domingo, 22 de dezembro de 2024

ESTÁGIO FINAL DAS REDES SOCIAIS DIFERENTE DOS SERVIÇOS QUE NOS ENCANTARAM QUANDO COMEÇARAM

 

História de J Wortham – Jornal Estadão

Recentemente, ao conversar com um amigo que administrava um grande site de mídia, mencionei casualmente a ascensão do Bluesky. Mais de um milhão de usuários excluíram suas contas do X (antigo Twitter) e migraram para a nova rede social, que eles consideram um substituto mais saudável.

“Não entendo”, disse meu amigo, com a voz (e aparentemente com a frequência cardíaca) acelerada. “Por quê? Você é livre!” Afinal de contas, tínhamos testemunhado a desintegração do X, que deixou de ser um espaço comunitário genuíno para se tornar um espaço frequentemente venenoso. Por que deveríamos imaginar que o Bluesky evitaria esse destino? E mais especificamente: Por que continuar tentando recriar a internet do passado? Por que não aceitar onde estamos e seguir em frente?

Bluesky se populariza como alternativa ao X, de Elon Musk Foto: Koshiro

Bluesky se populariza como alternativa ao X, de Elon Musk Foto: Koshiro

Chegamos oficialmente ao estágio final das redes sociais. Os serviços e as plataformas que nos encantaram e remodelaram nossas vidas quando começaram a surgir há algumas décadas já atingiram a saturação e a maturação totais. Chame isso de mal-estar. Chame de síndrome de Estocolmo. Chame do que quiser. Mas cada vez que uma nova plataforma é lançada, prometendo algo melhor – para nos ajudar a nos conectar melhor, compartilhar fotos melhor, gerenciar melhor nossa vida – muitos de nós entram com entusiasmo, apenas para se decepcionar no final.

O Bluesky, criado por um dos fundadores originais do Twitter, Jack Dorsey, existe desde 2019. Após a eleição presidencial de novembro dos EUA, ele se tornou um refúgio digital das interferências de Elon Musk – no Brasil, isso ocorreu quando o X foi bloqueado pela Justiça. As pessoas têm fugido do X desde que Musk comprou a empresa em 2022, quando, aparentemente para seu próprio divertimento, começou a retirar quase toda a sua funcionalidade de conversação. Shonda Rhimes foi uma das primeiras desertoras: “Não vou ficar por aqui para o que quer que Elon tenha planejado”, ela postou no site. “Tchau.” Musk começou a cobrar uma taxa pelos recursos de segurança que protegiam os usuários contra invasões e introduziu a exigência de que todo o conteúdo fosse usado para treinar o Grok, o chatbot de inteligência artificial (IA) do X. Desde que Musk assumiu o controle, o volume de insultos odiosos dirigidos a pessoas negras, judias, trans e queer aumentou. Para muitos, o alinhamento próximo de Musk com Trump foi a gota d’água.

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