segunda-feira, 3 de março de 2025

POLÍCIA PAULISTA MUITO VIOLENTA

 

História de Notas & Informações – Jornal Estdão

Não tardou para mais um episódio de violência constranger as forças de segurança de São Paulo. Após uma série de vídeos mostrando abusos cometidos por maus policiais, vieram a público agora imagens de um agente da Polícia Militar (PM) desferindo um tapa no rosto de um homem rendido e ameaçando-o de morte.

A abordagem ocorreu na Vila Ema, na zona leste da capital paulista, no dia 21 de fevereiro. Na ocasião, um PM maltrata vários jovens enfileirados em um muro. A um deles o policial diz que já o conhece, afirma que o homem “sabe muito bem como o bagulho funciona” e pergunta se ele “quer tomar na cara”.

Em seguida, após aparentemente receber alguma informação de um colega, o agente acerta, com a mão aberta, o rosto do rapaz. Em meio a xingamentos, o PM pede um revólver a um colega, engatilha a arma e a aponta para a cabeça do abordado, dizendo que o tiro “tem que ser na cara para estragar o velório”.

As circunstâncias dessa abordagem ainda não foram esclarecidas e não se sabe se os jovens são inocentes ou se estão envolvidos em alguma atividade ilegal. No entanto, o que se sabe é que a conduta do policial representa uma violação de direitos humanos em estado bruto.

Nenhum PM recebeu salvo-conduto para extrapolar o exercício dos poderes que lhes foram conferidos pelo Estado. Pelo contrário: a eles se impõe o mandamento máximo do estrito cumprimento de suas funções dentro da legalidade e dos preceitos constitucionais, que não autorizam ninguém a cometer agressões injustificadas ou fazer ameaças.

Na PM do maior Estado do País, existem protocolos que devem ser seguidos à risca por seus integrantes. Não consta que barbarizar quem quer que seja esteja entre os seus ensinamentos. Ademais, no Estado Democrático de Direito, a função de julgar e punir, com o respeito ao devido processo legal e à ampla defesa, não foi outorgada a PMs. E não há previsão de castigo físico a quem supostamente infringe a lei nem há pena de morte no País.

Infelizmente, a truculência de alguns policiais tem envergonhado muito a PM paulista, que, vale lembrar, é certamente composta em sua maioria por bons agentes. Recentemente, vídeos flagraram policiais agredindo uma senhora durante uma abordagem, um motociclista sendo arremessado de cima de uma ponte e o assassinato de um estudante de Medicina com um tiro no abdome após dar um simples tapa no retrovisor de uma viatura.

No caso da Vila Ema, a Secretaria da Segurança Pública disse o óbvio: que a abordagem não condiz com os protocolos da PM. Ademais, informou que dois agentes foram afastados das ruas e que um inquérito foi instaurado. Mas a gestão estadual precisa ir além.

Esses casos reforçam a necessidade de uma intervenção rápida das autoridades, sem margem para discursos dúbios ou lenientes com a violência, uma atitude firme do comando da PM, para enquadrar a tropa, e a aplicação de punição exemplar por parte dos órgãos de correição, para cessar a reincidência. Do contrário, os paulistas ficarão à espera dos próximos vídeos com novas práticas abusivas daqueles que desonram a polícia.

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