História de Aline Bronzati – Jornal Estadão
DAVOS – O governador do Estado do Pará, Helder Barbalho, disse que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já está convidado para a COP 30 , que acontecerá em novembro deste ano na cidade de Belém, no Pará.
“Os Estados Unidos como economia que lidera o Planeta, como líderes nas emissões com a China, não podem de maneira alguma estar fora desse debate”, disse ele, em painel da Brazil House, às margens do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), em Davos, na Suíça.
De acordo com ele, os EUA precisam participar não só dos debates, mas também do financiamento de iniciativas que contribuam para reduzir as emissões de CO2. “Precisamos a partir do financiamento climático, encontrar soluções para a natureza, para o desenvolvimento econômico sustentável e, acima de tudo, compreendendo que esta é uma agenda necessária para cuidar das pessoas e salvar a humanidade”, disse.
Helder Barbalho, governador do Pará Foto: Pedro Kirilos/Estadão – 15/08/2024
Segundo ele, as expectativas para a COP 30 são “enormes” e deve se olhar para o ângulo da oportunidade, a despeito dos poucos avanços nas edições recentes. Durante painel na Brazil House, em Davos, o governador disse que espera que o Brasil deixe um legado ambiental após o evento.
Barbalho destacou ainda a importância de os setores privado e público atuarem de forma coordenada na agenda de desenvolvimento sustentável. Quando à ausência do governo federal em Davos, reforçou o papel das empresas e de uma maior conscientização na esfera pública.
“Cada vez mais a iniciativa privada terá papel decisivo para a entrega da redução das emissões no Brasil e no mundo”, disse. “Os governos devem ter capacidade de compreender que as urgências climáticas estão muito além da agenda ambiental, estão na agenda econômica, na agenda humanitária”, acrescentou.
Legado ambiental
Barbalho disse que espera que a COP 30 deixe um legado ambiental no Brasil. Na sua visão, o País tem condições econômicas e ambientais para liderar a agenda global de sustentabilidade, e não pode perder essa oportunidade.
“Pela visão ambiental, teremos um Brasil antes da COP-30 e outro Brasil depois da COP 30. A sociedade brasileira deve aproveitar essa oportunidade para criar consciência ambiental”, disse o governador do Pará.
De acordo com ele, o legado de infraestrutura da cidade de Belém como cidade anfitriã do evento está dado. “Não teríamos outra chance não fosse essa agenda”, avaliou Barbalho.
Mas, do lado ambiental, o governador do Pará defendeu a necessidade de avançar na proteção florestal para a vida real. Como exemplo, mencionou o pagamento de serviços ambientais, desenvolvimento do mercado de crédito de carbono e uma estratégia efetiva, com metas por parte do governo e da iniciativa privada.
“Precisamos de um legado ambiental para implementar ações que vão fazer que a proteção da floresta tenha um valor não utópico, sentimental, porque esse todos nós sabemos, precisamos transformar para a vida real”, disse o governador do Pará.
Ele também destacou o potencial do Brasil de liderar a agenda sustentável no mundo. “O Brasil tem oportunidade de liderar a agenda da sustentabilidade global pelo seu perfil econômico, pela qualidade e quantidade de biomas em território nacional. Espero que a COP 30 possa deixar um legado”, disse. “O Brasil não pode perder essa oportunidade”, concluiu.
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