quinta-feira, 12 de novembro de 2015

MAIOR DESASTRE AMBIENTAL NO BRASIL



  

Délio Malheiros*


Creio ser este o maior desastre ambiental já visto no Brasil. Não me lembro de outro. Especialistas dizem que a recuperação dos danos causados à natureza pode durar até cem anos. Não há o que o homem possa fazer para diminuir certos impactos da tragédia que vai muito além das fronteiras de Minas. Nossas montanhas foram incapazes de conter esse tsunami de lama que vai jorrar até o Oceano Atlântico. É o custo de uma atividade de alto risco, o preço que pagamos pela opção de ver nossas montanhas embarcadas para a China. Se para o meio ambiente os prejuízos são irreversíveis, para os seres humanos os danos são gigantescos. Não há indenização que pague a dor, é uma tragédia com efeitos incalculáveis.

Para minimizar o sofrimento dessas milhares de pessoas, sejam aquelas afetadas direta ou indiretamente pelo acidente há formas diversas de indenização nos campos material e moral. O Ministério Público tem plena legitimidade para propor ação reparatória de cunho coletivo – e é o que acredito que vai fazer – como forma de resguardar os direitos mínimos dos atingidos. O dano moral coletivo é hoje uma realidade em nossos tribunais. Por via de uma Ação Civil Pública poderá o Poder Judiciário determinar que um valor seja recolhido ao fundo de defesa ambiental, como forma de indenizar a sociedade pelos danosos efeitos da tragédia. É um dinheiro carimbado para esse fim.

No rol de ações também poderá o mesmo MP buscar reparação coletiva dos direitos de todos aqueles atingidos, por via da qual o Judiciário fixará valores para essas indenizações de forma individualizada. Aí entra também o dano moral de todas as pessoas que sofreram algum tipo de abalo decorrente do lamentável episódio. É evidente que a perda de um parente é sofrimento para o resto da vida. Imagine a perda de documentos pessoais; da escola onde estudava; da igreja onde fazia orações; do animal de estimação; das plantas cultivadas; do risco de vida ao fugir do tsunami; e por aí afora. Tudo isso é razão de sobra de deferimento de dano moral. Já os danos materiais dependerão de prova, ou seja, terá que ser feita uma avaliação, por qualquer meio, qual o tamanho do prejuízo enfrentado. Aí é caso a caso, pois cada um teve um dano material diferente. Uma casa, por exemplo, valerá mais que um carro levado pela lama. Não adianta a empresa responsável dizer que foi culpa da natureza. Esta não é a hipótese, pois tinha ela como se prevenir.

Não houve nada excepcional, acredita-se. Há um precedente bem parecido: Miraí. Lá ocorreu indenização a todas as pessoas que reclamaram seus direitos. A catástrofe de Mariana, contudo, é infinitamente maior. Nesta hora só a solidariedade humana tem sido um alento diante de tanto sofrimento. Que este episódio nos ensine algo a ser feito em respeito aos atingidos e à natureza que não merece tamanha agressão. Que a mineração – tão importante para nosso Estado – repense seus procedimentos e que não se repita situação tão degradante como esta.

* Especialista em Direito do Consumidor

PRECISAMOS DE UM NOVO CARLOS LACERDA



  

Márcio Doti



Quando alguém perdia uma grande chance, uma oportunidade rara, titubeava, dizia-se “fulano perdeu o bonde da história”. Na velocidade supersônica dos dias atuais os jatos cruzam os céus rotineiramente a mais de 900 quilômetros por hora. Os caças ultrapassam a barreira do som e o mundo acontece compartilhado pela internet, segundo por segundo. É num cenário desses que qualquer vacilo deixa seu autor no passado. É isto que correm o risco de acontecer os que representam a oposição brasileira do atual momento histórico vivido pelo país. Depois do embate eleitoral do ano passado, Dilma vencedora ficou com pouco mais da metade da grande massa de eleitores. Aécio chorou a derrota junto com pouco menos da metade da multidão que queria mudar.

Hoje, não é preciso que nenhum instituto de pesquisa venha nos dizer que houve uma incrível inversão no ânimo dos brasileiros. Nem vale aprofundar nas razões dessa guinada, digamos apenas que a ânsia pela vitória ou o desespero de não perder, que agora a gente entende ainda mais, levou a mentiras que logo foram descobertas. Era preciso ganhar o governo a qualquer custo e os escândalos, em seguida confirmados e conhecidos em extensão, mostram que era preciso ter poder para esconder, despistar ou ter força para fazer com que tudo caísse na impunidade. Deu no que aí está. Mas a parte principal desse longo e inusitado capítulo da história brasileira ainda não está escrita. Pior ainda: não está sequer pensada. Enquanto o PT busca desesperadamente um conserto, um remendo, um engodo para a dura e trágica situação que criou, as oposições que pularam de um pouco menos para uma multidão de muitos mais estão a cada dia cedendo mais terreno para os adversários.

Faltam lideranças ou liderados?

Está até podendo respirar quem não tinha sequer espaço e condição para argumentar, espremido entre as montanhas de escândalos, de constatações policiais, de acusações testemunhais, de flagrantes feitos em cuecas, aviões, filmadoras secretas, relatórios e documentos até de autoridades de outros países. Nossas oposições, fortalecidas por tantas vozes mais, resolveram, entretanto, se calar. Emudeceram, deixaram tudo por conta de uma polícia valente, um Ministério Público determinado e um solitário juiz sério, corajoso e compenetrado de seus deveres. Nasceu, então, espaço para que réus e acusados lançassem suas versões, utilizassem o próprio aparelho do Estado para reagir. E é assim que estamos. A verdade está perdendo para a mentira dita mil vezes. As oposições estão perdendo a tartaruga da história. Só lhes resta subir no muro.

O pior de tudo é que nas esquinas e nos salões as interpretações para essa letargia são as mais variadas possíveis. Nenhuma é lisonjeira. Há os que consideram que as oposições fizeram um acordo, imagina, um acordo para que cada um possa jogar seu lixo para debaixo do tapete sem ser importunado. Outros tantos acham que as oposições têm receio de não contar com respaldo popular, que o povo indiferente, mesmo discordando e condenando, está quieto em casa. A ninguém tem ocorrido que estamos em falta de lideranças verdadeiramente combativas. Corre-se o risco de que apareça alguma que mesmo não sendo o ideal vai sobressair. Coitado do Brasil.

MAR DE LAMA EM MINAS GERAIS



  

Antônio Álvares da Silva*

 

Minas comove-se diante da tragédia. Bento Rodrigues, poético e bucólico recanto próximo a Mariana, transforma-se de repente numa fantasmagórica realidade de lama, casas destruídas, mortos e feridos.

Diante desta cena trágica, que mais parece imagem da 2ª Guerra Mundial, surgem agora dolorosas perguntas em relação ao futuro: vai ser reconstruído o lugarejo? E a igrejinha do fim do século XVIII, a escolinha onde se ensinava com amor os primeiros passos da ciência ao aluno carente, cujo pai é um humilde trabalhador que constrói com seu trabalho a riqueza das multinacionais?

A realidade que temos diante de nossos olhos mostra mais uma vez a verdade da afirmativa de Schopenhauer: a natureza só tem consideração com a espécie humana, enquanto gênero, para garantir sua propagação. Do homem em si ela não cuida. Seu destino está nas mãos do incerto minuto que passa rápido pela vida. Não se sabe se amanhã viveremos, teremos saúde nem se vamos gozar o que construímos com nosso trabalho e esforço pessoal. A incerteza acompanha os passos do homem pela vida.

Vemos pela imprensa o rosto banhado em lágrimas de um povo que, além de pobre, perdeu o pouco que tinha. O recomeço, como eles dizem com voz embargada, é mesmo do nada. Será grande a luta, sem muitas esperanças. Quando não se pode agir ou reagir com a razão, o jeito é esperar pela solução da própria vida, que sempre tarda e não mitiga a dor da espera e da privação.

Agora todos temos o direito de perguntar: foi só a natureza ou houve falhas humanas no fatídico acontecimento? A empresa ou empresas cuidaram da obrigação de prevenir para evitar o risco? Tomaram medidas por demais conhecidas na ciência para impedir rompimentos de líquidos retidos? Se forem responsáveis, como vão reparar o que ficou tão tragicamente destruído?

Esperamos agora, neste instante em que o Brasil presencia grandes transformações institucionais, com donos de multinacionais presos e corruptos responsabilizados, que os fatos sejam realmente apurados. Valerão como exemplo para o futuro.

O empreendedor brasileiro tem que aprender que a grande empresa é um local de risco permanente. Nela atuam diferentes e perigosas montagens técnicas de diferentes naturezas, que podem provocar acidentes, matar trabalhadores e destruir cidades. Se tais aspectos não são considerados, as empresas podem transformar-se em agentes de destruição e não construção.

O Ministério Público promete ação rápida. Vai atuar com 10 técnicos e 15 promotores para esclarecer as razões da tragédia. Sua ação será de fundamental importância. Minas tem hoje 735 barragens, algumas sem garantia de estabilidade e outras com licença inconclusa. Mas todas em atividade. Um absurdo. Não podemos aguardar a próxima tragédia para agir.

É de esperar agora que o Judiciário, pela renovação que hoje está vivendo, responsabilize quem for culpado e dê resposta rápida à expectativa de justiça que dele aguarda toda a sociedade. Os humildes, como de sempre, são os que mais sofrem. A Justiça é sua última esperança.

*Professor titular da Faculdade de Direito da UFMG

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

SAIA DA CRISE COM SUCESSO



Crise é oportunidade!



Você sabe gerir seus esforços na crise a fim de transformá-la em oportunidade? Você está a ganhar  dinheiro enquanto todo mundo reclama que só está tendo prejuízo ou você é mais um dos que estão a reclamar?
Empreendedor de verdade sabe que todo momento pode ser um bom momento para se ter um bom negócio, basta encontrar a oportunidade, transformá-la em negócio e gerir esforços a fim de que os lucros brotem.
Muitas pessoas dizem saber criar oportunidades  em meio à crise, mas a verdade é que poucos conseguem, prova disso é o grande número de desempregados, bem como o impacto negativo que a recessão econômica causou a nível mundial – se aqueles que se dizem saber criar oportunidades soubessem realmente, por que eles também estavam “engrossando” a fila de desempregados?
Você pode estar pensando: mas todos estavam perdendo dinheiro com a crise, como ganhar dinheiro nela? Pensamento errado! Lembre-se que o dinheiro não “evapora”, logo se alguém estava a perder dinheiro, alguém esteve ganhando o tempo todo!
Enquanto você pensar que não há solução para as crises, elas realmente não terão solução, mas somente para você e quem acreditar no que você disser! Eu, por exemplo, continuarei criando minhas oportunidades a fim de permanecer em minha trajetória rumo à independência financeira.
Bem, supondo que você entendeu aonde quero chegar e quer também criar suas oportunidades, vou mandar-lhe agora algumas dicas…
Se um lado está perdendo… Mude para o lado que está ganhando!
Como disse, o dinheiro não some, então se alguém está perdendo dinheiro, outra pessoa está ganhando o mesmo. Qual é o seu trabalho então? Antes de mais nada, você precisa:
1. Identificar quem está perdendo dinheiro – essa parte é mais fácil, pois geralmente quem está perdendo dinheiro (principalmente aqueles com “mentalidade pobre”, como diria T. Harv Eker) gostam de alardear aos quatro cantos da Terra que perderam dinheiro, sentindo-se vítimas;
2. Identificar quem está ganhando dinheiro – agora, a parte mais complicada, pois quem está ganhando dinheiro geralmente vai ficar “caladinho”, sem contar aos outros que está ganhando dinheiro, muito menos como está ganhando dinheiro, a fim de evitar a “concorrência”. E por isso eu falei para primeiro identificar quem está perdendo dinheiro, pois a partir de uma análise de como eles perderam dinheiro, torna-se mais fácil identificar quem está ganhando dinheiro;
3. Pensar em algum meio (venda de produto, prestação de serviços, etc.) para conseguir ganhar dinheiro nessa situação – agora que você já sabe qual o sentido do fluxo do dinheiro, bem como as razões pelas quais sai de um lado e vai para o outro, é outra de entrar em ação e bolar o seu plano para ganhar também a sua parte nisso tudo!
Conseguir ter boas ideias para empreender e ganhar dinheiro em meio a uma crise não é tão fácil, pois a crise deixa nossa visão um pouco “turva”, não que o cenário tenha mudado, a gente é que está com medo e, por isso, não enxerga muito bem o que deveria fazer.
Sendo assim, pratique sempre, diariamente, a arte de descobrir novar oportunidades, desta forma, quando você perceber uma excelente para você, saberá como proceder para melhor tirar proveito dela.
Cuidado com a opinião de falsos especialistas
Veja bem, a maior praga que há são os falsos especialistas, e não estou falando somente daqueles que querem ganhar dinheiro às suas custas iludindo-o, não! Seu vizinho, seu amigo, até seu pai pode ser o falso especialista!
Falso especialista são todos aqueles que lhe dão (ou querem dar-lhe) conselhos sobre como investir ou em que empreender como se compreendessem muito a respeito quando, na verdade, encontram-se em situação igual ou pior que você ou sua área de atuação/conhecimento é totalmente diferente!
Por exemplo, se você me disser que está com um problema na Justiça e me contar a sua situação, eu posso querer “dar pitaco”, expor minha opinião (estarei bancando o “especialista”), entretanto o que eu entendo de Justiça é proporcional ao que eu sei sobre a vida em Zarba-Zorba, um planeta perdido na galáxia, ou seja, nada. Então, estou sendo um falso especialista!
Por mais que eu queira ajudá-lo, a minha opinião não importa, pois nada sei sobre o assunto! No máximo ela será uma massagem em seu ego, já que você é meu amigo e provavelmente emitirei opinião favorável a você. Quem realmente deveria ser consultado é, neste caso, um bom advogado experiente no assunto em questão, pois ele é especialista e poderá ajudá-lo realmente!
Muitas vezes parentes ou amigos dão-nos opiniões que aparentam ser “pelo nosso bem” ou “o mapa da mina de ouro”. Mas, se esse fosse realmente o mapa da mina, por que eles também não estão em condições financeiras melhores que nós? Pare e pense.
Concentre-se em ganhar, não em perder!
Outro grande defeito que as pessoas possuem é o de darem maior relevância aos problemas do que às oportunidades.
Por exemplo: o seu negócio vai mal e, ao final do mês, você tem um prejuízo de R$ 5.000,00, algo considerável (e muito!) para uma pequena ou micro empresa. O que fazer?
Bem, se você está perdendo dinheiro, acredito que você deve fazer duas coisas: “estancar o vazamento” por onde está saindo o dinheiro e começar a procurar uma nova oportunidade (dentro do seu ramo de atuação ou o mais próximo possível) para ganhar dinheiro. Veja só, você deve fixar sua atenção em ganhar dinheiro!
Vamos dar outro exemplo: dois times estão jogando, um focado em fazer tudo para não tomar gol e o outro focado em fazer tudo para marcar gol. Quem possui maiores chances de vitória? Provavelmente o time focado em fazer gol pois, no fim das contas, é o número de gols que indica quem ganhou.
Da mesma forma, no dia a dia das empresas (e dos profissionais autônomos ), você deve focar naquilo que quer ganhar a fim de encontrar novas oportunidades de ganhar dinheiro. Claro, deve evitar as perdas, mas seu foco deve continuar sendo ganhar dinheiro!
Você ganha aquilo que você vale!
Em outras palavras, considere que, se você está ganhando pouco, significa então que você vale pouco! Não gostou dessa afirmação? Eu sei, como eu digo, “a verdade dói”, mas você está aqui para aprender a ganhar dinheiro ou procurando um grupo para aconselhamento espiritual e auto-ajuda? Se você procura este último, acho melhor você comprar um daqueles livrinhos de “minuto de sabedoria”, pois eles sempre vão levantar sua moral, não importa o quanto o problema esteja em você e não nos outros. Aqui, a verdade é preto no branco!
Você ganha aquilo que você merece, o que você vale. Se você não está ganhando mais, quer dizer que nesse momento você não vale mais que isso. O que fazer para começar a valer mais e, portanto, ganhar mais?
1. Aperfeiçoe-se, aprenda – quanto mais você sabe, mais você vale. Kiyosaki disse certa vez que o quanto o indivíduo ganha é diretamente proporcional ao que ele sabe;
2. Invista também em sua auto-promoção, aprenda técnicas de venda e marketing – não adianta você ser o melhor profissional ou a sua empresa ser a que trabalha com melhor qualidade e ninguém saber. É como se isso tudo valesse zero! Corra atrás, mostre ao mundo que você é o melhor e com certeza, se você provar, você ganhará muito mais!
3. Descubra o que está realmente “valendo” hoje – não importa se você é o melhor profissional ou seu produto é de excelente qualidade e preço baixo, se o mercado não o procura mais, você não vale nada. E não pense que isso é impossível! Com o tempo, os profissionais que não se mantêm atualizados são descartados, bem como as empresas que trabalham com produtos que já não mais interessam os novos consumidores. O que eles devem fazer? Adaptar-se à nova realidade! Aqueles que não se adaptam sofrem as consequências, os que se adaptam, continuam no páreo, às vezes ganhando até mais.
Bem, espero que estas quatro dicas (bem detalhadas) dêem a imagem inicial do que vocês podem e devem fazer para transformar a crise em oportunidade e, consequentemente, em negócio.

SEJA UM CONSULTOR DA BOULEVARD MONDE


AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...