Está muito difícil ou
quase impossível dialogar, conversar ou mesmo chegar perto de qualquer político
brasileiro a não ser na época de eleições que alguns deles se deixam aproximar mais por interesses eleitoreiros do que por
conveniência. Vejam o caso das vaias dadas à nossa presidente nos jogos da
seleção brasileira que demonstram a insatisfação e reprovação do povo ao seu
governo e por causa delas a nossa presidente evita o contato popular. Já a
chancelar alemã, Ângela Merkel, que não tem apego ao poder, implacável com os
maus feitos que é, governa seu país com eficiência e respeito com os recursos
dos contribuintes e por esta razão, bem diferente da nossa presidente é cercada
de admiração e carinho pelo seu povo e pela classe política mundial. Prova
disso, visitando o nosso país com o objetivo de prestigiar a seleção da
Alemanha na Copa do Mundo, encanta pela sua simplicidade e foi aplaudida pelo
público da Arena Fonte Nova e humildemente após a partida vencida pela sua
seleção contra a seleção de Portugal, foi até o vestiário para cumprimentar e
abraçar cada jogador do seu país. Estes exemplos não vemos por aqui, está
faltando comunicação, calor humano, dos políticos, do judiciário e dos policiais
para com o povo e por isso transcrevemos o excelente artigo do Jornalista
Eduardo Costa sobre o assunto.
Vamos conversar?
Eduardo Costa (Jornalista)
Perdoem a
insistência, mas, preciso falar de novo na falta de aptidão de nossos
governantes para a missão de liderar. Eles são políticos, porém, ignoram a mais
pueril das artes que é a de ouvir, dialogar, admitir o contraditório.
Escondem-se, sistematicamente, por incompetência ou covardia. Agora, estamos na
iminência de uma guerra de liminares cujas consequências ninguém pode prever e,
pior, amanhã, que deveria ser dia de mais uma grande festa na Savassi pode ser
mais um tempo de medo. Tudo porque querem transferir para a Polícia Militar a
missão de governar.
Depois de um ano de apreensão, as manifestações voltaram, agora esvaziadas, mas, com dez ou quinze pessoas dispostas à quebradeira. Sem qualquer apoio institucional, e depois de assistir à destruição de um carro dentro do Detran, ataques à propriedades públicas e privadas, a PM resolveu fazer o cerco. Os manifestantes continuaram com o direito de gritar; os proprietários foram finalmente salvos da destruição. Vem um magistrado e resolve proibir a PM de cercar os manifestantes; o Estado recorre e o presidente do Tribunal de Justiça derruba a liminar com uma explicação óbvia: “A gravidade e a contundência da atuação criminosa eventualmente infiltrada nos movimentos populares”. Por enquanto, é o que vale, mas, a sexta-feira vai ser de pura ansiedade da possibilidade de novos arroubos forenses.
Por que tem de ser assim? Por que as autoridades, desde o secretário até o prefeito, desde os secretários até o governador, os deputados, juízes, promotores, vereadores, não conversam com os interessados. Ouvem os oficiais da PM, dos bombeiros, os lojistas, os moradores e, sobretudo, os manifestantes. Esses brasileiros indignados são a nossa futura elite política, então, por que temê-los? Deveriam ser reverenciados, como cidadãos que lutam por um mundo melhor, mais decente. Todo mundo foge, com medo da vaia, e fica esperando a Copa acabar para buscar a reeleição ou a manutenção da boca boa. Se, amanhã, quarenta ou cinquenta mil pessoas forem à Savassi, meia dúzia arrumar uma confusão, acontecer uma tragédia ou algum poderoso ficar contrariado, processo no tenente que estiver mais próximo. Covardia. Crueldade. Protesto não é problema de polícia. E quando ela é chamada, já se deve contar com a hipótese de ação vigorosa, cessadas as negociações.
Impressionante como nossos políticos são avessos à arte da política. Não ouvem, não ficam frente a frente com professor, delegado ou manifestante; não decidem, não assumem, só aparecem na foto se for ao lado do príncipe e longe do povo. Perdem as manifestações de pura confraternização que acontecem na cidade. Nunca, na história desse país, tivemos Copa tão bonita. E governantes assistindo tudo do sofá. Não adianta fugir porque em outubro haverá outro mata-mata.
Depois de um ano de apreensão, as manifestações voltaram, agora esvaziadas, mas, com dez ou quinze pessoas dispostas à quebradeira. Sem qualquer apoio institucional, e depois de assistir à destruição de um carro dentro do Detran, ataques à propriedades públicas e privadas, a PM resolveu fazer o cerco. Os manifestantes continuaram com o direito de gritar; os proprietários foram finalmente salvos da destruição. Vem um magistrado e resolve proibir a PM de cercar os manifestantes; o Estado recorre e o presidente do Tribunal de Justiça derruba a liminar com uma explicação óbvia: “A gravidade e a contundência da atuação criminosa eventualmente infiltrada nos movimentos populares”. Por enquanto, é o que vale, mas, a sexta-feira vai ser de pura ansiedade da possibilidade de novos arroubos forenses.
Por que tem de ser assim? Por que as autoridades, desde o secretário até o prefeito, desde os secretários até o governador, os deputados, juízes, promotores, vereadores, não conversam com os interessados. Ouvem os oficiais da PM, dos bombeiros, os lojistas, os moradores e, sobretudo, os manifestantes. Esses brasileiros indignados são a nossa futura elite política, então, por que temê-los? Deveriam ser reverenciados, como cidadãos que lutam por um mundo melhor, mais decente. Todo mundo foge, com medo da vaia, e fica esperando a Copa acabar para buscar a reeleição ou a manutenção da boca boa. Se, amanhã, quarenta ou cinquenta mil pessoas forem à Savassi, meia dúzia arrumar uma confusão, acontecer uma tragédia ou algum poderoso ficar contrariado, processo no tenente que estiver mais próximo. Covardia. Crueldade. Protesto não é problema de polícia. E quando ela é chamada, já se deve contar com a hipótese de ação vigorosa, cessadas as negociações.
Impressionante como nossos políticos são avessos à arte da política. Não ouvem, não ficam frente a frente com professor, delegado ou manifestante; não decidem, não assumem, só aparecem na foto se for ao lado do príncipe e longe do povo. Perdem as manifestações de pura confraternização que acontecem na cidade. Nunca, na história desse país, tivemos Copa tão bonita. E governantes assistindo tudo do sofá. Não adianta fugir porque em outubro haverá outro mata-mata.
Sobre o Autor
Antes de trabalhar no rádio, Eduardo Costa foi ascensorista
e office-boy de hotel, contínuo, escriturário, caixa-executivo e procurador de
banco. Formado em Jornalismo pelo UNI-BH, é pós-graduado em Valores Humanos
pela Fundação Getúlio Vargas, possui o MBA Executivo na Ohio University, e é
mestre em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais. Agora ele também está na grande rede!