sexta-feira, 23 de setembro de 2016

ENSINO NO BRASIL - PIOR QUE ESTÁ NÃO FICA



O ‘start’ da reforma do ensino médio

Editorial Jornal Hoje em Dia 





Após um trágico desempenho dos alunos brasileiros no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica de 2015 no 3º ano do ensino médio, o governo federal lançou ontem a Medida Provisória (MP) que reforma o estudo nesses anos nas escolas de todo o país a partir de 2018. Para a maioria dos brasileiros, o novo formato é novidade, apesar de propostas de mudanças já estejam tramitando há anos no Congresso. A MP pelo menos acelera o processo de implantação. Às vezes, se não for assim, os projetos ficam em discussão eternamente sem nenhum resultado prático.
Mas enviar ao Congresso uma proposta pronta por meio de medida provisória é assumir o risco de prejuízos incalculáveis para milhões de estudantes. À primeira vista, e segundo especialistas ouvidos pela reportagem publicada nesta edição, a proposta apresenta o caminho, mas não leva em consideração a adaptação que as escolas terão que sofrer para aplicar o novo modelo.
Como exemplo disso, analisamos as duas principais alterações: o aumento da carga horária e a possibilidade do estudante escolher algums disciplinas que vai cursar. As duas medidas juntas vão promover uma reformulação grande no quadro de professores das escolas públicas e privadas. Além de mais profissionais, as instituições terão que ter mais especialistas em determinadas áreas.
Outro fato é que, com os alunos permanecendo mais nos colégios, o custeio dos imóveis – contas de água, luz, telefone, limpeza – será maior. No caso das escolas particulares, esse custo, naturalmente, vai para as mensalidades, que já estão em níveis impagáveis.
A opção de várias famílias para fugir do alto custo poderá, e deverá, ser pela escola pública. Porém, sem tratar da qualidade do ensino, as instituições públicas, hoje, teriam condições de absorver essa demanda? Não sofrerão elas também o mesmo problema de aumentos custos? Os governos teriam verbas para bancar esse reforço necessário na estrutura das escolas com o novo modelo?
Esse parece o caso de uma medida necessária, mas que ainda precisa de maior amadurecimento para ser implementada. Esperamos que essa pressa do governo force o debate e que, até 2018, todos os entraves sejam solucionados para que não façamos uma geração inteira de cobaias. 



REFORMA DO ENSINO MÉDIO - DÁ O QUE FALAR



Reforma proposta ao ensino médio tem viabilidade questionada e pode impactar na mensalidade

Malu Damázio e Igor Patrick *
horizontes@hojeemdia.com.br



A reforma do currículo do ensino médio, anunciada ontem, já nasce cercada de dúvidas e promete impactar tanto estudantes e professores – que deverão se dedicar ao estudo e trabalho em período integral – quanto pais e escolas. Para comportar todos os alunos das séries finais da educação básica no contraturno, instituições públicas e privadas precisarão ampliar a estrutura física e o quadro de funcionários. A medida deve implicar em aumento de gastos da União e reajustes de mensalidades dos colégios particulares.





Longe de ser consenso entre especialistas e profissionais da área, o projeto, apresentado como alternativa ao atual modelo de ensino e que irá alterar completamente a grade a partir de 2017, tem a viabilidade questionada. As mudanças foram propostas em forma de Medida Provisória (MP) e têm 120 dias para serem votadas no Congresso Nacional. O governo federal espera aprovar as alterações até o fim do ano.

A previsão otimista é criticada por educadores, que acusam a União de ignorar problemas estruturais do ensino médio que não serão resolvidos até o início do próximo ano letivo. Para o professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) Ocimar Munhoz Alavarse, a flexibilização do currículo “do dia para a noite, sem um diagnóstico profundo das condições do ensino médio”, é equivocada.

A falta de infraestrutura nas escolas públicas e privadas para oferecer ensino integral é vista como um dos principais obstáculos. “Eles acham que tornarão o ensino mais dinâmico e atrativo? A escola não é chata. Ela é pobre, precária. O professor está doente, as carteiras estão quebradas”, afirma Alavarse.

No bolso
Para que os alunos possam frequentar a escola em dois turnos, será necessário dobrar a quantidade de salas construídas e professores contratados, ressalta o diretor do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep), Emiro Barbini. O valor da mensalidade também precisará ser duplicado. “Tudo que aumenta as despesas nas escolas privadas determina aumento de mensalidade, porque elas não têm subsídios”.


"Juntar várias disciplinas em uma só parece algo ruim. Tenho medo de ver os conteúdos superficialmente, mas também acho que teremos mais tempo livre para estudar" Pedro Campos, estudante do 2º ano do ensino médio

Ele argumenta que a adoção do novo currículo será negativa para uma grande parcela das instituições particulares, já que poderá ocorrer evasão. “O valor cobrado será inviável para muitas pessoas e pode haver essa migração de estudantes, o que fecharia uma grande parte das escolas, provocando desemprego de professores e funcionários”, frisa.

Emiro avalia a reforma como uma medida “violenta e impraticável”. Ele acredita que o texto final não deve ser aprovado da maneira como foi proposto, e estima que será necessário um período de adapt ação de pelo menos dez anos.

Se o cenário para as escolas particulares não é favorável, a rede pública será ainda mais atingida, avalia a presidente do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUTE), Beatriz Cerqueira. A professora argumenta que a mudança se torna impraticável em um momento de corte de recursos para a educação.

“O governo está propondo uma reformulação, mas que condições ele dará para manter o aluno na escola? Com que dinheiro a gente vai fazer isso? É uma grande incoerência. Se ele for investir no ensino médio, temo que haja o risco de tirar verbas de outras fontes, como da merenda, do transporte escolar e do livro didático”, diz.

A Secretaria de Educação de Minas Gerais declarou que ainda está tomando conhecimento da reforma proposta e deve se pronunciar sobre os detalhes da MP nos próximos dias.

Mudanças podem trazer um novo modelo para o vestibular
Com as mudanças na grade curricular e na carga de conteúdo, que passa a ser diferente para cada aluno, a preocupação dos estudantes é com o vestibular. Conteudista, a forma de seleção tende a mudar conforme o novo modelo do ensino médio for implantado. Quem diz é o economista e especialista em educação Cláudio de Moura Castro.

“É necessário alterar as ponderações do Enem. A prova de matemática logicamente passará a pesar mais para engenharia, por exemplo. À medida que mudam o sistema e a natureza do ensino médio, a universidade também muda. Nessa idade, quase todo mundo tem clareza do que gosta mais”, diz.

O grande problema, porém, deve ser a maturidade dos estudantes ao optar pelo caminho que pretendem trilhar. Ainda não está claro se será possível migrar de uma área do conhecimento para outra e qual será o esforço necessário para a troca.

Coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Avaliação Educacional da USP, Ocimar Munhoz Alavarse acredita que, da forma como está posta, a medida provisória vai forçar a escolha precoce da profissão e aumentar o índice de reprovação e de evasão nas universidades.


"Na escola somos forçados a ver matérias com as quais não nos identificamos tanto. Vai ser legal aprender mais conteúdo de exatas, que é a área que mais gosto" Ana Clara Padilha, estudante do 2º ano do ensino médio

“Ao escolher tão novo o que vai seguir, o governo faz os adolescentes precipitarem as escolhas. Aos 15, 16 anos, achamos que nos conhecemos e que conhecemos o mundo, mas a maturidade chega e nos mostra que não é assim. E se o aluno estiver errado ou a cabeça dele mudar? Os efeitos são irreparáveis”.

Aluna do 2º ano do ensino médio no Colégio Arnaldo, Steffany Luciene Alves dos Santos se diz preocupada com esse aspecto da reforma. Nos debates em sala de aula, dúvidas sobre o que fazer se decidirem mudar. “Focando em uma área só, vamos nos alienar ainda mais nas áreas diferentes da escolhida. E se errar no que escolher? Tudo ficará perdido”.

Colega de Steffany, Luiza Vasconcelos teme a retirada de algumas disciplinas. “Matérias como sociologia são as que mais desenvolvem pensamento crítico na gente”.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

CRÍTICAS À PUBLICAÇÃO DO NEW YORK POST



'New York Post' recebe críticas por capa sobre divórcio de Pitt e Angelina Jolie

Estadão Conteúdo 



"Por favor, não se alegrem com o sofrimento pessoal", diz o comentário com mais likes no post do Facebook com a capa da edição desta quarta-feira (21) do jornal "New York Post". Esta é apenas uma das críticas à publicação - que usou uma foto da atriz Jennifer Aniston em um momento de felicidade na capa que se referia ao divórcio de Angelina Jolie e Brad Pitt.

Angelina Jolie e Brad Pitt se conheceram durante as gravações do filme "Senhor e senhora Smith", em 2005, quando o ator ainda era casado com Jennifer Aniston.

Nas redes sociais, o tabloide ainda usou a frase "Jennifer Aniston sabia, Brangelina iria acabar um dia" para convidar os leitores a lerem seu especial sobre o divórcio. Por outro lado, muitos internautas estão usando a capa da publicação para criticar o atual momento do jornalismo.



​Jennifer Aniston e Brad Pitt se separaram há 15 anos. Atualmente, a atriz está com o ator Justin Theroux, com quem se casou em uma cerimônia privada, em 2005.



O ROUBO É MUITO MAIOR - SÓ COM AS EMPREITEIRAS É ESTE VALOR



'Lava Jato' estima que prejuízo com empreiteiras foi de R$ 20 bilhões

Estadão Conteúdo 



As seis empreiteiras acusadas de cartel e corrupção na Operação "Lava Jato" que pagaram, direta e indiretamente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva são suspeitas de terem dado um prejuízo de R$ 20 bilhões para a Petrobras, entre 2004 e 2014. O valor é uma estimativa calculada por peritos da Polícia Federal, em laudo anexado à denúncia contra o petista, que é analisada pelo juiz federal Sérgio Moro.

Odebrecht, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, UTC, Andrade Gutierrez e OAS pagaram Lula por palestras - após sair do governo, em 2011 - ou fizeram doações ao Instituto Lula. Duas delas, OAS e Odebrecht, acusadas de custearem bens e benefícios pessoais ao ex-presidente. Entre as "benesses" estariam o apartamento tríplex do Edifício Solaris, no Guarujá (SP), o custeio de armazenamento de bens pessoais por empresa especializada de São Paulo e a compra e as reformas do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP).

Do rombo total estimado, R$ 3 bilhões são referentes aos pagamentos de propinas das seis empreiteiras nos dez anos que o esquema de fraudes e corrupção em contratos da Petrobras teria funcionado. Acusação do Ministério Público Federal coloca Lula como o "comandante" da sistemática de loteamento político para arrecadação de propinas engendrada na estatal, sob o controle do PT, PMDB e PP. Os crimes só eram mantidos, devido ao conluio dos políticos e agentes públicos com o cartel de empreiteiras.

"Considerando que em ambiente cartelizado a competitividade fica praticamente descartada, estima-se que os percentuais de lucros excessivos aplicados pelas empreiteiras cartelizadas possam ter variado entre o mínimo de 3%, correspondente aos valores repassados a partidos e políticos e aos ex-funcionários da Petrobras, podendo chegar a até 20%, limite superior aceito em grande parte dos contratos firmados", registram os peritos criminais federais Audrey Jones de Souza, Raphael Borges Mendes e Jefferson Ribeiro Braga.

Na semana passada, a força-tarefa da Lava Jato começou a apresentar à Justiça Federal as primeiras acusações de cartel - até aqui, foram imputados aos alvos os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O cálculo leva em consideração ainda os resultados de outro laudo feito para analisar os contratos de obras na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, e no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) - duas obras centrais no esquema alvo da Lava Jato.

Os dados apontam que, apesar da corrupção ter gerado um desvio de 3% para prover o caixa da propina, o esquema elevou na maioria dos casos em 20% os custos dos contratos - com sobrepreço e aditivos, por exemplo. Em balanço de 2014, a Petrobras já lançou os mais de R$ 6 bilhões em prejuízo, referente ao valor das propinas confessas por ex-diretores e ex-gerentes da estatal.

Números

Os números bilionários constam do Laudo Pericial 2311/2015, da equipe da Lava Jato da Polícia Federal, em Curitiba, anexado à denúncia contra Lula, mas feito no ano passado em uma apuração contra a Odebrecht. Os peritos fizeram uma estimativa de valores indevidos pagos pela Petrobras para 28 empreiteiras que integravam o suposto cartel ou foram beneficiadas por ele.

OAS

A empreiteira OAS, acusada de custear o tríplex e a guarda dos bens de Lula pode ter gerado um prejuízo de R$ 1,3 bilhão - R$ 195 milhões só de propinas.

Com R$ 6,5 bilhões em contratos com a Petrobras entre 2004 e 2014, a OAS é a primeira a ser acusada por suas relações diretas com o suposto pagamento de propinas a Lula. As acusações contra o petista aceitas por Moro são relativas ao recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira OAS por meio de um triplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantidos pela Granero de 2011 a 2016.

Ao todo, diz a denúncia, o ex-presidente recebeu R$ 3,7 milhões a título de propina da empreiteira OAS. Parte do valor está relacionada ao apartamento no Edifício Solaris: R$ 1,1 milhão para a aquisição do imóvel, outros R$ 926 mil referente a reformas, R$ 342 mil para a instalação de cozinha e outros móveis personalizados, além de R$ 8 mil para a compra de fogão, micro-ondas e geladeira. O armazenamento dos bens do ex-presidente, pago também pela OAS, segundo os procuradores, custou R$ 1,3 milhão.

No primeiro processo contra Lula, a força-tarefa imputa ao ex-presidente os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, considerados "vantagens indevidas" recebidas por ele e familiares de forma direta e indiretamente no apartamento do Guarujá e no armazenamento de bens pessoais em empresa especializada, custeada pela OAS.

Pagamentos

O objetivo de uma das frentes de apuração, ainda em fase de inquérito, busca relacionar os supostos pagamentos e doações a Lula com a corrupção na Petrobras. Entre 2011 e 2014, a empresa LILS Palestras, Eventos e Publicações, aberta pelo ex-presidente após ele deixar o governo, em 2011, e o Instituto Lula receberam mais de R$ 55 milhões. Desse total, R$ 30 milhões das seis empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato.

A quebra dos sigilos do ex-presidente mostraram que nesses quatro anos a LILS Palestras distribuiu ao sócio Lula, a título de lucro, R$ 7.589.936,14 - 36% do total. A maior retirada foi em 2014, após a deflagração da Lava Jato: R$ 5.670.270,72.

Defesa

"Diante de todo o histórico de perseguição e violação às garantias fundamentais pelo juiz de Curitiba em relação ao ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não causa surpresa a decisão por ele proferida nesta data (20/9/2916) determinando o processamento da denúncia protocolada pelo Ministério Público Federal em 14/9/2916", diz a defesa do ex-presidente por meio de nota.

"Nem mesmo os defeitos formais da peça acusatória e a ausência de uma prova contra Lula, como amplamente reconhecido pela comunidade jurídica, impediu que o referido juiz levasse adiante o que há muito havia deixado claro que faria: impor a Lula um crime que jamais praticou".

"Esse é um processo sem juiz enquanto agente desinteressado e garantidor dos direitos fundamentais. Em junho, em entrevista, o procurador da República Deltan Dallagnol reconheceu que ele e o juiz de Curitiba são 'símbolos de um time', o que é inaceitável e viola não apenas a legislação processual, mas a garantia de um processo justo, garantia essa assegurada pela Constituição Federal e pelos Tratados Internacionais que o Brasil se obrigou a cumprir".

"Na qualidade de advogados do ex-Presidente, apresentamos uma exceção de suspeição (5/7/2016) - ainda não julgada - e temos convicção nos seus fundamentos. Esperamos que a Justiça brasileira, através dos órgãos competentes, reconheça que o juiz de Curitiba perdeu sua imparcialidade para julgar Lula, após ter praticado diversos atos que violaram as garantias fundamentais do ex-Presidente". A nota é assinada por Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira.


GOVER NO LULA NÃO CONCORDA COM AS REDES SOCIAIS LIVRES DE CENSURA

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