Vida de Empresário
Falta de capital de giro pode levar empresa à falência
Mesmo em época de bons negócios, empreendedor precisa administrar bem entradas e saídas para não ser pego de surpresa
Calcular bem
o dinheiro necessário para pagar as contas da empresa em dia pode ser uma
questão de vida ou morte para as pequenas empresas
Uma das grandes armadilhas do
mundo dos negócios é a falta de planejamento. Muitas vezes, um empreendedor
abre uma pequena empresa, se empolga com as boas vendas e, de repente, é
surpreendido por uma situação terrível: como não administrou bem quanto
dinheiro entrou e quanto precisa para pagar funcionários e fornecedores, se vê
impossibilitado de honrar seus compromissos no prazo e é obrigado a recorrer a
empréstimos bancários. Os juros, então, começam a multiplicar o valor da dívida
e, em pouco tempo, o empresário vai à falência.
Para evitar situações como essa, o
empreendedor precisa administrar bem seu capital de giro, o dinheiro que a
empresa precisa reservar para pagar suas contas em dia. Ele é formado pelo
valor em caixa em um determinado momento, pelo dinheiro guardado no banco, pelo
estoque de mercadorias e pelas contas a receber.
O capital de giro está relacionado
ao fluxo de caixa – relação entre o dinheiro que entra e que sai do caixa – e a
quantidade necessária para o funcionamento de uma empresa depende da relação
entre o tempo que ela demora para receber os pagamentos dos clientes e o prazo
que tem para pagar fornecedores e demais despesas, explica Wagner Viana,
consultor financeiro do Sebrae-SP.
Por isso, mesmo empresas que têm
lucro podem se enrolar se não prestarem atenção à quantidade de dinheiro em
caixa e até falir, já que o faturamento de um mês para o outro. “Muitos pensam
no investimento na hora de abrir uma empresa, mas se esquecem de que o capital
de giro é um elemento importante”, alerta Gabriel Gaspar, consultor financeiro
e presidente da plataforma de gestão financeira Nibo.
Quero ser grande
É muito comum pequenas empresas terem problemas de fluxo de caixa em momentos de expansão dos negócios. Em geral, quando as vendas aumentam, as despesas também crescem, por isso nessas situações é importantes planejar de forma antecipada qual será a fonte de recursos para financiar esse aumento “e ter cuidado, porque vender mais, mesmo com lucro, não é sinônimo de estabilidade financeira”, aponta Viana. Além disso, fatores imponderáveis, como aumento dos preços de insumos e inadimplência de clientes, podem exigir capital de giro extra, acrescenta o consultor do Sebrae.
Geralmente, empresas em fase de
expansão precisam de investimentos adicionais, uma vez que a previsão de um
faturamento maior vai se refletir em um volume maior de contas a quitar. Se
faltar dinheiro para pagar o salário dos funcionários e as demais despesas
antes de receber os pagamentos, será preciso investimentos adicionais.
A melhor forma de cobrir a
necessidade adicional de capital de giro é usar o lucro gerado pela própria
empresa, aconselha Viana. O ideal, segundo ele, é buscar receber antes do cliente
e ampliar o prazo médio de pagamentos da empresa. Se os lucros gerados não
forem suficientes para cobrir os gastos, o empreendedor pode recorrer a
empréstimos bancários, mas deve ficar muito atento às taxas cobradas pelas
instituições financeiras. “Dívida no Brasil é cara. Em linhas gerais,
fuja de empréstimos. Só valem a pena se o retorno for superior à taxa de
juros”, aconselha Gaspar.
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