segunda-feira, 4 de abril de 2016

FATO GRAVE



Justiça investiga coronel exonerado que acusou Dilma de não ter escrúpulo


Gregg Newton





Presidente Dilma faz selfie com participante de evento no Palácio do Planalto

O Ministério da Justiça instaurou um inquérito administrativo para apurar a conduta do ex-diretor-substituto da Força Nacional, coronel Adilson Moreira, que enviou uma carta aos seus subordinados dizendo que a presidente Dilma Rousseff não tem escrúpulos.
No comunicado, veiculado pelo "Globo", ele diz que está deixando a cadeira a pedido da família e que "não precisa ser muito inteligente para saber que estamos sendo conduzidos por um grupo sem escrúpulos, incluindo aí a presidente da República".
Exonerado nesta quarta (30) do cargo de comando da Força Nacional, Moreira escreve ainda que se sente "cada vez mais envergonhado", de acordo com a publicação.
"A nossa administração federal não está interessada no bem do país, mas em manter o poder a qualquer custo. Como o compromisso era de não causar solução de continuidade, solicitei para a secretária apontar em alguns dias um substituto", acusa o coronel na carta endereçada a tenentes-coronéis da Força.
O Ministério da Justiça, pasta à qual a Força Nacional é vinculada, afirmou ter tomado conhecimento do episódio pela imprensa e classificou como "graves" as declarações do servidor. Segundo o MJ, a atitude pode implicar em "falta disciplinar e gesto de deslealdade administrativa", detalha o ministério em nota oficial.
O episódio será levado à Comissão de Ética Pública da Presidência da República, já que Moreira se referiu à presidente Dilma Rousseff. Na carta, de acordo com jornal, o coronel diz que havia pedido para ser exonerado no prazo máximo de quinze dias.
A Folha não conseguiu localizar o servidor até o fechamento desta reportagem.

PREJUIZOS E MAIS PREJUIZOS - GOVERNO NÃO SE TOCA



Pré-sal faz Petrobras reinjetar mais gás natural no subsolo


NICOLA PAMPLONA




Um volume de gás natural equivalente ao que o Brasil importa da Bolívia foi reinjetado pela Petrobras nos reservatórios de petróleo em janeiro. Isto é, o gás foi produzido, mas não chegou ao mercado por falta de infraestrutura de transporte até o continente.
O crescimento acelerado da reinjeção de gás acompanha o aumento da produção de petróleo no pré-sal e, para especialistas, revela falta de planejamento da estatal.
"O Brasil está desperdiçando um recurso nacional enquanto importa de outros países", diz Paulo César Ribeiro Lima, consultor da Câmara dos Deputados especialista em petróleo e gás.
Em janeiro, enquanto reinjetou 30,4 milhões de metros cúbicos por dia nos poços, a Petrobras gastou US$ 154,5 milhões importando 31,7 milhões de metros cúbicos por dia da Bolívia.
Além disso, pagou outros US$ 115,7 milhões para comprar 14,1 milhões de metros cúbicos por dia na forma de gás natural liquefeito (GNL).
Parte desses recursos poderia ser economizada caso houvessem gasodutos para trazer o gás do pré-sal ao mercado. A reinjeção de gás natural nos reservatórios de petróleo cresceu em ritmo acelerado: o volume registrado em janeiro equivale a quase três vezes a média de 2013.
Quase todo o gás produzido em campos marítimos no Brasil sai dos poços misturado ao petróleo, o que é conhecido como "gás associado".
Principalmente em campos mais antigos, a reinjeção pode ser uma estratégia para aumentar a pressão dos reservatórios e acelerar a extração de petróleo.
A preocupação do mercado, porém, é o fato de que grande parte da reinjeção é feita na Bacia de Santos, onde estão os campos do pré-sal.
Segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), em janeiro a Petrobras aproveitou cerca de metade da produção de gás na região: dos 38,1 milhões de metros cúbicos produzidos por dia, apenas 19,9 milhões chegaram ao mercado.
"É uma situação preocupante, sobretudo porque o gás associado tem um custo de produção menor", diz a gerente de energia da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace), Camila Schoti.
Em nota, o Ministério de Minas e Energia (MME) admite que "a reinjeção observada nos últimos meses foi a alternativa adotada para permitir a elevação na produção de petróleo, sem a ampliação na queima de gás".
O MME diz que a inauguração de um gasoduto ligando a Bacia de Santos a Macaé (RJ) -Rota 2- "deve contribuir significativamente para a redução da reinjeção".
Com capacidade para transportar 13 milhões de metros cúbicos por dia, o gasoduto deveria ter entrado em operação no segundo semestre de 2015, mas só ficou pronto no final de fevereiro.
A expectativa do mercado é de que, com a entrada do novo gasoduto, a queda no consumo devido à crise e o desligamento das térmicas, as importações sejam reduzidas.
Procurada, a Petrobras afirmou que o gasoduto Rota 2 reduzirá a reinjeção de gás. A empresa disse ainda que parte da reinjeção atende tem como objetivo estocar gás em momentos de mercado mais fraco e serve para descartar o gás carbônico dos poços.
PREÇO
A Abrace reclama que o preço do gás no Brasil não acompanhou a queda das cotações internacionais, o que vem prejudicando a competitividade da indústria frente a concorrentes no exterior.
Para resolver a situação, defende uma política que incentive a entrada de novos agentes no mercado.
ENTENDA A REINJEÇÃO DO GÁS
Como é feita?
Depois de ser separado do petróleo, o gás pode ser reinjetado nos reservatórios por meio de dutos construídos especialmente para esse fim
Por que é reinjetado?
Pode ser feito para melhorar a produção do óleo porque aumenta a pressão do reservatório. Também server para estocar o combustível quando cai a demanda ou em caso de deficiências de infraestrutura de escoamento
Pode ser reutilizado?
Sim, pode ser produzido novamente ao longo das operações do campo, mas há perdas no processo

VEM CHUMBO GROSSO APÓS JULGAMENTO DO IMPEACHMENT - AUMENTO DE IMPOSTOS



Governo sacrifica ajuste para tentar conter crise política

Adriana Fernandes




O compromisso continua o mesmo: fazer o ajuste fiscal. Mas, na prática, a equipe econômica sacrificou o ajuste no curto prazo e adotou medidas que retardam a recuperação fiscal e a reversão do rombo das contas públicas, que deve chegar perto de R$ 100 bilhões em 2016.
Além das medidas de crédito e redução de taxas de juros em operações do BNDES e de fundos constitucionais, o governo pediu um abatimento da meta em até R$ 120 bilhões para acomodar mais despesas, inclusive na área de defesa, e recursos não previstos para os Estados de R$ 1,95 bilhão como compensação pela Lei Kandir que desonerou as exportações.
Também estão sendo atendidos pleitos de renegociação agrícola, como ocorreu em 2014. Há pressão ainda para a liberação dos depósitos compulsórios pelo Banco Central.
O pacote de socorro aos Estados e alongamento da dívida com a União anunciado recentemente ficou muito maior do que o previsto, com impacto que pode chegar a R$ 45 bilhões em três anos.
Medidas impopulares, como as reformas da Previdência e trabalhistas, que chegaram a ser anunciadas pelo ministro da Fazenda Nelson Barbosa, foram engavetadas. Na situação de rombo das contas públicas e atraso na votação da CPMF, medidas adicionais de alta de tributos já teriam sido adotadas.
O roteiro é semelhante ao seguido pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega em 2014, ano de eleições presidenciais, quando foram adotadas "bondades" econômicas ou retardadas ações para não atrapalhar a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Para muitos economistas, essa foi a raiz do agravamento da crise que o País vive hoje.
Agora, na guerra contra o impeachment da presidente, o governo abriu espaço para mais despesas em nome do enfrentamento da recessão. A decisão facilita, porém, o atendimento das demandas políticas de aliados e "neoaliados" e ajudaria a criar um ambiente mais favorável com a população, como tem cobrado o ex-presidente Lula. Novas medidas estão sendo preparadas para serem anunciadas nesta semana.
Barbosa tem vivido dias de "equilibrista fiscal", principalmente depois que virou alvo das críticas do PT. O quadro também se assemelha ao de 2014, quando Lula trabalhou nos bastidores para a substituição de Mantega no cargo. A diferença com o que ocorreu há dois anos é que o cofre agora está vazio.
Com o pedido de revisão da meta fiscal, para poder registrar novo déficit, a equipe econômica buscou antecipar a solução de um problema, o que naquela época só aconteceu depois da vitória de Dilma nas eleições. Mantega chegou a preparar medidas de ajuste, como mudanças nas regras de seguro-desemprego, que ficaram na gaveta até o final do segundo turno.
Além disso, o ex-ministro represou o aumento dos preços administrados, como gasolina e energia elétrica, que depois foram liberados, contribuindo com efeitos na escalada da inflação. "Quanto mais demoramos a enfrentar os problemas estruturais, mais graves os problemas e a crise, mais custoso o ajuste. Essa é a natureza da crise", diz Marcos Lisboa, presidente do Insper e ex-secretário de Política Econômica do governo Lula.
Lisboa diz não ter visto até agora nenhuma medida do governo que realmente encaminhe uma solução estrutural para o problema fiscal. "O problema do crescimento do gasto primário não está resolvido", diz. Para ele, o governo voltou adotar medidas de estímulo feitas nos últimos anos que resultaram na crise fiscal de hoje.
No governo, ao contrário, a avaliação é de que não tem como cortar mais despesas, sob o risco de colapsar a máquina pública e empurrar mais a economia para a recessão. "A realidade da economia não vai mudar no curto prazo com ou sem impeachment. O processo de recuperação é longo", diz um integrante da equipe econômica. "O governo está no limite. Não tem mágica", acrescenta ele, lembrando que o abatimento maior permite o pagamento de despesas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), da Saúde e recursos para os Estados.
Congresso
Na visão da área econômica, as medidas fiscais adotadas estão no caminho certo, mas a grande interferência na política fiscal é a aprovação de medidas pelo Congresso que aumentam despesas. Como, exemplo, a fonte cita a aprovação de Proposta de Emenda Constitucional (PEC) na Câmara, que aumenta os gastos para a saúde.
Ex-secretário da equipe de Mantega, o economista Marcio Holland avalia que a política fiscal fracassou porque o governo não consegue mais originar superávits primários minimamente necessários para garantir um cenário de queda da dívida.
Segundo o economista, que está terminando o livro A economia do ajuste fiscal: Por que o Brasil quebrou, não é só no Brasil que ocorre um freio na adoção de medidas econômicas durante períodos de eleições e de fragilidade política. Outros governos também já adotaram táticas semelhantes. Ele cita medidas cambiais represadas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durante sua campanha à reeleição.
"É o fenômeno político afetando a as decisões", diz.
Holland lembra que, em 2014, a equipe preparou uma série de medidas para diminuir gastos com pensões, seguro desemprego e abono salarial, adotadas só após as eleições. "Em 2014, já havia a avaliação de que era preciso entrar em janeiro com um ajuste bem forte", avalia ele, que critica sobretudo o reajuste do salário mínimo. "Houve hesitação em 2015 e agora em 2016. Está havendo postergação e até falta de convicção." Colaborou Victor Martins. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PERIGO IMININENTE



Coreia do Norte acusa EUA de submeter o país a um cerco como o de Cuba ou Leningrado

AFP 




A Coreia do Norte acusou nesta segunda-feira as "forças hostis" lideradas por Washington de submeter o país ao mesmo tipo de cerco sofrido pela cidade russa de Leningrado na Segunda Guerra Mundial ou Cuba durante a crise dos
 mísseis.

Em um comunicado publicado pela agência oficial KCNA, um porta-voz da poderosa Comissão de Defesa Nacional (CDN) afirma que as últimas resoluções da ONU com sanções contra Pyongyang são "anacrônicas e suicidas", suscetíveis de provocar um ataque nuclear no continente americano.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou em março o pacote de sanções mais rígido contra a Coreia do Norte até o momento, em reação ao quarto teste nuclear do país, em 6 de janeiro, seguido em 7 de fevereiro pelo disparo de um foguete considerado como  um teste de míssil balístico dissimulado.

Estas sanções são obra das "forças americanas e de outras forças hostis" decididas a atacar a Coreia do Norte "em massa para devorá-la", afirmou o porta-voz da CDN.

"O bloqueio de Leningrado que espalhou o terror no coração das pessoas (...) e a crise caribenha da Guerra Fria apenas podem suportar a comparação com a situação", disse.

Washington está provocando uma crise que poderia levar a Coreia do Norte a "realizar como represália um ataque nuclear contra o continente americano a qualquer momento", insistiu.

Nesta segunda-feira, a Coreia do Sul realizou exercícios em grande escala com munição real no Mar do Japão, onde o Norte executou lançamentos de mísseis supervisionados por Kim Jong-un.

Os exercícios, com obuses K-9 e lança-foguetes múltiplos de 130 mm, aconteceram na cidade costeira de Goseong, perto da fronteira com o Norte.

O objetivo da manobra é repetir "o cenário de uma provocação marítima norte-coreana", afirmou o porta-voz do ministério sul-coreano da Defesa, Moon Sang-gyun.


AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...