Manoel Hygino
A pequena Centralina, cidade com 10
mil habitantes e a 669 quilômetros de Belo Horizonte, passou a viver em
situação inusitada: seus nove vereadores foram presos preventivamente,
suspeitos de corrupção. São investigados pelo Grupo de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado, de Uberlândia, acusados de desvio de dinheiro
público e mantidos em prisão domiciliar. Em São Joaquim de Bicas, na Região
Metropolitana de BH, vereadores presos são cinco.
Outro fato digno de nota, que não mereceu atenção cá na santa terrinha descoberta por Cabral: no dia 10 de janeiro, procuradores da força-tarefa da Lava jato receberam o prêmio anual da Global Investigations Review, em Nova Iorque, na categoria “Órgão de Persecução Criminal ou Membros do Ministério Público “de 2015. A atuação do MP do Brasil ficou à frente de entidades americanas, norueguesas e britânicas. A força-tarefa foi representada pelos procuradores Carlos Fernando dos Santos Lima, Deltan Dallangnal e Roberto Pozzobon.
O mundo está mudando. No dia 11 de janeiro último, por exemplo, a princesa Cristina de Bourbon, irmã do rei Felipe VI, da Espanha, assentou-se no banco dos réus. Era a primeira vez que alguém da família real ia a julgamento em uma dinastia que tem origem nos Reis Católicos, Fernando e Isabel, cujo reinado levou à expulsão dos mouros da península ibérica.
Cristina Federica de Bourbón y Grecia é julgada cúmplice do marido, Iñaki Urdagarin, acusado de usar uma instituição que preside para desviar o equivalente a mais de R$ 18 milhões de projetos de incentivo ao esporte. O nome da princesa teria facilitado a fraude e a investigação se iniciou em 2010.
O marido, ex-jogador profissional de handebol, participante de três olimpíadas pela seleção espanhola e jogou durante 16 anos pelo time do Barcelona. Mas a reação no seio da família real não demorou. Urdagarin viu-se banido das cerimônias oficiais há mais de quatro anos.
A própria princesa Cristina não escapou. Não participa mais dos atos da família real, sequer compareceu à proclamação do irmão como rei, há dois anos. Fala-se, inclusive, que o novo soberano, Felipe VI, tenta convencê-la a renunciar aos direitos da linha de sucessão ao trono espanhol, em que é a sexta da fila.
O casal se tornou uma nódoa na corte, mesmo com o caudal de títulos da princesa, como mestre em relações internacionais pela Universidade de Nova York, e atividades institucionais, culturais, acadêmicas e de interesse social, em seu país e no exterior. A ONU a nomeou Embaixadora de Boa Vontade da Organização para a II Assembleia Mundial do Envelhecimento, função que exerceu concomitantemente com a de presidente da Fundação Internacional para Deficientes, a IFDS. O título de Duquesa de Palma de Mallorca lhe foi retirado em junho de 2015.
Há países e nações em que o crime não compensa. O pedido de arquivamento de seu processo foi rejeitado pelo Tribunal de Palma de Mallorca, em 29 de janeiro último. Possivelmente, estejamos chegando lá. Na Espanha, todos são iguais perante a lei, e a princesa continuará em julgamento, podendo ser condenada a até oito anos de prisão.
Outro fato digno de nota, que não mereceu atenção cá na santa terrinha descoberta por Cabral: no dia 10 de janeiro, procuradores da força-tarefa da Lava jato receberam o prêmio anual da Global Investigations Review, em Nova Iorque, na categoria “Órgão de Persecução Criminal ou Membros do Ministério Público “de 2015. A atuação do MP do Brasil ficou à frente de entidades americanas, norueguesas e britânicas. A força-tarefa foi representada pelos procuradores Carlos Fernando dos Santos Lima, Deltan Dallangnal e Roberto Pozzobon.
O mundo está mudando. No dia 11 de janeiro último, por exemplo, a princesa Cristina de Bourbon, irmã do rei Felipe VI, da Espanha, assentou-se no banco dos réus. Era a primeira vez que alguém da família real ia a julgamento em uma dinastia que tem origem nos Reis Católicos, Fernando e Isabel, cujo reinado levou à expulsão dos mouros da península ibérica.
Cristina Federica de Bourbón y Grecia é julgada cúmplice do marido, Iñaki Urdagarin, acusado de usar uma instituição que preside para desviar o equivalente a mais de R$ 18 milhões de projetos de incentivo ao esporte. O nome da princesa teria facilitado a fraude e a investigação se iniciou em 2010.
O marido, ex-jogador profissional de handebol, participante de três olimpíadas pela seleção espanhola e jogou durante 16 anos pelo time do Barcelona. Mas a reação no seio da família real não demorou. Urdagarin viu-se banido das cerimônias oficiais há mais de quatro anos.
A própria princesa Cristina não escapou. Não participa mais dos atos da família real, sequer compareceu à proclamação do irmão como rei, há dois anos. Fala-se, inclusive, que o novo soberano, Felipe VI, tenta convencê-la a renunciar aos direitos da linha de sucessão ao trono espanhol, em que é a sexta da fila.
O casal se tornou uma nódoa na corte, mesmo com o caudal de títulos da princesa, como mestre em relações internacionais pela Universidade de Nova York, e atividades institucionais, culturais, acadêmicas e de interesse social, em seu país e no exterior. A ONU a nomeou Embaixadora de Boa Vontade da Organização para a II Assembleia Mundial do Envelhecimento, função que exerceu concomitantemente com a de presidente da Fundação Internacional para Deficientes, a IFDS. O título de Duquesa de Palma de Mallorca lhe foi retirado em junho de 2015.
Há países e nações em que o crime não compensa. O pedido de arquivamento de seu processo foi rejeitado pelo Tribunal de Palma de Mallorca, em 29 de janeiro último. Possivelmente, estejamos chegando lá. Na Espanha, todos são iguais perante a lei, e a princesa continuará em julgamento, podendo ser condenada a até oito anos de prisão.




