A humanidade está exposta
Manoel Hygino
Os que lêem este comentário poderão julgar-me pessimista. E, realmente,
não encontro razões suficientes para ver com bons olhos e coração aberto o que
acontece diariamente em todo o país no âmbito da criminalidade.
Em novembro, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgará as
apurações dos números de latrocínios em Minas Gerais, assim como em demais
estados. Aqui, conforme dados preliminarmente conhecidos, esse tipo de crime –
matar para roubar- cresceu de 63 casos em 2014, para 103 no ano seguinte. Uma
elevação, portanto, de 63%.
Poderia estender-me mais, mas prefiro resumir, para chegar à conclusão
dos jornais, de dias atrás: Entre 2011 e 2015, o total de óbitos no Brasil por
assassinato, latrocínio, lesão corporal seguida de morte, e outros decorrentes
de violência supera a Síria, em igual período. Com uma diferença: aquele país
asiático, de onde procedem milhares de residentes no Brasil que aqui
constituíram família, se acha em guerra há anos e, lastimavelmente, sem
perspectivas de paz a curto prazo.
A Imprensa extraiu pormenores: em nosso país, houve 56.383 mortes
violentas em 2015, das quais 52.570 homicídios. Isto significa: um assassinato
a cada 9 (nove) minutos, isto é, 160 por dia. E já fomos considerados
pacíficos, de gente alegre e cordial. Segundo um graduado oficial da PM, uma
das causas maiores reside na fragilidade da legislação. Dos 30 mil infratores
por crimes violentos, apenas 614 seguem presos.
Não basta esforço operacional. A impunidade é flagrante e até hoje
estimuladora da violência. A criminalidade se ampliou por todos os cantos do
país. Não só nas áreas urbanas, onde a situação é alarmante.
Há permanentes notícias de invasões de propriedades rurais, enquanto
bandidos, inclusive importados de outras regiões, percorrem regiões distantes
em veículos velozes e com armas sofisticadas para assaltar caixas bancários,
apelando nas explosões para a dinamite. Percebe-se que há um conjunto de
fatores e meios utilizados pelos inimigos da lei para seus objetivos sinistros.
“J.D Vital lança, às 19h30 de hoje, na Leitura do Pátio Savassi, “A
revoada dos anjos de Minas”
Não se dirá que as autoridades são insensíveis e alheias aos graves e
brutais fatos cotidianos. Há uma epidemia de crueldade entre nós, que precisa
ser analisada em profundidade para posterior adoção de providências à altura de
suas dimensões. Existem, pelo que se observa das publicações na mídia, estudos
confiáveis sobre o mal que tão incisivamente nos aflige.
Desnecessário dizer que o Brasil não pode ficar à mercê da criminalidade.
É dificílima a missão de que há de cuidar, imediatamente, o poder público, a
partir da idéia de Rui Barbosa de que os crimes não têm geração espontânea.
Cabe ir ao cerne, ao âmago do problema, incessantemente, doa a quer doer,
sabendo-se de antemão, contudo, que a legislação tem de adaptar-se às novas
condições do problema, a fim de extirpá-lo a níveis de nações civilizadas.
O desafio está posto e não bastam palavras, porque o que devia ser dito
e as análises indispensáveis já foram realizadas. Mãos à obra, que será
complexa e incessante, mas absolutamente imprescindível.
O Brasil tem medo e pressa nas medidas pertinentes. Em tempo, J.D Vital
lança, às 19h30, hoje, na Leitura do Pátio Savassi, “A revoada dos anjos de
Minas”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário