Autor: Virgilio Marques dos Santos, sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria
(Foto: Isaque Martins)
Atualmente, a diferença entre um profissional comum e um profissional de destaque está cada vez mais ligada às soft skills (habilidades sociais). Essas habilidades, muitas vezes consideradas intangíveis, são o que permite que um profissional se adapte, colabore, comunique e cresça em ambientes dinâmicos e incertos.
O desafio de lidar com transformações abruptas, muitas vezes sem recursos suficientes, faz com que os empregadores busquem, mais do que nunca, profissionais que tenham capacidade de adaptação, comunicação clara e liderança colaborativa.
Aqui estão as 7 soft skills que você deve destacar em seu currículo para se manter competitivo no mercado brasileiro – e recomendações práticas de como incorporá-las em seu currículo.
1. Adaptabilidade
Novas tecnologias, mudanças regulatórias e uma economia global cada vez mais interconectada exigem que os profissionais sejam adaptáveis. Essa habilidade é crucial, já que o mercado frequentemente passa por mudanças súbitas devido a fatores políticos e econômicos.
As empresas buscam colaboradores que consigam se adaptar a diferentes cenários sem perder o foco nos resultados. Profissionais que demonstrem resiliência e flexibilidade, especialmente em momentos de crise, têm maior valor nas organizações.
É importante mostrar em seu currículo como você se adaptou a mudanças anteriores, seja em processos internos, tecnologias ou estratégias de negócios.
2. Comunicação eficaz
Se comunicar bem vai além de falar ou escrever claramente. É necessário entender o tom certo, o meio certo e ser capaz de traduzir ideias complexas de maneira que outros possam agir com base nelas. Com equipes diversificadas e, muitas vezes, remotas, a comunicação clara se torna ainda mais importante.
As organizações costumam valorizar profissionais que conseguem se comunicar com clareza e empatia, facilitando o trabalho em equipe e a execução de projetos.
Uma recomendação é incluir no seu currículo exemplos de como sua comunicação ajudou a resolver conflitos, alinhou expectativas ou facilitou a colaboração entre as pessoas.
3. Resolução de problemas
Os problemas no local de trabalho são inevitáveis, e os profissionais que conseguem abordá-los de forma criativa e prática se destacam. No Brasil, onde recursos e infraestrutura muitas vezes são limitados, a habilidade de encontrar soluções criativas e eficientes é uma qualidade especialmente valorizada.
Os empregadores buscam candidatos que, além de identificar problemas, conseguem propor soluções rápidas e eficazes. Profissionais que demonstram essa competência e proatividade estão melhor posicionados para assumir cargos de liderança.
Assim, liste exemplos de problemas que você solucionou e como isso impactou positivamente a empresa.
4. Inteligência emocional
A capacidade de entender e gerenciar suas próprias emoções, bem como as dos outros, se tornou uma das soft skills mais procuradas. Com equipes diversas e o crescente debate sobre saúde mental, a inteligência emocional é crucial para criar um ambiente de trabalho saudável e produtivo.
Gestores e colaboradores que conseguem lidar com emoções, tanto as próprias quanto as de suas equipes, são fundamentais para manter um clima organizacional positivo, evitando o desgaste emocional e os conflitos.
Para destacar essa soft skill, pense em situações em que sua inteligência emocional contribuiu para a resolução de problemas ou melhoria do ambiente de trabalho.
5. Colaboração
Trabalhar em equipe é uma habilidade essencial no mercado de trabalho atual, já que muitas empresas estão adotando estruturas organizacionais mais horizontais. Com isso, a colaboração entre departamentos e equipes é uma peça-chave para o sucesso dos projetos.
Os empregadores querem ver profissionais que sabem trabalhar bem em equipe, respeitam diferentes pontos de vista e conseguem integrar diversas habilidades para alcançar objetivos comuns.
Portanto, demonstre como você colaborou em projetos interdepartamentais ou como ajudou sua equipe a alcançar objetivos compartilhados.
6. Pensamento crítico
A complexidade regulatória e econômica imposta no mercado de trabalho atual exige uma atenção constante às mudanças. Por isso, os empregadores valorizam profissionais capazes de pensar criticamente sobre problemas complexos.
Com isso, é possível analisar os desafios sob várias perspectivas e encontrar soluções que equilibrem risco e benefício, o que é crucial para o sucesso organizacional.
Para o seu currículo, considere incluir exemplos de como seu pensamento crítico ajudou a empresa a evitar erros ou melhorar processos.
7. Gestão do tempo
Com a crescente demanda por produtividade e o aumento das responsabilidades dos profissionais, a capacidade de gerenciar bem o tempo nunca foi tão importante. Profissionais que conseguem priorizar tarefas, cumprir prazos e gerenciar múltiplos projetos de maneira eficaz se destacam no mercado. A gestão do tempo também envolve a capacidade de equilibrar trabalho e vida pessoal, algo cada vez mais valorizado pelas empresas.
Para isso, é preciso mostrar, de forma tangível, como você gerencia prazos, organiza seu trabalho e mantém a produtividade alta, mesmo sob pressão.
Ao dar ênfase a essas sete soft skills, você estará posicionado para se destacar entre a concorrência e conquistar melhores oportunidades de carreira.
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Virgilio Marques dos Santos é um dos fundadores da FM2S, gestor de carreiras, doutor, mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black Belt pela mesma Universidade. TEDx Speaker, foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.
7 Soft Skills essenciais para o seu currículo
Igor Lopes – Innova
Primeiro, inovar não é sobre criar coisas novas, mas também encontrar soluções que, embora já existentes, nunca foram adotadas em seu projeto.
Um caso real que comprova a minha tese é o Sr. Valdir Novaki, conhecido como “O pipoqueiro mais famoso do Brasil”.
Valdir era um pipoqueiro como os outros, mas ele sentia que precisava inovar em seu mercado.
Diante disso, Sr. Valdir adotou medidas de higiene e atendimento que ninguém fazia, mas que impactava diretamente na experiência do consumidor:
• Quem chegava no carrinho de pipoca do Valdir recebia uma dose de álcool em gel nas mãos antes de pegar a pipoca.
• Ele também limpava toda a bancada (de inox) do carrinho com álcool na frente dos clientes, deixando tudo impecável.
• Em cada dia da semana Sr. Valdir utilizava um uniforme (impecavelmente branco e limpo) do qual havia um bordado sinalizando o dia da semana.
• Ao receber a pipoca, os clientes de Valdir ganhavam uma balinha de brinde, para refrescar o hálito após o lanche.
Perceba que ele inovou, sem reinventar a roda, mas apenas trazendo abordagens simples que seus concorrentes não ousavam fazer.
Por conta disso, digo que a primeira e maior característica de uma mente inovadora é questionar o tempo todo.
Afinal, ao questionar situações e circunstâncias você encontra:
• Novos problemas;
• Oportunidades;
• E soluções.
Esse loop cria um mecanismo de descobertas que leva você (e o seu projeto) a novos resultados no caminho da inovação.
No entanto, trilhar este caminho não é fácil, por isso, toda mente inovadora tem a habilidade de ser constante, sem perder o ânimo.
Sem isso, é impossível levantar todos os dias e garimpar soluções em meio às frustrações causadas pelos fracassos que surgem no caminho da inovação.
Se olharmos para a história do Sr. Valdir, você notará que o sucesso dele não foi repentino. Mesmo inovando, as coisas levaram tempo para acontecer.
Por fim, a última característica de uma mente inovadora é o desconforto.
Imagina só:
Se homens como Steve Jobs, Jeff Bezos, Elon Musk e Sr. Valdir fossem pessoas satisfeitas e confortáveis com seus resultados, será que eles teriam conquistado tudo o que conseguiram?
Provavelmente não. Sr. Valdir, por exemplo, não só recebeu a alcunha de “Pipoqueiro Mais Famoso do Brasil”, como também já viajou boa parte do país dando palestras sobre empreendedorismo.
Ok, sabemos que não inovar é ruim.
Agora, será que inovar em excesso é bom?
Os limites da inovação
Pela minha experiência empreendendo no campo da tecnologia, esses são os dois maiores erros quando o assunto é inovação:
01 – Tentar reinventar a roda.
02 – Omissão.
Quem não se lembra do Google Glass, um típico exemplo de quem tentou inovar demais e precisou recuar.
Ou então a Playstation com o PS Vita, um videogame portátil que prometia grande desempenho e resolução, mas, no final, não teve adesão dos grandes desenvolvedores e, consequentemente, dos clientes.
Ainda no mundo dos games, a Microsoft lançou o Xbox Kinect, um sensor de movimentos exclusivo que prometia substituir os controles tradicionais do videogame.
Após alguns anos de insistência e baixa adesão dos desenvolvedores e gamers, o Kinect foi descontinuado pela Microsoft.
Inovação demais, utilidade de menos.
Por outro lado, temos alguns exemplos clássicos de empresas omissas que esperaram demais e perderam o bonde.
Blackberry
A primeira empresa de celulares a proporcionar conexão Wireless em seus aparelhos, dando origem à era dos Smartphones — uma inovação que acertaram de mão cheia.
Há 20 anos, ter um Blackberry era mais exclusivo, chique e estiloso do que ter um iPhone de última geração.
Na boa, sempre gostei dessa marca.
Realmente é uma pena que a empresa mãe dos smartphones tenha ficado para trás e hoje não ser nem a sombra do que já foi.
Também temos os exemplos clássicos, né? Nokia, Kodak, etc. Que você já cansou de ver por aí.
Todas essas foram empresas que, por arrogância, excesso de confiança ou medo, ficaram na mesma e sumiram do mapa por não inovar.
Mas, há também as empresas que inovaram na medida certa:
• Microsoft: vendia software de caixinha e hoje é uma potência tecnológica tanto em produtos como em serviços.
• Toyota: uma empresa tradicional do mercado automotivo, mas que nunca perde o timming em inovação. Da era do motor a combustão aos motores híbridos, a Toyota sempre está no topo do ranking em qualidade, confiabilidade, tecnologia e conforto.
• Amazon: de e-commerce de garagem a uma potência de varejo e tecnologia.
• Nvidia: a empresa que surfou a onda dos games (quando ainda era uma marola ignorada por todos), aproveitou o boom das criptomoedas e hoje é a maior fabricante de GPUs utilizadas no desenvolvimento de IAs.
Sabe o que todas essas empresas têm em comum?
Elas não inovaram por moda, mas para resolver problemas concretos na vida de seus consumidores.
Você não pediu, mas eu dou: minha opinião
Sabe qual é o grande problema desse papo de inovação?
Ela é uma faca de dois gumes que pode:
• Fazer você se perder em meio ao vício de inovar.
• Fazer você perder pela falta de inovação.
Então, fica a pergunta:
Como inovar mesmo que você não tenha uma mente inovadora?
Tenha dados e informações concretas na sua mão. Sempre.
Se você tem dados, você enxerga gargalos que precisam ser resolvidos. Se você enxerga os gargalos, você precisa de soluções — e é aqui onde a inovação se esconde.
Na maioria das vezes, inovar é ser como o Sr. Valdir, e não necessariamente como Elon Musk.
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