terça-feira, 31 de dezembro de 2024

GOVERNO ANUNCIA REAJUSTE DO FUNCIONALISMO PÚBLICO FEDERAL PARA 2025/26

História de Giordanna Neves – Jornal Estadão

BRASÍLIA – A ministra do Ministério da Gestão e Inovação (MGI)Esther Dweck, anunciou nesta segunda-feira, 30, a edição de uma medida provisória (MP) para conceder reajuste salarial para servidores federais até 2026 e estabelece uma reestruturação de carreiras no funcionalismo público. A MP será enviada nesta terça-feira, 31, ao Congresso Nacional.

A MP formaliza 38 acordos firmados com as carreiras civis do funcionalismo federal ao longo de 2024 e consolida os novos salários para 2025 e 2026, abrangendo 100% dos servidores ativos, aposentados e pensionistas da União.

Os reajustes serão feitos em duas etapas: janeiro de 2025 e abril de 2026, com porcentuais que variam conforme as carreiras. No ano que vem, os novos salários serão pagos apenas após a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA), que ficou pendente.

O impacto orçamentário dos reajustes em 2025, já previstos no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), é de R$ 17,9 bilhões, com R$ 16,2 bilhões de impacto no resultado primário (saldo entre receitas e despesas, sem contar os juros da dívida). Já em 2026, será de R$ 8,5 bilhões. Os valores consideram cargos efetivos e comissionados, funções e gratificações.

O reajuste médio acumulado será de 27% entre 2023 e 2026 – incluindo os 9% garantidos no ano passado. Em 2024, não houve reajuste.

Ministra Esther Dweck anunciou MP para reestruturar carreiras de servidores públicos Foto: Wilton Junior/Estadão

Ministra Esther Dweck anunciou MP para reestruturar carreiras de servidores públicos Foto: Wilton Junior/Estadão© Fornecido por Estadão

Apesar dos aumentos salariais, o MGI aponta que o gasto com pessoal atingirá 2,56% do PIB em 2025 e 2,58% do PIB em 2026. Segundo a pasta, os níveis estão abaixo do patamar atingido em 2022, que foi de 2,70%. Em 2023, o porcentual foi de 2,61% e de 2,44% em 2024, de acordo com as estimativas divulgadas pelo ministério.

Reestruturação

Além dos reajustes, a MP propõe também um alongamento das estruturas das carreiras como forma de ampliar o tempo em que os funcionários atingem o topo da carreira. Pela proposta, 86% das carreiras terão agora 20 níveis distintos de progressão – antes, o porcentual era de 30%.

A medida estabelece ainda um reajuste nos salários de cargos e funções de alta liderança. Hoje, por exemplo, secretário executivo de ministério e o presidente do Banco Central recebem 42,92% da remuneração de ministro de Estado. Em 2026, essa correlação será de 68,84%. Já para secretário nacional será de 60,27%; diretor, 43,84%; e coordenador-geral, 31,10%.

A MP também transforma 14.989 cargos vagos e obsoletos em 15.670 cargos novos, “mais alinhados às necessidades atuais e futuras da administração pública”, diz o MGI. Segundo a pasta, a proposta não gera impacto orçamentário. Do total de vagas criadas, 70% destinam-se à área de educação, especialmente aos institutos federais.

Outros 11% destinam-se às duas novas carreiras transversais da administração pública federal que estão sendo criadas pela MP: “Carreira de Desenvolvimento das Políticas de Justiça e Defesa” e “Carreira de Desenvolvimento Socioeconômico”. Serão 750 cargos para cada, com remuneração entre R$ 9.711,00 (inicial) a R$ 21.070,00 (final). A expectativa é de que em 2025 seja realizado um concurso para essas novas carreiras, com oferta de menos da metade das vagas disponíveis.

“Trata-se da primeira carreira civil estruturada a ocupar o Ministério da Defesa e o Gabinete de Segurança Institucional, cujos servidores também poderão atuar em outros Ministérios com políticas afetas às áreas de justiça, defesa e segurança”, explicou o ministério em nota.

Avaliação de desempenho

A medida provisória estabelece ainda novos mecanismos de avaliação de desempenho dos servidores e aperfeiçoa o Sistema de Desenvolvimento de Carreiras (Sidec), composto por critérios a serem pontuados para a progressão e a promoção.

A MP prevê um rol de critérios, como resultados obtidos em avaliação de desempenho individual; frequência e aproveitamento em atividades de capacitação; titulação; ocupação de funções de confiança; tempo de efetivo exercício no cargo e exercício em unidades de lotação prioritárias.

Além desses, outros fatores poderão ser sugeridos pelos órgãos e carreiras por decretos específicos em cada caso. De acordo com a ministra, como forma de incentivar a adesão, servidores de carreira com 20 níveis, por exemplo, e que tiveram desempenho excepcional, vão poder acelerar a progressão se for adotada a proposta de ampliar os critérios de avaliação.

Cargos de educação

A MP também reestrutura cargos do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE). Serão criados, por transformação, sem aumento de despesa: 6.060 cargos de Analista em Educação; e 4.040 cargos de Técnico em Educação.

A MP ainda permite que, no futuro, quando ficarem vagos, os cargos atualmente ocupados e com provimento vedado sejam transformados em 9.340 novos cargos de Analista em Educação (nível superior) e 6.226 novos cargos de Técnico em Educação (nível médio).

 

EMENDAS PARLAMENTARES DO SENADO NÃO FORAM LIBERADAS PELO STF

 

História de Henrique Sampaio e Weslley Galzo – Jornal Estadão

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino rejeitou nesta segunda-feira, 30, o pedido do Senado Federal para que fossem liberadas as emendas de comissão destinadas à Casa, que somam R$ 2,5 bilhões. Porém, o magistrado abriu uma exceção e manteve a validade dos valores empenhados até o dia 23 de dezembro deste ano, desde que não constassem no ofício original enviado pelos líderes ao governo federal, pois este documento foi considerado nulo.

“Mais uma vez, diferente de versões desacertadas, não se trata de o STF “invadir” a esfera do Poder Legislativo ou “judicializar” a política. E sim de legítimo controle jurisdicional de validade de atos administrativos, em razão de regras aprovadas pelo Congresso Nacional”, afirmou Dino na decisão.

Em manifestação apresentada nesta segunda-feira, 30, os advogados do Senado afirmaram que as exigências de transparência foram cumpridas, defendendo que os empenhos sejam formalizados antes do prazo final, nesta terça-feira, 31.

A petição destaca que “o Senado Federal observou o procedimento previsto segundo as normas vigentes para a efetivação das aludidas emendas de comissão”. Além disso, ressalta que eventuais pendências técnicas ou discricionariedade do Executivo não devem impedir a liberação dos valores.

Dino, por sua vez, destacou que o Senado não apresentou as atas das indicações de cada líder partidário. “Como empenhar uma “emenda de comissão” cuja indicação do beneficiário e o valor a ser a ele repassado não foram aprovados pela Comissão?”, questionou.

“Esse controle pelo Colegiado Parlamentar não é um detalhe de menor importância, na medida em que todos os Senhores Senadores são iguais no que se refere ao emendamento no processo legislativo orçamentário. Como já mencionado em decisões anteriores, é incompatível com a Constituição Federal a existência de “voto de liderança” (ou algo similar), como havia preteritamente”, decidiu

Flávio Dino, do STF, havia solicitado que Senado Federal explicasse a indicação das emendas após reclamação da Câmara dos Deputados. Foto: Jefferson Rudy

Flávio Dino, do STF, havia solicitado que Senado Federal explicasse a indicação das emendas após reclamação da Câmara dos Deputados. Foto: Jefferson Rudy

O pedido ocorre em resposta a questionamentos feitos pelo ministro Flávio Dino, do STF, que abriu prazo de dez dias para que o Senado explicasse a indicação das emendas, após reclamação da Câmara dos Deputados. Segundo Dino, o procedimento busca garantir o contraditório e a análise abrangente das acusações levantadas pela Câmara.

Câmara havia alegado que houve “estranhamento” ao ver suas emendas suspensas, enquanto o Senado, que teria seguido “rito rigorosamente idêntico”, não foi inicialmente incluído na decisão. “Tais comandos e vedações se referem às ‘emendas de comissão’ da Câmara dos Deputados e também, doravante, do Senado Federal”, afirmou Dino no último domingo, 29.

Na mesma decisão, Dino autorizou a execução parcial das verbas bloqueadas e destacou que a inclusão do Senado no processo ocorreu após a Câmara anexar documentos comprovando que líderes senadores também solicitaram liberação de emendas sob suspeita. O ministro frisou a necessidade de uniformidade na análise.

O Senado argumentou que, em cada solicitação de emenda, foi identificado o respectivo senador responsável, mesmo que apenas os líderes partidários sejam mencionados nos documentos. A petição também questiona a aplicação da Lei Complementar 210/2024 sobre o orçamento de 2024, pedindo que sua implementação seja considerada válida apenas a partir de 2025.

O caso tem gerado tensão entre as duas Casas legislativas. Aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira, interpretam que o inquérito da Polícia Federal (PF) aberto por determinação de Dino para investigar supostas irregularidades nas emendas de comissão tem como alvo o próprio Lira, que está deixando o cargo.

No entanto, Dino justificou que, inicialmente, sua atuação foi limitada à Câmara por conta das informações enviadas ao STF, mas enfatizou que todas as partes envolvidas seriam ouvidas.

CALENDÁRIO OFICIAL DO GOVERNO DE FERIADOS EM 2025

 

História de Bruna Arimathea – Jornal Estadão

O Governo Federal divulgou nesta segunda-feira, 30, a lista com os feriados oficiais de 2025, que vai contar com quatro possibilidades de “folgas prolongadas” ao longo do ano. A relação também traz quais os pontos facultativos do próximo ano para os trabalhadores e foi divulgada no Diário Oficial da União.

Em 2025 serão 10 feriados nacionais e oito pontos facultativos – feriados estaduais e municipais não entram na conta.

O primeiro feriado prolongado acontece a partir de 18 de abril, uma sexta-feira, no feriado da Paixão de Cristo, que antecede a Páscoa e poderá ser emendado com o dia de Tiradentes, 21 de abril, na segunda-feira

Quatro feriados prolongados estão na conta para o ano que vem Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Quatro feriados prolongados estão na conta para o ano que vem Foto: Pedro Kirilos/Estadão

As demais possibilidades de folgas mais longas acontecem com os feriados na quinta-feira, que podem ser emendados com o final de semana, a depender do empregador. Serão elas: 1.º de maio, dia do Trabalhador; 20 de novembro, dia da Consciência Negra; e o Natal, em 25 de dezembro.

E também, além dos quatro feriados prolongados, será possível ter mais uma emenda para curtir o carnaval – para quem puder usufruir do ponto facultativo. A festa, que será nos dias 3 e 4 de março, não é feriado oficial, mas frequentemente entra no calendário de folgas.

Mesmo com as “esticadinhas”, muitos feriados serão comemorados no final de semana em 2025. Das 10 datas oficiais, quatro não serão em dias úteis: 7 de setembro (Independência do Brasil, domingo), 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida, domingo), 2 de novembro (Finados, domingo) e 15 de novembro (Proclamação da República, sábado).

Veja o calendário completo de feriados nacionais e pontos facultativos de 2025:

  • 1º de janeiro, Confraternização Universal (feriado nacional)
  • 3 de março, Carnaval (ponto facultativo)
  • 4 de março, Carnaval (ponto facultativo)
  • 5 de março, Quarta-Feira de Cinzas (ponto facultativo até as 14 horas)
  • 18 de abril, Paixão de Cristo (feriado nacional)
  • 21 de abril, Tiradentes (feriado nacional)
  • 1.º de maio, Dia Mundial do Trabalho (feriado nacional)
  • 19 de junho, Corpus Christi (ponto facultativo)
  • 20 de junho (ponto facultativo)
  • 7 de setembro, Independência do Brasil (feriado nacional)
  • 12 de outubro, Nossa Senhora Aparecida (feriado nacional)
  • 28 de outubro, Dia do Servidor Público federal (ponto facultativo), a ser comemorado dia 27
  • 2 de novembro, Finados (feriado nacional)
  • 15 de novembro, Proclamação da República (feriado nacional)
  • 20 de novembro, Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra (feriado nacional)
  • 24 de dezembro, Véspera do Natal (ponto facultativo após as 13 horas)
  • 25 de dezembro, Natal (feriado nacional)
  • 31 de dezembro, Véspera do Ano Novo (ponto facultativo após as 13 horas)

TESLA DE ELON MUSK TEM SUAS VENDAS ESTAGNADAS DE CARROS ELÉTRICOS

 

História de Jack Ewing (The New York Times) – Jornal Estadão

As vendas de carros elétricos da Tesla estão estagnadas. Mas Wall Street não parece estar preocupada.

Os investidores têm uma visão otimista do progresso da empresa em direção autônoma e apostam que seu executivo-chefe, Elon Musk, usará sua nova influência em Washington em benefício da Tesla. Mesmo depois de uma queda na sexta-feira, 27, o preço das ações da empresa subiu quase 80% desde o início de novembro.

.Investidores acreditam que Musk usará sua nova influência em Washington a favor da Tesla. Foto: Haiyun Jiang/NYT

Investidores acreditam que Musk usará sua nova influência em Washington a favor da Tesla. Foto: Haiyun Jiang/NYT

O aumento no valor da participação de 13% de Musk na Tesla consolidou seu status como a pessoa mais rica do planeta. Depois de gastar mais de US$ 250 milhões para apoiar Donald Trump, ele se tornou tão próximo do presidente eleito que algumas pessoas começaram a se referir a ele como “copresidente”.

Ainda assim, as vendas estagnadas da Tesla não são um bom presságio para a empresa ou para as vendas gerais de veículos elétricos, que são vistos como uma ferramenta essencial contra as mudanças climáticas. Embora montadoras como a General Motors e a Hyundai estejam oferecendo uma seleção cada vez maior de veículos elétricos, a Tesla ainda é responsável por quase metade de todas as vendas de carros elétricos nos Estados Unidos e define o tom da tecnologia.

Musk tem se manifestado sobre muitos tópicos no X, a plataforma de mídia social da qual é proprietário. Ele discute regularmente os gastos do governo que acredita serem um desperdício, os imigrantes que ele culpa pelo crime e sua convicção de que “o vírus da mente woke [militância de esquerda] é uma das maiores ameaças à existência da humanidade”.

Mas ele não fala muito sobre os planos para reavivar as vendas da Tesla, fornecendo poucos detalhes sobre um novo carro de preço acessível que possa ser vendido por apenas US$ 25 mil. A empresa prometeu começar a vender um veículo mais acessível em meados de 2025 para colocar os carros elétricos ao alcance da classe média.

Tesla e Musk não responderam aos pedidos de comentários.

Alguns analistas se perguntam se ele perdeu o interesse por carros, já que realiza várias outras atividades. Entre elas, estão o X; a SpaceX, principal empreiteira de foguetes do governo federal; e sua função como codiretor de um recém-formado Departamento de Eficiência Governamental, que aconselhará Trump a reduzir os gastos federais.

Musk não demonstrou o mesmo nível de dedicação à fabricação de automóveis que teve em 2018, quando a Tesla estava lutando para produzir em massa o Modelo 3 e ele dormia na fábrica, disse Kenneth Boyer, professor de negócios da Universidade Estadual de Ohio.

“Ele estava totalmente envolvido”, disse Boyer, cujo livro recente, “The Electric Vehicle Revolution: Five Visionaries Leading the Charge” (”A Revolução dos Veículos Elétricos: Cinco Visionários Liderando o Processo”, na tradução do inglês), inclui um capítulo sobre Musk. “A questão agora é: com o que Elon está comprometido, ou ele está muito disperso?”.

Dados indicam que vendas da Tesla caíram nos principais mercados

A Tesla está prestes a divulgar seus números de vendas para os últimos três meses de 2024. Os dados e estimativas disponíveis até o momento indicam que suas vendas caíram em todos os seus principais mercados.

Nos Estados Unidos, as vendas da Tesla cairão cerca de 6% em 2024, uma queda maior do que a de qualquer outra montadora, exceto a problemática Stellantis, de acordo com estimativas da Cox Automotive. A Tesla encerrará o ano com 633 mil carros vendidos nos Estados Unidos, segundo a Cox, o que lhe dará uma participação de 4% no mercado total de automóveis.

As vendas de Teslas podem ter aumentado no final do ano, pois os compradores correram para aproveitar os créditos fiscais federais, no valor de até US$ 7,5 mil, que Trump e os republicanos no Congresso podem revogar ou reduzir.

Na União Europeia, as vendas da Tesla até novembro caíram 15% em relação ao ano anterior, para 211 mil carros, de acordo com a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis. As vendas da empresa também caíram na China, o maior mercado de automóveis do mundo.

Era inevitável que a Tesla, pioneira em carros movidos a bateria, perdesse participação no mercado à medida que outras montadoras lançassem mais modelos desse tipo.

Até alguns anos atrás, a Tesla tinha o mercado praticamente só para si. Agora, ela enfrenta a forte concorrência de empresas como a BYD na China, a Volkswagen e a BMW na Europa, e a GM, a Ford Motor e outras nos Estados Unidos.

Mas a situação da Tesla parece ser mais preocupante. Suas vendas estão caindo mesmo com o crescimento do mercado geral de veículos elétricos, que aumentou 25% até novembro em todo o mundo, de acordo com a Rho Motion, uma empresa de pesquisa.

Alguns investidores esperam que um Tesla novo e mais barato possa impulsionar as vendas. O Tesla mais barato, o sedã Modelo 3, custa a partir de US$ 42,5 mil nos Estados Unidos, antes dos incentivos governamentais.

Um Tesla de US$ 25 mil tornaria os carros elétricos acessíveis a muito mais compradores. O preço médio de venda dos veículos elétricos atualmente no mercado é mais do que o dobro desse valor.

“A ideia de que a Tesla possa abrir o mercado para uma gama maior de compradores com uma opção ainda mais acessível do que o Modelo 3 é o que mais entusiasma os investidores”, disse Ben Rose, presidente da Battle Road Research, que espera que as ações da Tesla superem o desempenho do mercado acionário em geral.

Mas Rose reconheceu: “Esse parece ser o produto com o qual Elon Musk está menos empolgado”.

A Tesla não exibiu um protótipo nem revelou muitas informações sobre o preço ou o desempenho de um veículo de baixo custo. Isso contrasta com o Cybertruck da empresa, uma picape futurista que a Tesla revelou em 2019, quatro anos antes de ser colocada à venda.

Além do Cybertruck, que custa a partir de US$ 80 mil, a Tesla não lançou um modelo completamente novo desde o SUV Modelo Y em 2020. A Tesla começou a vender uma versão atualizada do Modelo 3 neste ano.

As primeiras indicações são de que o Cybertruck angular de aço inoxidável não tem um apelo amplo ou um preço baixo o suficiente para reanimar as vendas gerais da empresa.

A Tesla vendeu 28 mil Cybertrucks até setembro, de acordo com Cox, tornando-a a picape elétrica mais vendida nos Estados Unidos. Mas a empresa vende apenas um décimo da quantidade de Cybertrucks que vende o Modelo Y, o veículo mais popular da Tesla.

Os compradores de carros estão ansiosos por veículos elétricos mais baratos. Os modelos 3 usados com preço em torno de US$ 25 mil estão entre os veículos mais vendidos no site Car Gurus, disse Kevin Roberts, diretor de inteligência econômica e de mercado do site de vendas on-line. “Quando o preço cai, o interesse aparece”, disse ele.

Musk demonstrou muito mais entusiasmo ao falar sobre os planos da Tesla de vender carros autônomos que poderiam funcionar como táxis sem motorista. O aumento do preço das ações da Tesla foi impulsionado, em grande parte, pela fé na capacidade de Musk de fornecer a tecnologia e pelo otimismo de que sua influência sobre o novo governo ajudará a eliminar os obstáculos regulatórios.

A maioria dos analistas acredita que o uso amplo de táxis autônomos ainda está a anos de distância, embora eles estejam começando a circular em alguns lugares. A Waymo, uma divisão da empresa controladora do Google, oferece viagens de táxi sem motorista em São Francisco, Phoenix e Los Angeles e está expandindo para Atlanta, Miami e Austin (Texas). Muitas empresas também estão testando extensivamente os táxis autônomos na China.

Mas muitos investidores parecem estar convencidos de que a Tesla dominará o negócio de táxis autônomos.

O preço das ações “está fortemente vinculado ao que as pessoas pensam de Elon Musk”, disse Leonard Kostovetsky, professor associado da Zicklin School of Business da Baruch College, “quer você pense que ele é um gênio ou apenas sortudo”.

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

RASTRO DE CAOS NAS ESTATAIS FEDERAIS DO BRASIL DEVIDO DÉFICIT ESTRONDOSO EM 2023/24

 

Jetss

Estatais sofrem durante a gestão do governo Lula
O terceiro mandato do presidente Lula está deixando um rastro de caos nas estatais federais do Brasil

Estatais sofrem durante a gestão do governo Lula©Foto: Agência Brasil

O terceiro mandato do presidente Lula está deixando um rastro de caos nas estatais federais do Brasil! O rombo nos cofres públicos é alarmante e o Banco Central não esconde a gravidade da situação. De janeiro a outubro de 2023, as estatais enfrentaram um deficit estrondoso de R$ 4,45 bilhões, o maior da história para o período. Somando tudo, o prejuízo total chega a R$ 5,1 bilhões, e o pior é que a crise parece não ter fim.

Esse cenário catastrófico é ainda mais chocante quando comparado aos últimos anos do mandato de Dilma Rousseff, quando o déficit das estatais foi “apenas” R$ 1,8 bilhão, um valor muito menor que o atual. É um cenário de deterioração que reflete como está indo a gestão do petista.

É importante destacar que esses números não incluem as gigantes Petrobras e Eletrobras, cujos déficits distorceriam ainda mais a realidade. As estatais, que já eram um símbolo de poder no Brasil, agora enfrentam uma crise profunda.

Estatais têm rombo recorde de R$ 9 bi até novembro, diz Banco Central

No caso das empresas públicas federais, déficit foi de R$ 6 bi de janeiro a novembro; ministra da Gestão diz que estatais devem ser avaliadas pela contabilidade empresarial, e não pela contabilidade pública

Jornal Estadão

BRASÍLIA – As empresas estatais registraram um déficit de R$ 9,108 bilhões de janeiro a novembro deste ano, divulgou o Banco Centralnesta segunda-feira, 30. É o maior patamar da série histórica, iniciada em 2002.

O valor considera os resultados das empresas federais, estaduais e municipais, mas exclui, desde 2009, a Petrobras e empresas financeiras, como Banco do Brasil e Caixa.

Considerando só as empresas públicas federais, o déficit foi de R$ 6,04 bilhões. Já as estaduais tiveram um resultado negativo de R$ 3,17 bilhões, enquanto as municipais tiveram um saldo positivo de R$ 103 milhões.

No caso das empresas públicas federais, déficit foi de R$ 6 bi de janeiro a novembro.
No caso das empresas públicas federais, déficit foi de R$ 6 bi de janeiro a novembro. Foto: Fábio Motta/Estadão

Para você

O governo federal vem argumentando que o resultado primário (saldo entre receitas e despesas) não é o melhor parâmetro para avaliar as empresas públicas, porque as companhias podem usar recursos que estão em caixa de anos anteriores para fazer investimentos.

A ministra do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI)Esther Dweck, afirmou nesta segunda-feira que, das 13 empresas estatais que registram déficit na apuração feita pelo Banco Central, nove têm lucro. As companhias, segundo ela, devem ser avaliadas pela contabilidade empresarial, e não pela contabilidade pública.

“Déficit não é prejuízo. E uma empresa não é avaliada pelo resultado da contabilidade pública. Ela tem de ser avaliada pelo resultado da contabilidade empresarial. Na contabilidade empresarial, quando ela realiza o investimento, esse gasto é diferido no tempo, porque ele tem o tempo de amortização daquele gasto, ele não entra como uma despesa cheia no ano. Quando ela utiliza o preceito em caixa, ela não gera prejuízo”, afirmou a ministra.

A ministra reconheceu que, do total das empresas consideradas, três apresentam algum tipo de prejuízo, como é o caso dos Correios – que, segundo ela, tem um impacto relevante no dado divulgado pela autoridade monetária.

Também questionado sobre o assunto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou rombo recorde nas empresas estatais com o mesmo argumento. “Não é verdade. Às vezes, a contabilidade das estatais não é a mesma da contabilidade pública. Então, quando você faz investimento, às vezes aparece como déficit – o que não é”, disse o ministro.

Como mostrou o Estadão em outubro, especialistas apontam que o déficit das estatais tem sido puxado por investimentos das empresas federais e por pagamento de debêntures (também ligadas a investimentos) pelas estaduais, principalmente nas companhias de saneamento.

Setor público

O setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) teve déficit primário de R$ 6,620 bilhões em novembro, após superávit de R$ 36,883 bilhões em outubro, informou o BC. O resultado reflete a diferença entre as receitas e despesas do setor público, antes do pagamento dos juros da dívida pública.

O déficit de novembro apresentou uma redução significativa na comparação com os últimos dois anos, quando o resultado negativo foi de R$ 20,09 bilhões e R$ 37,27 bilhões, em 2022 e 2023, respectivamente. Em 2021, o resultado havia sido um superávit de R$ 15,034 bilhões.

Já o déficit acumulado de janeiro a novembro é de R$ 63,298 bilhões, segundo o BC – o equivalente a 0,59% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período de 2023, o déficit acumulado era de R$ 249,124 bilhões (2,28% do PIB).

O déficit no ano é composto por um saldo negativo de R$ 72,092 bilhões nas contas do governo central (0,67% do PIB), superávit de R$ 17,903 bilhões nos Estados e municípios (0,17% do PIB) e déficit de R$ 9,108 bilhões nas empresas estatais (0,08% do PIB)./Com Fernanda Trisotto, Lavínia Kaucz e Giordanna Neves

FALTA DE RUMO DA POLÍTICA CINEMATOGRÁFICA BRASILEIRA PARA O GOVERNO

 

História de MATHEUS ROCHA – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As críticas que se avolumaram neste ano ao governo Lula mostram que chegou ao fim a lua de mel entre o mandatário e o setor cultural. A vitória do petista foi recebida como um alento após o ex-presidente Jair Bolsonaro ter reduzido o Ministério da Cultura a uma secretaria e transformado a classe artística em alvo de ataques frequentes.

História de MATHEUS ROCHA

No entanto, após dois anos de mandato, o clima é de impaciência com a atual gestão. No começo deste mês, profissionais do audiovisual divulgaram uma carta aberta demonstrando preocupação com o que classificam como falta de rumo da política cinematográfica brasileira.

A morosidade na regulamentação do streaming é uma das principais críticas. A medida é considerada importante para fortalecer o mercado nacional diante do avanço das plataformas de streaming, como Max e Netflix.

Um projeto de lei em tramitação no Congresso prevê a contribuição dessas empresas de até 6% da receita anual bruta para o Condecine, a Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional. Os recursos desta contribuição compõem o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), criado para desenvolver e financiar a cadeia produtiva do setor. O projeto, porém, está travado na Câmara dos Deputados.

Membro do Conselho Superior do Cinema, Gabriel Pires diz que o governo deveria se empenhar mais para acelerar a regulamentação. “Estou falando do governo como um todo”, diz ele. “Isso não cabe só ao Ministério da Cultura, cabe também à Casa Civil, à Presidência da República e à Secretaria de Relações Institucionais. Mas em 2024 nós perdemos mais um ano.”

Mariza Leão, uma das principais produtoras de cinema do Brasil, faz eco a essa avaliação. “Não existe um empenho político do governo na direção de uma regulamentação do streaming à altura da importância da indústria audiovisual no Brasil”, diz ela, que produziu filmes como “Guerra de Canudos”, “Meu Nome Não é Johnny” e a franquia “De Pernas para o Ar”.

Em nota, o MinC afirma que trabalha ativamente para a regulamentação do streaming, mas que os grandes conglomerados digitais atuam para obstruir o projeto no Congresso.

Leão afirma que outro problema é o grande volume de filmes nacionais que naufraga nas bilheterias por falta de divulgação. “Investir em produção sem investir em estratégia de lançamento é um pouco irresponsável”, diz a Leão. “Não basta ter investimento nos filmes. É preciso ter investimento na formulação de uma política de comunicação das obras.”

Em junho, o governo anunciou com alarde investimentos de R$ 1,6 bilhão no audiovisual. Leão, no entanto, diz que ter metas claras é tão importante quanto ter recursos. “É uma política que comemora volume de investimento desvinculado de resultado.”

A pasta diz que está desenvolvendo o novo plano de diretrizes e metas, documento que irá nortear as políticas do audiovisual dos próximos dez anos.

Além do audiovisual, no mês passado, mudanças na Lei Aldir Blanc provocaram mal-estar entre secretários de cultura pelo Brasil. A medida determina que o governo repasse R$ 15 bilhões a estados e municípios em cinco parcelas anuais de R$ 3 bilhões, até 2027.

Com as alterações, formalizadas por uma medida provisória, o pagamento segue obrigatório, mas as parcelas não precisarão mais ser necessariamente de R$ 3 bilhões por ano.

Gestores locais, no entanto, ficaram insatisfeitos com as mudanças e fizeram uma carta criticando a decisão. “As alterações propostas pela MP e apresentadas de forma intempestiva, desconsiderando a prática de construção compartilhada com os entes executores, comprometem o planejamento local, instauram instabilidade e dificultam o repasse de recursos”, diz o documento.

O governo, por outro lado, afirma que as mudanças foram necessárias em razão da baixa execução dos recursos enviados aos entes federativos. Segundo o Executivo, apenas R$ 208 milhões dos R$ 3 bilhões foram gastos até este momento.

Com as alterações, novas transferências só serão feitas quando os valores depositados anteriormente tiverem sido usados. Com isso, o governo decidiu congelar R$ 1,5 bilhão do repasse previsto para 2024.

O incômodo em relação à política cultural não se restringe à esfera federal. Ao longo do ano, decisões da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) causaram mal-estar entre agentes culturais de São Paulo.

Um dos episódios de maior repercussão aconteceu em março, quando a Secretaria de Cultura decidiu encerrar e substituir o programa Oficinas Culturais, iniciativa que oferecia há mais de três décadas cursos em diferentes linguagens artísticas, entre teatro, literatura e artes plásticas.

O governo afirma, porém, que o programa estava defasado, motivo pelo qual decidiu substituí-lo pelo CultSP Pro – Escolas de Profissionais da Cultura. Lançado no começo de outubro, o projeto deve receber investimentos de R$ 153 milhões até 2029.

A mudança, porém, pegou o setor cultural de surpresa e provocou críticas generalizadas. “Não houve troca, não houve diagnóstico, não apresentaram nenhum tipo de dado, informação ou pesquisa que embasasse a mudança”, diz Zé Renato, artista, produtor cultural e integrante da Frente Única dos Trabalhadores da Cultura.

Outra celeuma aconteceu em torno da TV Cultura —emissora que completou 55 anos com programas suspensos e 116 funcionários demitidos. No começo do ano, o governo congelou R$ 12 milhões do orçamento da Fundação Padre Anchieta, entidade que administra o canal. Em nota, a emissora diz que os cortes são consequência da diminuição de receitas publicitárias, e não do contingenciamento de recursos.

O bloqueio se deu em meio à escalada das tensões entre o governo estadual e a direção da emissora. Como mostrou a Folha de S.Paulo em abril, o canal temia uma investida de Tarcísio contra sua independência e pluralismo. Embora seja um canal público, a empresa é gerida por um conselho que tem autonomia em relação ao estado.

Além da TV Cultura, a Fundação Padre Anchieta administra o Solar Crespi Prado. Localizado na avenida Brigadeiro Faria Lima, na zona oeste de São Paulo, o casarão neoclássico sediava há mais de cinco décadas o Museu da Casa Brasileira —espaço dedicado à arquitetura e ao design comandado pelo governo estadual.

Em abril do ano passado, a instituição perdeu a sua sede depois que chegou ao fim um convênio entre a fundação e o governo para abrigá-la no imóvel. À época, a Secretaria de Cultura afirmou que o museu iria para a Casa Modernista, na Vila Mariana.

Em outubro, porém, a pasta informou que voltou atrás em razão das limitações físicas do imóvel. Desde então, o futuro da instituição é cercado por incertezas.

Em nota, a secretaria diz que o acervo foi transferido para uma reserva técnica e que fará uma mostra com os itens da coleção no ano que vem. O novo endereço do museu, no entanto, continua a ser uma incógnita.

OS COMPUTADORES QUÂNTICOS ESTÃO REVOLUCIONANDO O PROCESSAMENTO DE DADOS E REDEFININDO O FUTURO

 

Junior BorneliFounder da StartSe

Descubra como a computação quântica está revolucionando o processamento de dados e redefinindo o futuro

Reprodução

Eu vi um computador quântico pela primeira vez há 3 anos, num evento na Europa. À primeira vista parecia um lustre enorme, pendurado no teto do laboratório, cheio de cabos e tubos expostos.

Aquilo despertou minha curiosidade, principalmente pela aparência. Como leigos, a ideia que fazemos de qualquer coisa “quântica” é algo que se pareça com um equipamento de altíssima tecnologia… não com um lustre.

Vamos lá. Como é a tal “computação quântica”?

Imagine que você tem uma moeda. Em um computador normal, essa moeda pode estar virada para cima (cara = 1) ou virada para baixo (coroa = 0). Cada moeda (ou “bit”) só pode estar em uma dessas duas posições de cada vez.

Agora, imagine que no mundo quântico, a moeda não precisa estar só em cara ou coroa. Em vez disso, enquanto ela está girando no ar, ela está meio que “cara e coroa ao mesmo tempo”. Isso é o que chamamos de superposição. 

No PC quântico, as “moedas” (chamadas de qubits) podem estar “meio cara e meio coroa” até que alguém olhe (ou “meça”). Quando você olha, ela “decide” se vai ser cara ou coroa, mas antes, ela é as duas coisas ao mesmo tempo.

Mas não para por aí! No mundo normal, se você tiver 2 moedas, você tem 4 combinações possíveis: Cara-Cara, Cara-Coroa, Coroa-Cara, Coroa-Coroa. Com um PC clássico, você precisaria verificar uma a uma para achar a certa.

No mundo quântico, se as 2 moedas estão girando, elas estão em todas as combinações ao mesmo tempo. Isso significa que o computador quântico pode “testar todas as opções de uma vez”.

E por que eles se parecem com lustres?

Os computadores quânticos parecem lustres porque têm uma estrutura em forma de “torres” ou “camadas suspensas” com fios pendurados. Para que os qubits funcionem, eles precisam estar a uma temperatura de -273°C.

Eles são uma espécie de “super geladeira”. Os fios pendurados conduzem pulsos de micro-ondas para dizer para um qubits se transformar em 1, 0, ou entrar em superposição. 

Um computador quântico não opera em ambientes com vibração ou ruído, por isso cada cabo ou braço do “lustre” não encosta no outro. Se existe vibração, os qubits colapsam e perdem a superposição, ficando apenas 1 ou 0.

Em resumo, aparência de lustre ou “traseira de geladeira” não é falta de tecnologia, é uma super tecnologia. A computação quântica é infinitas vezes mais potente do que o supercomputador mais potente existente hoje.

Recentemente o Google fez um teste com um deles. Equações que levariam 10 septilhões de anos para serem resolvidas nos supercomputadores atuais foram resolvidas em 5 minutos no computador quântico.

ESCALANDO NEGÓCIOS DA VALEON

Moysés Peruhype Carlech – Founder da Valeon

1 – Qual é o seu mercado? Qual é o tamanho dele?

O nosso mercado será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar os produtos / serviços para vocês clientes, lojistas, prestadores de serviços e profissionais autônomos e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.

A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona. Pretendemos cadastrar todas as empresas locais com CNPJ ou não e coloca-las na internet.

2 – Qual problema a sua empresa está tentando resolver? O mercado já expressou a necessidade dessa solução?

A nossa Plataforma de Compras e Vendas que ora disponibilizamos para utilização das Empresas, Prestadores de Serviços e Profissionais Autônomos e para a audiência é um produto inovador sem concorrentes na região e foi projetada para atender às necessidades locais e oferecemos condições de adesão muito mais em conta que qualquer outro meio de comunicação.

Viemos para suprir as demandas da região no que tange a divulgação de produtos/serviços cuja finalidade é a prestação de serviços diferenciados para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

O nosso diferencial está focado nas empresas da região ao resolvermos a dor da falta de comunicação entre as empresas e seus clientes. Essa dor é resolvida através de uma tecnologia eficiente que permite que cada empresa / serviços tenha o seu próprio site e possa expor os seus produtos e promoções para os seus clientes / usuários ao utilizar a plataforma da ValeOn.

3 – Quais métodos você usará para o crescimento? O seu mercado está propício para esse tipo de crescimento?

Estratégias para o crescimento da nossa empresa

  1. Investimento na satisfação do cliente. Fidelizar é mais barato do que atrair novos clientes.
  2. Equilíbrio financeiro e rentabilidade. Capital de giro, controle de fluxo de caixa e análises de rentabilidade são termos que devem fazer parte da rotina de uma empresa que tenha o objetivo de crescer.
  3. Desenvolvimento de um planejamento estratégico. Planejar-se estrategicamente é como definir com antecedência um roteiro de viagem ao destino final.
  4. Investimento em marketing. Sem marketing, nem gigantes como a Coca-Cola sobreviveriam em um mercado feroz e competitivo ao extremo.
  5. Recrutamento e gestão de pessoas. Pessoas são sempre o maior patrimônio de uma empresa.

O mercado é um ambiente altamente volátil e competitivo. Para conquistar o sucesso, os gestores precisam estar conectados às demandas de consumo e preparados para respondê-las com eficiência.

Para isso, é essencial que os líderes procurem conhecer (e entender) as preferências do cliente e as tendências em vigor. Em um cenário em que tudo muda o tempo todo, ignorar as movimentações externas é um equívoco geralmente fatal.

Planeje-se, portanto, para reservar um tempo dedicado ao estudo do consumidor e (por que não?) da concorrência. Ao observar as melhores práticas e conhecer quais têm sido os retornos, assim podemos identificar oportunidades para melhorar nossa operação e, assim, desenvolver a bossa empresa.

4 – Quem são seus principais concorrentes e há quanto tempo eles estão no mercado? Quão grandes eles são comparados à sua empresa? Descreva suas marcas.

Nossos concorrentes indiretos costumam ser sites da área, sites de diretório e sites de mídia social. Nós não estamos apenas competindo com outras marcas – estamos competindo com todos os sites que desejam nos desconectar do nosso potencial comprador.

Nosso concorrente maior ainda é a comunicação offline que é formada por meios de comunicação de massa como rádios, propagandas de TV, revistas, outdoors, panfletos e outras mídias impressas e estão no mercado há muito tempo, bem antes da nossa Startup Valeon.

5 – Sua empresa está bem estabelecida? Quais práticas e procedimentos são considerados parte da identidade do setor?

A nossa empresa Startup Valeon é bem estabelecida e concentramos em objetivos financeiros e comerciais de curto prazo, desconsideramos a concorrência recém chegada no mercado até que deixem de ser calouros, e ignoramos as pequenas tendências de mercado até que representem mudanças catastróficas.

“Empresas bem estabelecidas igual à Startp Valeon devemos começar a pensar como disruptores”, diz Paul Earle, professor leitor adjunto de inovação e empreendedorismo na Kellogg School. “Não é uma escolha. Toda a nossa existência está em risco”.

uma empresa, examinando gastos, cortando desperdícios e eliminando a ociosidade.

Sendo assim, a otimização acaba sendo uma etapa inevitável até a conquista da escalabilidade. Afinal de contas, é disso que se trata esse conceito: atingir o máximo de eficiência, aumentando clientes, vendas, projetos e afins, sem expandir os gastos da operação de maneira expressiva.

Pretendemos escalar o nosso negócio que é o site marketplace da Startup Valeon da seguinte forma:

  • objetivo final em alguma métrica clara, como crescimento percentual em vendas, projetos, clientes e afins;

etapas e práticas que serão 6 – Se você quiser superar seus concorrentes, será necessário escalar o seu negócio?

A escalabilidade é um conceito administrativo usado para identificar as oportunidades de que um negócio aumente o faturamento, sem que precise alavancar seus custos operacionais em igual medida. Ou seja: a arte de fazer mais, com menos!

Então, podemos resumir que um empreendimento escalável é aquele que consegue aumentar sua produtividade, alcance e receita sem aumentar os gastos. Na maioria dos casos, a escalabilidade é atingida por conta de boas redes de relacionamento e decisões gerenciais bem acertadas.

  • Além disso, vale lembrar que um negócio escalável também passa por uma fase de otimização, que é o conceito focado em enxugar o funcionamento de tomadas ao longo do ano para alcançar a meta;
  • decisões acertadas na contratação de novos colaboradores;
  • gerenciamento de recursos focado em otimização.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

MORRE AOS 100 ANOS O EX-PRESIDENTE DOS EUA JIMMY CARTER

 

História de Por Will Dunham e Jasper Ward – Reuters

Ex-presidente dos EUA Jimmy Carter em janeiro de 2012 12/01/2012 REUTERS/Amr Abdallah Dalsh

Ex-presidente dos EUA Jimmy Carter em janeiro de 2012 12/01/2012 REUTERS/Amr Abdallah Dalsh© Thomson Reuters

Por Will Dunham e Jasper Ward

WASHINGTON (Reuters) – Jimmy Carter, um fazendeiro que como presidente dos Estados Unidos enfrentou uma economia desfavorável e a crise dos reféns no Irã, mas que intermediou a paz entre Israel e o Egito e recebeu o Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho humanitário, morreu em sua casa na Geórgia neste domingo, informou o Carter Center. Ele tinha 100 anos.

“Meu pai foi um herói, não só para mim, mas para todos que acreditam na paz, nos direitos humanos e no amor altruísta”, disse Chip Carter, filho do ex-presidente, em um comunicado. “Meus irmãos, minha irmã e eu o compartilhamos com o mundo por meio dessas crenças comuns. O mundo é nossa família pela maneira como ele uniu as pessoas, e agradecemos por honrar sua memória continuando a viver essas crenças compartilhadas.”

    Carter foi um democrata que serviu na Casa Branca de janeiro de 1977 a janeiro de 1981. Tendo vivido mais do que qualquer outro ex-presidente na história dos Estados Unidos, ele viu sua reputação aumentar mais depois que deixou o cargo do que como presidente — uma situação que ele mesmo reconheceu.

Ele derrotou o então presidente republicano Gerald Ford na eleição de 1976 para se tornar o 39º presidente dos Estados Unidos, mas perdeu de forma categórica para o republicano Ronald Reagan em 1980, após um único mandato considerado um fracasso.

    Carter deixou o cargo profundamente impopular, mas trabalhou vigorosamente por décadas em causas humanitárias depois disso.

    Ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2002 em reconhecimento ao seu “esforço incansável para encontrar soluções pacíficas para conflitos internacionais, impulsionar a democracia e os direitos humanos e promover o desenvolvimento econômico e social”.

    Nos últimos anos, Carter teve vários problemas de saúde, incluindo melanoma que se espalhou para seu fígado e cérebro. Carter decidiu receber cuidados paliativos em fevereiro de 2023 em vez de passar por intervenção médica adicional. Sua esposa, Rosalynn Carter, morreu em 19 de novembro de 2023, aos 96 anos. Carter pareceu frágil quando compareceu ao funeral dela em uma cadeira de rodas.

Carter, um ex-governador da Geórgia, chegou à Casa Branca como um azarão em Washington prometendo honestidade após o escândalo de corrupção política de Watergate que forçou o republicano Richard Nixon a renunciar em 1974, elevando seu vice-presidente, Gerald Ford, à Presidência.

    Em janeiro de 2022, Carter expressou preocupação de que a “polarização tóxica” ameaçasse a democracia norte-americana após a tumultuada Presidência de Donald Trump, falsas alegações de que a eleição presidencial de 2020 foi “roubada” e o ataque ao Capitólio dos EUA pelos apoiadores do republicano em janeiro de 2021. Carter morreu pouco antes de Trump retornar à Presidência dos EUA no mês que vêm.

“Nossa grande nação agora oscila à beira de um abismo. Sem ação imediata, corremos o risco genuíno de um conflito civil e de perder nossa preciosa democracia. Os americanos precisam deixar de lado as diferenças e trabalhar juntos antes que seja tarde demais”, escreveu Carter em uma coluna de opinião no New York Times naquele ano.

    ACORDOS DE CAMP DAVID

    Carter intermediou os Acordos de Camp David de 1978 que introduziram a paz entre os inimigos Israel e Egito, reunindo o então primeiro-ministro israelense, Menachem Begin, e o então presidente egípcio, Anwar Sadat, por quase duas semanas de diplomacia pessoal.

A crise dos reféns no Irã marcou sua Presidência. Os revolucionários iranianos capturaram diplomatas norte-americanos na embaixada dos EUA em Teerã em 1979 e mantiveram 52 reféns por 444 dias antes de finalmente libertá-los no dia em que Carter deixou o cargo. Carter saiu parecendo fraco depois que uma missão de resgate militar que ele ordenou em 1980 terminou em fracasso, com oito soldados norte-americanos mortos em um acidente de aeronave.

    Carter também projetou uma imagem de fraqueza quando determinou um boicote dos Estados Unidos às Olimpíadas de 1980 em Moscou para protestar contra a invasão do Afeganistão pela União Soviética em 1979.

    Carter ainda lutou de maneira ineficaz com uma economia marcada por recessão, inflação de dois dígitos e alta nos preços do petróleo.

    Após a Presidência, Carter voltou para sua fazenda de amendoim em Plains, na Geórgia, e conseguiu refazer sua imagem. Ele criou o Carter Center para liderar seus esforços humanitários.

James Earl Carter Jr. nasceu em 1º de outubro de 1924, em Plains, na Geórgia. Ele se formou na Academia Naval dos EUA em 1946, serviu no programa submarino nuclear e saiu para administrar o negócio familiar de cultivo de amendoim. Ele e a esposa Rosalynn tiveram três filhos e uma filha.

    Carter se tornou um milionário, parlamentar do Estado da Geórgia e governador da Geórgia de 1971 a 1975.

    “Tive uma vida maravilhosa”, disse Carter a repórteres em Atlanta em 2015. “Tive milhares de amigos. E tive uma existência emocionante, aventureira e gratificante.”

Carter escreveu mais de duas dezenas de livros, desde um livro de memórias presidenciais a um livro infantil e poesia, além de obras sobre fé religiosa e diplomacia. Seu livro “Faith: A Journey for All” foi publicado em 2018.

CARREIRAS DO FUNCIONALISMO PÚBLICO FEDERAL

História de Redação – IstoÉ Dinheiro

A retomada das negociações entre governo federal e servidores culminou em 48 acordos em 2024, que não apenas acertaram a concessão de reajustes salariais, mas promoveram o alongamento dessas carreiras, um dos pilares da reforma administrativa que não avançou no Congresso. A ampliação do número de degraus necessários para chegar ao topo da carreira traz algum alívio nas contas do Executivo, mas essa reestruturação divide o funcionalismo e carece de complementação para mais efetividade.

Após a concessão de um reajuste linear de 9% para todas as carreiras em 2023 e dos auxílios alimentação, saúde e creche neste ano, o governo firmou acordo com a maior parte dos servidores para reajustes salariais escalonados – em janeiro de 2025 e abril de 2026, o que encerra as negociações de aumento nesta gestão -, além da reestruturação de carreiras. O secretário de Relações de Trabalho do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), Jose Lopez Feijóo, explica que antes desse processo, apenas 30% das carreiras do funcionalismo tinham 20 padrões – que são os degraus necessários para chegar ao topo. A regra, segundo ele, eram 13 padrões.

“Teremos 86% das carreiras com 20 padrões a partir de janeiro, que é quando vão começar a vigorar os acordos. Há um processo de reestruturação bastante importante”, defende. Questionado se esse é um tipo de reforma administrativa sem a apresentação de uma nova Proposta de Emenda à Constituição (PEC), Feijóo diz que sim. “Essa é uma questão também de interesse do governo, ter carreiras mais alongadas. As categorias foram contempladas com o reajuste bom na sua estrutura salarial, mas ao mesmo tempo o governo também conseguiu alongar as carreiras”, diz.

Rudinei Marques, presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), diz que dos 48 acordos firmados pelo governo, pelo menos 39 incluíram o alongamento das carreiras. “Tem uma reforma administrativa de fato acontecendo, com o alongamento das carreiras, o Concurso Nacional Unificado, que propõe democratizar o acesso ao serviço público, a Lei Geral de Concursos que os parametrizou em todo o País e a digitalização de serviços”, cita.

Ele ainda aponta o Programa de Gestão de Desempenho, que instituiu o teletrabalho e a gestão por entrega. “Isso aumentou muito a produtividade do serviço público. É uma avaliação de desempenho na prática, porque o servidor é medido nas suas entregas a cada três meses, em geral. Muita coisa aconteceu e acontece num ritmo tão acelerado também que a gente custa a mapear tudo que foi implementado nesses dois anos de governo”, diz.

A professora de economia do Insper Juliana Inhasz avalia que a reestruturação de carreiras sem uma reforma administrativa ampla é tímida. “Você alonga as carreiras e o funcionário público levará mais tempo para chegar ao topo. Mas o fato é que todos vão chegar. Muito se questiona sobre a existência de métricas mais claras para produtividade, para embasar, inclusive, essa progressão”, diz.

Para ela, uma medida mais ampla que abarcasse também a discussão do que é produtividade e que limitasse a chegada ao topo da carreira seria mais benéfica. “Se você coloca uma regra mais dura para que esse funcionário chegue ao topo da carreira, nem todos vão chegar, e isso, sem dúvida, também contribui para conter um tanto dos gastos com pessoal”, pondera.

Divergências

A retomada do diálogo e a equalização dos padrões foram passos importantes, na avaliação de Sérgio Ronaldo, representante do Fórum de Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), mas, para ele, ainda falta muito para as reestruturações de carreira de fato.

O sindicalista defende uma diretriz unificada e a aglutinação de cargos, para eliminar discrepâncias de ingresso e evolução na carreira para funções similares em órgãos distintos. Ele também questiona o modelo de negociação desse ano. “Esse processo fragilizou, em alguns momentos, algumas carreiras e outras tiveram suas estruturas fortalecidas por conta do seu peso”, avalia.

O diretor jurídico da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Edison Cardoni, pondera que as negociações deste ano têm um problema grave. “A política do MGI nas negociações provocou um aumento das distorções salariais entre servidores de mesmo nível de escolaridade, muitas vezes até mesmo dentro da mesma carreira”, disse, frisando que houve resistência em relação ao alongamento da carreira. Para ele, há uma elitização do serviço público, com a diminuição de cargos de nível médio e auxiliar, priorizando as contratações de nível superior.

Segundo Feijóo, do MGI, há 16 grupos de trabalho instalados para tratar de demandas específicas de carreira, que vão da mudança na nomeclatura até propostas de exigência de fixação de nível superior. O governo também endereçou uma demanda pelo pagamento de bônus que estava se disseminando entre as carreiras, principalmente após os auditores da Receita Federal terem obtido a regulamentação de uma gratificação por produtividade, instituída por lei em 2017. “Nós deixamos claro para as categorias nesta negociação que o governo não abriria mais política de bônus, que ela ficaria restrita às carreiras que já obtiveram, os auditores fiscais e analistas da receita e os auditores fiscais do trabalho”, diz Feijóo.

Os auditores do Fisco fizeram uma greve no ano passado para garantir o pagamento do bônus. Agora, estão mobilizados novamente em busca de reajuste salarial. Feijóo pontua que, com o pagamento do bônus, os auditores da Receita passarão a ter uma das maiores remunerações do serviço público, que poderá chegar a R$ 41,5 mil em 2026, na soma de salário e bônus. “Como é que eu justifico que uma categoria que pode chegar a receber R$ 41,5 mil com bônus, ainda terá algum outro tipo de reajuste? Só há uma possibilidade: se qualquer reajuste negociado for compensado com uma diminuição do bônus. Simples assim, para ser justo inclusive com as outras carreiras”, frisa.

 

BRASIL NÃO TEM PLANOS PARA LIDAR COM FUTURAS PANDEMIAS

 

História de ANGELA BOLDRINI – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Há cinco anos, em 31 de dezembro de 2019, a cidade de Wuhan, na China, reportava para a OMS (Organização Mundial da Saúde) casos de pneumonia de origem desconhecida que causavam preocupação. Duas semanas depois, seria confirmada a existência de uma nova forma de coronavírus, batizada de Covid-19.

A doença evoluiria para a pior pandemia desde a gripe espanhola, causando 7 milhões de mortes confirmadas globalmente na última meia década. O Brasil chega ao fim desses cinco anos como vice-campeão nas mortes totais acumuladas e sem planos para combater pandemias futuras.

O Ministério da Saúde contabiliza 714 mil mortes por Covid, número absoluto menor apenas que o dos Estados Unidos, cuja taxa é de 1,2 milhão de mortos, segundo dados do Our World in Data, da Universidade de Oxford. Com uma população de mais de 200 milhões, o Brasil é o 20º país com maior incidência de mortes por milhão de pessoas.

O número de vítimas da doença a cada 1 milhão de habitantes no Brasil é de 3.399. Considerar a proporção é importante porque, quanto maior a população de um país, mais provável que seu número total de mortes seja mais alto. O país com mais mortes por milhão de habitantes é o Peru —que fica em sétimo lugar no total acumulado, com 220 mil vítimas.

Ainda assim, o número brasileiro é considerado elevado. “Nós temos 10% das mortes no mundo, e não temos 10% da população mundial, então é possível ver que há uma desproporção”, diz o médico infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).

“Isso se deu porque nós tivemos por muito tempo um negacionismo que permeou as instruções não farmacológicas, isto é, as orientações sobre comportamento”, explica Kfouri.

Essas medidas são, por exemplo, o uso de máscaras e o isolamento social. O fechamento de comércios e de espaços como praias, cinemas e restaurantes, e o esvaziamento das cidades foram uma marca dos primeiros anos da pandemia.

Alguns dos maiores pontos turísticos globais, como a Fontana di Trevi, em Roma, ou a Torre Eiffel, em Paris, ficaram vazios, em imagens que ganharam o mundo.

“Todas as pandemias terminam da mesma forma, atingindo uma boa imunidade populacional”, explica o médico. A diferença é que se essa imunidade populacional vem associada à vacinação, não ao contágio, o número de mortes é menor. “Você pode atingir esse resultado com milhares de mortes ou milhões de mortes”, afirma.

Para Alexandre Naime, professor do departamento de infectologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e coordenador científico da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), é crucial que os países mantenham a notificação ativa à OMS para garantir um controle efetivo e uma resposta coordenada, mesmo com a mudança no cenário pandêmico.

“A plataforma mundial de dados é fundamental para compreender quais vírus respiratórios estão causando óbitos.”

De acordo com o Ministério da Saúde, 424 mil das vítimas nacionais da Covid morreram em 2021, quando o presidente Jair Bolsonaro defendia a “imunidade de rebanho por contágio”.

Em 6 de abril daquele ano, quando o país ultrapassou a marca de 4.000 mortos por dia, o então presidente afirmou em evento em Chapecó (SC): “Não vamos aceitar a política do fica em casa, do feche tudo, do lockdown. O vírus não vai embora. Esse vírus, como outros, veio para ficar”.

Apesar do que foi aprendido na crise sanitária, a professora Deisy Ventura, da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo), diz que o Brasil não possui um plano para fazer diferente em novas pandemias. “Nós sequer temos uma legislação a respeito de resposta a emergências”, afirma.

Nós temos 10% das mortes no mundo, e não temos 10% da população mundial, então é possível ver que há uma desproporção de como a Covid-19 incidiu sobre a nossa população

médico infectologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações

Isso porque, explica a professora, a lei promulgada em fevereiro de 2020, antes mesmo de o primeiro caso da doença ser registrado no Brasil, tem validade apenas para o coronavírus.

“Foi uma lei que fizemos às pressas, na época que precisávamos repatriar os brasileiros que estavam em Wuhan”, diz ela, que defende que é preciso criar um arcabouço legal que impeça que a resposta sanitária fique a reboque das predileções políticas do momento.

“Tem que estar escrito na lei, por exemplo, que a resposta da ‘imunidade de rebanho por contágio’ nunca pode ser usada como resposta”, diz.

No âmbito internacional, afirma a professora, os países também enfrentam problemas para chegar a um consenso sobre como atuar no futuro. Já foram contabilizados 776 milhões de casos da doença no mundo, segundo a OMS.

Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde diz que tem compromisso com a preparação, vigilância e resposta a emergências em saúde pública. Afirma que neste ano o departamento que cuida dessa área foi reestruturado para aprimorar sua atuação em formação, inteligência e avaliação de riscos.

Segundo o ministério, a modernização segue as melhores práticas nacionais e internacionais e levou o departamento a ser reconhecido pela OMS como centro colaborador para treinamento em emergências de saúde pública.

A pasta informa ainda que o relatório final sobre um plano estratégico para prevenção, preparação e resposta a pandemias está previsto para março de 2025, e que ele ampliará a base legal e operacional do país para responder a emergências futuras.

“Além disso, foi criado o Comitê Técnico-Consultivo de Emergências, composto por especialistas renomados, para apoiar o desenvolvimento de estratégias baseadas em evidências.”

Uma tentativa de se fechar um acordo global sobre prevenção de pandemias ainda em 2024 fracassou. Isso significa que haverá novas negociações ano que vem, mas com os Estados Unidos novamente sob a gestão de Donald Trump, que governava o país durante a Covid.

“Perdemos uma janela para resolver o acordo antes de Trump voltar ao poder”, diz Ventura.

Trump dá sinais pouco animadores para a comunidade científica, como a indicação do ativista antivacina Robert F. Kennedy Jr. para a secretaria de Saúde.

A vacinação teve papel fundamental na transição da Covid de uma emergência de saúde pública internacional para a convivência com o vírus. Atualmente, a OMS estima que 87% da população brasileira tenha recebido ao menos uma dose do imunizante contra o coronavírus.

Para Kfouri, um dos legados nocivos da condução da pandemia foi justamente o aumento da desconfiança sobre a vacina. Uma pesquisa do Instituto Ipsos divulgada em novembro de 2024 mostrou que 29% dos brasileiros possuem algum grau de medo em relação à imunização.

“A pandemia e o surgimento de novas tecnologias vacinais criaram um ambiente para que grupos minoritários e barulhentos pudessem espalhar essa ideologia, e nós vimos os índices de imunização de outras doenças também serem afetados.”

Ventura também alerta para o risco de esquecimento da pandemia. “A Covid-19 é cada vez menos lembrada, por ser inconveniente. Não temos no Brasil nem um dia de homenagem às vítimas”, diz. A Câmara dos Deputados chegou a aprovar a criação de um dia nacional de memória, mas a proposta não avançou no Senado.

“Nós estamos esquecendo o que aconteceu, e ao esquecer, a história entra em disputa, e os mesmos erros podem ser cometidos novamente.”

Em nota, o Ministério da Saúde defende que foram realizados investimentos em capacitação para gestores estaduais e municipais, formação de comitês operacionais de emergência e elaboração de planos de contingência.

O ministério também destaca a inclusão da vacinação contra a Covid-19 no calendário nacional, beneficiando gestantes e idosos e a intensificação de campanhas para doenças como poliomielite, sarampo e coqueluche.

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Colaborou Cláudia Collucci

OS VELHOS TORNAM-SE AMIGOS MAIS FACILMENTE

História de Molly Gorman – Da BBC Future – BBC News Brasil

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Pesquisas indicam que a amizade pode trazer grandes benefícios na terceira idade.

Pesquisas indicam que a amizade pode trazer grandes benefícios na terceira idade.© Javier Hirschfeld/ BBC/ Getty Images

Você prefere conhecer muitas pessoas novas ou passar o tempo com um pequeno círculo de amigos próximos?

Talvez você imagine que sua resposta irá depender do seu grau de introversão ou extroversão. Mas saiba que existe outro fator fundamental, mas pouco conhecido, que influencia nossas preferências sociais: a idade.

As amizades beneficiam pessoas de todas as idades. Elas chegam a melhorar nossa saúde e aumentar nosso tempo de vida, segundo indicam diversas pesquisas.

À medida que a idade avança, as amizades podem passar a ser uma importante fonte de felicidade e satisfação com a vida. E as interações frequentes com um amigo próximo, de fato, podem aumentar a felicidade entre os idosos, mais do que com a própria família.

Uma explicação simples é que as amizades podem ser mais engraçadas, menos tensas e carregadas do que outros relacionamentos.

Um estudo realizado entre norte-americanos com mais de 65 anos de idade concluiu que os encontros com os amigos eram considerados mais agradáveis do que com familiares. Estas descobertas contradizem estudos mais antigos, que se concentravam mais na família próxima como a principal fonte de apoio para os adultos, durante o envelhecimento.

Mas existe uma diferença importante na forma em que as pessoas mais velhas escolhem e mantêm suas amizades, em comparação com os jovens.

Os jovens tendem a procurar ativamente novos contatos. Já os idosos reduzem deliberadamente suas redes sociais, segundo a professora de psicologia Katherine Fiori, da Universidade Adelphi, em Nova York, nos Estados Unidos.

Esta redução do número de relacionamentos na nossa vida traz importantes benefícios, mas também algumas desvantagens que merecem ser detalhadas, segundo ela e outras fontes.Nosso comportamento e objetivos sociais se alteram com a idade, o que pode facilitar nossa conexão com as outras pessoas.

Nosso comportamento e objetivos sociais se alteram com a idade, o que pode facilitar nossa conexão com as outras pessoas.© Javier Hirschfeld/ BBC/ Getty Images

Uma das vantagens de cultivar um círculo menor de amizades é que os laços restantes, cuidadosamente selecionados, costumam ser de alta qualidade.

“À medida que as pessoas envelhecem, sua perspectiva sobre o futuro muda”, explica Fiori. “Essencialmente, elas têm menos tempo para viver. Suas prioridades se alteram e elas tendem a se concentrar nos propósitos socioemocionais.”

Este fenômeno é conhecido como teoria da seletividade socioemocional.

Os adultos mais jovens observam seu futuro em expansão e se concentram em formar novas conexões. Já os mais velhos têm como prioridade passar seu tempo com as pessoas que os conhecem bem e, com isso, reduzem suas conexões.

Fiori explica que a restrição dos laços mais fracos é proposital. A intenção das pessoas é se concentrar nos laços próximos, quando o fim da vida se aproxima.

Expansão vs. contração

Pesquisadores concluíram que, como parte desta redução, os adultos com mais idade chegam a excluir deliberadamente seus conhecidos mais distantes das suas redes sociais. Isso aumenta a chamada “densidade emocional” do seu círculo social – ou seja, eles trabalham para criar um grupo menor e mais coeso.

Os idosos também costumam perdoar mais e ser mais positivos com os contatos escolhidos, já que eles estão tentando saborear a vida e o tempo que lhes resta juntos, segundo indicam as pesquisas.

Este foco na alegria confirma outras descobertas sobre o papel da positividade na terceira idade.

Em comparação com os adultos mais jovens, por exemplo, os idosos geralmente têm postura mais positiva e se concentram nos eventos e recordações positivas da vida. Este fenômeno é conhecido como o “efeito da positividade”.

Mas você não precisa ser idoso para se concentrar mais nos relacionamentos próximos, alegres e positivos.

Quando os mais jovens são levados a pensar sobre a fragilidade da vida e seu tempo limitado na Terra, eles também mudam seus propósitos sociais. Eles abandonam sua estratégia mais expansiva e passam a adotar maior concentração, segundo um estudo de 2016.

Este efeito foi particularmente agudo durante a pandemia de covid-19. No pico da pandemia, pessoas de todas as faixas etárias privilegiaram os parceiros emocionalmente significativos, segundo demonstraram diversos estudos.

Em outras palavras, as pessoas mais velhas mantiveram sua estratégia padrão, típica da idade, de se concentrar em manter menos laços e mais próximos. Já os mais jovens mudaram seu comportamento, antes aberto e expansivo, passando a agir como os mais velhos, em termos de preferências sociais.

“As conclusões indicam que as diferenças amplamente documentadas de motivação social entre as idades refletem horizontes de tempo, mais do que a idade cronológica”, segundo o estudo. Ou seja, o tempo que pensamos ter afeta mais a nossa estratégia social do que a nossa idade real.

Abraçando novos amigos

Mas, mesmo entre as pessoas que cultivam esses laços próximos, também é uma boa ideia permanecer aberto para novas amizades, segundo os pesquisadores.

Fiori e seus colegas descobriram que reduzir demais a rede de amigos nem sempre é saudável. Pode ser surpreendente, mas ela afirma que não existem evidências que indiquem que o foco exclusivo nos laços próximos seja benéfico para a saúde física ou mental, em nenhuma idade.

“As amizades são muito benéficas para o bem-estar das pessoas ao longo da vida”, explica ela. “Parte disso ocorre porque diferentes relacionamentos preenchem funções diferentes.”

“Nossos laços mais próximos tendem a ser aqueles que nos oferecem apoio social, suporte emocional e suporte instrumental. Mas outras funções que conseguimos dos nossos relacionamentos costumam ter importância igual ou maior. Ocorre que, muitas vezes, elas vêm de tipos de laços diferentes.”

Nossas amizades podem oferecer estímulo intelectual, por exemplo, ou simplesmente nos trazer diversão. A principal diferença é que as amizades são relacionamentos voluntários, não obrigatórios, que podem começar ou terminar a qualquer momento.

A pesquisadora de saúde mental Alexandra Thompson, da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, concorda.

“As amizades oferecem benefícios levemente diferentes dos nossos relacionamentos familiares, por uma série de motivos”, explica ela. “Os relacionamentos familiares podem ser tensos e baseados na obrigação. Mas a amizade envolve interesses comuns, o que pode melhorar o estado de espírito.”

Convergências culturais

A importância da amizade é mais relacionada à saúde e à felicidade entre os idosos, as mulheres, pessoas com menores níveis educacionais e que moram em culturas individualistas, segundo um estudo de 2021.

O estudo envolveu 300 mil pessoas de 99 países. Ele indica que, entre os idosos, depositar mais importância nos relacionamentos sociais pode servir de “estratégia de sobrevivência bem sucedida, que aumenta o bem-estar frente às adversidades trazidas pela idade”.

Amigos podem ser a família escolhida

Algumas amizades podem se tornar tão próximas que a própria palavra pode não parecer suficiente para definir a profundidade do relacionamento. Um amigo pode se sentir mais como um irmão, por exemplo.

Os amigos podem se tornar “parentes fictícios” e oferecer toda a confiança e calor humano da família, além do prazer da amizade, segundo Fiori.

“O parentesco não deve se resumir apenas ao sangue ou ao casamento”, explica ela. “Quando aquela pessoa se torna família, aquele relacionamento muda e passa a ser mais obrigatório.”

Entre a comunidade LGBTQIA+, as pessoas podem depender das famílias “escolhidas” ou “intencionais” para terem apoio à medida que envelhecem.

Este pode ser especialmente o caso das gerações mais velhas, que, muitas vezes, sofreram extrema discriminação ao longo da vida, incluindo a rejeição pela família, e podem não ter tido a oportunidade de criar filhos.

As pessoas que decidiram não ter filhos também podem, de forma geral, confiar mais nos amigos do que na família biológica, à medida que envelhecem.

Mas, enquanto cultivamos laços próximos e até de parentesco fictício, Thompson indica que também podemos usufruir dos laços mais distantes. A chave é dar preferência à qualidade, não à quantidade.

“Não é questão de ter centenas de amigos”, explica ela.

“Não é verdade que, se acrescentarmos sempre novos amigos, observaremos redução da solidão, melhoria da saúde mental, melhoria da saúde física… Acho que sempre será questão de ter experiências e interesses comuns.”

Quatro é o número mágico?

A pesquisa de PhD de Thompson examinou qual seria o número ideal de amigos para o bem-estar psicológico dos idosos, combatendo a solidão.

Ela concluiu que ter quatro amigos próximos seria o número ideal. Ultrapassando este número, a pesquisadora não encontrou benefícios substanciais para o nosso bem-estar.

“É questão de como incentivamos as pessoas para que estabeleçam conexões íntimas, próximas e de boa qualidade – ou para que reforcem as conexões que elas já possuem, aumentando sua qualidade e intimidade”, explica Thompson, “para que elas recebam esses benefícios e diferentes tipos de disponibilidade social dos seus amigos atuais.”

Este esforço vale a pena por muitas razões. Os benefícios da amizade na terceira idade se estendem além do simples bem-estar psicológico. Eles incluem melhor funcionamento cognitivo e saúde mental.

De fato, as pesquisas indicam frequentemente que as amizades são tão importantes quanto os laços familiares para prever o bem-estar na idade adulta e na terceira idade.

Uma meta-análise que reuniu estudos com cerca de 309 mil indivíduos, acompanhados em média por 7,5 anos, concluiu que pessoas com relacionamentos sociais adequados possuem 50% mais probabilidade de sobrevivência, em comparação com relações sociais pobres ou insuficientes.

As amizades também podem ser uma fonte de estabilidade – o que é especialmente importante, já que as tendências demográficas indicam um afastamento do “núcleo familiar” tradicional rumo à monoparentalidade, divórcios e novos casamentos, o que torna a vida familiar mais complexa.

Como, então, criamos esta pequena rede benéfica de almas gêmeas, amigos e conhecidos?Os jovens tendem a buscar ativamente novos contatos. Já os idosos reduzem deliberadamente seu círculo social.

Os jovens tendem a buscar ativamente novos contatos. Já os idosos reduzem deliberadamente seu círculo social.© Javier Hirschfeld/ BBC/ Getty Images

Abrindo portas para a amizade

Apesar de todos os aspectos positivos do envelhecimento nas relações sociais, os idosos realmente enfrentam uma série de obstáculos que podem dificultar muito para que as pessoas se encontrem, segundo Fiori.

Eles não têm as oportunidades sociais da escola, universidade ou do ambiente de trabalho, por exemplo. Eles podem enfrentar o luto e a solidão por terem perdido parceiros e amigos queridos.

O declínio das funções cognitivas ou questões de mobilidade podem trazer ainda mais dificuldades. E, se uma pessoa for naturalmente introvertida, aproximar-se de novas pessoas, por si só, pode parecer assustador.

O gênero também pode influenciar a questão. Homens mais idosos costumam relatar maior isolamento social do que as mulheres. Pesquisas indicam que as mulheres tradicionalmente mantêm os laços familiares. Por isso, elas mantêm laços mais fortes com os amigos e a família na idade avançada.

Mas existe também um fator mais relacionado com a nossa mentalidade – particularmente, com a nossa percepção do envelhecimento, segundo Fiori.

“Se alguém se vê e pensa ‘[minha saúde] está em declínio, ninguém quer mais ser meu amigo e não tenho mais motivo para viver’ – este tipo de pessoa não irá sair e tentar fazer amigos”, explica ela. “Mas alguém que tem uma percepção mais positiva do envelhecimento irá fazer isso.”

Fiori sugere que intervenções cognitivas podem ser úteis para combater estes efeitos – não apenas terapia, mas, de forma geral, qualquer tipo de intervenção direcionada à mudança cognitiva, para ajudar os adultos mais velhos a terem percepções mais positivas do envelhecimento.À medida que a idade avança, as pessoas tendem a se concentrar nos poucos amigos mais próximos. Mas manter a mente aberta para novas conexões também traz benefícios.

À medida que a idade avança, as pessoas tendem a se concentrar nos poucos amigos mais próximos. Mas manter a mente aberta para novas conexões também traz benefícios.© Javier Hirschfeld/ BBC/ Getty Images

“A autopercepção do envelhecimento pode funcionar como profecia autorrealizadora”, prossegue ela, “porque as pessoas mais idosas que acreditam que o fim da vida está associado ao risco de ficar solitário são menos propensas a investir em relacionamentos.”

“Por outro lado, as pessoas mais velhas que observam sua idade com visão mais positiva e acreditam que ainda é possível fazer novos planos e se dedicar a novas atividades irão investir mais. E estes investimentos em relações sociais trazem consequências positivas para o bem-estar.”

De certa forma, deveria ser mais fácil para nós fazer amigos na terceira idade. Afinal, à medida que a nossa personalidade amadurece, nossa perspectiva passa a ser mais voltada à alegria e costumamos ser mais agradáveis.

“Ao longo do tempo, as pessoas ganham habilidades sociais. Os idosos são socialmente mais hábeis do que os jovens adultos”, segundo Fiori. “Por isso, de certa forma, eles podem ser mais capazes de evitar conflitos.”

Desfazendo mitos sobre a solidão

A solidão não é sinônimo de estar sozinho. Ela define o desejo de conexão social, aliado à sensação de angústia quando ela é inatingível.

O isolamento social é frequentemente associado a pessoas idosas que “vivem uma existência solitária”. Mas ele pode ser vivenciado em qualquer etapa da vida.

Pesquisas indicam que a distribuição da solidão ao longo da vida tem forma de U – níveis elevados de solidão são verificados entre os jovens e na terceira idade.

Existem alguns períodos de transição no final da vida, como o luto, que geram “maior capacidade de conexão”. A aposentadoria também pode liberar tempo para os adultos mais velhos e, por isso, oferecer a oportunidade de se socializar com seus vizinhos e praticar o voluntariado.

As pesquisas indicam que os idosos são mais “resilientes a eventos potencialmente isoladores” e continuam encontrando conexões significativas até o fim da vida.

Amigos e fitness

Alexandra Thompson defende a criação de oportunidades sociais. Ela trabalhou com a organização Rise, no nordeste da Inglaterra, em um programa para idosos chamado Todos os Movimentos Importam.

Os participantes eram recrutados através do seu consultório médico. Eles participavam de quatro sessões semanais que envolviam uma atividade física, seguida pelo tempo de socialização. A ideia era incentivar a atividade física e a conexão emocional.

Os participantes declararam que as sessões eram divertidas e 81% relataram melhorias, como a redução da solidão.

“Simplesmente ter aquele incentivo, aquela oportunidade que foi oferecida, pode ser suficiente para fazer você sair para fazer algo como aquilo”, afirma Thompson. “E as pessoas que fizeram adoraram.”

Reduzir o abismo digital

Ter acesso à internet pode também ser útil para o bem-estar dos idosos, especialmente se eles sofrerem declínio físico.

A tecnologia pode oferecer aos idosos a possibilidade de ter acesso a uma ampla variedade de recursos, além de compartilhar assuntos com seus amigos. Mas eles são mais lentos para adotar as novas tecnologias, em comparação com os mais jovens.

Um estudo observacional procurou verificar como os idosos de comunidades independentes, entre 69 e 91 anos de idade, usam a tecnologia.

Cada participante já possuía um tablet ou aparelho similar, depois de observar outras pessoas ou por recomendação de amigos e parentes.

A amostra foi pequena, mas o estudo concluiu que a tecnologia pode ajudar a conectá-los com a família, os amigos e com o mundo em geral. Por isso, os pesquisadores defendem o aumento do conhecimento tecnológico dos idosos, na esperança de trazer melhorias positivas para suas vidas.

Harold foi um dos participantes do estudo. “Eu me sinto mais bem informado; sinto que tenho mais contato com minha família. Simplesmente gosto muito… para [saber das] notícias e manter contato com nossos amigos.”

Novas mudanças à frente?

Existem indicações de que novas mudanças sociais estão por surgir – para melhor.

Katherine Fiori afirma que as faixas etárias mais novas estão passando muito mais tempo com os amigos até o fim da vida, em comparação com os nascidos há mais tempo.

“Uma das coisas que achamos que também está causando esta mudança é a percepção do envelhecimento, que ficou menos negativa”, explica ela.

“Meu colega [Oliver Huxhold, do Centro Alemão de Gerontologia] prevê que, no futuro, os idosos provavelmente não irão apenas mencionar mais amigos na sua rede de apoio… mas também passarão mais tempo com eles.”

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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