quinta-feira, 23 de julho de 2015

OPINIÃO EXTERNA



Situação no Brasil é como 'filme de terror sem fim', diz 'Financial Times'
Segundo o jornal, crises econômica e política simbolizam 'podridão crescente' no país; Dilma poderá enfrentar ' tempos mais difíceis'.

Da BBC 


A atual situação do Brasil é comparável a um "filme de terror sem fim" devido às crises política e econômica, disse o jornal britânico Financial Times em editorial nesta quinta-feira (22).



Jornal cita pedidos de impeachment da presidente Dilma, mas diz que saída "ainda parece improvável" (Foto: AP)

No texto, intitulado "Recessão e corrupção: a podridão crescente no Brasil", o principal diário de economia e finanças da Grã-Bretanha diz que "incompetência, arrogância e corrupção quebraram a magia" do país, que poderá enfrentar "tempos mais difíceis."
Segundo o FT, "a maior razão" da crise enfrentada pela presidente Dilma Rousseff seria o escândalo de corrupção na Petrobras, desvendada pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Dezenas de políticos e empresários são investigados sob suspeita de participação no esquema de desvio na estatal.
"O Brasil hoje tem sido comparado a um filme de terror sem fim", diz.
Dilma foi presidente do Conselho de Administração da Petrobras entre 2003 e 2010, quando acredita-se que parte do esquema tenha sido realizado, mas nega conhecimento das irregularidades e não foi citada por delatores que cooperam com as investigações.
incompetência, arrogância e corrupção quebraram a magia" do país, que poderá enfrentar 'tempos mais difíceis.'"
Financial Times
"Poucos acreditam que Dilma seja corrupta, mas isso não significa que ela esteja segura", diz o jornal, citando os crescentes pedidos pelo impeachment da presidente.
Há suspeita de que parte do dinheiro desviado da Petrobras possa ter sido usado no financiamento de sua campanha eleitoral.
Além disso, diz o jornal, a presidente enfrenta suspeitas sobre contas de seu governo, em manobras que ficaram conhecidas como "pedaladas fiscais."
"Cada um (dos casos) poderia ser suficiente para impeachment", diz o texto, que diz que a saída da presidente "ainda parece improvável."

'Tempos mais difíceis'
O jornal cita, também, a investigação do Ministério Público sobre a suspeita de tráfico de influência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teria ajudado a construtora Odebrecht a conseguir contratos no exterior - que também é investigada pela Lava Jato - e o rompimento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, com o governo após ter sido citado por um delator na investigação da Petrobras.
"Até agora, políticos em Brasília tem preferido que Dilma siga no poder e assuma os problemas do país. Mas este cálculo pode mudar para tentarem salvar a própria pele", diz o jornal.
O FT escreve, no entanto, que as investigações "demonstram a força das instituições democráticas do Brasil, "um país em que os poderosos se colocam acima da lei". Como exemplo, cita a prisão de Marcelo Odebrecht, presidente da construtora.
"Dilma enfrenta três anos solitários como presidente. Brasileiros são pragmáticos, então o pior cenário de impeachment caótico deve ser evitado. Mesmo assim, os mercados começaram a precificar o risco. Pode ser que tempos mais difíceis estejam adiante do Brasil", diz.
Além das questões políticas, o jornal menciona a situação econômica do país - cujo Banco Central estima retração de mais de 1% neste ano - e elogia Dilma por ter "revertido sua fracassada 'nova matriz econômica'" do primeiro mandato.
O diário cita o aumento dos juros para combater a inflação e os esforços para conter gastos públicos, medidas "necessárias mas dolorosas" que reduziram salários, aumentaram o desemprego, afetaram a confiança de investidores e "demoliram" a popularidade da presidente para o nível mais baixo da história.

MORRE O AUTOR FAVORITO DE OBAMA



E. L. Doctorow: morre o autor que ousou reinventar a América
Estadão Conteúdo





          E. L. Doctorow faleceu vítima de complicações advindas de um câncer pulmonar

Autor preferido do presidente Barack Obama depois de Shakespeare, E. L. Doctorow morreu na terça-feira (22), aos 84 anos, em Nova York, vítima de complicações advindas de um câncer pulmonar. A preferência de Obama se explica parcialmente pela coragem com que Doctorow, autodefinido como um "social-democrata de esquerda", teve ao contar um caso extremo de racismo em "Ragtime" (1975), livro que o tornou famoso, vagamente inspirado numa novela do século 19, Michael Kohlhaas, escrita pelo romântico Heinrich von Kleist (1777-1811). Doctorow só tomou emprestado do poeta alemão o tema, desenvolvido com habilidade para se adaptar à época e local retratados em seu livro - os EUA na era do ragtime, quando nasceu o movimento trabalhista americano e a luta pela emancipação das mulheres. Nele, um pianista negro, que tenta se integrar à sociedade dos brancos, é violentamente humilhado, causando nele ressentimento e ódio, a ponto de fazer justiça com as próprias mãos depois que sua mulher é assassinada.

Doctorow, professor de literatura de grande autores como Richard Ford, é o cronista maior da América do último século. É possível dispensar os livros de história do século 20 se unirmos todos os seus romances numa linha de tempo - eles cobrem os principais acontecimentos nos EUA. "Ragtime" é um panorama das duas primeiras décadas do século passado. "O Livro de Daniel" (1971), retrata o clima de perseguição e a paranoia que marcou a América dos anos 1950, elegendo como protagonista Daniel, o filho de Julius e Ethel Rosenberg, executados em 1953 como espiões da URSS.

Outro caso real que inspirou Doctorow a escrever um de seus mais tocantes livros foi o de dois irmãos excêntricos soterrados pelo acúmulo de lixo (140 toneladas) em sua casa da Quinta Avenida, em Nova York: "Homer e Langley" (2009) ficcionaliza a história real dos irmãos Collyer, afetados por um transtorno que ficou conhecido como "compulsive hoarding" - o acúmulo compulsivo de coisas sem propósito aparente. Poderia ser uma alegoria barata da América nas mãos de um escritor mediano, mas é um épico sobre a deterioração mental que lembra Beckett por força das características de seus personagens - um cego em cadeira de rodas, vivendo sob entulho e alimentado pelo irmão, que morre com ele em meio ao lixo.

O escritor não adotou como modelos apenas personagens consagrados pela história. Ele foi um dos pioneiros da chamada autoficção, cruzando dados biográficos com invenção em "Feira Mundial" (1985). O protagonista da história tem o mesmo prenome do autor, Edgar, e nove anos de idade. Sua percepção é tão aguda quanto a de Doctorow, pois, ao visitar uma feira mundial nos anos 1930, fica inicialmente maravilhado com o futuro que a exposição promete, para, na segunda visita, descobrir que tudo não passava de um cenário mal pintado.

Essa visão distópica marca grande parte da produção de Doctorow, cuja livro mais citado por seus pares é "A Marcha" (2005), premiado com o Pen/Faulkner, ficção histórica sobre o general William Tecumseh Sherman, que, em 1864, arrasou várias cidades por onde passou. O último livro de Doctorow, nascido em 1931 numa família de imigrantes judeus russos, foi "O Cérebro de Andrew" (Andrew’s Brain), lançado no ano passado, outro exercício beckettiano em que um homem cheio de culpa conversa com outro sobre o qual nada se sabe.   
                                                                                                                                                      As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

EXPLICAR O INEXPLICÁVEL



Defesa quer prazo maior para explicar anotações de Odebrecht
Estadão Conteúdo



A defesa de Marcelo Odebrecht solicitou nesta quarta-feira (22), ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações penais da 'Lava Jato', um prazo maior para explicar as anotações que aparecem no celular do executivo. Na terça (21), o juiz deu prazo de dois dias, que se encerra nesta quinta-feira (23), para os defensores da empreiteira explicarem anotações no aparelho do executivo que levantaram suspeitas da Polícia Federal ao mencionar termos como "dissidentes PF" e "trabalhar para parar/anular" a investigação.

Na petição encaminhada à Justiça Federal, os advogados Dora Cavalcanti e Augusto de Arruda Botelho, que defendem Marcelo Odebrecht, alegam não tinham conhecimento das anotações que estavam arquivadas no aparelho pessoal do executivo. "O prazo assinalado, a toda evidência, não pode ser cumprido, na medida em que os esclarecimentos a serem prestados versam sobre anotações que estariam armazenadas em telefone do peticionário, e das quais a defesa jamais teve conhecimento - razão pela qual, por óbvio, delas não pode tratar sem no mínimo antes conversar com Marcelo", afirmam os advogados.

Dora Cavalcanti e Augusto de Arruda Botelho ainda citam a frase de Moro "tudo está sujeito a interpretação" no despacho que determinou o prazo até quinta, para argumentar que apenas Marcelo Odebrecht pode explicar o teor das anotações que, para a Polícia Federal, apontam suspeitas de que o executivo estaria querendo prejudicar as investigações.

"Sendo assim, para que os signatários possam atender à intimação, é a presente para requerer que o tempo da próxima visita de caráter reservado a Marcelo - que ocorre todas as quintas-feiras, e, portanto, acontecerá amanhã - seja estendido para além dos habituais 30 minutos", seguem os defensores.

Os advogados pedem que o prazo para dar as explicações comece a contar a partir do encontro deles com Marcelo Odebrecht, nesta quinta.

Para a Polícia Federal, há indícios de que o empresário, preso desde 19 de junho, lançou mão de uma estratégia de confrontar as investigações da 'Lava Jato', buscando criar "obstáculos" e "cortinas de fumaça", que contaria com "policiais federais dissidentes", dupla postura perante a opinião pública, apoio estratégico de integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ataques às apurações internas da Petrobrás.

"O trecho mais perturbador é a referência à utilização de 'dissidentes PF' junto com o trecho 'trabalhar para parar/anular' a investigação", alerta o juiz da 'Lava Jato' no despacho em que intima a defesa do empreiteiro. Para Moro, "sem embargo do direito da defesa de questionar juridicamente a investigação ou a persecução penal, a menção a 'dissidentes PF' coloca uma sombra sobre o significado da anotação".

CONTAS PENDENTES



Oposição quer apressar análise de contas do governo no Congresso

Daniel Carvalho




Os partidos de oposição querem acelerar a análise das contas do governo no Congresso após a apresentação da defesa do governo ao Tribunal de Contas da União (TCU) no processo das chamadas "pedaladas fiscais".

O parecer do TCU deve chegar ao Legislativo em agosto, após o julgamento no plenário da Corte. "Acho que agora é que tem que acelerar e votar todas as contas", disse o líder interino do PSDB na Câmara, Nilson Leitão (MT). "Tudo o que for aliado da oposição para combater o que está acontecendo no Brasil e, acima de tudo, para confrontar o governo, vamos acelerar o processo."

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pretende colocar em votação na volta do recesso as contas pendentes de governos anteriores. Há 16 contas dos ex-presidentes Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, além da própria Dilma Rousseff, para serem julgadas. No entanto, apenas cinco já estão prontas para votação em plenário.

O parecer elaborado pelo TCU será analisado pela Comissão Mista de Orçamento, composta por deputados e senadores. A comissão tem até 40 sessões para emitir o parecer que será levado a plenário.

Mais do que técnico, o tempo de apreciação das contas é político. "Se o rito de apreciação e votação das demais contas fluir, eu até vou seguir a mesma agenda. Se não fluir, evidentemente que a gente pode priorizar esta conta", afirmou o líder do DEM, Mendonça Filho (PE).

Para alguns oposicionistas, o clima de instabilidade provocado pelo rompimento político entre Cunha e o governo exige cautela para a apreciação das contas. "Depois desse rompimento, a gente não sabe dizer qual o sentimento da Casa", afirmou o líder do PSC, deputado André Moura (SE), aliado do presidente da Câmara.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

FALTA GOVERNO



  




No ano de 1929, nos Estados Unidos, aconteceu o que ficou registrado como o Crack da Bolsa de Nova York. O preço das ações despencou, lançando todo o país, e logo depois o mundo, em uma profunda recessão. Bancos, indústrias e comércio se descapitalizaram da noite para o dia e fecharam as portas, o que fez com que o desemprego explodisse. Após quatro anos de estagnação, em 1933 foi eleito presidente Franklin Delano Roosevelt, que implantou o New Deal (ou Novo Acordo).

O plano era um conjunto de medidas econômicas e sociais para reerguer o país, e que rompia com um dos dogmas do capitalismo norte-americano: estabelecia forte intervenção do Estado na economia, uma heresia para os liberais.

Entre as ações estavam pesados investimentos em obras públicas, reforço creditício à agricultura e redução da jornada de trabalho para ampliar o número de empregos. Em poucos anos os EUA recuperaram o seu poderio.

Resguardadas as proporções, o Brasil enfrenta hoje um período também de recessão, crescimento do desemprego e inflação em alta. É o momento de o governo investir mais em infraestrutura para estimular a economia. Mas o que se constata é que a cada dia os recursos para essas obras são mais reduzidos.

Reportagem nesta edição mostra que para Minas, por exemplo, mesmo os recursos já prometidos não têm sido honrados. Dos valores do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – um nome que chega a ser irônico, na atual situação –, o Estado só viu chegar menos de um terço da verba, conforme revela o programa do Senado de acompanhamento da execução orçamentária federal.

O emaranhado de cifras mostra que o governo vem “rolando” o pagamento das obras de um ano para o outro, incluindo no orçamento de 2015 o que já deveria ter sido feito em 2014, por exemplo. São os chamados restos a pagar, uma medida emergencial que acabou virando prática corriqueira.

As obras tratam de recuperação e manutenção de estradas, construção de contornos ferroviários e rodoviários, além de barragens. Seriam iniciativas importantes na geração de empregos, mas o governo parece estar esperando que as forças do mercado, por si só, superem a recessão.

OLHO: O emaranhado de cifras mostra que o governo vem “rolando” o pagamento das obras de um ano para o outro, incluindo no orçamento de 2015 o que já deveria ter sido feito em 2014, por exemplo.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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