quarta-feira, 18 de novembro de 2015

CONFIANÇA PERDIDA



  

José Antônio Bicalho



Algo mais se perdeu com o acidente da Samarco além das vidas humanas, da vila histórica de Bento Rodrigues e do Rio Doce. Com o rompimento da barragem de rejeitos, também se perdeu a confiança dos brasileiros no comportamento ético das grandes empresas e na sustentabilidade de um sistema econômico baseado na livre iniciativa.

Essa confiança já havia sido duramente abalada pelos escândalos na Petrobras. Ali descobriu-se que as maiores construtoras do país agiam como máfia, protegendo mercado por meio de persuasão, proximidade e troca de favores com o governo. O negócio principal passou da engenharia para a política (no sentido mais baixo que a palavra possa ter). Passou a ser lobby e alianças, manipulação de regras e divisão de mercado.

Mas a Petrobras é uma empresa estatal, com diretoria loteada entre partidos políticos. Alguns poderiam arguir que todo o mal é fruto do contágio de um sistema político corrupto. Porém, a Petrobras é também uma empresa de capital aberto, a maior da Bovespa e do país, submetida a um Conselho de Administração, a auditorias financeiras e operacionais e a regras de governança do mercado financeiro.

Em todo caso, não se pode negar que a tragédia causada pela Samarco é quase o oposto do que aconteceu na Petrobras. Não quero fazer paralelo entre um e outro caso, mas sim mostrar que os dois se somaram na destruição da reputação das grandes corporações junto aos brasileiros.

Nos últimos anos, enquanto na Petrobras se montava um esquema sofisticado de manipulação de mercado e roubo, a Samarco era apontada como exemplo de princípios e eficiência. Entrevistei algumas vezes o presidente da empresa, Ricardo Vescovi, de quem tive ótima impressão pela sinceridade com que defendia um diálogo pautado pela ética e transparência com os diversos públicos de relacionamento, das comunidades do entorno aos políticos que fazem as leis e regulamentos do setor mineral.

De fato, a Samarco não fazia doações a políticos. Até então, apresentava números invejáveis de acidentes. A recente implantação da terceira linha de seu mineroduto (que liga Mariana a Ubu) e da quarta pelotizadora não registrou nenhum acidente fatal ou de grande gravidade, apesar de trabalharem quase 15 mil operários no pico das obras.

Seu custo por tonelada colocada no porto estava entre os mais baixos do mundo, o que comprovava a eficiência da operação. No ano passado, aumentou faturamento e lucro, enquanto praticamente todas as mineradoras do mundo perderam receita e rentabilidade, inclusive suas donas Vale e BHP Billiton.

O fato é que o rompimento da barragem mostrou que essa empresa exemplar foi terrivelmente negligente. Mesmo que ainda não se saiba as causas do acidente, engenheiros especialistas com os quais conversei nas últimas semanas foram unânimes em dizer que uma barragem não se rompe sem que vários erros técnicos e de operação se acumulem. “Não rompe da noite para o dia, ela dá sinais”, me disse um deles.

Dessa forma, sendo evitável, o rompimento da barragem quebra a confiança das pessoas comuns com as empresas que pareçam boas e responsáveis. Quem ganhará com essa quebra de confiança? Os políticos populistas, de direita e de esquerda, que fazem carreira demonizando as grandes corporações e propondo sistemas de regulação absurdos, burocráticos, pouco eficientes e inexequíveis. Quem perde? Todos nós, mas principalmente os poucos empresários que acreditavam na construção de uma economia de mercado baseada na ética. O fato é que demos um enorme passo para trás.

SÃO MUITO CARA DE PAU



  

Márcio Doti




Não é novidade que o Supremo Tribunal Federal suspendeu o dispositivo da reforma política votada em setembro último e que permitia nas eleições as chamadas contribuições ocultas. A decisão foi por 11 a zero e isto quer dizer que mesmo em se tratando de uma medida liminar, dificilmente os ministros mudarão de ideia quando estiverem julgando o mérito da matéria. Tanto melhor que seja assim. Alguém tem que pensar alto neste país e se não o fazem aqueles que receberam mandatos populares para justamente assim fazer, então, que pelo menos as nossas cortes mais altas consigam discernir o moral do imoral. Porque é imoral o que fizeram os parlamentares que votaram pela aprovação, legislando em causa própria, ainda que em prejuízo da democracia e, por consequência, na direção contrária do que interessa ao povo brasileiro.

Neste momento, tão importante quanto barrar esse caminho de promiscuidade e pouca vergonha, é fundamental chamar a atenção dos cidadãos brasileiros para esse ponto de descaramento a que chegaram os nossos políticos. Pois bem. Essa decisão provisória do Supremo foi tomada diante de uma ação movida pela OAB nacional, a Ordem dos Advogados do Brasil. Seu objetivo é barrar tanto desrespeito e, sobretudo, tantos danos à já tão sofrida democracia brasileira. Por simples razão. Aos políticos interessa que fiquem bem escondidinhos seus financiadores, seus benfeitores para que desse modo os eleitores não possam depois vincular a esses financiamentos as atitudes que tomarem os parlamentares em favor de seus patrocinadores. É bom lembrar que já estava ficando comum que partidos escondessem essa relação entre financiadores e financiados, criando fundos em que os doares de campanhas favoreciam aqueles de quem depois cobrariam fidelidade, mesmo que às custas da infidelidade aos mandatos de representação. Era fácil porque opovo não ficava sabendo dessas ligações.

Nem receio, nem respeito

Para acabar com essa farra de imoralidade, o Tribunal Superior Eleitoral determinou, no ano passado, através de uma resolução, que os partidos tinham que revelar nominalmente os doadores e os favorecidos. Veio, então, a desfaçatez, o desrespeito, a vergonhosa ousadia: os parlamentares enfiaram nessa minireforma eleitoral um artigo que desobrigava partidos de revelar a quais candidatos estavam repassando o dinheiro vindo dessa ou daquela fonte. Tudo o que “seu lobo” não queria. Por exemplo, seria tão mais fácil para o governador Pimentel se agora, ao se apresentar como grande defensor da Vale e da Samarco, tivesse ficado escondido que ele recebeu na campanha R$ 3,7 milhões das mineradoras, dos quais R$ 1,5 milhão somente da Vale. Não haveria qualquer constrangimento.

De igual modo, constrangimento também não demonstraram os parlamentares ao tentar descaradamente impedir a decisão da alta corte eleitoral e deixar os eleitores no escuro quanto aos seus financiadores de campanha. Vale dizer que, por enquanto, a decisão do Supremo é liminar, pode ser reformada, embora isso seja difícil com a votação de 11 a zero. E também é muito importante que tal reação tenha vindo por iniciativa de uma entidade importante como a Ordem dos Advogados do Brasil. Mesmo ressalvando que ainda há gente séria na política, ainda que em reduzida minoria, vale dizer que um dia, senhoras e senhores, a prática da política vai voltar a ter como ingrediente indispensável a vergonha na cara.



terça-feira, 17 de novembro de 2015

BELO EXEMPLO DE EMPREENDEDORISMO



EXEMPLO BÍBLICO DE EMPREENDEDORISMO 


                                                                                                                                          A novela "Os Dez Mandamentos", da Rede Record, conta a saga de Moisés para libertar o povo hebreu da escravidão e levar até a Terra Prometida, atual Jerusalém. Para isso, segundo a tradição, o profeta conseguiu manter seu povo unido numa travessia de 40 anos, que passou pelo deserto e atravessou o mar Vermelho. Segundo Márcio Belintani, teólogo e consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa), respeitando o contexto histórico e religioso, é possível extrair 10 lições empreendedoras de sua atuação.

1 -  OUSADIA | Quando Moisés entendeu o seu "chamado divino" para libertar o povo hebreu da escravidão, segundo a tradição, soube que seria necessário abrir mão do conforto do reino onde foi criado e enfrentar o Faraó, considerado Deus de dois mundos; além disso, precisaria arriscar a própria vida para iniciar uma peregrinação; o mesmo ocorre com o empreendedor, que precisa se arriscar, encarar obstáculos e acreditar nos ideais antes de abrir uma empresa, de acordo com Belintani, consultor do Sebrae.

2 - AUTOCONFIANÇA | Ao longo da sua trajetória, Moisés precisou negociar com o Faraó diversas vezes, e ele sempre optava pelo contato direto, ou seja, face a face, mesmo correndo risco por confrontar a autoridade máxima do Egito na época, segundo a tradição. "A relação face a face agrega valor e otimiza os resultados, por isso deve ser mantida", afirma o téologo e consultor do Sebrae Márcio Belintani.

3 - PREPARO | Antes de sair em peregrinação, Moisés passou por um período de formação pessoal e de aperfeiçoamento, segundo a tradição. "Ele buscou informações sobre o que acontecia no seu reino, sobre as estratégias do Faraó e começou a formar a seu ideal de reino", diz o consultor do Sebrae. Segundo ele, a busca por informação deve ser contínua para o empreendedor. "Ele deve fazer o seu plano de negócio, que pode ser aperfeiçoado a cada dia. Depois de estabelecida a empresa, ele não pode parar de se atualizar sobre o mercado e ver o que pode melhorar".

4 - MOTIVAÇÃO | Segundo a tradição, Moisés conseguiu mostrar para o povo hebreu que o período de escravidão deveria acabar e havia algo melhor reservado para ele: a Terra Prometida. Mas, para alcançá-la, todos teriam de brigar para conquistar a sua liberdade. "O mesmo vale para o empreendedor. Uma equipe motivada produz mais e traz mais resultados", afirma o consultor do Sebrae.

5 - PERSISTÊNCIA | Os obstáculos que apareceram ao longo da trajetória de Moisés não o impediram de libertar seu povo, segundo a tradição. "Sua fé o fez conseguir sobreviver ao deserto, às pragas e, ainda, convencer o povo sobre a existência da Terra Prometida", diz Belintani; segundo o consultor do Sebrae, o empreendedor também deve persistir. "Os primeiros anos de uma empresa são difíceis, mas um grande líder não pode desistir nunca. Ele precisa se manter forte para conseguir transformar o seu sonho em realidade".

6 - LIDERANÇA | Quando o movimento começou a tomar força, segundo a tradição, Moisés percebeu que não iria conseguir manter a liderança sozinho. Ele, então, delegou poder a 70 príncipes para poder organizar melhor o povo. "Um grande líder não pode achar que tudo depende dele. Ele deve aprender a delegar tarefas e fazer um bom planejamento para obter sucesso", declara o teólogo e consultor do Sebrae.

7 - COMPROMETIMENTO | A lealdade de Moisés com seu povo, segundo a tradição, foi determinante para cumprir a missão. "Ele sabia que sem comprometimento com as pessoas sua jornada não seria atingida", diz o consultor do Sebrae. Para ele, o mesmo vale para o empreendedor. "É preciso colaborar com os seus funcionários para eles se sentirem mais seguros e atingirem um bom desempenho e dar total atenção ao cliente, que é o grande responsável pela existência do seu negócio".

8 - FOCO | Moisés somente se tornou um grande líder para os hebreus e para o povo de Israel por ter foco e não se desviar do "chamado de Deus", segundo a tradição. "Ele foi íntegro e firme nas suas decisões para cumprir a sua missão", declara o consultor do Sebrae. Para ele, o empreendedor também precisa ser fiel aos seus ideais para cumprir as suas decisões

9 - SEGURANÇA | Na travessia do Mar Vermelho, quando as águas se abrem dando passagem a Moisés e ao povo, segundo a tradição, ele mostrou firmeza de decisão mesmo sendo uma ideia aparentemente impossível: "Diante do desafio apresentado e, perante o temor do povo, Moisés responde com propriedade e faz aquilo que acredita ser a melhor decisão", diz o teólogo e consultor do Sebrae Márcio Belintani.

10 - VISÃO | Moisés olhou em perspectiva para deixar um legado. Para isso, segundo a tradição, transmitiu seus conhecimentos. "Durante toda a sua trajetória, ele procurou preparar a sua sucessão e passou todos os seus ensinamentos a Josué que, ao final da jornada, entrou na Terra Prometida, enquanto Moisés pode vê-la apenas de longe, já que foi proibido por Deus de adentrar." Belintani, do Sebrae, diz que um bom líder não deve ter medo de passar seus ensinamentos e nem de preparar o seu sucessor. "Ele precisa saber que não é insubstituível e que vai precisar de alguém para assumir o seu lugar quando acabar a sua missão".

VENDE-SE TUDO PARA TER UMA EDUCAÇÃO



A Loja da Educação



Caminhando pela rua, vi uma loja que se chamava Loja da Educação.
Entrei na loja e vi um professor no balcão.
Maravilhado perguntei.
- Mestre, o que vendes?
Ele me respondeu:
- Tudo que necessita para ter uma educação.
- Custa muito caro?
- Não, tudo é de graça, respondeu.
Contemplei a loja e vi jarros de respeito, pacotes de esperança e dedicação, caixinhas de amor, sabedoria, flexibilidade de compromisso.
Tomei coragem e pedi:
- Por favor, quero muito amor, respeito, bastante, sabedoria, esperança enfim. Educação para mim, para minha família e toda a comunidade.
Então o professor preparou um pequeno embrulho que cabia na minha mão.
Sem entender perguntei-lhe:
- Como é possível colocar tantas coisas nesse pequeno embrulho?
O professor respondeu-me sorrindo:
- Meu querido, aqui na loja da educação não oferecemos frutos, apenas sementes.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...