terça-feira, 7 de junho de 2016

CATULO - ÍCONE DA MÚSICA BRASILEIRA



Catulo, um presente do passado

Manoel Hygino 



Poeta e músico, Catulo da Paixão Cearense tem seu setuagésimo aniversário de falecimento ora registrado. Aliás, ele é quase um desconhecido no Brasil, que preferiria talvez o que escreveu outro Catulo – o poeta Valério Catulo, considerado o maior dos líricos romanos, nascido cerca do ano 84 da era cristã, em Verona.
O Catulo veronês privou com César e Cícero e se apaixonou por Lésbia, por ele celebrada em versos. À sua amada, opondo-se aos que considerava passageiro o sentimento elevado ao máximo, advertiu ele: “O sol pode ocultar-se e logo brilhar outra vez”.
É, mutatis mutandis, o que acontece com Catulo da Paixão Cearense, que não era do Ceará, mas do Maranhão, estado natal do Sarney, do Waldir – que preside a Câmara dos Deputados .Lá também se localiza o famoso presídio de Pedrinhas, palco de sucessivas e violentas rebeliões dos criminosos.
Popularizada na primeira metade do século XX por “Luar do Sertão”, a composição comoveu uma geração inteira, gravada e cantada em serestas pelo Brasil afora. Catulo, que foi ou seria autor único da música e da letra, enfrentou uma ruidosa disputa com João Pernambuco, que se dizia coautor. Com ou sem razão, João ligou seu nome à modinha, até hoje interpretada por quem pouco se interessa pela querela.
Há poucos dias, Thaís Oliveira contou aqui, em reportagem, esta história, ao ensejo de uma série de apresentações musicais no Centro Cultural Banco do Brasil, na Praça da Liberdade. O espetáculo, idealizado por Mário Seve, exige oito cantores no palco (um homem e uma mulher de cada vez), e tem o expressivo nome de “A Paixão Segundo Catulo: Um olhar sobre a modinha e a canção brasileira”.
Nestes tempos de agora, movidos frequentemente por letras agressivas e até degradantes, lembrar Catulo, que viveu a partir de 17 anos no Rio de Janeiro (tampouco o mesmo), é um justo preito a quem tanto fez pela arte genuína do povo. Parceiro de personagens celebrados em nossa música, como Villa Lobos, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Irineu de Almeida e Pedro Alcântara, este nordestino não chegou à Academia Brasileira de Letras, nem à presidência da República como Sarney, mas ostenta méritos suficientes para conquistar o coração da gente de sua terra, de nossa terra.
Sua obra traz sentimento e evoca tempos mais tranquilos, simples e felizes, em que se podia apreciar a quietude, o silêncio de povoações adormecidas do sertão, sob a luz da lua, como comentou Nélson Vianna, um engenheiro que conheceu a intimidade daquelas eras. Chegavam-lhe, frequentemente, aos ouvidos os distantes e harmoniosos sons de flautas e violões.
Na singeleza dos grotões, observou ele certa vez, debaixo de uma árvore, meia dúzia de seresteiros absorvidos na afinação de seus instrumentos. Contemplou-os com ternura – afinal, são almas sonhadoras. E mais adiante, comoveu-se com a voz bonita e quente de um inveterado boêmio, quebrando o silêncio da noite enluarada, gemendo as suas dores, cantando velhas e ternas modinhas que tantos olhos formosos umedeceu e fez palpitar o coração de jovens apaixonados. Entre elas, “ Luar do Sertão”.

TESTE DE TEMER NO GOVERNO



O que devemos temer?

Editorial Jornal Hoje em Dia 




Aos poucos, quem apostou que a saída da presidente Dilma Rousseff tiraria o Brasil automaticamente da crise vai percebendo que o pensamento era um tanto quanto utópico. As últimas notícias relacionadas ao governo Michel Temer têm deixado o brasileiro com o pé atrás.
Um exemplo é o corte de 38% nas verbas da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que atende a cinco praças em todo o país (incluindo Belo Horizonte). A matéria sobre o assunto pode ser conferida na página 20 desta edição.
De acordo com o governo federal, em 60 dias não haverá mais dinheiro para custear a energia elétrica e o óleo diesel. Uma prova de como os cenários econômico e político do país estão ainda em plena turbulência, sem sinais de arrefecimento, e afetando diretamente o dia a dia de quem sempre “paga o pato”: a população.
Um outro fato é a manutenção, pelo presidente interino, dos cargos do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, do advogado-geral da União, Fábio Medina Osório e da secretária especial de Políticas para as Mulheres, Fátima Pelaes.
Alves é investigado pela operação “Lava Jato”, Fátima pela operação “Voucher” e Osório teria utilizado irregularmente avião da FAB (e nos bastidores a notícia é que Temer não estaria satisfeito com a atuação dele à frente da AGU), e existe uma pressão interna (em Brasília) e nas redes sociais para que o governo Temer seja composto de pessoas idôneas, “ficha limpa”, comprometidas com o Brasil.
Em mais uma semana que não começou nada bem para o novo governo, o presidente em exercício, após reunir-se com Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil, dará “um voto de confiança” para os três. Acontece que o entra e sai de ministros, e outros atos vai-e-vem de Michel Temer têm trazido ao brasileiro sentimentos como desconfiança e desesperança em um futuro promissor para o país nos próximos anos.
A repercussão internacional também não é boa, a exemplo do editorial do “New York Times”, um dos maiores e mais respeitados jornais do mundo. A publicação destaca que a fala de Temer soa vazia quando afirma que não impedirá a continuidade da “Lava Jato”, mas se cerca de ministros que são investigados pela maior operação policial já vista contra a corrupção no Brasil.
Muitos acreditavam que o afastamento de Dilma colocaria a “máquina” do Brasil para funcionar, como se fosse a semana seguinte ao Carnaval, quando o país definitivamente começa a trabalhar. Mas a coisa, infelizmente, está muito longe de ser assim.


LEILÃO DE OBJETOS DE PELÉ EM LONDRES



Começa em Londres o leilão de mais de 2.000 objetos de Pelé

AFP 



Além de uniformes e chuteiras usadas no Santos e com a seleção brasileira, também foram colocados à venda vários troféus individuais de Pelé

Mais de 2.000 objetos da vida e da carreira de Pelé, o Rei do futebol, único jogador da história a vencer três Copas do Mundo, começam a ser vendidos nesta terça-feira (7), em Londres, em um leilão que pode arrecadar mais de quatro milhões de dólares.
A principal peça do leilão organizado pela casa Julien's, que deve prosseguir até a próxima terça-feira (14), é a réplica do troféu Jules Rimet que a Fifa deu a Pelé, que pode alcançar o valor de 600.000 dólares. As três medalhas dos Mundiais vencidos por Pelé (1958, 1962 e 1970) podem arrecadar 200.000 dólares e a bola com a qual marcou o gol de número 1.000 na carreira - pelo Santos contra o Vasco da Gama, no Maracanã em 19 de novembro 1969 - 60.000 dólares.
A venda total pode alcançar três milhões de libras (3,9 milhões de euros e 4,3 milhões de dólares). Deste valor, Pelé, 75 anos, doará parte ao hospital infantil Pequeno Príncipe, da cidade de Curitiba.
"Conversei muito com minha família, meus amigos e pessoas que sabem como podemos ajudar o hospital. Sempre procuro fazer algo para ajudar os pobres", disse Edson Arantes do Nascimento à AFP na apresentação do leilão em Londres, na semana passada. "Se tiver como ajudar pessoas que ajudam as crianças, está ótimo. É o motivo pelo qual faço isso", completou.
Os fãs do Rei também poderão tentar arrebatar uma camisa do Cosmos de Nova York, clube pelo qual jogou depois da carreira no Santos, e o anel de campeão da Liga americana de futebol de 1977.
Além de uniformes e chuteiras usadas com o Santos e com a seleção brasileira, também estará a venda o par de chuteiras que usou nas gravações do filme "Fuga para a vitória", que estrelou ao lado de Michael Caine e Sylvester Stallone. Também foram colocados à venda vários troféus individuais, como o de jogador do século da Fifa ou de atleta do século XX concedido pelo jornal francês L'Équipe.
Outro objeto de forte valor simbólico é a tocha olímpica que carregou no revezamento da tocha dos Jogos de Atenas-2004. O leilão também tem objetos mais pessoais, como velhos passaportes, relógios e até um boletim escolar.
"Todos esses objetos sempre estarão comigo no meu coração. Poderia ficar em casa com isso tudo, mas não iria ajudar ninguém", completou Pelé na semana passada.



ZIKA VIRUS NAS OLIMPÍADAS DO RIO DE JANEIRO



Pressionada, OMS convoca reunião de emergência para debater zika na Olimpíada

Estadão Conteúdo 



Pressionada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) convoca para a semana que vem uma reunião de emergência para lidar com o surto do vírus zika, na fase final de preparação para os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. A entidade, porém, não deve sugerir qualquer tipo de cancelamento do evento. Mas pode modificar as recomendações de viagem ao Brasil.

"Haverá uma reunião de emergência sobre o zika na semana que vem", confirmou o porta-voz da OMS, Christian Lindmeier. Segundo ele, as regras estabelecem que uma emergência precisa ser revista a cada três meses, o que obriga os cientistas a voltar a se reunir para lidar com a crise. A data exata, porém, ainda não foi divulgada.

"O grupo vai revisar a situação a partir das evidências novas que surgiram e o resultado de novas pesquisas para avaliar se precisam adotar novas recomendações", disse.

Pressionada, a OMS tem sido cobrada a dar uma resposta a cientistas e atletas que ameaçam não ir aos Jogos Olímpicos por conta da ameaça. Há uma semana, 150 pesquisadores emitiram um apelo para que o evento no Brasil seja cancelado ou adiado. Atletas como Pau Gasol, do basquete, indicaram que poderiam rever sua participação no evento.

A OMS admite que as recomendações de viagens poderão ser revistas. Hoje, a entidade sugere que mulheres grávidas evitem locais com o surto de zika - associado a casos de microcefalia - e ainda traça uma série de recomendações para casais que estejam planejando ir ao Rio.

Mas a OMS insiste que tomará eventuais novas decisões exclusivamente com base na ciência, e não em temores. "A melhor forma de lidar com emoções é falar de ciência e fazer recomendações com base nelas", disse Lindmeier.

Numa carta a deputados americanos na semana passada, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, admitiu que o zika estava cada vez mais em seu radar. "Dada a preocupação internacional, decidi chamar uma nova reunião de emergência", escreveu a diretora em uma carta.

Na semana passada, os organizadores do Rio-2016 apresentaram ao Comitê Olímpico Internacional (COI) dados mostrando que o número de casos de dengue na cidade sofre uma dura queda a partir de julho. A doença é transmitida pelo mesmo mosquito que serve como vetor do zika. Ma
s os brasileiros também prometeram uma limpeza diária dos locais do evento.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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