terça-feira, 9 de agosto de 2016

INSS QUER RECUPERAR O ROMBO DOS AUXÍLIOS E APOSENTADORIAS DESNECESSÁRIAS



Redes sociais poderão ser usadas por peritos para reavaliar auxílio e aposentadoria

Janaína Oliveira 






R$ 149 bilhões é o rombo estimado da previdência para este ano, o equivalente a mais de 2% do PIB brasileiro

O pente-fino que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vai fazer no pagamento de benefícios por incapacidade ao trabalho poderá incluir buscas nas redes sociais. Facebook e Instagram, por exemplo, têm tudo para entrar na mira dos peritos. Com permissão para dar expediente inclusive aos fins de semana, eles poderão pesquisar e usar fotos e textos como ferramentas de avaliação da situação do segurado. O conteúdo poderá servir de prova para o corte da aposentadoria ou benefício.

“A bola da vez agora é o auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez. Os segurados que recebem o benefício há mais de dois anos serão chamados para averiguação. E as redes sociais serão fonte de pesquisa dos peritos para avaliar se aquela pessoa não tem mesmo condição de trabalhar”, diz o advogado Leonardo Passafaro, especialista em Relações do Trabalho e sócio do Capano, Passafaro Advogados Associados.

Segundo ele, as redes sociais já foram motivo para a perda de benefício de uma segurada em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, que apesar de receber o pagamento do INSS por invalidez exibia uma “vida plena” na internet.

Felicidade

“Essa segurada colocou imagens dela em diversos lugares, mostrando saúde, alegria e satisfação com a mudança da vida para melhor. O Ministério Público entrou com uma ação e ela teve o benefício cassado pela Justiça”, afirma.

As fotos de passeios em cachoeiras divulgadas no Facebook pela segurada, com legendas como “não estou me aguentando de tanta felicidade”, “se sentindo animada” e “obrigada, Senhor, este ano está sendo mais que maravilhoso” foram usadas como prova de que ela não estava incapacitada por quadro depressivo grave e poderia retornar ao serviço. Passafaro acredita que o mecanismo de controle deva ser amplamente utilizado daqui pra frente.

A assessoria de imprensa do Ministério do Trabalho e Previdência Social negou ter informações a esse respeito. Publicação da portaria interministerial no Diário Oficial da União (DOU) na última sexta-feira, que definiu as regras do pente-fino, entretanto, estabelece que o “INSS poderá considerar outros critérios e elementos que possam conferir maior efetividade às medidas”.

O desembargador Sebastião Geraldo de Oliveira, do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG), que integra o Comitê Nacional Gestor do Programa Trabalho Seguro da Justiça do Trabalho, diz que cada vez mais as informações expostas em redes sociais são apresentadas como provas, tanto pelo réu quanto pelo autor da ação. “Peritos e advogados podem fazer isso. Todos os meios de provas são legítimos, desde que verdadeiros”, afirmou.

Medidas

Passafaro afirma que o Ministério da Previdência pretende fazer convênios externos com ONGs para que pessoas que estão hoje incapacitadas para o trabalho possam ser readaptadas ao mercado. “Assim, elas poderiam voltar a trabalhar e deixariam de receber o benefício”, afirma.

Com as ações, o governo espera cortar cerca de 30% dos 840 mil auxílios-doença concedidos há mais de dois anos e que serão revisados. Também estão em xeque 3 milhões de aposentadorias por invalidez. A economia estimada é de pelo menos R$ 6 bilhões ao ano.

No caso dos auxílios-doença, serão chamados primeiro os que recebem benefício concedido sem data de término ou sem data de comprovação da incapacidade. Logo após, a prioridade passa aos benefícios concedidos há mais tempo e para a idade do segurado, dos mais jovens para os mais velhos.

Na aposentadoria por invalidez, os critérios são a idade do segurado, começando pelos mais jovens, seguida pelo benefícios concedidos mais antigos. Não serão convocados aposentados com 60 anos ou mais.

Pressa para ver mudanças trabalhistas e na aposentadoria

O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira, fez um duro discurso durante evento na Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Ele afirmou não acreditar que o governo consiga avançar com reformas importantes antes das eleições municipais de outubro, mas disse que é preciso enviar as propostas ao Congresso até o fim de novembro, para conseguir aprová-las no primeiro semestre de 2017. “Se não aprovarmos no primeiro semestre, não se aprova mais nesse governo”, afirmou.

O ministro acrescentou que já avisou ao presidente interino, Michel Temer, que, se ver que as reformas não estão avançando, não pretende ficar no governo. “Eu volto para meu escritório de advocacia”, afirmou.
As principais reformas que o governo interino se propôs a fazer são a da Previdência e a trabalhista. <EM>

Terceirização

Pereira disse que, dentro da reforma trabalhista, defende a terceirização, o trabalho intermitente e que o acordado prevaleça sobre o legislado.

O ministro também disse que é preciso rever a isenção de tributação sobre importações abaixo de US$ 50.

Ele afirmou que se reuniu recentemente com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e pediu que nas discussões da reforma do PIS/Cofins não se eleve a alíquota. “Nós sabemos que a situação fiscal é extremamente difícil, mas precisamos dar fôlego ao setor produtivo. Eu disse ao Ministério da Fazenda que todos os empresários estão sufocados, e não podemos matá-los. Se a economia reage, isso gera renda e emprego”.

O líder do MDIC reforçou bastante que é preciso avançar na melhoria do ambiente de negócios, com modernização e desburocratização.

Sobre a polêmica envolvendo ações do ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB), que tem dado conselhos ao presidente sobre a política industrial, Pereira disse que não é rival do tucano. “Não somos concorrentes, porque eu não sou candidato a presidente”, comentou, dando a entender que o tucano pretende disputar as eleições presidenciais de 2018.





CONTINUAÇÃO DO IMPEACHMENT DE DILMA HOJE NO SENADO



Senado vota hoje parecer de Anastasia e decide se Dilma vai a julgamento

Agência Brasil 







Se o parecer for aprovado, Dilma irá a julgamento ainda em agosto
Os senadores se reúnem hoje (9), a partir das 9h, para começar a analisar em plenário o parecer do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) a favor da pronúncia da presidenta afastada Dilma Rousseff por crime de responsabilidade, em razão da assinatura de decretos de suplementação orçamentária e da realização de operações de crédito entre o Tesouro e o Banco do Brasil. Se o texto de Anastasia for aprovado, Dilma irá a julgamento no fim deste mês.

A sessão será coordenada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, e deverá durar aproximadamente 20 horas. Ela será iniciada com a apresentação de questões de ordem pelos senadores e, em seguida, será feita a leitura do relatório por Anastasia.



A partir daí, cada senador terá dez minutos para falar. Até a noite de ontem, a lista de inscritos para discursar tinha 43 senadores. Depois deles, será a vez da acusação ter 30 minutos para fazer suas últimas considerações e a defesa mais 30 minutos, antes que a votação seja iniciada.

Os senadores vão votar pelo painel eletrônico do Senado e as lideranças partidárias poderão apresentar até quatro destaques por partido ao texto para serem votados separadamente. As sugestões de mudança ao texto serão votadas logo após o texto principal.

Em reunião no Senado na última semana, Lewandowski acertou esses e outros detalhes da sessão com os líderes dos partidos. Ficou estabelecido que a sessão seguirá até a votação final, com interrupções de uma hora a cada quatro para descanso dos parlamentares. A expectativa é de que todas as votações ocorram na madrugada de quarta-feira (10).

EXEMPLO DE SUPERAÇÃO E VONTADE DE VENCER



Orgulho da Cidade de Deus, Rafaela Silva faz história na Cidade Olímpica

Henrique André 



OURO - Compensada pela injustiça cometida há quatro anos, Rafaela foi ovacionada em casa e se emocionou

RIO DE JANEIRO - O choro efusivo da judoca Rafaela Silva ao receber a medalha de ouro, nesta segunda-feira (8), pode ser traduzido de diversas formas. A primeira delas é por todo esforço ter valido a pena. A outra, talvez mais importante, envolve dramas pessoais superados pela atleta. Em 2012, quando eliminada após erro da arbitragem, ela sofreu ataques racistas nas redes sociais e pensou em abandonar o quimono.
Além de tudo disso, a menina da Cidade de Deus, uma das mais famosas favelas cariocas, literalmente encerrou com chave de ouro o drama brasileiro na modalidade. Até o momento, nenhum dos representantes do país havia se credenciado ao pódio.
Com a Arena Carioca 2 completamente lotada, Rafa, como foi chamada por todos que estavam de verde e amarelo, deu show e fez valer o "fator casa". Sempre muito segura e firme durante o combate, ela provou ser guerreira também em cima do tatame.
Aos gritos de "olê, olê, olá, Rafa, Rafa", a jovem, de 24 anos, ganhou força extra e acabou recompensada com a maior realização de quem disputa os Jogos Olímpicos: o ouro.
"Comecei a fazer judô por brincadeira e hoje sou campeã mundial e olímpica", comentou a judoca após o grande triunfo. "Neste ciclo eu treinei tudo o que podia. Graças a Deus o resultado apareceu", acrescentou a melhor atleta da categoria até 57 quilos.
Justiça feita
Compensada pela injustiça cometida há quatro anos, na derrota para a húngara Hedvig Karakas, Rafaela foi ovacionada em casa. Seu primeiro técnico, Geraldo Bernardes, que evitou que a atleta abandonasse a carreira após a eliminação em Londres, não escondeu a emoção com mais uma conquista na carreira. Há 12 anos, ele já havia conduzido o aluno Flávio Canto, hoje comentarista, ao bronze em Atenas.
"Superação. Ela mostrou para todo mundo para que veio. Foi com muito trabalho e com muita gente não acreditando, inclusive", disse Bernardes. "Aconteceu o mesmo com o Flávio (Canto). Ele era o meu sonho e ninguém acreditava que chegaria", concluiu.
Outro que ficou muito feliz e com sentimento de ter ganhado mais uma medalha própria foi o próprio Canto. Em entrevista ao Hoje em Dia, ele ainda não se dava conta da grandeza do que havia acontecido ali.
"Extraordinário. Ela é a primeira campeã olímpica e mundial. Estou ainda pasmo. Para ela representa muita coisa e tem um simbolismo enorme, assim como para o país", explanou o ex-judoca. Levada pelo pai, Rafaela treinou no projeto social desenvolvido pelo medalhista em Atenas.





segunda-feira, 8 de agosto de 2016

ESPERANÇA DE DIAS MELHORES



Com Temer, PIB 'ganha' R$ 100 bilhões

Estadão Conteúdo
Hoje em Dia - Belo Horizonte




Presidente interino, Michel Temer

Os pouco mais de 80 dias do governo do presidente em exercício Michel Temer conseguiram mudar, para melhor, a percepção do mercado em relação à atividade até o fim de 2018. Dados reunidos pelo Banco Central no relatório Focus mostram que, desde que ele assumiu a presidência, os economistas reduziram a previsão de recessão para 2016, mais que dobraram a projeção de crescimento do PIB para o próximo ano e, para 2018, já chegam a indicar uma expansão de 2%.

Na prática, o curto período do governo interino até agora adicionou cerca de R$ 100 bilhões nas previsões do mercado financeiro para o PIB, conforme cálculos da MCM Consultores Associados. A má notícia é que, no caso da área fiscal, algumas estimativas estão ainda piores que no governo Dilma Rousseff.
Quando Temer assumiu a presidência interinamente, em 12 de maio, a abertura do relatório Focus do BC apontava que os economistas do mercado esperavam uma retração do PIB de 3,88% em 2016, um crescimento de apenas 0,5% no ano seguinte e uma expansão de 1,6% em 2018. Mas os dados mais recentes do Focus, de 29 de julho, já davam conta de uma queda de 3,24% este ano, de um avanço de 1,1% em 2017 e de uma alta de 2% em 2018.

Segundo cálculo do economista Mauro Schneider, da MCM, isso significa que, apenas para 2016, o mercado passou a prever cerca de R$ 40 bilhões a mais de PIB com Temer no poder. "Até o fim do mandato, caso Temer permaneça até o encerramento de 2018, seriam aproximadamente R$ 100 bilhões a mais", disse.

De acordo com Schneider, a melhora das expectativas foi consequência direta da mudança de governo. "Naturalmente, com a chegada de Temer na Presidência, o cenário começou a mudar, com a perspectiva de normalização da vida política em Brasília", comentou. "Isso é visível nos próprios índices de confiança setoriais. Todos eles, em seus componentes de expectativa, já melhoraram."

O fato de a queda do PIB no primeiro trimestre deste ano, de 0,3% ante os últimos quatro meses de 2015, ter sido menor do que boa parte dos economistas esperava também contribuiu, conforme Schneider, para a revisão das expectativas. O PIB do primeiro trimestre foi divulgado em 1.º de junho, já sob o governo interino. "Mas o resultado em si não tem nada a ver com Temer", disse.

Pelos dados do relatório Focus, é possível notar ainda uma mudança das projeções, durante o governo Temer, para rubricas como balança comercial, câmbio, conta corrente e Investimento Direto no País (IDP).

O ponto fraco é o fiscal. As projeções para o déficit primário em 2016, pelo Focus, pioraram de 1,7% do PIB no primeiro dia do governo Temer para 2,5% no dia 29 de julho. Para 2017, o déficit projetado pelo mercado foi de 1,25% para 2% do PIB. Neste caso, pesou a postura mais "realista" da equipe econômica de Temer, que atualizou para pior a perspectiva de déficit primário neste ano - hoje de R$ 170,5 bilhões, ante R$ 96,7 bilhões no governo Dilma.

Também contribuiu para isso o fato de o governo interino ter assumido gastos previstos anteriormente, como os reajustes do funcionalismo público, e enfrentar a crise dos Estados, carente de recursos da União. Ao mesmo tempo, a recessão econômica ainda forte em 2016 tem prejudicado a arrecadação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...