segunda-feira, 23 de outubro de 2023

NÃO TENTE AGRADAR TODO MUNDO POIS É DESNECESSÁRIO

História por Redação Itatiaia  

Solidão, solitude, solitário. Três palavras muito parecidas e que se a gente não souber a diferença dá um trabalho danado. Tem coisa na vida que é parecida, mas não é igual. A solidão é uma experiência de isolamento, de separação do mundo. Ela se caracteriza pela ausência de conexões. A solitude é a vivência consciente e livre do estar “só”, diante de si mesmo. Ela representa tranquilidade, introspecção. Em sentido diverso, o termo solitário denota uma condição de isolamento. Aqui a pessoa se sente desconectada, angustiada pela “separação”.

A solidão é uma emoção negativa, é a experiência terrificante da falta. O ser solitário é a persistência desse sentimento, como isolamento. Está mais associado à tristeza, à inadequação, à ausência de vínculos, entende? Já a solitude é o lado positivo da coisa. Ela pode ser traduzida pela aquela frase, na boca do povo: “antes só (e bem resolvido!) do que mal acompanhado”.

Embora sejamos uma sociedade de muitas conexões, vivemos de modo solitário. Nunca estamos exatamente no mesmo “lugar”, exatamente na mesma “frequência”, exatamente com as “pessoas”. Temos muitos contatos, mas encontrar alguém com quem se pode contar é raríssimo. E digo não só na perspectiva de momentos ruins, não. Até mesmo porque quando a gente tá fu**(fulminado…hahaaha) sempre tem alguém para sentir dó. Um bom teste para saber se é amigo de verdade mesmo, é ver como uma pessoa suporta, ou não, nossa felicidade. Se ficar triste com ela… Afinal, ser bom com quem tá ruim é muito fácil. Anestesia o coração. Agora…O sucesso de quem a gente não gosta, de verdade, é um insulto pessoal.

O grande desafio da vida é “tornar-se si mesmo”. Tornar-se o que se é consiste num ato de solitude, de rebeldia. O início desse “despertar sobre si”, dessa busca pela individualidade, geralmente, está associado à fase da adolescência. O que, na verdade, nesse período da vida é, mais ou menos, verdade. Isso já que o jovem rejeita a família, a igreja, a “sociedade capitalista” (mas sem abrir mão do iPhone, tá? hahaha) na exata proporção em que anseia por caber num relacionamento ou numa tribo. Ele, sem saber, apenas anseia por passar de uma “tirania” à outra. Faz quase tudo para não ficar solitário, se encaixar.

Uma travessia inadequada da dessa fase pode nos deixar com a sensação de que tudo é melhor do que estar só. Esse medo de ficar sozinho, de ser abandonado que caracteriza um estado regressivo, “infantil”, é uma das marcas da nossa sociedade. Prova disso é que a gente tem que estar o tempo todo fazendo alguma coisa, postando, sendo curtido, “escoltado”.

Alguém precisa dizer: não há a mínima possibilidade de saúde mental sem uma boa dose de solitude! É dos momentos em que experimentamos “atos sem testemunha”, sabendo quem somos para além dos aplausos e daquilo que fazemos, que decorre o amor-próprio, o prazer genuíno, a criatividade…

Dizem, por aí, que o sujeito que pensa, que decide, que banca as próprias decisões é uma invenção moderna. Ah, eu não acho não! A modernidade, na verdade, apenas evidenciou o indivíduo, e depois o fez virar mais um produto de mercado. A meu ver, quem instituiu esse “sujeito”, que vai além daquilo que os outros querem, esse “ser em si”, que vai na contramão da manada foi: Jesus Cristo.

O Nazareno deixa claro que, para realizar a própria vida, a gente tem que “deixar”, “desprender”, “bancar” a cruz que é nossa (Lc 14, 25-27). Deixar pai, mãe, mulher, filho, irmãos…Silenciar o barulho da multidão que, fora ou dentro, escolta e ensurdece. Lendo os Evangelhos concluímos que: agradar a todos não só é impossível, mas desnecessário!

Sua alma, sua interioridade, suas decisões pertencem a você! Todo relacionamento pressupõe, por exigência natural, uma dose de solitude. Antes de ser dois, é preciso aprender a ser um… Ah! E esse negócio de duas metades da laranja não é pensamento maduro ou cristão(hahahaha).

Essa ideia de que a gente tem que procurar a “metade da laranja” vem de um mito grego. Segundo ele, por terem descoberto o fogo, os seres humanos foram partidos no meio pelos deuses e, por causa disso, são condenados a viver à procura da sua “outra metade”. Em sentido contrário, o imperativo da maturidade é: sê inteiro! Como costumo ironizar, quem deseja se casar não tem que ser uma “metade”, mas uma laranja inteira e arranjar alguém que… (é, você entendeu! hahhaha)

 

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