José Antônio Bicalho
Desemprego é o efeito mais cruel da
crise. Deveria ser combatido por qualquer governo, independentemente da
filiação ideológica, mas não é o que acontece. Desemprego também é variável de
política econômica e, como tal, é manipulada por quem manda na economia.
O principal objetivo atual da equipe econômica é frear a inflação, que já ultrapassa dois dígitos. Para tal, conta com o “ajuste do mercado de trabalho” como “força desinflacionária” (os termos são da ata da última reunião do Copom). E esse ajuste ainda estaria longe do fim.
Nos próximos meses, por um período razoavelmente longo que ninguém sabe precisar, continuaremos a ter aumento da taxa de desemprego. A Pesquisa Mensal de Emprego, divulgada na semana passada pelo IBGE, mostra que a depressão do emprego já é profunda. A taxa atingiu 7,9% em outubro, aumento de 3,2 pontos percentuais na comparação com o mesmo mês de 2014.
O desemprego já é equivalente ao verificado em 2009, ano em que a crise americana do subprime atingiu em cheio o Brasil. Não seria o suficiente? Para os gestores da economia, parece que não.
O raciocínio é simples. É preciso tirar dinheiro da economia para reduzir a pressão de demanda sobre a inflação. Com menos consumidores, a concorrência aumenta e os preços param de subir. E o governo tem como induzir empresários a demitir: aumento dos juros, corte do crédito ao consumo, aumento de impostos, fim de isenções, freio nos gastos e investimentos públicos.
O problema é que a inflação está mostrando uma capacidade de resistência surpreendente. Os 7,9% de desemprego representaram queda de 7% na renda real dos trabalhadores (outubro contra outubro). E mesmo com menos dinheiro em circulação, os preços não param de subir. O que fazer então? Aumentar a dose do remédio, até que a doença recue.
Do outro lado, as empresas estão demitindo porque não estão vendendo. Mas essas demissões não acontecem todas de uma só vez. Elas vão sendo feitas paulatinamente porque o empresário resiste o quanto pode a demitir o trabalhador que ele mesmo treinou.
Mas com uma queda esperada do PIB de 3,1% (projeção do próprio governo) para este ano, não será possível segurar trabalhadores por muito mais tempo. O desemprego continuará subindo enquanto não houver sinalização positiva de retomada da atividade econômica. Triste país em que desemprego é o remédio para a economia.
O principal objetivo atual da equipe econômica é frear a inflação, que já ultrapassa dois dígitos. Para tal, conta com o “ajuste do mercado de trabalho” como “força desinflacionária” (os termos são da ata da última reunião do Copom). E esse ajuste ainda estaria longe do fim.
Nos próximos meses, por um período razoavelmente longo que ninguém sabe precisar, continuaremos a ter aumento da taxa de desemprego. A Pesquisa Mensal de Emprego, divulgada na semana passada pelo IBGE, mostra que a depressão do emprego já é profunda. A taxa atingiu 7,9% em outubro, aumento de 3,2 pontos percentuais na comparação com o mesmo mês de 2014.
O desemprego já é equivalente ao verificado em 2009, ano em que a crise americana do subprime atingiu em cheio o Brasil. Não seria o suficiente? Para os gestores da economia, parece que não.
O raciocínio é simples. É preciso tirar dinheiro da economia para reduzir a pressão de demanda sobre a inflação. Com menos consumidores, a concorrência aumenta e os preços param de subir. E o governo tem como induzir empresários a demitir: aumento dos juros, corte do crédito ao consumo, aumento de impostos, fim de isenções, freio nos gastos e investimentos públicos.
O problema é que a inflação está mostrando uma capacidade de resistência surpreendente. Os 7,9% de desemprego representaram queda de 7% na renda real dos trabalhadores (outubro contra outubro). E mesmo com menos dinheiro em circulação, os preços não param de subir. O que fazer então? Aumentar a dose do remédio, até que a doença recue.
Do outro lado, as empresas estão demitindo porque não estão vendendo. Mas essas demissões não acontecem todas de uma só vez. Elas vão sendo feitas paulatinamente porque o empresário resiste o quanto pode a demitir o trabalhador que ele mesmo treinou.
Mas com uma queda esperada do PIB de 3,1% (projeção do próprio governo) para este ano, não será possível segurar trabalhadores por muito mais tempo. O desemprego continuará subindo enquanto não houver sinalização positiva de retomada da atividade econômica. Triste país em que desemprego é o remédio para a economia.





