terça-feira, 17 de setembro de 2024

PUTIN DÁ ULTIMATO À OTAN SOBRE USO DE MÍSSEIS DE LONGO ALCANCE PARA USO DA UCRÂNIA

História de Realidade Militar

As tensões entre Rússia e OTAN atingem novo patamar com a declaração bombástica de Putin. O presidente russo afirma que o fornecimento de armas de longo alcance à Ucrânia significaria uma guerra direta com a OTAN. 

A mensagem então é clara: os limites do que a Rússia considera aceitável estão sendo testados, e qualquer ultrapassagem dessa linha vermelha pode resultar em uma escalada catastrófica.

Mas afinal, por que Putin está fazendo essa ameaça agora, depois de mais de dois anos de guerra na Ucrânia?

A resposta está na recente movimentação dos Estados Unidos e seus aliados. Nas últimas semanas, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy intensificou seus pedidos por armas de longo alcance, como os mísseis Storm Shadow fabricados pelo Reino Unido, que têm a capacidade de atingir alvos a até duzentos e cinquenta quilômetros de distância. Essas armas poderiam mudar o equilíbrio de poder no campo de batalha, permitindo que a Ucrânia atinja alvos estratégicos dentro do território russo, como armazéns de munição, bases aéreas e centros de comando.

Os Estados Unidos, até o momento, têm mantido um controle rígido sobre os tipos de armas que permitem que a Ucrânia use, temendo uma escalada que poderia envolver diretamente a OTAN na guerra. No entanto, o cenário parece estar mudando. Em meio a esse cenário turbulento e pedidos incessantes da Ucrânia, o governo de Joe Biden está “trabalhando” na possibilidade de liberar o uso de armas de maior alcance.

Os Estados Unidos são peça-chave no apoio à Ucrânia, já que forneceram bilhões de dólares à eles, em forma de ajuda militar, incluindo sistemas de defesa avançados, drones e mísseis de curto alcance. Mas as armas de longo alcance sempre foram um ponto sensível. Até agora, os americanos resistiram a autorizar o uso de mísseis como o “ATACMS” — sistemas de mísseis táticos que podem atingir alvos a mais de trezentos quilômetros de distância.

Entretanto, segundo fontes do The New York Times, tudo indica que esse cenário pode estar prestes a mudar. Veja, o Reino Unido já deixou claro que está inclinado em permitir que a Ucrânia use seus mísseis de longo alcance, como é o caso do “Storm Shadow”, para atacar alvos em território russo. Só que eles querem antes uma permissão explícita do governo Biden. Isso provavelmente se deve ao fato de que os britânicos não querem tomar essa decisão sozinhos, e querem apoio dos Estados Unidos e da França para dar essa tão desejada autorização.

Essa demora em dar uma resposta sobre o uso dessas armas tem um bom motivo. Biden estava preocupado com possíveis represálias, depois que a inteligência americana alertou que a Rússia poderia ajudar o Irã, fornecendo armas à eles para atacar forças norte-americanas no Oriente Médio.

Até então, oficiais da Casa Branca insistiam que não havia qualquer possibilidade de permitirem o uso dos mísseis “ATACMS” para atacar alvos dentro da Rússia. Mas uma reviravolta importante nessa história aconteceu nos últimos dias.

Biden parece agora muito perto de autorizar que a Ucrânia use esses mísseis de longo alcance, depois de muita insistência por parte do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Em entrevista, quando perguntado à respeito, ele respondeu brevemente: “Estamos trabalhando nisso”. Mas aqui está um detalhe importante: a autorização é para usar mísseis de longo alcance que não sejam fabricados nos Estados Unidos. Com isso, fica claro que os norte-americanos não querem se tornar os responsáveis por uma possível escalada no conflito.

Como era de se imaginar, essa decisão, no entanto, não agradou a Rússia. Putin vê qualquer ataque em solo russo como uma violação direta de sua soberania e uma provocação que poderia justificar uma retaliação severa. Aliados de Putin, como Vyacheslav Volodin, chefe da Duma russa, alertaram que, se os Estados Unidos permitirem o uso dessas armas, eles estarão entrando oficialmente no conflito, e isso poderia levar a Rússia a usar “armas mais poderosas”. E por armas poderosas, entenda “armas nucleares”.

E bem, o que isso significa para a Ucrânia? Se os Estados Unidos e seus aliados finalmente autorizarem o uso de mísseis de longo alcance, as forças ucranianas terão a capacidade de atingir alvos estratégicos dentro da Rússia, algo que até agora era limitado por causas políticas e diplomáticas. Isso poderia mudar o curso da guerra, forçando a Rússia a redistribuir suas forças e recursos para proteger áreas dentro de seu próprio território.

A Ucrânia já mostrou que pode ser eficaz em ataques de longo alcance. Nos últimos meses, ataques ucranianos com drones em regiões como Kursk e Belgorod, no território russo, pegaram as forças russas de surpresa, enfraquecendo suas linhas de suprimento e desmoralizando suas tropas. Agora, com mísseis de maior alcance, a Ucrânia pode aumentar a pressão sobre Moscou, forçando Vladimir Putin a tomar decisões difíceis sobre como reagir.

Mas há um risco claro aqui: qualquer ataque ucraniano em solo russo pode ser visto como uma escalada direta, e Putin já deixou claro que uma resposta “apropriada” está em preparação. A Rússia, uma potência nuclear, tem uma série de opções à sua disposição, e o medo de uma guerra nuclear sempre esteve presente desde o início deste conflito.

 

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