sábado, 6 de setembro de 2014

MENSALÃO DA PETROBRAS



VAMOS TER ELEIÇÃO?  NUNCA HOUVE UM ESCÂNDALO TÃO GRANDE COMO ESTE

Mensalão da Petrobras

O ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa entrega à Polícia Federal detalhes e nomes de políticos da base aliada do governo envolvidos naquele que pode ser o maior escândalo de corrupção da história da República

Na noite de sexta-feira 5, a presidenta Dilma Rousseff e o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, convocaram uma reunião emergencial no Palácio da Alvorada, em Brasília. O encontro, em clima de elevadíssima tensão, destinou-se a discutir o depoimento à Polícia Federal do ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa, considerado o principal arquivo-vivo da República e detentor dos segredos da maior estatal do País sob o jugo petista. Há poucas semanas, Costa dizia que não haveria eleições neste ano se ele revelasse tudo o que sabe. Desde a sexta-feira 29, ele começou a cumprir sua ameaça. O teor das revelações, vazadas até agora, em regime de delação premiada é nitroglicerina pura. Tão bombástico que um assessor palaciano definiu assim o estado de espírito dos petistas reunidos no Alvorada: “Estão todos atônitos. A crise é séria”, afirmou. O depoimento de Paulo Roberto Costa evidencia a existência de caixa dois de campanha no financiamento de políticos aliados do governo Dilma.

O DELATOR
Paulo Roberto Costa começou a depor no dia 29 na PF,
em sessões que duraram até quatro horas
Segundo Costa, o PT e seus aliados montaram uma espécie de mensalão 2.0 na Petrobras. O dinheiro desviado, segundo ele, irrigava as contas de governadores, 12 senadores, do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e pelo menos mais 50 deputados integrantes do PMDB, PP e PT, partidos da base de apoio à presidenta Dilma Rousseff no Congresso. Também foi citado por Costa o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Participariam do esquema os senadores Fernando Collor (PRB-AL), José Sarney (PMDB-AP) e a governadora do Maranhão, Roseana Sarney. O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), um dos pontas de lança do movimento “Volta,Lula” no Congresso, também teria sido mencionado pelo ex-diretor da Petrobras. “Todo dia tinha político batendo na minha porta”, afirmou Paulo Roberto Costa na delação premiada, com a intenção de dar a dimensão do estreito relacionamento com grandes empreiteiras e parlamentares de diversos matizes. Os políticos receberiam, segundo Costa, 3% do valor dos contratos da Petrobras exatamente no período em que ele comandava o setor de distribuição da estatal, entre 2004 e 2012. Ainda em seu depoimento, Paulo Roberto Costa reconheceu pela primeira vez que as empreiteiras contratadas pela Petrobras eram obrigadas a fazer doações para um caixa paralelo que abasteceria partidos e políticos que apóiam Dilma. Haveria, de acordo com ele, um “cartel de empreiteiras” em todas as áreas da estatal. O ex-diretor da Petrobras ainda mencionou uma conta de um operador do PMDB em um banco europeu. Por causa da citação aos políticos, que detém foro privilegiado, os depoimentos serão enviados à Procuradoria Geral da República. Mas os procuradores afirmam que só irão receber a papelada ao término da delação. A expectativa é de que novos nomes de políticos possam aparecer.

CORRUPÇÃO
Na sede da Petrobras, Costa diz que recebia pedidos
diários de políticos e donos de empreiteiras

A rede de corrupção na Petrobras era ampla. Os desvios envolveriam desde o funcionário do terceiro escalão até pesos pesados da cúpula da empresa, durante a gestão de Paulo Roberto Costa na diretoria de Abastecimento. Não se sabe ainda o montante do desvio, mas só na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que custou R$ 40 bilhões e foi a obra mais cara da Petrobras tocada por Costa, o esquema criminoso movimentou pelo menos R$ 1 bilhão, o que já faz deste o maior escândalo da República recente. Segundo a Polícia Federal, os contratos eram superfaturados e o sobrepreço era repassado pelas empreiteiras ao doleiro Alberto Youssef. Ao doleiro, ainda de acordo com a PF, cabia a distribuição do suborno aos políticos.

Potencialmente devastador, o conteúdo dos depoimentos pode até alterar novamente o rumo das eleições presidenciais. Com viagem marcada para o Rio de Janeiro na sexta-feira 5, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Thomas Traumann, teve de permanecer em Brasília, a pedido da presidenta Dilma, para pilotar o desenrolar da crise. Dilma se preparava para um comício eleitoral em Porto Alegre. Diante do novo quadro, voou às pressas para Brasília. Também participou do encontro no Alvorada o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso. Na reunião, ficou acertado que o Planalto entraria em contato com integrantes da base de sustentação de Dilma para que afinassem o discurso que seria adotado no fim de semana para rebater as acusações. Dentro dessa estratégia, o vice-presidente da República, Michel Temer reuniu-se com lideranças do PMDB de diversos estados, em São Paulo, na noite de sexta-feira 5. O temor no governo é o potencial do abalo na campanha eleitoral de Dilma faltando menos de um mês para as eleições. Os beneficiários diretos seriam, obviamente, a candidata do PSB, Marina Silva, e o do PSDB, Aécio Neves. A preocupação do Planalto é de que a eleição seja liquidada no primeiro turno ou que Dilma seja alijada da segunda etapa da disputa presidencial.

ACUSADOS
Os presidentes da Câmara, Henrique Alves (acima), e do Senado,
Renan Calheiros (abaixo) estão entre os parlamentares
citados por Paulo Roberto Costa

Segundo a PF, os depoimentos de Paulo Roberto Costa foram longos. No primeiro dia, sexta-feira 29, a delação teria durado quatro horas. “Estou exausto, mas aliviado”, teria dito Costa a um advogado do Paraná. As falas do ex-executivo da Petrobras foram todas filmadas numa sala da Custódia da PF em Curitiba. No final de cada dia, os depoimentos são lacrados, criptografados pelo Ministério Público Federal e remetidos à Procuradoria Geral da República.
O depoimento de Paulo Roberto evidencia a existência de caixa dois de campanha
no financiamento de políticos aliados do governo Dilma
Alvo da Operação Lava Jato, Paulo Roberto Costa resolveu abrir o bico porque estava desesperado com a possibilidade de ser condenado a mais de 30 anos de prisão. O estopim foi a decisão de PF de promover buscas e apreensões em empresas de suas filhas, de seus genros e de um amigo dele no Rio de Janeiro. Numa das empresas alvo da devassa, os agentes da Polícia Federal identificaram indícios fortes de que o ex-diretor da Petrobras teria mais contas abertas fora do País. Há três meses, a Suíça transmitiu às autoridades brasileiras que Costa e seus parentes possuíam US$ 23 milhões em contas secretas naquele país. Essa foi uma das razões que levou o juiz Sérgio Moro a decretar em 11 de junho a prisão do ex-diretor da Petrobras.

O DOLEIRO

Alberto Youssef, preso, era o encarregado de distribuir a propina para políticos
Um dos negócios mencionados por Costa envolvendo Renan Calheiros é a combinação feita com o doleiro Alberto Yousseff para que o Postalis, fundo de pensão dos Correios, comprasse R$ 50 milhões em debêntures emitidos pela agência Marsan Viagens e Turismo. Yousseff, segundo investigação da PF, era um dos investidores dessa agência. O doleiro teria encontrado Renan em Brasília, em março deste ano, para tratar da comissão que caberia ao PMDB no negócio. A transação, porém, não teria ocorrido por causa da inesperada prisão da dupla Yousseff e Paulo Roberto Costa. Mas o esquema estava armado. O fundo de pensão Postalis é controlado por PMDB e PT desde o início do governo petista. Um notório apadrinhado de Renan, o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, também mantinha estreita relação com Paulo Roberto Costa, segundo as investigações da PF. O nome de Machado aparecia por quatro vezes em anotações na agenda do ex-executivo da estatal. Próximo ao número de celular do presidente da Transpetro, aparecia uma menção a “curso c/Sérgio Machado, 5%”, ao lado do valor R$ 5 mil e da inscrição “dois meses”.

NO MINISTÉRIO
O ex-diretor da Petrobras envolve também o ministro
das Minas e Energia, Edison Lobão

Reportagem de ISTOÉ havia antecipado em abril deste ano que o esquema de Yousseff e Paulo Roberto Costa operava nos Correios. O elo entre o doleiro e a estatal seria a JN Rent a Car, cujo nome fantasia é Renacar. Esta empresa de aluguel de carros, sediada em Londrina (PR) e pouco conhecida no mercado, embolsou, em oito anos, mais de R$ 77,5 milhões em contratos com os Correios. No inquérito da PF, a JN aparece fazendo transações financeiras com a MO Consultoria, do doleiro Youssef. De 2005 até 2013, a locadora de veículos multiplicou seus ganhos nos Correios em até 20 vezes, com a ampliação e renovação automática de contratos que receberam nada menos que dez aditivos. O proprietário da JN Rent a Car é uma figura conhecida do meio político e policial: trata-se de Assad Jannani, irmão e um dos testas de ferro do ex-deputado José Janene (PP), réu do mensalão que morreu em 2010 de enfarte e que era um dos parlamentares mais próximos de Youssef. Agora, um novo elo com a estatal é confirmado, desta vez por intermédio de Renan.

Segundo o ex-diretor da Petrobras, havia um cartel de empreiteiras em
todas as áreas da estatal. Elas utilizavam um operador do
PMDB que tinha uma conta num banco europeu

CAMPANHA
Dilma com Lula e Lobão nos tempos em que era ministra:
escândalo deve virar arma da oposição contra a presidenta

Paulo Roberto Costa entrou na Petrobras em 2003 pelas mãos do ex-presidente Lula. Paulinho, como era conhecido, era considerado uma das pessoas mais próximas do ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli. Delação premiada ou colaboração com a Justiça é a figura jurídica que prevê a redução de pena quando um réu fornece informações que possam esclarecer outros crimes. O acordo de Paulo Roberto Costa com a PF prevê que ele seja colocado em liberdade tão logo encerre os depoimentos. O trato precisa ser chancelado pelo Supremo Tribunal Federal, em processo que tem como relator o ministro Teori Zavaski. Confirmado o acerto, depois de solto, ele ficará um ano, em sua casa no Rio de Janeiro, usando uma tornozeleira eletrônica, sem pode sair para a rua. Até duas semanas atrás, o ex-executivo reclamava que estava sendo submetido a regime disciplinar muito rigoroso nas dependência da PF em Curitiba. Depois que começou a fazer suas revelações, o tratamento ficou mais brando. 

O doleiro Youssef teria um encontro com Renan Calheiros
para tratar de uma negociação nos correios

CORRUPÇÃO NO BRASIL



 TEM AQUELE DITADO – “NÃO HÁ BRUXAS, MAS, QUE ELAS EXISTEM, EXISTEM” – DA MESMA FORMA É A EXISTÊNCIA DA CORRUPÇÃO NO BRASIL EM TODOS OS NÍVEIS E SE HOUVER APURAÇÃO RIGOROSA NÃO SOBRA NINGUÉM PARA CONTAR A HISTÓRIA.

Ex-diretor envolve base de Dilma e Eduardo Campos

Nomes apontados como beneficiários de corrupção na Petrobras por Paulo Roberto Costa vão de parlamentares, como Renan e Henrique Alves, a Roseana Sarney, Sérgio Cabral e Eduardo Campos, diz a revista Veja. Confira a relação dos citados por ele em depoimento, segundo a semanal


Roberto Stuckert Filho/PR

Como o macacão autografado por Dilma, Paulo Roberto deixa sua assinatura nas costas dela
A edição da revista Veja que começou a circular neste sábado traz a relação de políticos (confira abaixo) que, segundo a semanal, foram apontados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa como beneficiários de um esquema de corrupção na estatal operado por ele em sua passagem pela diretoria de Abastecimento, entre 2004 e 2012. Os nomes remetem a aliados das duas candidatas que lideram as pesquisas eleitorais para a Presidência da República, Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB).
A relação dos citados pelo ex-executivo vai dos atuais presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) – dois dos principais aliados de Dilma no Congresso – até o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto em um desastre aéreo no último dia 13 e de quem Marina era candidata a vice-presidente. A participação de cada um dos mencionados ainda será objeto de investigação.
Nos depoimentos que prestou até agora à Justiça, por meio da chamada delação premiada – acordo que prevê a redução da pena do acusado em caso de colaboração efetiva com as investigações –, Paulo Roberto apontou o envolvimento dos seguintes políticos no desvio de dinheiro público da estatal:
Edison Lobão (PMDB) – ministro das Minas e Energia
João Vaccari Neto (PT) – secretário nacional de finanças do partido
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara
Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado
Ciro Nogueira (PP-PI), senador e presidente nacional do partido
Romero Jucá (PMDB-RR), senador e ex-líder dos governos FHC, Lula e Dilma
Cândido Vaccarezza (PT-SP), deputado federal
João Pizzolatti (PP-SC), deputado federal
Mario Negromonte (PP), ex-ministro das Cidades, ex-deputado e atual conselheiro do TCM-BA
Sergio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio de Janeiro
Roseana Sarney (PMDB), governadora do Maranhão
Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco e ex-candidato à Presidência, morto no dia 13 de agosto em um desastre aéreo
Segundo a revista Veja, Paulo Roberto entregou, ao todo, os nomes de três governadores (considerando-se aí a atual governadora Roseana Sarney e os ex-governadores Sergio Cabral e Eduardo Campos), um ministro (Edison Lobão), um ex-ministro (Mário Negromonte), seis senadores e 25 deputados, além do secretário de finanças do PT. O ex-diretor da Petrobras também confirma que houve pagamento de propina no negócio que resultou na polêmica compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. O prejuízo bilionário para a empresa brasileira com a compra da unidade norte-americana motivou a instalação da CPI da Petrobras.
O esquema partia de grandes empresas – a maior citada por ele é a Camargo Corrêa – que, para fechar contratos milionários com a Petrobras, transferiam parte do lucro a funcionários da estatal, a partidos da base do governo e a políticos. Estes, antes de receber, tinham o dinheiro lavado por doleiros.
De acordo com Paulo Roberto, relata Veja, algumas das maiores empreiteiras do país, como a Camargo Corrêa, participavam do esquema. Segundo o ex-diretor contou, elas transferiam parte do lucro a funcionários da estatal, a partidos e políticos da base aliada para fechar contratos milionários com a Petrobras. Antes de chegar ao destino final, o dinheiro era lavado por doleiro, diz a revista.
Os números dos envolvidos pelo ex-diretor no esquema operado e, agora, delatado por ele variam conforme a apuração. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Paulo Roberto disse que 32 parlamentares, um governador e cinco partidos políticos recebiam 3% de comissão sobre o valor de cada contrato da estatal no período em que ele comandava a diretoria de Abastecimento. O único nome mencionado na reportagem do Estadão é o do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
De acordo com a Folha de S. Paulo, 61 congressistas e pelo menos um governador receberam dinheiro desviado da empresa. A  exemplo de Veja, a Folha cita o envolvimento direto de três partidos da base de Dilma: PT, PMDB e PP.
Por envolverem parlamentares e ministro de Estado, os depoimentos serão remetidos ao Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por andar andamento e julgar processos contra autoridades federais. Réu em duas ações penais – uma sobre ocultação e destruição de documentos e outra sobre corrupção –, o ex-diretor da Petrobras aceitou a delação premiada para escapar de uma pena que poderia chegar a 50 anos.
Um dos principais alvos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, Paulo Roberto é acusado de ter recebido propina e de participar de um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. Ele está preso em Curitiba, mas, pelo acordo firmado, deverá ser posto em liberdade com uma tornozeleira assim que concluir a série de depoimentos.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

VIDA DE EMPRESÁRIO




Vida de Empresário

Falta de capital de giro pode levar empresa à falência

Mesmo em época de bons negócios, empreendedor precisa administrar bem entradas e saídas para não ser pego de surpresa


Calcular bem o dinheiro necessário para pagar as contas da empresa em dia pode ser uma questão de vida ou morte para as pequenas empresas
Uma das grandes armadilhas do mundo dos negócios é a falta de planejamento. Muitas vezes, um empreendedor abre uma pequena empresa, se empolga com as boas vendas e, de repente, é surpreendido por uma situação terrível: como não administrou bem quanto dinheiro entrou e quanto precisa para pagar funcionários e fornecedores, se vê impossibilitado de honrar seus compromissos no prazo e é obrigado a recorrer a empréstimos bancários. Os juros, então, começam a multiplicar o valor da dívida e, em pouco tempo, o empresário vai à falência.
Para evitar situações como essa, o empreendedor precisa administrar bem seu capital de giro, o dinheiro que a empresa precisa reservar para pagar suas contas em dia. Ele é formado pelo valor em caixa em um determinado momento, pelo dinheiro guardado no banco, pelo estoque de mercadorias e pelas contas a receber.
O capital de giro está relacionado ao fluxo de caixa – relação entre o dinheiro que entra e que sai do caixa – e a quantidade necessária para o funcionamento de uma empresa depende da relação entre o tempo que ela demora para receber os pagamentos dos clientes e o prazo que tem para pagar fornecedores e demais despesas, explica Wagner Viana, consultor financeiro do Sebrae-SP.
Por isso, mesmo empresas que têm lucro podem se enrolar se não prestarem atenção à quantidade de dinheiro em caixa e até falir, já que o faturamento de um mês para o outro. “Muitos pensam no investimento na hora de abrir uma empresa, mas se esquecem de que o capital de giro é um elemento importante”, alerta Gabriel Gaspar, consultor financeiro e presidente da plataforma de gestão financeira Nibo.
Quero ser grande

É muito comum pequenas empresas terem problemas de fluxo de caixa em momentos de expansão dos negócios. Em geral, quando as vendas aumentam, as despesas também crescem, por isso nessas situações é importantes planejar de forma antecipada qual será a fonte de recursos para financiar esse aumento “e ter cuidado, porque vender mais, mesmo com lucro, não é sinônimo de estabilidade financeira”, aponta Viana. Além disso, fatores imponderáveis, como aumento dos preços de insumos e inadimplência de clientes, podem exigir capital de giro extra, acrescenta o consultor do Sebrae.
Geralmente, empresas em fase de expansão precisam de investimentos adicionais, uma vez que a previsão de um faturamento maior vai se refletir em um volume maior de contas a quitar. Se faltar dinheiro para pagar o salário dos funcionários e as demais despesas antes de receber os pagamentos, será preciso investimentos adicionais.
A melhor forma de cobrir a necessidade adicional de capital de giro é usar o lucro gerado pela própria empresa, aconselha Viana. O ideal, segundo ele, é buscar receber antes do cliente e ampliar o prazo médio de pagamentos da empresa. Se os lucros gerados não forem suficientes para cobrir os gastos, o empreendedor pode recorrer a empréstimos bancários, mas deve ficar muito atento às taxas cobradas pelas instituições financeiras.  “Dívida no Brasil é cara. Em linhas gerais, fuja de empréstimos. Só valem a pena se o retorno for superior à taxa de juros”, aconselha Gaspar.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

PORQUE OS CANDIDATOS COMEM SEMPRE COXINHAS E PASTEL NAS CAMPANHAS?



O QUE A POLÍTICA E O PODER NÃO FAZEM!
Por voto, candidatos em campanha engolem de coxinha a mosca no café
James Cimino

Já é tradição durante a campanha eleitoral. Candidatos saem para a rua fazer o famoso "corpo a corpo", visitam comércios, beijam criancinhas, abraçam velhinhas e, entre uma atividade e outra, param em algum ponto para comer uma coxinha, lotar o prato no bandejão, encarar uma exótica buchada de bode e, para fechar o menu, um café frio com mosca. Sim, isso aconteceu em uma das campanhas do vereador paranaense Célio Guergoletto (PP-PR).

E como nestes casos o objetivo é mostrar para o povo que seu candidato não tem frescura e é gente como a gente, é importante não se abater com estes percalços e aceitar tudo que o eleitor lhe oferecer.

"Estávamos em um bairro bem pobre de Londrina e ele foi convidado por uma mulher para tomar um café em sua casa. Aceitou. Só que o café estava frio e, para piorar, tinha uma mosca na caneca. O pior é que não dava para cuspir. Ia parecer desfeita. Então ele ficou ali por vários minutos com a mosca na boca, a mulher falando e ele apenas concordando com a cabeça e fazendo 'hum-humm, hum-humm'. Só pôde cuspir quando saiu. Foi engraçado", conta o coordenador de campanha Claudio Osti, que trabalha com marketing político desde 1996.

Mas esse tipo de ação tem efeito na hora da eleição? Osti diz que funciona mais para "gerar mídia" e "fazer cena" para o horário eleitoral do que para gerar voto. "Nesses eventos não têm nem como passar qualquer mensagem política. Geralmente isso acontece em pontos tradicionais onde há muita concentração de pessoas. Então, em Curitiba, por exemplo, o candidato tem que ir tomar um café na Boca Maldita. Em Londrina, tomar uma vitamina em frente à Catedral e em qualquer outra cidade comer um pastel na feira."

Para Carlos Rayel, que coordena a imagem do candidato a governador Lúdio Cabral (PT-MT) e que já foi secretário de comunicação do ex-governador de São Paulo Orestes Quércia, o marketing alimentício só funciona quando é natural. Segundo ele, a ocasião em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso comeu buchada de bode e andou de jumento ficou parecendo "forçação de barra".

"Todo mundo sabe que ele tem hábitos bem mais requintados que aquele. Então funciona para o pessoal daquela região, mas fora dali não. O candidato daqui, por exemplo, é médico sanitarista de um região específica e sempre trata pessoas com hipertensão. Para ver se as pessoas tinham mudado seus hábitos alimentares, ele sempre fazia uma visita surpresa nas casas delas na hora do almoço. Aí resolvemos usar isso no programa eleitoral."

Rayel faz uma ressalva, no entanto. Segundo ele, é preciso considerar que, assim como o vereador paranaense, o ex-presidente provavelmente não teve como escapar do prato que lhe fora oferecido.

A consultora de comportamento Cláudia Matarazzo diz que, nestes casos, o candidato não deve recusar logo de cara qualquer comida que lhe seja oferecida, por mais indigesta que ela possa parecer. "Tem que ser delicadamente. Coma só um pouquinho, diz que acabou de almoçar ou enrola um pouco e diz que está atrasado."

No entanto, esta regra pode e deve ser quebrada quando o político tiver alguma restrição alimentar. "O Serra, por exemplo, tem problemas com lactose, a Marina Silva também tem várias restrições. A saúde em primeiro lugar", diz a consultora.

Há apenas um grande inimigo a ser evitado durante as campanhas, segundo os entrevistados: a maionese. "As campanhas têm sempre um problema: o almoço. O candidato está andando a manhã toda, para almoçar e o primeiro prato que aparece é a maionese, que foi feita horas antes. Tem muita chance de dar errado. Então, maionese jamais."

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...