Márcio
Doti
Há uma
quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres: as que trabalham
sonhando enriquecer e temendo empobrecer. É sobre essas que devemos lançar mais
impostos, cada vez mais, sempre mais! Quanto mais lhes tirarmos, mais elas
trabalharão para compensar o que lhes tiramos. Formam um reservatório
inesgotável. É a classe média!
A luta por receita se transformou num
“salve-se quem puder” no que diz respeito aos administradores públicos, de
ponta a ponta. Andam na contramão da realidade do país na medida em que todos
os setores experimentam os rigores da crise. Nessa febre por arrecadação o
único que não escapa, pelo que se tem visto de apetite, criatividade e falta de
escrúpulos é o pobre do contribuinte que paga, paga, paga, mas não leva o que
deveria levar de serviços públicos – escola, cuidados médicos e segurança.
Alta generalizada
O governador Fernando Pimentel
resolveu promover uma alta generalizada em praticamente todo o sistema de
arrecadação do estado, indo de energia elétrica a transportes, comunicação,. Na
fúria por arrecadar e fazer dinheiro, o Governo de Minas não se importa de
penalizar ainda mais o[/TXT_COL]s setores produtivos do estado que, como o
resto do país, vive a grande crise que o próprio governador ajudou a instalar
quando era ministro do governo Dilma e conduzia a pasta do Desenvolvimento. O
ministério manda no BNDES que tomou dinheiro do Tesouro Nacional e emprestou
com juros subsidiado, numa conta que segundo o próprio Tesouro vai representar
um prejuízo de R$ 38,6 bilhões no próximo ano.
Que custo terá toda essa febre
arrecadatória em cima dos meios de produção do estado é o que veremos no
próximo ano, quando a cobrança dos impostos vai coincidir com o que
especialistas estão prevendo como agravamento da crise econômica. Essa elevação
nos valores do ICMS será quantia considerável e impactante nesse tempo de
“vacas magras”, literalmente. Para praticar essa investida sobre os bolsos dos
mineiros o governador Pimentel certamente contará com a ajuda da bancada
governista na Assembleia Legislativa de Minas, até aqui constituída por uma
oposição que é minoria, mas tem lutado o quanto pode, no entanto, a grande
maioria é constituída de bonequinhos, não como aquele do Lula, o Pixuleco, mas
como um Imposteco, sempre disposto a abanar a cabeça afirmativamente para atender
aos lances de criatividade dos palácios de Minas.
As investidas federais vamos tratar na
próxima edição. Os lances de ontem à noite foram até tarde e essa história do
sofrimento do contribuinte brasileiro precisa ser contada em capítulos. Há uma
burocracia muito organizada e sempre disposta a descobrir fórmulas e sistemas
para arrecadar e para gastar até o dinheiro alheio como é o caso da utilização
dos depósitos judiciais.
Quem sofre é o povo
A burocracia é organizada, os
administradores públicos se revezam em maldades, mas quem sofre é sempre o
povo. O que está fugindo da percepção é que chegamos a um tal ponto de
comprometimentos e problemas que aumentar impostos e subir o nível de
encarecimento dos produtos é desaquecer ainda mais as caldeiras da economia e
alimentar uma paralisia insuportável. Se observarmos bem vamos notar que o
governo não está preocupado em consertar nada. O que se busca a qualquer custo
é deixar livre o caminho dos gastos que podem interferir no resultado das
eleições municipais. É a luta pelo poder. Não é luta para consertar economia,
defender empregos e salários e nem colocar o país no rumo do crescimento.




