quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

O GOVERNO ATUAL É MUITO FESTEIRO



Governo federal gasta R$ 47,2 milhões em festas e homenagens em 2016


Raul Mariano 







COMEMORAÇÃO – O presidente Michel Temer e a primeira-dama, Marcela Temer, brindam durante cerimônia de cumprimentos de fim de ano dos Oficiais-Generais

A polêmica licitação destinada à compra de sorvetes importados para o avião do presidente Michel Temer não se compara, nem de longe, ao que o governo federal gastou com festividades e homenagens neste ano.

Dados da ONG Contas Abertas revelam que R$ 47,2 milhões foram gastos pela União com eventos de janeiro a novembro de 2016. O valor seria suficiente para construir cerca de 675 moradias do programa Minha Casa, Minha Vida, considerando que cada unidade habitacional tenha o custo médio estimado em R$ 70 mil.

Conforme o levantamento, os desembolsos com festividades e homenagens são maiores, por exemplo, do que o valor investido em obras e na aquisição de equipamentos pelo Ministério do Meio Ambiente, que gastou R$ 45,1 milhões, e do Ministério das Comunicações, ao custo de R$ 19,1 milhões no mesmo período.

O dinheiro disponível para essas despesas também é maior do que a verba prevista para 2017 em programas destinados à preservação de florestas, prevenção e controle do desmatamento e incêndios, de atuação para controle e fortalecimento do Ministério Público e a para a Central de Atendimento à Mulher.

Festeiros
O Ministério da Cultura foi o maior responsável por estes gastos em 2016. A Pasta desembolsou R$ 12,5 milhões com itens como o coffee break do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na XX Feira Pan-Amazônica do Livro, por exemplo, que custou R$ 5 mil. Dentre os gastos ainda estão R$ 2,2 mil com buffet para realização do evento de encerramento da “Décima Primavera de Museus” do Museu Regional de São João del-Rei.

O Ministério da Educação ocupa o segundo lugar no ranking, com R$ 10,8 milhões pagos em comemorações neste ano. Na lista de despesas constam R$ 427 mil para a locação de equipamento de áudio, vídeo e foto para o congresso de 70 anos da Universidade Federal da Bahia.

Além disso, o mesmo evento demandou R$ 94,3 mil para aquisição de arranjos ornamentais, locação de toldos e UTI móvel.

No caso do Ministério da Defesa, o terceiro colocado, as despesas ficaram em R$ 6,2 milhões. Na lista de celebrações, serviços de buffet para passagens de comando, aniversário de corporações, despedidas, confraternizações, incluindo as de fim de ano, e até mesmo serviços para funeral.

Incoerência
Para o economista e fundador do Contas Abertas, Gil Castello Branco, os gastos com festividades e homenagens não condizem com a realidade fiscal do país. Para ele, falta ao governo uma postura mais rígida, já que o corte de gastos é indispensável para o reequilíbrio das contas públicas.

“Os custos deste ano foram menores do que os do ano passado, mas ainda assim são muito altos. Com Estados decretando calamidade, acho que os governantes precisam dar exemplos de austeridade. Há uma série dessas festividades que são totalmente dispensáveis. No caso dos militares, por exemplo, uma simples troca de comando gera gastos com buffet. É algo incabível”, avalia.

A secretaria da Presidência da República foi procurada pela reportagem, mas não se manifestou até o fechamento da edição.

Investimentos em segurança no trânsito ainda são insuficientes
Os investimentos governamentais voltados para reduzir o número de mortes nas rodovias brasileiras estão aquém do que poderiam em 2016. Dos R$ 997,1 milhões autorizados no orçamento para projetos relacionados à educação e segurança no trânsito, apenas 12,4% foram efetivamente desembolsados até o mês de novembro.



MONTANTE – Quase R$ 9 bilhões foram autorizados para ações preventivas de acidentes de trânsito entre 2008 e 2016; somente 18,7% desse total foram efetivamente utilizados
Os dados foram compilados pela ONG Contas Abertas e tiveram como base o Fundo Nacional de Segurança e Educação no Trânsito (Funset), gerenciado pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), do Ministério das Cidades, por intermédio do programa Mobilidade Urbana e Trânsito.

Na prática, a maior parte do orçamento autorizado para o Funset acabou alocado na chamada Reserva de Contingência. Em 2016, a rubrica representa 91% do total dos R$ 997,1 milhões orçados para o fundo. Em outras palavras, R$ 906,7 milhões ficam congelados no orçamento.

Isso acontece porque a Reserva de Contingência costuma ser utilizada para minimizar o déficit primário do governo federal, ou seja, os recursos são contingenciados e auxiliam no fechamento das contas. No ano passado, a reserva atingiu 85% do total dos R$ 982,4 milhões orçados para o fundo.

Sem novidade
O “congelamento” de recursos dentro do Funset, no entanto, acontece há anos. Os dados da Contas Abertas mostram que entre 2008 e 2016, considerando o período de janeiro a novembro, apenas R$ 1,7 bilhão foi efetivamente aplicado nas iniciativas de segurança e educação no trânsito. O montante representa apenas 18,7% dos R$ 8,9 bilhões autorizados durante os exercícios.

O Ministério das Cidades afirmou que “o contingenciamento orçamentário e financeiro diminui a capacidade do Denatran de enveredar esforços nas ações propostas pelo Funset”. Dessa forma, faltam recursos para fortalecimento do Sistema Nacional de Trânsito, para o fomento a projetos destinados à redução de acidentes no trânsito, para iniciativas de educação e cidadania no trânsito, assim como para publicidade dessas ações.

Rodovida
Hoje, a Operação Rodovida é a principal ação do governo para combater mortes no trânsito. A ação prevê fiscalização mais intensa em 100 trechos críticos de rodovias pelo país, com esforço integrado de órgãos federais, Estados e municípios.

VOCÊ É UM AUTOTÉLICO?



É possível ser feliz?

Simone Demolinari 






O estudioso e psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi chamou de autotélicas as pessoas que precisam de poucos bens materiais, pouco entretenimento, lazer, pouco conforto, poder ou fama, sendo mais autônomas e independentes por não se sentirem ameaçadas ou seduzidas pelas recompensas externas. São indivíduos que sentem prazer em tudo ao seu redor e realizados nas atividades que exercem.

Para entender melhor esse conceito é necessário a distinguir realização de sucesso. A realização é algo interno. Uma sensação que vem de dentro e se orienta para um fim que o próprio indivíduo se propõe. Daí a origem da palavra autotélico – “auto” que significa “por si mesmo” e “telos” que significa “fim”. Assim sendo, a experiência autotélica refere-se a uma atividade autossuficiente, envolvente, realizada sem a expectativa externa. Já o sucesso, ao contrário disso, é algo orientado “para fora”, para tudo que julgamos que irá impressionar os outros. Tem mais a ver com a vaidade e competitividade social.

Na visão de Mihály, uma pessoa autotélica sente-se realizada e preenchida porque suas habilidades se emparelham às suas oportunidades. Há um casamento perfeito entre a propensão para agir e a ação.

Contudo, isso é um fenômeno raro. O que geralmente ocorre é o inverso, um desencontro desses comportamentos. Por exemplo: um indivíduo que tem um desafio maior que suas habilidades, provavelmente sentirá ansiedade e angústia. Já aquele cujas habilidades são superiores ao desafio, se sentirá entediado. Porém, quando há um equilíbrio entre a habilidade e o desafio, surge a autotelia.

O estudo sugere que a felicidade depende das experiências autotélicas a partir de qualquer atividade, da mais útil a mais inútil; da mais simples a mais sofisticada, incluindo desde atividades criativas, música, esporte, jogos, aprendizado, hobbies até estudar, dirigir, limpar a casa, entre outras.

Este conceito nos ajuda a entender pessoas com alto nível de felicidade mesmo sem dinheiro. Decifra também a atitude daqueles que abandonam altos salários em busca de algo que faça mais sentido para sua vida. Afinal, sucesso financeiro nunca foi garantia de felicidade. Claro, que não pode faltar dinheiro para o básico como comida, alimentação, moradia e algum para o supérfluo também é importante. Contudo, a sensação de plenitude e autotelia não tem vínculo com bens materiais.

Pessoas autotélicas tendem a registrar permanentemente estados emocionais positivos. Sentem que sua vida é mais significativa, pois, para elas, o processo já é o próprio resultado. Possuem a competência de viver de maneira independente e com autonomia emocional. Estão inteiros em si, submersos no fluxo da vida.

Experiências autotélicas, este é meu voto para ano que se inicia!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

MORRE MAIS UM ASTRO DE "STAR WARS"



Morre, aos 60 anos, Carrie Fisher, a princesa Leia de 'Star Wars'

Folhapres 










"A última coisa que eu queria era entrar para a indústria do entretenimento, uma ocupação instável que distribuía doses homeopáticas de desconforto e humilhação como lanches mornos em exibições de filmes", lembra Carrie Fisher no livro "Memórias da Princesa" (ed. Bestseller).
Por uma ironia de proporções galáticas, contudo, a atriz que morreu nesta terça (27), aos 60 anos, acabou alçada ao posto de maior musa da história do universo nerd como a princesa Leia na saga "Star Wars", de George Lucas. A informação foi confirmada pelo porta-voz da família, Simon Halls, à revista "The Hollywood Reporter".
Fisher teve um ataque cardíaco durante um voo entre Londres e Los Angeles e foi internada em estado grave assim que o avião pousou, no último dia 23, mas não resistiu e morreu.
A atriz baixinha (tinha 1,55m de altura) de olhos castanhos, voz suave e tiradas sarcásticas soma 90 produções em sua filmografia, mas nenhuma que chegasse aos pés do impacto cultural que "Star Wars" exerceria, inclusive na vida pessoal de Carrie.
"Eu gostei de ser a princesa Leia. Ou do fato de a princesa Leia ser eu", escreve no seu livro de memórias. "Ao longo do tempo, passei a imaginar que nós duas viramos uma só."
DEBBIE REYNOLDS E WARREN BEATTY
A vida da californiana foi um epítome de Hollywood: nascida em Beverly Hills, em 1956, Carrie envolveu-se com drogas e com homens famosos (foi casada com o músico Paul Simon e revelou um affair por Harrison Ford), e esteve sob os holofotes desde criança. Ela era filha do cantor Eddie Fisher (1928-2010) com a atriz Debbie Reynolds, 84, de "Cantando na Chuva" (1952).
A aversão que de início nutria pela indústria do entretenimento se deveu em grande parte ao escândalo que foi o término do casamento de seus pais, em 1959, quando Carrie ainda não tinha completado 3 anos: Eddie trocou Debbie pela também atriz Elizabeth Taylor. Aos olhos de Carrie, sua mãe foi afundando na depressão ao mesmo tempo em que os bons papéis em Hollywood minguavam.
Foi justamente ao lado da mãe que Carrie estreou, em 1969, fazendo uma ponta no telefilme "Debbie Reynolds and the Sound of Children". E quando a mãe já estava pra lá de decadente, em meados dos anos 1970, a filha a acompanhava nos shows que ela fazia em clubes noturnos de Las Vegas, cantando em alguns números musicais junto do irmão mais novo, Todd Fisher.
Nessa época, Carrie se inscreveu no curso de atuação do Royal Central School of Speech and Drama, em Londres. Foi quando surgiu um teste para fazer um papel coadjuvante em "Shampoo" (1975), de Hal Ashby, que teria Warren Beatty, Goldie Hawn e Julie Christie no elenco.
No longa, Beatty faz o papel de um cabeleireiro que é amante de suas clientes, incluindo Lorna, vivida por Carrie Fisher. A atriz relataria o desconforto que era estar sob o escrutínio do ator, famoso pelos episódios de cafajestice, e que, segundo ela, não desgrudava os olhos de seus seios.

​OS COQUES DA PRINCESA LEIA
No começo de 1976, surgiria o teste que mudaria a vida da atriz. Num escritório insuspeito em Los Angeles, num prédio de cor creme e aspecto desgastado, dois diretores da chamada nova geração de Hollwyood, Brian de Palma e George Lucas, procuravam jovens atrizes para protagonizarem seus respectivos filmes.
O primeiro queria uma moça para o terror "Carrie, a Estranha", possibilidade pela qual Fisher se dizia mais atraída; o segundo queria alguém para participar de uma peculiar saga espacial que mais tarde se tornaria um fenômeno – mas para a qual, naquela época, ninguém dava qualquer trela. Era "Star Wars".
Rodado em boa parte na Inglaterra, ao longo de 1976, o primeiro episódio filmado da saga, "Guerra nas Estrelas" (posteriormente conhecido como "Uma Nova Esperança"), narra a aventura espacial de Luke Skywalker (Mark Hammill), incumbido de resgatar a princesa Leia, capturada pelo maligno Darth Vader.
Lançado em 1977, o filme que misturava fantasia e ficção científica inaugurou a era do merchandising pesado e dos blockbusters: o termo, que significa "arrasa-quarteirão", foi importado do léxico bélico, passando a designar filmes que provocavam filas que se arrastavam da porta dos cinemas por várias quadras.
AMASSOS COM HARRISON FORD
Carrie reserva muitas das páginas dedicadas à época das filmagens para descrever seu horror ao penteado de coques laterais da princesa, cuja elaboração a fazia acordar antes de todo mundo, falar das aulas que teve de tiro para viver a combativa princesa rebelde e, principalmente, de seu caso com o parceiro de cena, Harrison Ford.
A atriz descreve Ford como um homem de rosto sempre carrancudo, que parecia não se importar em agradar os outros e que desde o começo já exibia potencial para ser um astro do cinema.
Durante as filmagens na Inglaterra, a equipe fez uma festa-surpresa para comemorar os 32 anos de George Lucas. Carrie conta no livro que Harrison a "salvou", feito seu personagem, Han Solo, quando um grupo de ingleses da equipe de filmagem quis se aproveitar da embriaguez da atriz para levá-la sabe-se lá para onde. Juntos, os dois atores americanos deram uma escapada de carro.
O caso continuou, secreto, se alastrando pelos fins de semana de folga durante os três meses seguintes de filmagens. Segundo a atriz, foi tudo treino para os beijos que seus personagens só trocariam no filme seguinte da saga, "O Império Contra-Ataca" (1980).
Assim que a notícia do ataque cardíaco de Carrie Fisher se alastrou, o próprio Ford se manifestou, dizendo-se "chocado e triste com a notícia" sobre sua "querida amiga" ao site da revista "The Hollywood Reporter". Ford nunca se manifestou sobre o caso que ele teria tido com a companheira de cena.
Logo depois do lançamento de "Uma Nova Esperança", Fisher passou a namorar o músico Paul Simon, com quem se casou e permaneceu até 1983.
WOODY ALLEN
Carrie participou dos três filmes da trilogia clássica "Star Wars", que se completou em 1983, com "O Retorno de Jedi", filme em que ela aparece trajando o famoso biquíni metálico que acabou se tornando uma das mais famosas peças de vestuário do universo pop.
Mas seu rosto ficou tão marcado por interpretar a princesa Leia que a partir dos anos 1980, a atriz passou a estrelar apenas papéis coadjuvantes, em comédias como "Meus Vizinhos São um Terror", "Tem um Morto ao Meu Lado", "Um Sonho Chamado Fred" e "Loverboy".
Fez pontas em "Austin Powers" (1997), "Pânico 3" (2000) e "O Império (do Beisterol) Contra-Ataca" (2001), além de breves aparições em séries como "Frasier" e "Smallville".
Depois da época da trilogia, fez apenas dois filmes realmente relevantes: viveu a colega de Dianne Wiest em "Hannah e suas Irmãs" (1986), de Woody Allen, e interpretou Marie, companheira de Billy Crystal em "Harry & Sally: Feitos um para o Outro" (1989).

A partir dos anos 1990, passou também a fazer "script doctoring": lapidar roteiros alheios, como em "Máquina Mortífera 3", "O Último Grande Herói" e "Hook - A Volta do capitão Gancho", e até na segunda trilogia "Star Wars", feita entre o fim dos anos 1990 e o começo dos anos 2000.

COCAÍNA E TRANSTORNO BIPOLAR
Franca e ácida, Carrie nunca escondeu que era portadora de transtorno bipolar e que usou cocaína e outros remédios para mascarar os sintomas. Diz que no set de "O Império Contra-Ataca", boa parte da equipe estava sob os efeitos do pó, mas que seu consumo parecia ser maior do que o dos outros.
Em 1985, a atriz teve uma overdose de remédios e foi internada. A experiência rendeu o romance "Postcards from the Edge", que ela lançou em 1987, e que virou o filme "Lembranças de Hollywood" (1990), de Mike Nichols.
Sua relação com o universo de Hollywood era tão profunda que Carrie foi chamada por David Cronenberg para viver a si mesma em "Mapas para as Estrelas" (2014), sátira mordaz ao mundo das celebridades de Los Angeles.
Ela voltou a atuar no universo "Star Wars" em 2013, convocada a reviver a princesa Leia em "O Despertar da Força" (2015) e estava escalada para os dois filmes seguintes.
Carrie Fisher deixa uma filha, a atriz Billie Lourd, de 24 anos, fruto de um relacionamento com o empresário de artistas Bryan Lourd. Deixa também seu inseparável buldogue francês Gary, que tem até perfil no Twitter -sua última postagem é uma foto em que o cão contempla uma janela: "Estarei esperando bem aqui, mamãe".
Em seu livro de memórias, Carrie imagina o que ilustraria um obituário seu: "É difícil imaginar que não use uma foto daquela garotinha fofa de rosto redondo com um coque bobo de cada lado de sua cabecinha inexperiente."

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