História por CdB – Correio do Brasil
Ao contrário do que exige o presidente ucraniano, e seus aliados, como Estados Unidos e União Europeia, o Brasil não apoia sanções contra a Rússia, que está em guerra contra a Ucrânia, e nem o isolamento do presidente russo Vladimir Putin, condenado pelo Tribunal Penal Internacional.
Por Redação, com agências internacionais – da ONU, NY-EUA
O discurso antológico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na 78ª Assembleia Geral da ONU, foi interrompido cinco vezes por palmas. Em momento algum, porém, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky aplaudiu o presidente brasileiro. Um vídeo nas redes sociais mostra as reações de Zelensky durante as palmas a Lula, ficando imóvel nelas todas.
Zelensky esteve presente à Assembleia da ONU, e criticou a Rússia© Fornecido por Correio do Brasil
Ao contrário do que exige o presidente ucraniano, e seus aliados, como Estados Unidos e União Europeia, o Brasil não apoia sanções contra a Rússia, que está em guerra contra a Ucrânia, e nem o isolamento do presidente russo Vladimir Putin, condenado pelo Tribunal Penal Internacional.
Em seu pronunciamento, Lula afirmou que a guerra na Ucrânia, deflagrada pela Rússia, “escancara a nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da Organização das Nações Unidas (ONU)”. O homólogo ucraniano, Volodmir Zelensky, embora não tenha aplaudido, manteve-se na plateia. Os dois líderes têm um encontro programado para esta quarta-feira.
Conflitos
— A guerra da Ucrânia escancara nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU. Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz. Mas nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo. Tenho reiterado que é preciso trabalhar para criar espaço para negociações”, afirmou Lula.
Ainda segundo o líder brasileiro, “investe-se muito em armamentos e pouco em desenvolvimento. No ano passado, os gastos militares somaram mais de US$ 2 trilhões. As despesas com armas nucleares chegaram a US$ 83 bilhões, valor 20 vezes superior ao orçamento regular da ONU”.
Lula também falou de outros conflitos globais.
— É perturbador ver que persistem antigas disputas não resolvidas e que surgem ou ganham vigor novas ameaças. Bem o demonstra a dificuldade de garantir a criação de um Estado para o povo palestino. A este caso se somam a persistência da crise humanitária no Haiti, o conflito no Iêmen, as ameaças à unidade nacional da Líbia e as rupturas institucionais em Burkina Faso, Gabão, Guiné-Conacri, Mali, Níger e Sudão. Na Guatemala, há o risco de um golpe, que impediria a posse do vencedor de eleições democráticas — acrescentou.
Encontro
Após a Assembleia-Geral da ONU, Lula manterá uma série de reuniões bilaterais. São elas: com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres; o presidente da Áustria, Alexander Van der Bellen; o primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz; o primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Store; e o presidente do Estado da Palestina e da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.
No dia seguinte, o presidente brasileiro estará com Zelensky. A guerra, provocada pela Rússia e que já completou mais de um ano, será tema central da conversa. Caso a reunião de fato ocorra, será o primeiro encontro entre os dois. Os presidentes brasileiro e ucraniano conversaram por telefone em março deste ano.
No mesmo dia, à tarde, Lula terá com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, e com o presidente do Paraguai, Santiago Peña. Em seguida, o presidente voltará ao Brasil e terá um compromisso médico. Ele tem reclamado de fortes dores no quadril.
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