sábado, 21 de setembro de 2024

PUTIN PODE ESTAR BLEFANDO SOBRE O SEU ARSENAL NUCLEAR?

 

História de Realidade Militar

Arsenal nuclear russo pode estar comprometido, apontam especialistas.

A guerra na Ucrânia trouxe à tona uma das questões mais sensíveis para a segurança global: o poderio nuclear da Rússia. Em meio às sanções e ao embate com o Ocidente, as ameaças do Kremlin em relação ao uso de armas nucleares têm sido uma constante. Contudo, especialistas começam a questionar se essas ameaças são realmente fundamentadas ou se a Rússia estaria, na verdade, blefando. 

Com um arsenal de aproximadamente 5.600 armas nucleares, das quais cerca de 1.700 prontas para uso imediato, a Rússia possui o maior estoque de ogivas nucleares do mundo, herdado da antiga União Soviética. Porém, de acordo com análises recentes, manter essas armas em pleno funcionamento pode ser mais difícil do que parece.

Manutenção complexa e cara

Armas nucleares não são dispositivos que permanecem letais por tempo indefinido. Ao contrário, elas exigem uma manutenção constante e especializada. Um dos principais desafios é a preservação de seus componentes críticos, como o trítio, um isótopo de hidrogênio utilizado para aumentar a potência da explosão nuclear. O trítio tem uma meia-vida de apenas 12 anos e meio, o que significa que precisa ser substituído regularmente para garantir a eficácia das bombas.

Além disso, o plutônio, utilizado no núcleo dessas armas, precisa ser comprimido a uma densidade crítica para que a explosão ocorra. Esse processo envolve o uso de explosivos convencionais, que devem detonar com precisão absoluta. Caso contrário, a bomba pode falhar.

“Seja por falha nos explosivos ou por deterioração de componentes, uma bomba nuclear pode se tornar inoperante”, explica um especialista em armamento nuclear consultado pelo G1.

Declínio técnico e corrupção

Desde o colapso da União Soviética em 1991, a Rússia enfrentou dificuldades econômicas e administrativas que afetaram diretamente seu programa nuclear. Parte dos engenheiros e cientistas que trabalhavam no desenvolvimento e manutenção das armas nucleares já se aposentaram, e há dúvidas sobre se as novas gerações estão preparadas para assumir essas responsabilidades críticas.

Outro fator que contribui para o ceticismo em relação ao arsenal nuclear russo é o alto nível de corrupção nas Forças Armadas do país. A invasão da Ucrânia expôs a deterioração da infraestrutura militar russa, com relatos de tanques sem combustível e soldados mal equipados. Há quem questione se os fundos destinados à manutenção das armas nucleares não foram desviados, comprometendo a segurança do programa.

Prontidão questionada

A última vez que a Rússia realizou um teste nuclear foi em 1990, antes do fim da União Soviética. Desde então, o país tem se distanciado de testes nucleares, o que levanta suspeitas sobre a real capacidade de suas ogivas.

“Sem testes regulares, é difícil garantir que o arsenal esteja em pleno funcionamento. A falta de testes por mais de três décadas pode significar que muitas armas estão obsoletas”, avalia um especialista em segurança internacional.

Enquanto os Estados Unidos, por exemplo, investem bilhões de dólares na manutenção e modernização de seu arsenal nuclear, a Rússia tem priorizado outras áreas, como operações militares convencionais e intervenções no exterior. Isso pode ter deixado seu programa nuclear em segundo plano.

Impacto global

Mesmo com as dúvidas sobre a capacidade operacional das armas nucleares russas, o perigo não pode ser subestimado. Mesmo que apenas uma fração das bombas esteja em funcionamento, isso seria suficiente para causar um desastre global.

“A incerteza sobre o estado do arsenal nuclear russo é, por si só, uma arma poderosa. A dúvida mantém o mundo em suspense, e essa incerteza é o que torna a situação tão perigosa”, ressalta o especialista.

Conclusão

Enquanto as tensões entre a Rússia e o Ocidente continuam a escalar, o debate sobre a real capacidade do arsenal nuclear russo permanece aberto. Resta saber se o Kremlin está blefando, confiando na intimidação, ou se ainda possui um poderio nuclear funcional capaz de alterar o equilíbrio global.

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