domingo, 21 de fevereiro de 2016

NO BRASIL QUANDO COMPENSA NÃO É CRIME




Manoel Hygino



A pequena Centralina, cidade com 10 mil habitantes e a 669 quilômetros de Belo Horizonte, passou a viver em situação inusitada: seus nove vereadores foram presos preventivamente, suspeitos de corrupção. São investigados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, de Uberlândia, acusados de desvio de dinheiro público e mantidos em prisão domiciliar. Em São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de BH, vereadores presos são cinco.

Outro fato digno de nota, que não mereceu atenção cá na santa terrinha descoberta por Cabral: no dia 10 de janeiro, procuradores da força-tarefa da Lava jato receberam o prêmio anual da Global Investigations Review, em Nova Iorque, na categoria “Órgão de Persecução Criminal ou Membros do Ministério Público “de 2015. A atuação do MP do Brasil ficou à frente de entidades americanas, norueguesas e britânicas. A força-tarefa foi representada pelos procuradores Carlos Fernando dos Santos Lima, Deltan Dallangnal e Roberto Pozzobon.

O mundo está mudando. No dia 11 de janeiro último, por exemplo, a princesa Cristina de Bourbon, irmã do rei Felipe VI, da Espanha, assentou-se no banco dos réus. Era a primeira vez que alguém da família real ia a julgamento em uma dinastia que tem origem nos Reis Católicos, Fernando e Isabel, cujo reinado levou à expulsão dos mouros da península ibérica.

Cristina Federica de Bourbón y Grecia é julgada cúmplice do marido, Iñaki Urdagarin, acusado de usar uma instituição que preside para desviar o equivalente a mais de R$ 18 milhões de projetos de incentivo ao esporte. O nome da princesa teria facilitado a fraude e a investigação se iniciou em 2010.

O marido, ex-jogador profissional de handebol, participante de três olimpíadas pela seleção espanhola e jogou durante 16 anos pelo time do Barcelona. Mas a reação no seio da família real não demorou. Urdagarin viu-se banido das cerimônias oficiais há mais de quatro anos.

A própria princesa Cristina não escapou. Não participa mais dos atos da família real, sequer compareceu à proclamação do irmão como rei, há dois anos. Fala-se, inclusive, que o novo soberano, Felipe VI, tenta convencê-la a renunciar aos direitos da linha de sucessão ao trono espanhol, em que é a sexta da fila.

O casal se tornou uma nódoa na corte, mesmo com o caudal de títulos da princesa, como mestre em relações internacionais pela Universidade de Nova York, e atividades institucionais, culturais, acadêmicas e de interesse social, em seu país e no exterior. A ONU a nomeou Embaixadora de Boa Vontade da Organização para a II Assembleia Mundial do Envelhecimento, função que exerceu concomitantemente com a de presidente da Fundação Internacional para Deficientes, a IFDS. O título de Duquesa de Palma de Mallorca lhe foi retirado em junho de 2015.

Há países e nações em que o crime não compensa. O pedido de arquivamento de seu processo foi rejeitado pelo Tribunal de Palma de Mallorca, em 29 de janeiro último. Possivelmente, estejamos chegando lá. Na Espanha, todos são iguais perante a lei, e a princesa continuará em julgamento, podendo ser condenada a até oito anos de prisão.

OS MINERADORES TIRAM AS MONTANHAS E DEIXAM OS BURACOS




Jornal Hoje em Dia 



“Minério não dá duas safras”. Essa frase emblemática foi cunhada pelo político mineiro, natural de Viçosa, Arthur Bernardes, um dos paladinos na defesa da siderurgia em Minas. Bernardes foi presidente (governador) do Estado e presidente do Brasil, de 1922 a 1924. Nacionalista, sempre defendeu os interesses do país, tendo participado inclusive da campanha do “Petróleo é nosso” nos anos 50.

Há mais de 90 anos Bernardes anteviu algo que parece que os políticos, administradores públicos e o empresariado mineiro parecem olvidar na atualidade. O minério, evidentemente, ainda não acabou, mas outro problema afeta o setor gravemente, a avassaladora queda no preço dessa commodity no mercado internacional.

Essa conjuntura adversa expõe uma fragilidade da matriz econômica de Minas, a falta de alternativa pela dependência quase exclusiva da mineração. Como mostra reportagem nesta edição, o preço do minério de ferro caiu em três anos de 135 dólares a tonelada para apenas, segundo estimativas, 42 dólares este ano.

E as previsões não são nada boas. O Banco Mundial aponta que o produto deve continuar perdendo valor no mercado internacional. Isso se deve, principalmente, à redução do ritmo de crescimento da economia da China, grande compradora do minério de ferro mineiro. Segundo o BM, uma leve recuperação só deverá acontecer em 2020.

“O ciclo dourado das matérias-primas não vai durar eternamente”, sentencia o analista internacional, ex-presidente da Federação das Indústrias de Minas e colunista do Hoje em Dia, Stefan Salej. Segundo ele, várias tentativas de diversificação da economia do Estado foram abortadas por má gestão ou politicagem. Mas, salienta, os empresários não deveriam ficar esperando ações de governo nesse sentido, precisam assumir o protagonismo dessa mudança.

Um exemplo revelador é o caso da Noruega. Apesar de grande exportador de petróleo, retirado do Mar do Norte, não é um país rico, mas é um país desenvolvido. Ciente de que o “ouro negro” também não dá duas safras, o Parlamento norueguês decidiu em 2004 criar um fundo para que, quando o óleo acabar, as futuras gerações tenham recursos para tocar a economia em outras áreas.

É um exemplo de como se deve se antecipar aos fatos, e não reagir a eles.

COMO SAIREMOS DESSA?




Aristoteles Drummond - Jornalista, escritor e historiador

 

A crise é a maior da história. E a mais completa. Reúne ingredientes que isolados já seriam explosivos. Mas estão todos no palco e a plateia perplexa sem saber o que fazer, como fazer e quando fazer, e com quem contar.

A operação mãos limpas estaria a exigir do Judiciário a criação de câmaras especiais para dar celeridade a esses processos de corrupção a partir das operações da Polícia Federal. Como está, a impunidade estará garantida pela própria legislação e a demora da decisão dos tribunais. A opinião pública passou da fase de indignação.

O Judiciário, mais de um ano após a posse dos eleitos em 2014, ainda não julgou contas de campanha. Na vigência da Constituição de 46, a melhor que tivemos, a Justiça Eleitoral tinha prazos cumpridos com rigor.

A crise na economia vai num crescer assustador e a previsão mais realista fala em um final de semestre trágico, com grandes empresas pedindo a recuperação judicial, novo nome da concordata, e a inadimplência abalando bancos, como, aliás, já ocorre na Europa. As consequências no emprego e nas contas públicas são profundas e abalam toda a população.

Nas grandes cidades, a crise no comércio, grande empregador, é evidente pela quantidade de lojas fechadas nas ruas e nos centros comerciais. A CNC já estima em mais de 100 mil empregos perdidos em um ano.

Na falência do setor público, assumem proporções de calamidade as questões da saúde e da segurança pública. Um quadro comum em muitos países latino-americanos ou africanos. Candidatos ao Primeiro Mundo, estamos chegando ao quinto. E tem estatais pagando a seus dirigentes salários e regalias substancialmente aumentados, como em Minas. Falta autoridade, comando, coragem. E sobram comprometimentos que inibem o exercício do poder.

A democracia é uma vontade popular, garantida pela mídia e pelas Forças Armadas. O Congresso Nacional e as assembleias estaduais, casas onde se chega pela vontade do povo, vivem momento de grande desgaste. E pouco fazem para recuperar credibilidade junto à população.

Ninguém sabe para aonde vamos. Não temos guias que saibam conciliar a nação. A questão é muito subjetiva, como mostrou o fenômeno Tancredo Neves em 1984, unindo oposição e dissidência do governo, para inaugurar uma transição em paz. Sua sombra foi de tal monta que, morto, continuou a ditar as regras da conciliação nacional, apoiada nas Forças Armadas, nas lideranças políticas e na sensibilidade e experiência do seu vice, presidente José Sarney.

Antes, em 1964, quando o carismático líder Carlos Lacerda quis fazer do movimento que uniu civis e militares instrumento de sua ambição pessoal, que dividiria o país irremediavelmente, foi a determinação do presidente Castelo Branco que barrou o projeto pessoal e manteve a unidade do grupo que assumiu o poder.

Hoje, carecemos de uma liderança forte, de união, não apenas na política partidária, como nas forças vivas da sociedade, até aqui presentes nos momentos mais graves da República. Militares, empresários e intelectuais.

Perdemos nessa crise referências positivas, como a moeda. A eleição de Fernando Collor, e depois de Lula, frustrou esperanças de um novo Brasil. FHC deixou-se macular no processo da reeleição e agora chega a criticar a eventual prisão do ex-presidente Lula, mesmo diante da confirmação de graves malfeitos. Em entrevista no número de Carnaval da revista “IstoÉ”, o ex-senador Pedro Simon, do alto de sua experiência de meio século de mandatos e 86 anos de idade, teve a coragem de lembrar que Itamar Franco foi o personagem mais importante de nossa história contemporânea. E foi mesmo, tendo mostrado espírito público em mais de uma ocasião.

Nos estados, existem referências locais para uma situação emergencial, que reúnem a confiança popular e das forças econômicas, como foi referido aqui o ex-senador, ministro e vice-governador Arlindo Porto. No âmbito nacional, é preciso se encontrar um nome de união, o que o embate ideológico vem prejudicando.

O PSDB, maior partido de oposição, tem em seu diretório paulista um saco de gatos, em que sempre aparece como fator desestabilizador o senador José Serra, que por duas vezes permitiu a eleição do PT, tamanha rejeição que causa no eleitorado mais conservador. E continua a dividir a oposição ao PT.



sábado, 20 de fevereiro de 2016

OS ANIMAIS SOFREM COM A INTERVENÇÃO DO HOMEM NA NATUREZA



Ibama identifica manchas de petróleo em região de desova de tartarugas em SE

Estadão Conteúdo 




O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) identificou na última quarta-feira (17), a presença de óleo por uma extensão de 17 km no litoral de Sergipe. As manchas de óleo foram localizadas na praia da Reserva Biológica de Santa Isabel, no município de Pirambu, no litoral norte do Estado, a cerca de 60 km da capital, Aracaju. De acordo com os técnicos do Ibama, também foram encontradas placas de petróleo "em toda a extensão do litoral entre a foz dos rios Japaratuba e Sergipe".

Segundo o órgão ambiental, a Petrobrás alertou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) da presença de óleo na área. A empresa é responsável pelo monitoramento da área por determinação do Ibama. A estatal também comunicou aos órgãos que não houve anomalia nos campos de petróleo próximos ao local e, por isso, a origem do óleo identificado ainda é considerada "indeterminada".

Técnicos do Ibama e do ICMBio realizaram duas vistorias na região, na quarta e quinta-feira, quando um sobrevoo na região não identificou manchas de óleo no mar. Segundo o órgão, outras vistorias ainda serão feitas na costa. "O Ibama continuará realizando vistorias e acompanhando o caso até que as pelotas de óleo na praia não representem mais risco ao meio ambiente", informou, em nota, a coordenadora-geral de Emergências Ambientais do Ibama, Fernanda Pirillo.

A Reserva Biológica Santa Isabel é região de desova de tartarugas. Até a manhã desta sexta-feira, apenas um animal foi encontrado morto na região, mas as causas da morte ainda estão sendo investigadas - não há conclusão se o óleo encontrado tenha provocado a morte. De acordo com o Ibama, as placas de óleo localizadas no litoral sergipano têm até 15X15 centímetros. O material foi coletado e levado para análise em laboratório.

Os órgãos ambientais já comunicaram o incidente à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), além da Marinha, que também realizou coletas no local para tentar identificar a origem do óleo. Segundo o Ibama, os órgãos federais estão atuando em conjunto para monitorar o local e possíveis impactos ambientais.

ENTUSIASTA DAS ARTES PLÁSTICAS



Bilionário paga US$ 500 mi por dois quadros nos EUA

FolhaPress 


  Quadro "Number 17A", de Jackson Pollock, foi comprado por bilionário norte-americano

Dono de um fundo de investimento avaliado em US$ 26 bilhões e entusiasta das artes plásticas, o empresário americano Kenneth C. Griffin pagou recentemente US$ 500 milhões por dois quadros, "Number 17A", de Jackson Pollock, e  "Interchanged" de Willem de Kooning, informou o "The New York Times"
Detalhes da negociação, incluindo o preço pago por cada uma das obras, não foram divulgados, mas é certo que a compra entrou para a lista das mais caras do mundo da arte -"Nafea Faa Ipoipo", do francês Paul Gauguin, foi arrematado no ano passado por US$ 300 milhões, tornando-se o quadro mais caro já vendido.
As pinturas pertenciam à coleção privada de David Geffen, um magnata do entretenimento. Depois de adquiri-las, Griffin as emprestou ao Instituto de Arte de Chicago, onde estão em exibição. O empresário é curador do espaço.
"Essas duas pinturas icônicas nos permitem compartilhar momentos maravilhosamente poderosos e transformadores na história da arte do pós-guerra com milhares de visitantes todos os dias", disse James Rondeau, presidente do museu, ao "Times".
Segundo o jornal, ao contrário de muitos de seus colegas que também comandam fundos bilionários, Griffin não tem obras famosas penduradas nas paredes de seu escritório em Chicago, apenas fotos e desenhos dos filhos.
Ainda assim, se tornou um relevante colecionador nos últimos anos. Ele e a mulher, Anne Dias, ficaram conhecidos em 2007, quando passaram a liderar a lista dos 200 maiores proprietários de arte da ARTnews.


AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...