato de ele ser muito mais nocivo do que se pensava no início. "O zika rompeu um padrão. Ele representa uma revolução em termos de arbovírus. Até então, acreditávamos que esses agentes eram transmitidos pela picada de artrópodes infectados." O zika veio mostrar que essa ideia era limitada e incorreta. Comprovou-se que ele pode ser transmitido por via sexual, transfusão de sangue. "E ele pode causar doença grave. Tanto na sua forma congênita quanto para pacientes infectados que já apresentam, por exemplo, falhas no sistema imunológico", explica Vasconcelos.

Em virtude do alcance do vírus, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, em fevereiro, estado de emergência internacional em saúde pública. Vasconcelos defende que esse status seja mantido.

Estratégias
A equipe de Vasconcelos trabalha em várias frentes. Um dos braços considerados mais promissores é o que se dedica ao desenvolvimento de uma vacina, em parceria com a Universidade do Texas. Os resultados obtidos até agora são animadores. Nos próximos dias, a vacina será testada em primatas, em áreas controladas.

A vacina é desenvolvida com base em um vírus vivo enfraquecido. Por meio do uso de engenharia genética, pesquisadores procuram manter a capacidade do vírus de infectar células, sem, no entanto, que ele possa desenvolver a doença.

O diretor do Instituto Evandro Chagas avalia que há muito ainda que se descobrir sobre o zika. "Ele era praticamente desconhecido. Hoje temos algumas pistas. Mas é preciso muito mais", disse. Uma das hipóteses que necessitam ser avaliadas ainda é o fato de a microcefalia não atingir todos os bebês cujas mães são infectadas pelo zika. "Há uma corrente que arrisca haver um papel protetor da vacina de febre amarela. Isso poderia explicar, por exemplo, o fato de que as regiões onde a microcefalia ocorreu de forma mais intensa no ano passado coincidir com áreas onde a vacina não é aplicada de forma rotineira. Mas são apenas suposições."

Vasconcelos reconhece que, a partir da agora, os brasileiros começam a perder o protagonismo nas descobertas. Ele atribui essa mudança ao investimento realizado em outros países. "Nossa contribuição foi significativa. Mas há uma tendência de que outros centros passem a apresentar estudos."

O HOMEM ENVENENA OS ANIMAIS E CONSEQUENTEMENTE ELE MESMO



Empresas de carnes baixam uso de drogas nos animais

Estadão Conteúdo 









A tendência global de o consumidor exigir produtos mais naturais, sem o uso excessivo de aditivos químicos e medicamentos, está obrigando indústrias de carnes a reverem seus processos de fabricação para atender às novas demandas. Uma das principais articulações neste sentido - e alvo de muitos movimentos da sociedade civil ligados à alimentação saudável - é a redução do uso de antibióticos nas criações de bovinos, aves e suínos.

O desafio, neste caso, é manter os atuais níveis de produtividade e baixo custo, substituindo os atuais antibióticos por ingredientes naturais, como prebióticos, probióticos e ácidos orgânicos, além de fazer uso de diferentes estratégias de manejo, nutrição e sanidade. No caso de frangos, por exemplo, o uso dos produtos naturais pode significar gastos maiores na criação.

A boa notícia é que a rápida adesão das indústrias ao novo modo de criação pode fazer com que em menos de dez anos a produção, principalmente de aves, fique tão ou mais competitiva que a tradicional.

O fundador da consultoria veterinária belga Vetworks, Maarten De Gussem, aposta nessa tendência: "Há cinco anos eu diria que esse tipo de produção (com uso mínimo de antibióticos) era sempre mais custoso. Hoje, digo que depende e, daqui a menos de dez anos, será mais competitiva", disse ao Broadcast Agro, sistema de notícias do agronegócio da Agência Estado.

Na produção de carnes, os antibióticos são usados sobretudo para prevenir doenças. Há, ainda, o uso para o tratamento de problemas de saúde, e o emprego mais controverso é aquele voltado a melhorar o desempenho animal, encurtando seu tempo de engorda. Embora o tema desperte polêmicas, há suspeitas de que resíduos do medicamento na carne podem acabar gerando bactérias resistentes a antibióticos, dificultando, por isso, o tratamento de doenças infecciosas em seres humanos.

Bois e perus

Pesquisa da Cargill divulgada em agosto apontou que a maioria dos consumidores nos EUA e no Brasil quer carne sem uso de medicamentos, e a empresa já adotou medidas para reduzir a aplicação de antibióticos nos confinamentos de bovinos e na criação de perus nos EUA. O McDonald’s anunciou, no mesmo mês, que restringiria o uso de frangos criados com antibióticos em suas lojas americanas. Também nos EUA, Tyson Foods e Pilgrim’s Pride (controlada pela brasileira JBS) divulgaram iniciativas neste sentido.

No Brasil, a tendência já chegou. Do lado da indústria de medicamentos, a Elanco, braço veterinário da Eli Lilly and Company, anunciou recentemente que até o fim do ano vai parar de ofertar no País um antibiótico de classe compartilhada (que pode ser empregado em humanos e animais) e de uso contínuo para fins de crescimento animal.

Já a marca Sadia, da BRF, fez parceria com o chef britânico Jamie Oliver para abrigar, em Goiás, 40 milhões de aves em galpões sob regras do bem-estar. Conforme a BRF, nos criatórios, o uso de antibióticos é proibido.

"Foram adaptadas todas as granjas de Buriti Alegre, ou 183 aviários", disse a BRF. Já a JBS lançou, em 2015, a linha Seara DaGranja, com carne de frango com certificado que atesta que em nenhuma etapa da criação os frangos receberam algum tipo de antibiótico. Conforme a JBS, "as aves têm um sistema de criação sem estresse. Desta forma, o animal não precisa ser medicado".

Orgânicos

Pioneira no Brasil na produção de carne livre de antibióticos e orgânica, a Korin tem acompanhado a evolução do mercado. "O mundo despertou para a questão", confirma o diretor industrial da empresa, Luiz Demattê. Segundo ele, nos últimos cinco anos as pesquisas e o mercado cresceram, com o aumento da oferta de produtos alternativos pelas empresas tradicionais e o surgimento de companhias produtoras de insumos próprios para a nova tendência.

Para exportação, a questão também se tornou importante. Em agosto de 2015, a Korin enviou seu primeiro contêiner de carne de frango orgânica para a rede de supermercados Park’n’Shop, em Hong Kong. Foram pedidas mudanças na embalagem e nos cortes e os primeiros lotes para venda efetiva no país asiático saíram do Brasil no dia 16.