Márcio Doti
Quando alguém perdia uma grande
chance, uma oportunidade rara, titubeava, dizia-se “fulano perdeu o bonde da
história”. Na velocidade supersônica dos dias atuais os jatos cruzam os céus
rotineiramente a mais de 900 quilômetros por hora. Os caças ultrapassam a
barreira do som e o mundo acontece compartilhado pela internet, segundo por
segundo. É num cenário desses que qualquer vacilo deixa seu autor no passado. É
isto que correm o risco de acontecer os que representam a oposição brasileira
do atual momento histórico vivido pelo país. Depois do embate eleitoral do ano
passado, Dilma vencedora ficou com pouco mais da metade da grande massa de
eleitores. Aécio chorou a derrota junto com pouco menos da metade da multidão
que queria mudar.
Hoje, não é preciso que nenhum instituto de pesquisa venha nos dizer que houve uma incrível inversão no ânimo dos brasileiros. Nem vale aprofundar nas razões dessa guinada, digamos apenas que a ânsia pela vitória ou o desespero de não perder, que agora a gente entende ainda mais, levou a mentiras que logo foram descobertas. Era preciso ganhar o governo a qualquer custo e os escândalos, em seguida confirmados e conhecidos em extensão, mostram que era preciso ter poder para esconder, despistar ou ter força para fazer com que tudo caísse na impunidade. Deu no que aí está. Mas a parte principal desse longo e inusitado capítulo da história brasileira ainda não está escrita. Pior ainda: não está sequer pensada. Enquanto o PT busca desesperadamente um conserto, um remendo, um engodo para a dura e trágica situação que criou, as oposições que pularam de um pouco menos para uma multidão de muitos mais estão a cada dia cedendo mais terreno para os adversários.
Faltam lideranças ou liderados?
Está até podendo respirar quem não tinha sequer espaço e condição para argumentar, espremido entre as montanhas de escândalos, de constatações policiais, de acusações testemunhais, de flagrantes feitos em cuecas, aviões, filmadoras secretas, relatórios e documentos até de autoridades de outros países. Nossas oposições, fortalecidas por tantas vozes mais, resolveram, entretanto, se calar. Emudeceram, deixaram tudo por conta de uma polícia valente, um Ministério Público determinado e um solitário juiz sério, corajoso e compenetrado de seus deveres. Nasceu, então, espaço para que réus e acusados lançassem suas versões, utilizassem o próprio aparelho do Estado para reagir. E é assim que estamos. A verdade está perdendo para a mentira dita mil vezes. As oposições estão perdendo a tartaruga da história. Só lhes resta subir no muro.
O pior de tudo é que nas esquinas e nos salões as interpretações para essa letargia são as mais variadas possíveis. Nenhuma é lisonjeira. Há os que consideram que as oposições fizeram um acordo, imagina, um acordo para que cada um possa jogar seu lixo para debaixo do tapete sem ser importunado. Outros tantos acham que as oposições têm receio de não contar com respaldo popular, que o povo indiferente, mesmo discordando e condenando, está quieto em casa. A ninguém tem ocorrido que estamos em falta de lideranças verdadeiramente combativas. Corre-se o risco de que apareça alguma que mesmo não sendo o ideal vai sobressair. Coitado do Brasil.
Hoje, não é preciso que nenhum instituto de pesquisa venha nos dizer que houve uma incrível inversão no ânimo dos brasileiros. Nem vale aprofundar nas razões dessa guinada, digamos apenas que a ânsia pela vitória ou o desespero de não perder, que agora a gente entende ainda mais, levou a mentiras que logo foram descobertas. Era preciso ganhar o governo a qualquer custo e os escândalos, em seguida confirmados e conhecidos em extensão, mostram que era preciso ter poder para esconder, despistar ou ter força para fazer com que tudo caísse na impunidade. Deu no que aí está. Mas a parte principal desse longo e inusitado capítulo da história brasileira ainda não está escrita. Pior ainda: não está sequer pensada. Enquanto o PT busca desesperadamente um conserto, um remendo, um engodo para a dura e trágica situação que criou, as oposições que pularam de um pouco menos para uma multidão de muitos mais estão a cada dia cedendo mais terreno para os adversários.
Faltam lideranças ou liderados?
Está até podendo respirar quem não tinha sequer espaço e condição para argumentar, espremido entre as montanhas de escândalos, de constatações policiais, de acusações testemunhais, de flagrantes feitos em cuecas, aviões, filmadoras secretas, relatórios e documentos até de autoridades de outros países. Nossas oposições, fortalecidas por tantas vozes mais, resolveram, entretanto, se calar. Emudeceram, deixaram tudo por conta de uma polícia valente, um Ministério Público determinado e um solitário juiz sério, corajoso e compenetrado de seus deveres. Nasceu, então, espaço para que réus e acusados lançassem suas versões, utilizassem o próprio aparelho do Estado para reagir. E é assim que estamos. A verdade está perdendo para a mentira dita mil vezes. As oposições estão perdendo a tartaruga da história. Só lhes resta subir no muro.
O pior de tudo é que nas esquinas e nos salões as interpretações para essa letargia são as mais variadas possíveis. Nenhuma é lisonjeira. Há os que consideram que as oposições fizeram um acordo, imagina, um acordo para que cada um possa jogar seu lixo para debaixo do tapete sem ser importunado. Outros tantos acham que as oposições têm receio de não contar com respaldo popular, que o povo indiferente, mesmo discordando e condenando, está quieto em casa. A ninguém tem ocorrido que estamos em falta de lideranças verdadeiramente combativas. Corre-se o risco de que apareça alguma que mesmo não sendo o ideal vai sobressair. Coitado do Brasil.

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