quarta-feira, 23 de setembro de 2015

TREME-TREME DO GOVERNO



O tabuleiro treme

Bernardo Melo Franco  


BRASÍLIA - As novas condenações da Lava Jato devem servir de alerta aos políticos que discutem o futuro da República em gabinetes refrigerados. A operação está um pouco menos barulhenta, mas não parou. Ainda pode sacudir o tabuleiro da crise e tirar peças importantes do jogo.
O PT voltou a tremer com a caneta do juiz Sergio Moro. Na segunda-feira, ele condenou João Vaccari e Renato Duque por desvios milionários na Petrobras. Na terça, assinou a sentença do ex-deputado André Vargas.
Vaccari é o segundo tesoureiro petista condenado por corrupção em menos de três anos. Acusado de direcionar propinas do petrolão para o caixa da sigla, recebeu uma pena dura, superior a 15 anos de prisão.
Duque, o ex-diretor da Petrobras, foi condenado a 20 anos. No mesmo dia, voltou a se reunir com os procuradores para negociar uma delação. Se falar, pode comprometer ainda mais a cúpula e as campanhas do PT.
O caso de Vargas não é diretamente ligado ao petrolão, mas reacende outro temor no governo: a possibilidade de as investigações se alastrarem por toda a Esplanada. Ele foi condenado por receber propina de uma agência de publicidade que tinha contrato com o Ministério da Saúde e Caixa Econômica Federal.
A Lava Jato também voltou a se mover na direção do PMDB. Moro decretou a prisão de João Augusto Rezende Henriques, apontado como operador do partido no escândalo.
Ao mesmo tempo, cresce a tensão com a delação iminente de Fernando Baiano, homem de múltiplos contatos e negócios na Petrobras. Em depoimento divulgado há um mês, o lobista Julio Camargo disse que ele tinha ligações com três integrantes da linha sucessória: Eduardo Cunha, Renan Calheiros e Michel Temer.
Na ocasião, o vice-presidente afirmou em nota que "não teve ou tem com ele qualquer relação ou contato de irmandade". Assim que fechar o acordo de colaboração com a Justiça, Baiano terá a oportunidade de dar a sua própria versão.

A CLASSE MÉDIA PAGA OS AUMENTOS DE IMPOSTOS



  

Márcio Doti

Há uma quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres: as que trabalham sonhando enriquecer e temendo empobrecer. É sobre essas que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Quanto mais lhes tirarmos, mais elas trabalharão para compensar o que lhes tiramos. Formam um reservatório inesgotável. É a classe média!
 


A luta por receita se transformou num “salve-se quem puder” no que diz respeito aos administradores públicos, de ponta a ponta. Andam na contramão da realidade do país na medida em que todos os setores experimentam os rigores da crise. Nessa febre por arrecadação o único que não escapa, pelo que se tem visto de apetite, criatividade e falta de escrúpulos é o pobre do contribuinte que paga, paga, paga, mas não leva o que deveria levar de serviços públicos – escola, cuidados médicos e segurança.
Alta generalizada
O governador Fernando Pimentel resolveu promover uma alta generalizada em praticamente todo o sistema de arrecadação do estado, indo de energia elétrica a transportes, comunicação,. Na fúria por arrecadar e fazer dinheiro, o Governo de Minas não se importa de penalizar ainda mais o[/TXT_COL]s setores produtivos do estado que, como o resto do país, vive a grande crise que o próprio governador ajudou a instalar quando era ministro do governo Dilma e conduzia a pasta do Desenvolvimento. O ministério manda no BNDES que tomou dinheiro do Tesouro Nacional e emprestou com juros subsidiado, numa conta que segundo o próprio Tesouro vai representar um prejuízo de R$ 38,6 bilhões no próximo ano.
Que custo terá toda essa febre arrecadatória em cima dos meios de produção do estado é o que veremos no próximo ano, quando a cobrança dos impostos vai coincidir com o que especialistas estão prevendo como agravamento da crise econômica. Essa elevação nos valores do ICMS será quantia considerável e impactante nesse tempo de “vacas magras”, literalmente. Para praticar essa investida sobre os bolsos dos mineiros o governador Pimentel certamente contará com a ajuda da bancada governista na Assembleia Legislativa de Minas, até aqui constituída por uma oposição que é minoria, mas tem lutado o quanto pode, no entanto, a grande maioria é constituída de bonequinhos, não como aquele do Lula, o Pixuleco, mas como um Imposteco, sempre disposto a abanar a cabeça afirmativamente para atender aos lances de criatividade dos palácios de Minas.
As investidas federais vamos tratar na próxima edição. Os lances de ontem à noite foram até tarde e essa história do sofrimento do contribuinte brasileiro precisa ser contada em capítulos. Há uma burocracia muito organizada e sempre disposta a descobrir fórmulas e sistemas para arrecadar e para gastar até o dinheiro alheio como é o caso da utilização dos depósitos judiciais.
Quem sofre é o povo
A burocracia é organizada, os administradores públicos se revezam em maldades, mas quem sofre é sempre o povo. O que está fugindo da percepção é que chegamos a um tal ponto de comprometimentos e problemas que aumentar impostos e subir o nível de encarecimento dos produtos é desaquecer ainda mais as caldeiras da economia e alimentar uma paralisia insuportável. Se observarmos bem vamos notar que o governo não está preocupado em consertar nada. O que se busca a qualquer custo é deixar livre o caminho dos gastos que podem interferir no resultado das eleições municipais. É a luta pelo poder. Não é luta para consertar economia, defender empregos e salários e nem colocar o país no rumo do crescimento.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

You'll Never Know - Harry James & Rosemary Clooney

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AUMENTO DE IMPOSTO MAIS CORRUPÇÃO



  

Malco Camargos



O cenário vivido pela presidente Dilma atualmente não se parece com nenhum outro enfrentado durante os mandatos do Partido dos Trabalhadores. Pela primeira vez a necessidade de ajuste econômico acontece concomitantemente a escândalos de corrupção.

Cenários adversos não são novidades durante os últimos 13 anos. Quando Lula assumiu a Presidência da República, em 2003, os indicadores da economia se deterioraram rapidamente a partir da insegurança em relação aos rumos que o novo governo iria tomar. O risco Brasil aumentou, o capital internacional diminuiu e a inflação estava crescente. A receita aplicada por Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, e por Antônio Palocci, ministro da Fazenda, foi o corte de despesas para gerar o superávit primário, a elevação da taxa de juros e a manutenção do acordo com o Fundo Monetário Internacional – solução mais ortodoxa impossível.

No final do primeiro mandado, depois de colher bons frutos na economia, os problemas vividos pelo PT eram de outra ordem. Nos anos de 2005 e 2006 foi desnudado o escândalo do mensalão, que consistia no pagamentos de propinas a parlamentares para que estes votassem a favor de projetos do governo. Neste escândalo foram cassados 18 parlamentares e dois dos principais ministros do governo federal foram indiciados: Antonio Palocci e José Dirceu.

Contudo, em 2006, mesmo com a cúpula do seu governo sendo processada e vários parlamentares do PT e da base aliada sendo julgados pelo STF, o presidente Lula conquistou sua reeleição ancorado na reordenação dos investimentos sociais e nos bons resultados da economia durante o seu primeiro mandato.

Em 2008 o país enfrentou nova crise econômica, desta vez por problemas externos. A crise no sistema bancário nos Estados Unidos gerou quedas das bolsas de todo o mundo e, no Brasil, convivemos novamente com a escassez de recursos e alta do dólar. Porém, a política de incentivo ao consumo implementada pelo governo federal fez com que os impactos fossem pequenos nos orçamentos das famílias brasileiras.

Dilma entrou para a história em 2010 como a primeira mulher presidente da República, ungida pelas mãos de seu criador, Lula. No primeiro mandato a economia vinha apresentando sinais de deterioração com o esgotamento do modelo de incentivo ao consumo e falta de controle de gastos e represamento de preços públicos.

Atualmente, a piora nas contas públicas e aumento da inflação e desemprego leva à necessidade de novo ajuste econômico, porém, desta vez, associado ao escândalo de corrupção na Petrobras. Esse cenário faz com que parte significativa da opinião pública critique o governo por três vieses: uns pela necessidade e consequências sofridas no ajuste fiscal, outros que reclamam por uma política mais ética e um terceiro grupo que responsabiliza a corrupção pelo ajuste. A combinação entre os dois fatores, ajuste econômico e corrupção, tem sido para o governo como a junção de fogo e gasolina.

(* Doutor em Ciência Política, professor da PUC Minas e diretor do Instituto Ver)

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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